Por um bom tempo tudo permaneceu assim, escuro.

Nenhuma imagem ou som, nenhum pensamento, nenhum assombro. Tudo parecia tranquilo, um momento de paz... Era o que ele pensava, até abrir os olhos.

– Ei, olha quem acordou – uma voz feminina se fez ouvir. Taylor abriu os olhos com dificuldade, se deparando com um par de olhos acinzentados logo acima dele, cabelos loiros caídos logo ao lado de seu rosto. O garoto piscou algumas vezes tentando entender tudo. – Tudo bem bonitinho? – ela perguntou encarando-o diretamente, olho no olho. Taylor engoliu a seco, lembrando da cena de mais cedo, “presas” a palavra se repetia em sua mente, “vampira”.

Ele se levantou rapidamente, ficando sentado no longo sofá, fazendo a loira pular para trás, se sentando logo após os pés de Taylor, os longos cabelos loiros caídos pelos ombros, os olhos cinza observando-o curiosos, ela era linda, ele tinha que admitir.

– Onde estou? Onde estão os outros? – ele perguntou recuperando sua voz.

– Se acalma bonitinho, olha pro lado – ela respondeu calmamente, sorrindo.

Taylor virou seu rosto, procurando Ethan e Sebastian, encontrando-os sentados em outros sofás da sala, cada qual cercado por uma garota.

– Oi Taylor – Sebastian disse enquanto uma garota de longos cabelos cumpridos e ruivos, encarava-o de perto, tocando seu rosto delicadamente. O loiro mantinha uma expressão tensa enquanto olhava para o amigo.

– Sebastian – Taylor cumprimentou então seguindo seu olhar a Ethan, que se mantinha sentado extremamente ereto, com uma garota de longos cabelos negros e olhos violeta o abraçando por trás, ele não parecia confortável com a situação. – Ethan...

– Oi – Simplesmente disse sem mover um único musculo.

Taylor suspirou, tomando coragem para perguntar o que tanto queria.

– O que nós, EI – ele gritou quando virou seu rosto e reparou a garota de quatro em cima dele, com seu rosto próximo de seu pescoço, do qual ela cheirava. – Que porra é essa? – ele perguntou não sabendo se ficava confuso ou com medo.

– Seu cheiro é... – ela se aproximou mais uma vez, roçando seu nariz em seu pescoço, fazendo Taylor se arrepiar – Ótimo – a garota sorriu enquanto continuava brincando – Se eu ao menos pudesse... – ela deixou a frase no ar, lambendo uma boa extensão do pescoço de Taylor, fazendo o mesmo sentir um espasmo percorrer seu corpo inteiro. Ele se levantou com pressa na mesma hora.

– Vo-você me lambeu? – ele perguntou confuso.

– Cara, não reclama – Sebastian pediu tendo plena ciência de que eles eram os mais fracos dali.

– Mas ela me lambeu! – Taylor insistiu com a mão cobrindo onde ela havia brincado.

– E dai? – sua voz se fez ouvir do sofá, e então em menos de um único segundo, ela já estava em frente ao garoto, depositando uma de suas mãos em seu rosto. – Posso fazer muito mais que isso... – Disse com uma voz rouca e provocante, sorrindo logo depois. Foi ai que suas presas apareceram, os olhos de Taylor se arregalaram, mas no momento em que as presas da garota tocaram a pele descoberta do pescoço do garoto, uma voz a impediu de concluir a ação.

– Querendo aproveitar sozinha? Acalma a emoção loirinha, a dona quer ver eles – outra voz feminina foi ouvida no fundo da sala, de onde uma garota de cabelos pretos e olhos azuis veio caminhando, se aproximando de todos, ela era sem duvida a mais velha dali, sua aparência e seu jeito a denunciavam como tal.

– Sempre estragando a minha diversão... – a loira comentou baixo, se distanciando do pescoço de Tay e encarando o garoto – Continuamos depois, sim? – Disse assim saindo da sala logo em seguida.

– Ela quer velos agora? Não podemos ficar com eles mais um pouquinho? – A ruiva junto de Sebastian se pronunciou, enquanto mordia o lábio inferior passando os dedos pelo rosto do menino, seus olhos castanhos percorrendo toda a extensão do mesmo.

– Vamos, vocês já vigiaram o bastante – a morena insistiu.

– Não seja chata, por favor, obrigada – a garota de cabelos negros junto de Ethan disse depositando um selinho no lóbulo da orelha dele. – Vai embora e deixa a gente com eles

– Não sou eu, é a dona, quer brigar com alguém brigue com ela – a morena repetiu, cruzando os braços. – Vamos logo!

– Ah – seus braços soltaram de Ethan, empurrando o garoto um pouco para frente enquanto a mesma andava até a outra, seus olhos violeta transbordando gelo e irritação. – Vamos ruiva – chamou então a outra, que ainda mantinha plena atenção no loiro, encarou ambas as meninas seria, rolando os olhos e assim se levantando do sofá, colocando as mãos nos bolsos e andando até as duas.

– Pronto, vamos de uma vez – ela disse chamando a morena, ambas então saindo da sala, sem nem ao menos olhar para os três.

– Finalmente... – a mais velha disse, suspirando – Me sigam.

Seu pedido foi mais como uma ordem, eles obedeceram sem hesitar.

A sala já era grande, mas o resto do lugar era maior ainda. As paredes eram altas, assim como cada uma das portas nos longos corredores, tudo em cores mais escuras e iluminadas por candelabros de ouro acessos a velas em diversas partes do corredor.

– Isso é assustador – Sebastian comentou baixo encarando as paredes

– A casa ou a situação? – Taylor perguntou sussurrando.

– Tudo cara, tudo isso – disse o loiro novamente. Não podiam falar muito alto, não queriam que a morena à frente os ouvisse.

– Pelo menos vocês não tinham uma garota te apertando pelas costas, que se você se mexe-se mesmo que pouco, pouco cara, ela te apertava mais forte, pra mostrar que você não podia sair, eu não ia sair mano... Pra que aquilo? – Ethan reclamava, balançando a cabeça em negação.

– Ela só tava te abraçando, pelo menos ela não ficou mexendo no seu rosto, ombro, barriga, pernas... – Sebastian disse fechando os olhos com força enquanto lembrava.

– Não reclamem, elas pelo menos não lamberam o pescoço de vocês – Taylor disse serio.

– É, nós vamos morrer – Ethan disse como se estivesse se acostumando com o fato.

– Sua positividade me comove Ethan – Sebastian disse.

– Como se você não tivesse pensado nisso – o moreno disse novamente encarando o outro.

– Eu pensei, só não queria que concordassem com esse meu pensamento. – o loiro admitiu encarando o teto.

– Calem a boca – a garota pediu a frente, sem se virar

– Ela ouviu a gente? – Ethan murmurou mais baixo ainda.

– Queria não ter, acredite - ela disse suspirando, fazendo os três se encararem e finalmente pararem de falar.

Não demorou muito depois disso pra que chegassem a duas grandes portas de madeira. A morena bateu nelas, assim as abrindo em seguida, dando a visão de uma imensa sala cor vinho, cortinas escuras, tapetes, candelabros de cristal no teto e logo ao centro uma mesa escritório, onde atrás, sentada em sua cadeira, se encontrava uma mulher, seus cabelos loiros todos jogados para o lado direito de sua cabeça, seus olhos estavam fechados, seu corpo relaxado enquanto calmamente, chupava o sangue de um homem que me mantinha ajoelhado a sua frente.

A visão fez os três darem um passo para trás, mas a morena foi mais rápida ao puxa-los para frente novamente.

– Dona, aquilo estão eles, deseja mais alguma coisa? – ela disse abaixando a cabeça a mulher, que então tirou as presas do homem, sua expressão era de pura êxtase, lambeu o redor de sua boca, suja de sangue, então abrindo os olhos, exibindo suas lindas orbitas azuis, enquanto um sorriso gentil dominava seu rosto.

– Obrigada querida, poderia levar este aqui por mim? Ainda tem um pouco, se quiserem, é todo de vocês, pode dizer isso às meninas - a mulher disse levantando o homem que se mantinha um pouco consciente. A morena caminhou até ele, segurando-o.

– O senhor está bem? – ela perguntou, com um sorriso um tanto cruel

– Onde estou indo? – ele perguntou sem forças

– Não se preocupe, vamos cuidar de você – ela respondeu cheirando o sangue que restava no pescoço do homem, seus olhos se tornaram completamente vermelhos enquanto as presas da mesma se alongavam por alguns instantes, até a garota respirar mais uma vez, e voltar ao normal. – Vamos cuidar muito bem – repetiu, assim saindo da sala, fazendo reverencia a mulher atrás da mesa e fechando as portas numa batida forte e estrondosa.

– Muito bem, meninos... - a mulher disse se inclinando para frente, encarando um por um nos olhos, ela era deslumbrante, mas seu olhar era perturbador, frio, assustador. Um sorriso largo se abriu em seu rosto delicado, para ela, aquilo seria extremamente interessante, para eles, aquele seria provavelmente um pesadelo se tornando realidade - Sejam bem-vindos a Mansão Hough.

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