Três Vassouras escrita por Amanda


Capítulo 38
Cachecóis


Notas iniciais do capítulo

Olá, adorei escrever este capítulo, então resolvi compartilha-lo com vocês mais cedo.



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Rose acordou com o sol entrando pela sua janela, xingou-se mentalmente por ter esquecido —novamente— de fechar as cortinas. Cobriu o rosto por alguns segundos e se pôs de pé. Era sábado e teria o dia livre, pelo menos até a tarde, momento em que acompanharia Tiago até Hogsmeade. O salão principal estava vazio, afinal, era um final de semana, dia qual, vários alunos pulavam o café da manhã para dormir até mais tarde.

—Bom dia, — Hugo bocejou. —Rose. Quais os planos para hoje?

—Bom dia. —Sorriu para o irmão sonolento. —Essa manhã eu vou ficar lendo e depois vou à Hogsmeade com...

—Tiago. —Completou soltando outro bocejo.

—Exato! —Mordeu um pãozinho. —Bom, vou dar uma volta, até.

Bagunçou o cabelo do irmão ao sair da mesa, e se encaminhou para uma árvore perto do lago negro, onde tinha uma bela visão das águas turvas.

Abriu o livro e iniciou sua lenta leitura, era torturante olhar para a ruiva, virando cada página lentamente, molhava o dedo indicador ora sim ora não, mordia os lábios repetidamente e arregalava os olhos de acordo com o desenrolar da história.

—Adoro quando morde os lábios. —Rose segurou-se para não pular, como era possível o rapaz assusta-la todos os dias? —Não finja que não se assustou, você apertou o livro como se fosse rasga-lo.

—Faz isso de propósito, não é? —Vociferou sem tirar os olhos das miúdas palavras. —Se não se importa, quero ler.

—Na verdade ruiva, eu quero ler este livro também. —Deu de ombros. —Se não se importa.

Rose sem entender ignorou e continuou a ler, mas pareceu congelar quando o garoto sentou com as costas coladas na árvore e puxou-a para o meio das suas pernas, encostando seu peito nas costas da garota. Suas pernas esticadas colavam-se às de Rose um tanto nervosa com a proximidade de seus corpos. Ficou estática, não movia um músculo se quer, até o momento em que Scorpius inclinou seu corpo, tocando suas costas, e com uma das mãos virou a página amarelada em seguida colocando-a sobre a perna de Rose.

A ruiva não estava conseguindo raciocinar, e Scorpius percebeu que a garota estava tensa com aquilo. Tentando suavizar a situação, pensou em algo e em um estalo percebeu, seu pescoço estava arrepiado, e não era pra menos, o lado de fora do castelo estava congelando.

—Hey, você está com frio. —Desenrolou o cachecol verde e prateado de seu pescoço e gentilmente colocou-o no pescoço da ruiva. Rose pareceu relaxar os músculos. —Assim está melhor.

—Não precisava, eu trouxe o meu. —Marcou a página com o dedo enquanto tirava do bolso da calça o cachecol —enrolado—escarlate e dourado.

—Então me dê aqui. —Scorpius desenrolou o tecido e colocou em volta do pescoço.

Rose riu.

—O que foi? —Perguntou sem entender.

—Você fica bem de vermelho. —Abriu o livro novamente. —Contrasta com a sua pele.

Scorpius sorriu.

—Vermelho fica bem em você. —Rose negou com a cabeça.

—Meu cabelo encobre a cor.—Deu de ombros. Scorpius então parou para analisar, o verde contrastava de uma forma melhor com a ruiva, mas ainda assim, gostava do cachecol da Grifinória.

—Tem razão. —Rose sorriu de lado, adorava saber que estava com a razão. —Adorei você com meu cachecol.

A ruiva afundou o rosto no livro, encobrindo as bochechas coradas. E por algum tempo, permaneceram naquela posição, Rose já estava mais relaxada e Scorpius agora apoiava a mão esquerda no abdômen da ruiva, segurando-a e a direita repousava em sua perna. Estavam de alguma maneira, confortáveis.

Scorpius estava praticamente dormindo, enquanto Rose continuava lendo desesperadamente, era uma história bruxa, contava sobre um romance entre animagos. E finalmente a ruiva fechou o exemplar verde em suas mãos.

—O que achou Malfoy? —Perguntou, mas a resposta não veio. —Malfoy?

Virou-se e encontrou o garoto com o rosto afundado no cachecol vermelho e dourado, os olhos fechados e a respiração calma. Riu por um segundo. Passou os dedos pelo rosto do garoto e pelos fios louros.

—Hey Malfoy, vamos lá. —Encostou a mão no braço —musculoso— do Sonserino e o sacudiu. —Já perdemos o almoço e eu preciso ir à Hogsmeade.

O loiro se mexeu e encarou a garota.

—Desculpa, não consegui acompanhar a sua velocidade e acabei dormindo. —Piscou diversas vezes.

—Eu nem leio tão rápido, você que é lento. —A ruiva tentou levantar-se, mas o garoto a puxou de volta, fazendo-a trombar contra o seu corpo. —Eu preciso ir, Tiago me mataria se eu não aparecesse.

—Ah claro, até logo então. —Murmurou indignado deixando a ruiva levantar-se.

—Olha só, fique com o livro, leia, sei lá. —Deixou o exemplar pesado no colo do garoto e andou até os portões da escola.

Caminhava com as mãos nos bolsos do sobretudo cinza, encontraria Tiago no Três Vassouras. Entrou no lugar e procurou pelo primo, que estava com Hugo ao seu lado, em um mesa do canto. Acenou e recebeu um olhar estranho.

—Desculpem o atraso, fiquei lendo e perdi o horário. —Tirou o casaco e colocou-o na cadeira, sentando-se de frente para os amigos.

—Por que você...? —Tiago estava sem reação.

—O que? —Perguntou tocando o rosto tentando encontrar algo fora do comum.

—Por que está usando o cachecol da Sonserina? —Agora seu tom aumentara dois oitavos.

—Ah, isso. —Rose abaixou o rosto e tocou o tecido de lã. —Eu esqueci o meu no quarto, e o Malfoy me emprestou o dele.

—Malfoy? Sério que confia nele? —Perguntou.

—Ele é meu amigo e sim eu confio nele, não é como se você devesse aceitá-lo. —Rose estava nervosa e irritada com Tiago dizendo-lhe o que devia ou não fazer.

—Acredite, nunca vou aceitá-lo, não do seu lado. —Rebateu grosseiramente. —Eu o aturava quando andava com Alvo, mas você é importante, é Rose, a garotinha da família, não posso deixa-la se magoar.

—Eu não vou. —Bateu com o punho facheado na mesa. —Você às vezes é um grande idiota, mas continua sendo meu amigo, por que seria diferente com ele?

—Porque ele é um Malfoy. —Gritou, atraindo a atenção de outros estudantes para eles.

—E você é um Potter, é apenas um estúpido sobrenome. —Levantou-se pegando o casaco. Encarou-o uma última vez. —Não muda nada.

Saí do local batendo a porta, ignorando seu irmão que a chamava descontroladamente.


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Notas finais do capítulo

O que acharam???? Mereço alguma recomendação??