Três Vassouras escrita por Amanda


Capítulo 52
Por quê?




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/447471/chapter/52

Rose estava aparentemente nervosa, batia com o garfo na mesa, enquanto olhava mortalmente para a mesa da Sonserina. Luke percebeu, mas preferiu não desanimar o amigo, que escrevia um bilhete para Rose. Alvo levantou-se, e Scorpius o chamou.

—Entrega para a sua prima! —Alvo revirou os olhos e seguiu até os leões.

Alvo sentou-se ao lado de Rose e lhe entregou o bilhete. Scorpius observava-a. Desconfiada, abriu o pergaminho.

Ruiva, preciso trocar o horário. Depois das aulas, no mesmo lugar.”

Rose assentiu, e Scorpius sorriu do outro lado do Salão.

A tarde passou torturantemente lenta para ambos, o relógio parecia não cooperar, e demorar tempo de mais para mudar o ponteiro de lugar. Mas quanto finalmente o tique taqueado cessou e Rose se levantou, pareceu conseguir respirar.

—Aonde vai? —Tiago perguntou ao ver a pressa contida da prima.

—Acertar as contas! —Respondeu firme e se despediu com um beijo na bochecha do primo. Saiu rapidamente, já quase correndo para fora do castelo. Chegou ao carvalho antes de Scorpius. Queria dizer algumas coisas também, e passava o discurso planejado em uma das aulas, para se distrair, começou a lançar algumas pedrinhas na água.

Estava tão absorta em pensamentos, que apenas sentiu seu corpo congelar, quando sentiu Scorpius colado em suas costas, segurando seu pulso e guiando-o para jogar a pedrinha ainda mais longe.

—Viu? Com esse movimento ela demora a afundar. —Rose virou-se e encarou o loiro com o sorriso encantador. Estavam próximos, e a ruiva logo tratou de afastar-se.

—Por que tem que ficar tão perto assim? —Cruzou os braços e andou até a beira do lago.

Scorpius sorriu e começou.

—Eu tenho que falar algo, sobre o dia do trem... —Falou suspirando tranquilamente. Mas pesou ao ver a expressão indecifrável da ruiva. Sentiu no breve sorriso que apareceu, a ironia e sarcasmo que viria a receber.

—Corrigindo! Você precisa escutar algo sobre aquele dia! —Caminhou dois passos para perto do loiro. —Por que fez aquilo? Por que me deixou plantada sem explicação nenhuma, ou melhor, responda-me a pergunta que me faço todos os dias. Por que me beijou?

Rose tinha a face vermelha e Scorpius se assustou com tal agressividade que usava na voz.

—O que você tem na cabeça Malfoy, por Mérlin. —Fazia movimentos exagerados com as mãos. —Sabe tudo o que passou pela minha cabeça durante as férias? Poderia ter sido uma aposta idiota para se divertir as minhas custas. E custava mandar uma carta? Ou um estúpido bilhete dizendo que estava vivo? —Andava de um lado para o outro, criando um buraco entre as folhas secas e em decomposição. —E eu sei que você tinha noticias minhas, Luke é igual uma coruja, e não preciso que ninguém me diga isso. Eu sei que ele te enviou uma carta minha. E mesmo assim, você sabia o quão confusa eu estava, mas nem ao menos se deu ao trabalho de pedir ao Luke para me dizer que estava bem. Custava? Mandar uma carta?

—Por que você não mandou uma carta para mim? —Perguntou tentando desvencilhar-se.

—Por quê? Talvez porque foi você quem perguntou se podia me escrever, eu responderia. Mas não enviaria, porque se não sabe, seu pai não se dá muito bem com o meu. —Fez um sinal feio e uma careta. —Achei que seu pai pudesse pegar a minha carta e sei lá, várias coisas passaram pela minha cabeça!

Scorpius começou a rir, não conseguiu controlar-se.

Rose estremeceu de raiva, os punhos cerrados foram de encontro ao peito do rapaz, socando-o diversas vezes.

—Seu idiota, eu quero te matar e você aí rindo. —Dizia entre um soco e outro. Scorpius era alto, por isso acertava apenas seu peito. —Por que me beijou?

Scorpius segurou seus pulsos com força, puxando-a para mais perto. Seus narizes estavam mais próximo do que Rose gostaria e admitir, quase se tocavam.

—Você fica linda quando está brava! —A frase só desencadeou a raiva da ruiva, que tentava libertar-se a qualquer custo. Em um movimento não pensado, usou o joelho para se livrar do garoto, chutou-lhe o interior da coxa, o que o fez soltar um grito de dor, mas não soltá-la.

—Que droga Malfoy! —Debatia-se enquanto o garoto ainda dolorido escorava-se no carvalho. —Me solta.

—Nunca. Ouviu? Eu nunca vou te soltar! —Respondeu agora irritado com a joelhada que recebera. —Sabe por quê? Porque daquela vez no trem, eu só queria saber se o que eu sentia era recíproco. Eu fiquei confuso quando você correspondeu e não adianta negar. Eu queria conversar pessoalmente, explicar cara a cara, não por cartas. —Rose o ouvia atentamente, ainda sendo segurada pelos pulsos. —Eu gosto de você, não posso dizer exatamente o quanto, mas se me der uma chance eu posso descobrir!

Rose arregalou os olhos e piscou diversas vezes até ter certeza de o que ouvira era uma singela declaração.

—E se quiser me bater depois tudo bem, pode me estuporar, mas eu preciso fazer algo uma ultima vez. —E dito isso, Scorpius selou seus lábios aos da ruiva. Era lento, como uma dolorosa despedida. A língua de Rose, mexia-se conforme os movimentos de Scorpius, e não mudava de maneira alguma o contato.

Rose separou-se hesitando com a cabeça.

—Doeu? —Perguntou ignorando tudo o que o rapaz dissera há segundos atrás. Indicou com a cabeça a perna do garoto.

—Muito. —A ruiva ganhou um sorriso triunfante nos lábios. —Sente-se feliz?

—Sinto-me, vingada. —Respondeu mudando seu sorriso, para algo tímido e carinhoso. Scorpius estranhou, mas não a soltou. Rose olhou nos penetrantes olhos cinza do loiro e foi se aproximando como um imã, até encostar seus lábios por uma segunda vez. Dessa vez teve certeza de que o sentimento guardado no fundo de seu corpo era aceito e recíproco, de alguma forma. Aprofundou o beijo com certa vontade, até então desconhecida por Rose. Tomou os lábios rosados da garota uma vez mais, travando uma batalha entre as bocas ferozes que não se seguravam.

Por um segundo separaram-se e sorriram.

—Sério? —Perguntou com o maior sorriso que cabia em seu rosto. Rose assentiu. E dessa vez, Scorpius escorregou seus braços para a cintura esguia da ruiva, aproximando-a ainda mais. Rose com as mãos espalmadas no peito do rapaz sentia seu coração bater fortemente a cada segundo. O loiro continuava escorado na árvore, com receio de trocar de posição e não conseguir aguentar a dor devido a joelhada altamente calculada pelo dragão ruivo.

E no pôr do sol, apenas suas silhuetas eram visíveis escorados ao tronco do carvalho.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, e agora mais coisas fofinhas acontecerão!