Três Vassouras escrita por Amanda


Capítulo 30
Observador


Notas iniciais do capítulo

Olá, obrigada pelos comentários!!



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Rose estava jogada em uma poltrona em frente à lareira, em seu colo, um grande e pesado exemplar sobre História da Magia, ignorando o mundo em sua volta como sempre.

—Rose! —Scorpius parou no sofá, jogando-se contra o tecido marrom. —Vamos jogar Quadribol amanhã depois da aula, aceita? Precisamos de uma batedora ou artilheira no time.

—Quem mais da Grifinória vai? —Perguntou sem dirigir o olhar para o loiro, concentrada em seu livro.

—Seu irmão e Luke não conseguiu convencer o Potter, mas o Fred também vai! —Falou rapidamente, tentando convencê-la.

—Certo, eu topo. —Fechou o livro. —Agora boa noite senhor Malfoy.

—Boa noite senhorita Weasley. —E escutou o som da porta batendo em um estrondo.

No quarto, Rose andava de um lado para o outro, atordoada com a conversa normal, que tivera com o garoto, mesmo depois do beijo que recebera. E tinha que admitir, foi o melhor beijo que recebeu em toda a sua vida, foi algo como ir ao céu e voltar, ansiava por outro contato intimo como aquele, mas não diria, deixaria guardado o sentimento, negando-o para qualquer um que quisesse ouvir. Terminou os deveres para a semana seguinte, sempre adiantada, e deitou-se sobre o colchão macio, adormeceu logo em seguida.

Estava cercada por homens e mulheres encapuzados, as vozes pareciam ecoar cada vez mais alto, e penetrar em sua cabeça. E repetidamente a frase deixava-a cada vez mais apreensiva. O som da chuva abafava qualquer grito que tentara soltar, a garganta ardia e a lama lhe derrubara em meio às árvores mais de uma vez.

“Ele te abandonou”

Era a frase que mais lhe abalava, suas pernas começaram a fraquejar.

“Ele não se importa”

“Agora você vai morrer, assim como todos.”

E por fim, suas pernas cederam, caindo de joelhos na lama e folhas apodrecidas, sua cabeça estava abaixada e os pingos da chuva gelada, misturavam-se com suas lágrimas.

Sentou-se na cama, com um raio caindo do lado da fora do castelo, o som medonho a fez acordar. Enrolou-se no edredom e silenciosamente, desceu as escadas, aconchegando-se no tapete em frente à lareira. Os variados movimentos das chamas eram de certa forma, hipnotizantes.

—Rose, o que está fazendo aqui? —Scorpius descia as escadas, com a mão na boca, cobrindo um longo bocejo.

—Estava sem sono. —Deu de ombros e continuou a olhar para as chamas, Scorpius sentou-se ao lado da ruiva.

—Se importa se eu... —Apontou para o cobertor da mesma. A leoa assentiu, e logo estava ombro a ombro com o Sonserino. — Então, qual o verdadeiro motivo para estar aqui e não na sua cama?

—Como sabe que o motivo real não é uma simples insônia? —Encarou-o com o olhar tranquilo, sem a testa franzida ou a sobrancelha levantada.

—Você mente muito bem, mas no fundo não gosta. —Riu baixinho e olhou para a lareira. —Você brinca com seus dedos e a pisca duas vezes.

Rose estava de boca aberta, era impossível o rapaz ser tão perceptivo.

—Eu reparo em você, só não percebe. —Olhou-a com carinho. —Conheço outras milhares das suas manias.

—Por exemplo? —Incentivou.

—Você fica vermelha quando algum garoto te elogia ou se aproxima de mais. —A garota riu abaixando a cabeça. —Abaixa a cabeça quando está com vergonha ou quando quer esconder suas bochechas vermelhas. —Levantou delicadamente o rosto corado da ruiva, encontrando seu olhar, acariciou seu queixo e soltou seu sorriso lateral. —Continuando, aperta a varinha quando está prestes a estuporar alguém, segura as pontas das magas do uniforme quando está se segurando para não fazer ou falar alguma coisa.

—Certo, já entendi que você é muito observador. —Riu e continuou a fitar as chamas. —Sabe, quando eu era pequena, eu tinha medo de voar. Eu estava com o Tiago na casa da minha avó, e pegamos a vassoura do meu tio George, eu fui muito estúpida. —Riu pelo nariz. —Tiago escorregou e caiu, quebrou o braço. Depois daquilo eu nunca mais quis subir em uma vassoura.

—Mas você subiu e agora é a melhor artilheira da temporada. —Scorpius apertou seu ombro contra o da ruiva.

—É, mas eu passei o verão inteiro treinando para não cair da vassoura.

—E amanhã de tarde, quero ver a senhorita em cima daquela vassoura jogando. —Rose assentiu. —Até porque depois, a temporada de Quadribol volta, e a rivalidade também!

—Treinos e mais treinos! —A ruiva jogou seu corpo para trás, encostando as costas no sofá. —E ainda temos que nos preocupar com as tarefas do clube de duelos.

—A propósito, quando acha que vai ser a segunda tarefa? —Estava preocupado, não era tão bom quando estava em perigo, ou quando precisava defender alguém. Luke já havia se machucado inúmeras vezes e o loiro não mexera um músculo para ajuda-lo.

—Não sei. —O tom que a garota usara era de completa preocupação. —Vai ser de repente, justamente para nos pegar desprevenidos e assim, facilitar o ataque todo. Você sabe, os que sobreviverem serão os melhores.

—Sobreviverem? —Engoliu em seco.

—Modo de dizer. —Riu. —Precisamos estar atentos, o professor pode muito bem nos chamar a qualquer momento e dizer que sequestrou um de nós outra vez. Ele usa surpresas para nos abalar, da primeira vez ele conseguiu.

—Ficou tão preocupado assim comigo? —Scorpius sorria.

—Sim, no segundo dia eu já estava entrando em desespero, e depois do ataque. —Bateu forte no ombro do garoto. —Seu idiota, eu quase morri de preocupação.

Scorpius ria e tentava se desvencilhar dos tapas da ruiva.

—Você tem que parar de bater em mim! —Ria enquanto desviava. —Já estão chamando você de Dragão ruivo.

No exato momento, Rose fechou a cara e se levantou, andando em direção à escada.

—Aonde vai? —Perguntou ficando de joelhos para enxerga-la melhor.

—O dragão ruivo precisa soltar fogo, se me der licença. —E após gritar aquilo, trancou-se em seu quarto. O loiro apenas ria, sabia que o apelido logo chegaria em seus ouvidos, e provavelmente sobraria para o mesmo explicar, contar antes foi o meio de não ser azarado, torturado ou acabar desfigurado em um canto escuro do castelo.


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Notas finais do capítulo

Gostaram do nosso dragão ruivo???