Três Vassouras escrita por Amanda


Capítulo 19
Sonhando acordado


Notas iniciais do capítulo

Olá, já que eu demorei, resolvi postar o segundo hoje também!



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Rose finalmente conseguira se deitar em sua cama no Salão Comunal, havia passado a manhã na Ala Hospitalar, à tarde conversando com o professor do Clube de Duelos e explicando todo o ocorrido, durante a noite conversou com Minerva que havia lhe chamado para dizer que não havia perdido nenhuma matéria naqueles dias, já que os alunos do quinto ano foram dispensados de quaisquer atividades durante a semana. Resolveu que faltaria ao jantar e dormiria mais cedo, pois precisava repor os três dias dormindo sobre galhos, pedras ou no peito do Sonserino.

—Eu devo estar ficando louca! —Sussurrou botando a mão na testa, ao perceber que pensava nos momentos tensos que passou ao lado do garoto. Ouviu um grito no andar de baixo, era seu nome. Jogou os pés para fora cama e vestiu seu roupão azul marinho, desceu as escadas lentamente e encontrou Tiago, Lily e seu irmão que correu para abraça-la.

—Senti saudades maninha! —Soltou-a e observou seu rosto um pouco maltratado.

—Como fez esse corte na sua testa? —Perguntou assustado passando o dedo pela extremidade.

Diffindo, uma das armadilhas da floresta! —Respondeu abraçando a prima. —Agora, os dois para o dormitório!

—O que hein? —Hugo gritou e Rose o olhou com cara feia.

—Ela quer conversar à sós com ele! —Lily apontou para o irmão. —Vocês ainda vão se casar se continuarem desse jeito!

Tiago riu da vermelhidão no rosto da ruiva.

—Como foi lá priminha? —Finalmente abraçou Rose que o apertou contra seu corpo.

—Meio tenso, e ainda por cima fomos os últimos a chegar! —Jogou-se no sofá de frente à lareira.

—Os últimos a chegarem inteiros!

—Como assim? —Rose não entendeu o comentário.

—As duplas que chegaram antes de vocês estavam em um estado deplorável, alguns foram direto para a Ala Hospitalar. —Respondeu olhando para a lareira como se quisesse lembrar-se de algo. —Foram poucos os que conseguiram assinar o nome naquela lista. Eu consegui chegar na manhã seguinte a que saímos, sofremos vários ataques, a garota está bem, só um corte acima do umbigo.

—Onde a achou? —Rose achava aquilo tudo muito estranho.

—Perto do lago! —Respondeu agora olhando para a prima.

—Muito perto! —Sussurrou mais para si do que para Tiago que a olhou como se perguntasse “o que?”. — Foi fácil de mais, entende? Achei Scorpius só no final do segundo dia e ele estava quase no final da Floresta Proibida. Por que ele facilitaria para alguns e dificultaria para outros?

—Talvez ele tenha facilitado para os alunos que não sejam tão bons assim! —Tiago deu de ombros e aconchegou a prima em seus braços.

—É talvez esteja certo! —Rose encostou a cabeça no ombro do primo e aconchegou-se melhor sob seu abraço. —Boa noite.

xxx

—Hey Rô? —Tiago sacudia a prima delicadamente, cuidando para não machuca-la. —Acorde, precisamos levantar antes que alguém nos veja aqui!

—Bom dia pra você também! —A ruiva olhou a sua volta e percebeu que o sol já nascera — mesmo estando escondido atrás de algumas densas nuvens— e logo os alunos começariam a descer para o café da manhã, era um belo sábado, mesmo que frio. —Nos vemos no café?

Tiago assentiu enquanto observava a ruiva subir para seu dormitório. Encontrou-a depois no Salão Principal, sentando-se a sua frente.

—Estranho o Salão estar tão vazio! —Rose observava as mesas vazias enquanto mastigava uma enorme panqueca.

—É muito cedo ainda Rô, só você levanta às 06h45min e quer ver esse Salão cheio, justo em um final de semana! —Tiago ria.

—Foi você que me acordou! —Repreendeu-o com o olhar mortal.

—Claro, mas para você subir, não vir tomar café da manhã! —Olhou para trás. —Se bem que quando cheguei seu amiguinho já estava aí!

Rose olhou por cima do ombro do amigo e percebeu que Scorpius tomava seu café, solitário na mesa grudada à parede.

—Se importa se eu... —Levantou-se decidida e apenas saiu de seu lugar quando Tiago assentiu e fez um sinal com a mão direita.

Rose passou pela mesa da Corvinal, acenando para um ou outro aluno que lhe perguntavam como estava depois de tudo. Aproximou-se do garoto distraído com seu prato de mingau e pensou em cobrir seus olhos, mas achou que receberia mais olhares do que já sentias sob suas costas. Aproximou-se e colocou a mão tímida no ombro do loiro que se virou bruscamente.

—Desculpa, não queria te assustar! —Sorriu.

—Hã, tudo bem! —Scorpius sorriu junto da garota. —Sente-se. —Rose obedeceu e quase colou seus corpos, mesmo a mesa estando vazia não se sentia bem em sentar-se no “ninho” das serpentes. —O que te traz à mesa da Sonserina?

Colocou as mãos atrás da cabeça e sorriu.

—Bem, você estava sozinho e achei que meu parceiro gostaria de companhia! —Sorriu tentando ser o mais simpática possível. Antes que Scorpius pudesse responder Luke Zabini se pronunciou.

—Olá Weasley, Malfoy! —Sorriu maliciosamente e olhou para Rose, ignorando o olhar de Scorpius que implorava para que não fizesse nenhuma besteira. —Sério Malfoy, agora eu entendi porque você gosta de olha-la de costas!

Rose piscou várias vezes, desconcertada e extremamente vermelha, mas uma vermelhidão que nem seus primos poderiam distinguir. Talvez um misto exagerado de raiva e vergonha.

—Eu preciso, preciso ir! —E de forma apressada caminhou rapidamente até a mesa da Grifinória, já com mais alguns alunos. Scorpius observou-a falar algo para Tiago que parecia não entender o motivo da raiva repentina, pegou um livro e saiu do Salão Principal em passos largos.

—Você tem problemas? —Scorpius perguntou enquanto empurrava o amigo e caminhava em direção à saída.

—Vá atrás do seu amor escarlate! —Zabini gritou em resposta, recebendo é claro um gesto obsceno de volta.

Scorpius por sua vez corria, não sabia para que lado a garota havia ido, apenas escolheu um lado e continuou a correr. Encontrou-a andando ainda em passos largos por um corredor perto do pátio.

—Hey Rose, desculpa! —Gritou, mas a Grifinória não parou, apenas abraçou o livro com mais força e continuou a andar. —Ele foi um idiota, eu mais ainda por não ter falado nada, Rose!

A ruiva parou bruscamente e virou-se o encarando como quem pedia explicações.

—Desculpa, o Zabini é um idiota e não devia ter falado aquilo. —Sacudia as mãos enquanto falava sem jeito.

—Ele mentiu? —Sua sobrancelha erguida dava certo receio, mas Scorpius tomou coragem e seguiu em frente.

—Mentindo sobre?

—Você me olhar quando estou de costas?

Scorpius coçou os cabelos e respirou fundo enquanto tentava guardar o sorriso nervoso.

—Algumas vezes! —Rose revirou os olhos e voltou a caminhar, foi parada pelas mãos do Sonserino que a puxaram de volta. —Me desculpa, mas... Okay, você é uma garota!

—Bem observado!

—Não me atrapalhe! —Pediu em seguida empurrando Rose para sentar-se em um das janelas. —Meninos olham para as meninas...

—Você quer dizer que olha para mim pelo simples fato de que todo o garoto alguma vez em sua vidinha medíocre olha para uma garota? —Estava estressada com todo aquele assunto.

—Não! —Gritou. —Desculpe, é que você é bonita!

Rose tentou esconder o rosto corado, mas Scorpius levantou-o pelo queixo com uma das mãos.

—Vêm, se vou ter que explicar isso para você que seja em um lugar legal! —Pegou a mão de Rose e puxou-a para fora de escola, levando-a até as margens do Lago Negro, de inicio não falou nada, apenas jogou algumas pedrinhas na água escura, tomando fôlego.

—Malfoy? —O garoto finalmente saiu de seu transe particular e se aproximou da ruiva.

—Por que tem que ser tão difícil? —Revirou os olhos. —Me prometa que só vai falar algo quando eu terminar! —Rose assentiu e o rapaz prosseguiu. —Não tem como dizer isso de um jeitinho fofo e meloso, só sei que simplesmente gosto de você e faria tudo para estar do seu lado. Aquele dia que te beijei a força fiquei feliz, mas triste ao mesmo tempo, você deve achar até agora que foi mais uma para a minha lista que na verdade nem é tão longa, apenas a fama de Luke que passou para mim. —A ruiva abriu a boca para protestar, mas foi interrompida. —Você prometeu! Okay, quando você disse que tinha certeza de que a terceira tarefa seria a mais fácil eu fiquei bravo, eu gosto tanto de você, não conseguiria te atingir e durante alguns dias eu me odiei por gostar de você.

Scorpius andou de um lado para o outro.

—Quando o professor me chamou para me levar, eu senti medo por você. A floresta proibida é um lugar horrível quando se está sozinho, ainda mais quando se está com medo, se bem que a Weasley sabe-tudo não teme nada. No segundo dia eu achei que você tivesse se ferido e tudo o que eu queria quando você me abraçou, era te olhar e ter a certeza de que estava bem. No ataque eu tentei te proteger, mas meu medo foi tanto que acabei sendo inútil. —Aquilo havia sido ridículo e ele sabia. —Quando eu fui limpar sua testa, precisei me segurar para simplesmente não te abraçar e lamentar pelo o que fiz, mas foi no momento em que você se aninhou em mim que eu soube que não importava. Mas eu não posso ficar ao seu lado sem ao menos tentar uma vez.

Rose olhava para baixo com os olhos marejados, segurava-se para não liberar as suas lágrimas pesadas. Scorpius estava assustado com o que dissera, mas achava melhor daquela forma, talvez assim conseguisse finalmente conquistar a garota.

—Rose, fala alguma coisa, por favor! —Implorou de forma triste.

—Você está errado! —Ainda com a cabeça baixa disse.

—Scorpius? —Luke o chamara pela quinta vez. —Cara, você dormiu em cima da mesa?

Scorpius empurrou a mão do amigo.

—Acho que sim! —Deu de ombros e voltou a olhar para Rose sempre sorridente ao lado do primo. O olhar da ruiva cruzou com o seu por um segundo e a mesma abanou rindo, provavelmente percebera que o garoto dormia na mesa.

—Sonhando com a Weasley? —Zabini comia um bolinho junto de seu suco de abóbora.

—É, ela me tira o sono. —Luke revirou os olhos e riu.

—Não seria mais simples se contasse à ela?

—Acha mesmo que ela me daria ouvidos? Provavelmente me daria outro soco! —O garoto moreno riu.

—Cara, até a minha declaração é conturbada! —Essa frase foi o motivo para risadas altas de ambos rapazes.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Eu queria saber o que acham da história, digo, o vocabulário é muito repetitivo?



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