Três Vassouras escrita por Amanda


Capítulo 46
Texugos


Notas iniciais do capítulo

Olá, espero que gostem!



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Sexta-feira à noite, todos os alunos estavam no salão principal, o único som audível era o tintilar dos talheres eufóricos. McGonagall já percebendo que estava mais do que na hora, levantou-se confiante e andou até a frente dos alunos.

—Boa noite, última noite. —Sorriu docemente. —Como vejo que estão ansiosos, queria parabenizar a casa da Corvinal pelos 360 pontos. —A mesa da casa foi aplaudida. —Em terceiro, a casa da Grifinória com 363 pontos. —Os leões aplaudiram. —Parabenizo os Sonserino pelos 378 pontos. —Gritos e mais gritos eram escutados, mas vinham da mesa dos Texugos. —Parabéns a casa Lufa-Lufa, pelos 423 pontos!

A mesa dos texugos se tornou abraços e aplausos. Todos aplaudiam os tão “esquecidos” lufanos, sempre presentes em situações de extrema importância. A diretora aplaudiu e levou as mãos para o alto, tornando todas as bandeiras penduradas, amarelas e pretas, com o ilustre e leal texugo estampado em algumas delas.

Naquela noite, Scorpius havia convidado Luke, para ficar no salão comunal dos monitores. Rose chegou após os jantar e jogou-se no sofá ao lado de Scorpius.

—O que vão fazer nas férias? —Perguntou de olhos fechados, era evidente que estava cansada.

—Vou pra casa do Scorpius por algumas semanas! —O garoto moreno respondeu sem qualquer ânimo.

—Alvo vai para a minha casa ou eu para a dele. —O loiro deu de ombros.

—Vou ficar enfurnada no meu quarto as férias inteiras. —A ruiva murmurou deixando a cabeça cair lentamente. —Eu juro, quero receber cartas suas Luke!

—Com certeza irei lhe escrever, ruiva. —Respondeu sem olhar para a garota.

—Posso te escrever também? —O loiro perguntou abrindo um dos olhos para verificar a expressão da garota, que para sua surpresa foi calma e serena.

—Claro que sim, é meu amigo também. Vou sentir saudades de vocês. —Respondeu escorando seu ombro no ombro largo do loiro.

—Certo casal que vai ficar com as bochechinhas vermelhas depois do meu comentário. —Luke levantou-se. —Até amanhã.

As horas foram passando, os ponteiros do relógio pareciam não se importar em passar mais lentamente, para que o momento fosse apreciado. Eram amigos, que no fundo, eram bem mais do que aquilo.

—Ei ruiva, acho melhor irmos dormir, já está tarde. —O loiro sussurrou para Rose, já encolhida no sofá e escorada em seu corpo.

—Hum, eu não quero subir. —Respondeu sonolenta, jogando as mãos no peito do garoto.

—Tudo bem então. —Movimentou-se para pegá-la no colo, mas Rose despertou e se pôs de pé rapidamente, um erro, com a velocidade sua visão ficou embaçada e uma tontura forte tomou conta de seu corpo. Seus pés sapatearam até chocar-se com algo, abriu os olhos, torcendo para que não fosse o que achava.

—Você levantou muito rápido. —O loiro lhe segurava próxima ao seu corpo.

—Ah sim, mas estou melhor. —Sussurrou tentando não demonstrar fraqueza em sua voz. —Boa noite.

E novamente, Scorpius vira a garota entrar correndo em seu dormitório. Riu da situação, a ruiva era tímida demais.

Sábado, Rose guardava sua ultima peça de roupa, fechando o malão. Com a varinha no bolso da calça jeans, fez com que a mala, com suas iniciais, flutuasse atrás de si, enquanto caminhava até o salão principal. Deixando as malas na entrada da escola como todos.

Sentou-se ao lado de Tiago na mesa, comeu pouco e logo seguiu com seus amigos até a estação em Hogsmeade. Rose entrou com Lily e Hugo, deixando Tiago que conversaria com a garota da Sonserina para trás. Encontraram uma cabine vazia e ali jogaram seus corpos preguiçosos. Tiago demorou para aparecer, mas quando deu às caras, era visível que a conversa havia fluido em demasia.

—Hey Alvo, acho que seu irmão mudou o conceito sobre Sonserinos! —Rose brincou.

—Como você...? —O garoto de cabelos pretos perguntou sem entender, ignorando as risadas dos outros.

Rose nada falou, apenas passou a mão no próprio pescoço, mostrando ao garoto onde uma marca de batom vermelho jazia.

—Inferno sangrento. —Resmungou e sentou-se no canto.

Metade da viagem foi tranquila, durante o meio do trajeto a grande maioria dos ocupantes da cabine já havia adormecido, acordar cedo em um sábado era tarefa quase impossível para um Potter ou Weasley. Rose estava escorada na janela ao lado da portinhola da cabine, segurando o mesmo livro que leu com Scorpius colado ao seu corpo. Lily também estava acordada, mas saboreava sapos de chocolate, e lia atentamente cada cartinha.

Uma batida no vidro tirou Rose de dentro do mundo literário, alguns alunos haviam passado para comprar doces. A ruiva lançou um olhar bastante significativo para a prima mais nova, que respondeu-lhe como o mesmo olhar, como se dissesse que cuidaria de tudo até que voltasse. Abriu a porta evitando qualquer som, fechou-a nas suas costas, andando até o carrinho de doces. Após encher um dos bolsos do fino casaco, virou-se, mas com o forte solavanco que o trem liberou, foi lançada contra outro corpo.

—Auch, você é pesada! —Murmurou o garoto, assim que percebera em quem havia esbarrado.

— Está me chamando de gorda? —Vociferou a ruiva.

—Obvio, apenas para te ver vermelha e irritada. —Sorriu de lado. —Venha.

Arrastou a ruiva para uma cabine com as cortinas fechadas.

—Agora, vamos conversar. —Jogou um sapo de chocolate para a ruiva que recusou, mostrando o bolso cheio. —Depois não venha reclamar que está ficando gorda!

Rose afundou-se no banco.

—Vou sentir saudades. —Murmurou olhando o loiro de soslaio.

—Eu também. —Scorpius permitiu-se sentar ao lado da ruiva, a abraçar. —Vou escrever sempre que puder.

—Eu também. —Sorriu para o loiro. —Eu não consegui falar com o Luke, me despedir ele!

—Olha, eu acho que ele está dormindo em alguma cabine. —Ambos riram.

Durante o restante do trajeto conversaram sobre as férias e lembraram-se de situações que passaram durante o ano. Scorpius por um milésimo de segundos, olhou para fora, a paisagem verde já havia se transformado em outra, avisando que chegariam em poucos minutos. Pôs-se de pé e Rose repetiu o movimento.

—Bem, fique com o livro. —Entregou o exemplar que estivera abraçando o caminho inteiro. —Sei que vai ter mais tempo e acho que vai gostar da história.

Scorpius pegou o livro e sorriu.

—Bem, eu tenho algo para você também. —Sorriu colocando o livro em cima do banco e voltou a ficar na frente da garota. —Feche os olhos.

Relutante, a ruiva fechou-os lentamente. Sentiu a mão de Scorpius segurar suas mãos, passar por seus cotovelos, uma mão parou em sua cintura e a outra correu até sua nuca, fazendo seu corpo se arrepiar.

Sentia a proximidade, sentiu o hálito mentolado do garoto em seu rosto, mas não hesitou, deixou que novamente suas respirações se envolvessem. Scorpius viu a chance quando a ruiva não se moveu, seu perfume era embargador e não se conteve mais um segundo. Aproximou os lábios da bochecha da garota, tocando o canto de seus lábios, sentia o coração da ruiva palpitar cada vez mais rápido, mas não hesitou, já não podia mais. E com uma coragem absurda, selou seus lábios. Suas bocas coladas travando uma guerra intima. Seus braços enrolados na garota aproximavam seus corpos ainda mais e ficou surpreso quando não foi empurrado pela ruiva.

O trem parou, e só então o ar se fez necessário, havia sido um beijo calmo, como se experimentassem algo novo, desconhecido, apenas uma troca de informações prazerosas.

Scorpius analisou o rosto da garota, os olhos ainda fechados, foram se abrindo lentamente, assim que encontraram o do rapaz, suas bochechas coraram. O loiro sorriu de lado e aproximou-se novamente, mas dessa vez foi apenas um encostar de lábios.

—Até mais ruiva! —O loiro pegou o livro e saiu da cabine, deixando Rose perplexa e sem reação.

Saiu do trem depois de alguns minutos, e logo já estava abraçando os pais.


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Notas finais do capítulo

Hey, qual a casa de vocês? Eu sou Lufa-Lufa :3