Três Vassouras escrita por Amanda


Capítulo 35
Cuide da minha filha


Notas iniciais do capítulo

Olá, estava devendo essa, então aí vai:



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Mesmo depois de horas argumentando com Madame Pomfrey, Scorpius continuava ao lado de Rose, segurando a sua mão, com a cabeça deitada no canto do colchão. Apreciava o suave perfume de morango que irradiava da pele alva e sardenta. E já mais tranquilo, adormeceu. Madame Pomfrey, muito cedo já começou seu trabalho, abrindo as janelas e iluminando toda a sala com o auxilio da varinha. Em uma cama, no canto, estavam Rose com Scorpius no seu encalço, mas agora o rapaz tinha a cabeça apoiada em um travesseiro e seus dedos continuavam entrelaçados com os da garota. A médi-bruxa sorriu, era uma cena encantadora.

—Senhor Malfoy? —A senhorinha sacudia o braço do Sonserino. Observou-o piscar algumas vezes e se espreguiçar com um estalo de suas costas.

—Como está Rose? —Perguntou levantando-se e esticando o corpo.

—Vai dormir por mais algumas horas e acordar dolorida, mas vai ficar bem. —Sorriu em ver a preocupação do rapaz. —Deve descansar Sr. Malfoy, se que quer ser a primeira pessoa que ela veja, mas isso vai demorar. Durma um pouco sim?

Ele pareceu pensar em um bom argumento para continuar ali, ao lado da leoa, apenas observando cada um de seus movimentos, sorrindo a cada suspiro.

—Veja bem, não vai conseguir conversar quando ela acordar se estiver num estado deplorável. Se ela acordar eu lhe chamo. Combinado?

Mesmo relutando, Scorpius assentiu e deitou-se no leito ao lado, depois de demorados segundos, caiu em sono profundo.

Acordou com o que lhe pareceu quase um dia depois, a voz adulta de Hermione lhe despertada. Não se movimentou, porém, continuou a ouvir a conversa.

—Mas o que aconteceu exatamente Madame Pomfrey? —A voz de Hermione estava calma, Scorpius imaginou a cena da bruxa mais brilhante de Londres, sentada na beirada do leito branco, acariciando os revoltos fios ruivos da filha. Era bem possível que um dia Rose passasse da mãe, ou, se igualasse a tal.

—Ataque na floresta Sra. Weasley, acredito que foi o Comensal que comentou com a Diretora, o mesmo que atacou seu marido, sinto em dizer. —A senhora de cabelos grisalhos — e perfeitamente alinhados — respondeu temerosa.

—Vou avisar Ronald! —Riu de forma desgostosa. —Ele não pôde vir, está preso naquelas malditas reuniões, mas mandou lembranças à Rose. —O som das molas da cama soou, indicando que se levantara. —Preciso voltar para o Ministério, poderia entregar essa carta para ela?

—Claro Sr. Weasley. —Podia jurar que a medi-bruxa sorria.

—E o garoto Malfoy? Como ele está? —Scorpius, instantaneamente trancou a respiração. Hermione se aproximou e acariciou o cabelo desgrenhado do garoto. —Rose tem comentado algumas coisas sobre ele em suas cartas.

—O garoto está bem, foi ele quem a trouxe aqui. Estava exausto, mas passou a noite ao lado da Srta. Weasley. Dormiu sentando nessa cadeira.

Sentiu seu rosto ferver, precisava contar para a mãe da ruiva. Seus pensamentos desapareceram quando ouviu uma singela risada de Hermione.

—Vou indo.

—Claro, e, por favor, informe seu marido do acontecimento com o Comensal, sim?

—Claro, cuide bem da minha filha e do garoto.

E aos poucos, o som do salto alto de Hermione foi sumindo, até ficar inaudível e desaparecer por completo.

Só então se mexeu, virando-se para a ruiva já com pouco de sua cor reestabelecida, com bolsas arroxeadas de baixo dos olhos.

—Ah Sr. Malfoy, fico feliz que tenha acordado. —Madame Pomfrey vinha com uma prancheta em mão, enquanto procurava no bolso de seu avental uma pena. —Poderá voltar para seus afazeres a partir de amanhã, está liberado, mas fique parado hoje, descanse. Vou lhe dar autorização para a tarde de hoje.

—Possi ficar aqui com Rose? —Perguntou exasperado, como se sua vida dependesse daquilo. A medi-bruxa assentiu, mas com a condição de que durante o horário de visitas fosse tomar um banho e trocar de roupa. Concordou imediatamente, tinha certeza absoluta de que Tiago e Hugo apareceriam para ver a ruiva, não gostaria de enfrentar e causar outra briga. Assim que a bruxa se afastou, sentou-se ao lado da garota e tornou a segurar sua mão, acariciando sua pele.

—Rose, —Sussurrou— quando você vai acordar? Estou tão preocupado. —Riu pelo nariz, como um suspiro anasalado. —Eu não sabia o que fazer, qualquer movimento poderia significar você ferida. —Puxou o braço direito da garota e arregaçou a manga da camisa machada, o corte ainda era visível por uma extensa e fina cicatriz, que logo desapareceria. Beijou a extensão marcada delicadamente, como se fosse uma criança que acabou de arranhar o joelho. —Estou aqui certo? Não vou sair do seu lado.

E durante algum tempo, ficou ali, observando o rosto de Rose, ajeitando as mechas ruivas que caiam em sua testa, sorrindo com as caretas, e principalmente, conversando calmamente, sem provocações e ameaças.

Estava distraído, levou um susto quando Madame Pomfrey tocou seu ombro carinhosamente e lhe mandou para seu salão comunal. Andou com as mãos nos bolsos, acenou para alguns conhecidos que de maneira alguma poderiam ser chamados de verdadeiros amigos. Suspirou fundo para o quadro de Dragão.

—Verde —Bocejou— Galês.

Entrou e sentiu-se incompleto, era triste imaginar aquele Salão sem a ruiva para lhe importunar por horas, ou lhe dando suas lições de moral, como: deveria juntar suas roupas, não mora aqui sozinho, entre diversas outras frases. Entrou de baixo da ducha e deixou que a água corresse por seu corpo, relaxando seus músculos ainda tensos, limpou a sujeira de terra de seus braços e cabelos louros. Foi rápido, queria voltar para o lado da ruiva, deixa-la sozinha, parecia que a deixaria frágil e desprotegida. Jogou um cardigan cinza, com listras verdes e prateadas por cima da camisa e desceu as escadas, até a porta da Ala Hospitalar, esperou Hugo e Tiago saírem de lá, resmungavam algo enquanto desapareciam de vista. Entrou em disparada, trombando com a medi-bruxa.

—Desculpa. —Sorriu e recebeu um olhar reprovador, mas logo um sorriso e um balançar positivo com a cabeça. —Obrigado.

Rose já havia voltado à sua cor natural, agora o rosto corado demonstrava sua melhora. Segurou sua mão e sentou-se encostado à cama.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!



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