Três Vassouras escrita por Amanda


Capítulo 33
Bandeira


Notas iniciais do capítulo

Olá, capítulo dedicado à Min, pela recomendação maravilhosa!



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A ruiva estava parada na orla da floresta, observava as horrendas árvores que logo lhe engoliriam na escuridão. As folhas verdes estavam úmidas pelo orvalho do sereno que começava a cair. O cabelo de Rose estava preso em um rabo de cavalo, mas as pontas pesavam já que as pequenas gotículas unidas o molharam.

—Rose, me desculpa, eu... —Foi interrompido pelo gesto pedindo silêncio da garota.

—Vamos logo. —Sacudiu a varinha e sussurrou um “Lumus”, entrou na frente, passando por cima de grossas raízes e desviando de troncos caídos. Após alguns minutos de caminhada no breu, enxergou as margens do lago. —Que droga, nunca vamos achar essa maldita bandeira.

—Acalme-se, ela não deve estar tão longe, a maioria dos alunos voltou hoje mesmo, não é? —Rose assentiu e empurrou um galho com a mão, e ao mesmo tempo em que olhou surpresa para um ponto, foi puxada para trás, sendo colada ao corpo do loiro.

—O que está fazendo Malfoy? —Gritou e então a onda de ataques começou, feitiços sobrevoaram suas cabeças por cima da árvore densa.

—Vêm. —Gritou com a varinha não mão e arrastou a ruiva atônita para fora dos lampejos coloridos. Rose era arrastada para o interior da floresta enquanto tentava de forma falha, atingir alguns dos alunos do curso de Aurores. Para a felicidade da ruiva acertou uma garota que foi lançada contra uma árvore, o que fez ou outros dois recuarem para ampara-la.

Já estavam longe quando Scorpius parou de correr e se jogou contra um imenso carvalho. Rose escorou-se e foi escorregando, até sentar-se nas folhas em decomposição.

—Você tinha que gritar, não é? —Falou alto olhando para a ruiva. Seu rosto enraivecido, com a testa franzida. —Se estivesse atenta, teria percebido a garota de costas bem na sua frente!

Rose abaixou a cabeça entre seus joelhos.

—Desculpa, eu... Só estou nervosa. —Disse em fim, chamando a atenção do garoto que bufou repreendendo a si pela voz elevada. Relutante sentou ao seu lado.

—Eu não devia ter gritado com você, desculpa. —Pode ver um leve sorriso no rosto da ruiva. —Se machucou?

Pegou o braço de Rose e levantou a manga de sua camisa, procurando por qualquer sinal de ferimento.

—Estou bem. —Puxou a manga de volta e analisou o rosto suado do garoto. —Que bom que não se machucou.

Sorriram e olharam para a escuridão. A leoa quebrou o silêncio.

—Alguma chance de continuarmos a caminhar? —Olhou rapidamente para o garoto que apenas murmurou um “não”, enquanto mexia a cabeça negativamente. —Será que estamos seguros aqui? Sabe, não quero ser estuporada enquanto durmo.

—É seguro sim. —Disse em meio a um bocejo, levantou o olhar ao ver que a ruiva lançava um feitiço de proteção ao redor da árvore.

—Me sinto melhor assim. —Scorpius fitou-a e estendeu a mão. —O que foi?

Movimentou a mão ainda estendida, e com relutância, Rose a segurou, e assim, delicadamente o garoto ajudou-a a sentar-se novamente.

—Desculpa por ter te chamado de frágil, você é tudo menos isso. —Bocejou. —Eu ficaria triste e definharia se não me perdoasse.

—Malfoy, você por acaso não é... —Tossiu e o rapaz apavorou-se.

—Não, eu gosto de garotas. —Suspirou a ver a garota rindo. —Que droga Rose.

—Então da próxima vez, espere minha resposta e depois tente me convencer de que definharia. Poupe-me de tanto sentimentalismo. —Ambos riram e voltaram a encarar o céu escuro com poucas estrelas.

Aos poucos foram caindo em um sono lento e destrutivo, a cabeça ruiva encontrou o ombro do garoto, e a cabeça do mesmo escorou-se na cabeleira vermelha cacheada. E sem perceber, dormiram daquela forma, a mão do loiro encostando-se a da Grifinória e com os braços protegendo-a do pouco frio que fazia.

Scorpius acordou cedo de mais, o sol ainda não nascera, mas uma pouca camada de luminosidade, já começava a aparecer entre os galhos e folhas das árvores velhas. Olhou para o lado e encontrou a ruiva encolhida com o corpo escorado no tronco, a face escondida por mechas revoltas. Sorriu com a imagem.

—Minha vez. —Levantou-se e com cuidado puxou a Grifinória inconsciente para seu colo, aconchegando-a em seu peito. —Vamos encontrar a bandeira ruiva.

Calmamente começou a caminhar, carregando-a em seus braços, pelas raízes e galhos secos.

Rose sentia-se de certa forma, nas nuvens, o tronco duro e desconfortável desaparecerá e já não machucava suas costas, fora substituído por um macio e acolhedor tecido que lhe aquecia. Estranhou a temperatura diferente, mas ignorou, desistiu de abrir os olhos azuis e continuou a dormir, apertando-se contra o peito do garoto.

Após longos minutos caminhando, Scorpius avistou ao longe a bandeirinha amarrada em um galho baixo. Abaixou-se e colocou Rose deitada na grama, esticou-se e apanhou a bandeirinha colorida, apertou-a em suas mãos e aproximou-se da ruiva adormecida. Acariciou seu rosto e sussurrou:

—Hey Rose, acorda dorminhoca. —Chamou baixinho ainda acariciando a pele macia e pálida da ruiva. Ficou observando-a abrir os olhos e encara-lo com um belo sorriso. Poderia acordar todas as manhãs com aquele sorriso.

—Bom dia Malfoy. —Bocejou e espreguiçou-se.

—Bom dia minha ruiva. — Sorriu junto. —Encontrei a bandeira!

Mostrou o tecido satisfeito com o sorriso e expressão de espanto da garota.

—Como viemos parar aqui e como de repente você está com a bandeira? —Olhou a sua volta e se pôs de pé, estática.

—Eu te carreguei. Você estava dormindo, então... — Deixou a frase perder-se.

—Uol, espere. —Fez um sinal com a mão. —Você me carregou até aqui? Tipo, no colo? —Levantou uma sobrancelha, deixando-o sem graça.

—Você estava dormindo, não quis te acordar. —Deu de ombros olhando por entre as arvores. — Não sou um babaca, mesmo você sendo pesada, te carreguei por horas.

Rose ficou vermelha e segurava os punhos.

—Você está me chamando de gorda? —Falou enfurecida.

—Estou brincando ruiva. —Bagunçou os fios loiros e se aproximou, escorando-se em uma árvore. —Eu carregaria você até os confins do mundo, te buscaria no submundo se fosse preciso, e sempre com você nos meus braços.

Rose riu.

—Confins do mundo? Submundo? —Assentiu. —Está lendo muita ficção meu caro Malfoy.

—Você que pensa minha cara Watson. —Rose riu. —Seção trouxa na Floreios e Borrões, sabe, Sherlock Holmes é muito estimulante.

A ruiva não pode deixar de sorrir, adorava Sherlock Holmes, e não podia negar, Scorpius fez uma careta sem entender o silêncio repentino da garota.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! ;D