PRÓLOGO

"This could be para-para-paradise"

(Isso poderia ser o para-para-paraíso)

Paradise. A música que estava reproduzindo em meu iPod, enquanto eu estava sentada em minha cela. Isso mesmo. Estou referindo-me a uma cadeia, e a música ironicamente era Paradise. Cadeia, paraíso... Sentiu a diferença? Enfim, estávamos na cade...

– EU QUERO UM TELEFONEMA! EU TENHO MEUS DIREITOS! EU EXIJO MEUS DIREITOS! SOU QUASE UMA ADULTA! SÓ FALTA MAIS UM ANO PARA EU PROCESSAR VOCÊS! - E essa foi uma demonstração de como é nossa pequena, doce, tímida, quieta e meiga Hinata. Só que bêbada.

– Dá licença, por favor. Eu estou tentando flertar com o Gray! - Ino falou como se fosse a coisa mais normal do mundo. Outra bebum.

– Porquinha, - Falou uma pessoa de cabelo rosa, tentando plantar bananeira. Já disse que ela estava de vestido? - Sabia que isso é uma pa... Pa... Parede? - Ela praticamente cuspiu as palavras, gaguejando como se tivessem dando um nó na língua dela. Para variar, outra bêbada.

– É que a cor cinza dela é tããããão sexy. - Essa é a Ino tarando até a parede. (Entendeu o trocadilho? Gray, cinza... Não? Ok. Já parei).

– Pôneis... Chocolate... Sorvete... – Fato: Tenten fala e baba enquanto dorme. Detalhe: Ela estava dormindo em meu colo.

Sakura estava cambaleando andando de um lado para o outro da cela, choramingando e gritando o quanto a vida era injusta.

Resumindo: Eu era a única sóbria nessa bodega. O que é o mais estranho, pois dentre todas eu era única que se embriagaria a ponto de paquerar a parede, plantar bananeira de vestido e me pendurar numa grade gritando e me balançando feito um macaco. Pois é. Mas isso é um assunto do qual não gosto de falar.

Estávamos na cadeia há mais ou menos meia hora nessa mesmice. E eu tendo que aturar minhas vacas idiotas... E bêbadas. O policial disse que nós só sairíamos quando nossos responsáveis viessem nos buscar ou se alguma alma bondosa pagasse nossa fiança. Acho que vamos ficar aqui para sempre, pois nossos parentes moram em outro estado e Ino gastou nossa única ligação falando com o namorado dela, que a conversa foi mais ou menos assim:

– Oi, amor! Te amo, viu?

– Onde você tá? - Falou preocupado - Eu estou te procurando faz um tempão.

Ino começou a rir histericamente e finalmente disse:

– Na cadeia. Tchau.

– Amor, espe...

Tu, tu, tu.

Chamada encerrada.

Idiotice tem limite, até para Ino. Pelo menos ela avisou que estávamos na cadeia, mas não disse qual das vinte situadas a mais ou menos 8 km de distância uma da outra. Então lembrei. Além de tudo isso, o carro estava todo lascado. Corrigindo: o carro da Ino. Que eu estava dirigindo.

Pensando bem, que bom que era eu quem estava dirigindo, porque se alguma das outras macacas estivesse em meu lugar, certamente não estaríamos na prisão, e sim no céu, ou melhor, no inferno.

Não está entendendo nada? Não tem problema, explicarei com prazer. Ah, já ia me esquecendo. Meu nome Sabaku no Temari. Prazer.