– Onde estamos? – o primeiro garoto perguntou se levantando da grama. “Como havia parado ali?” não sabia, não lembrava de nada, a única coisa clara em sua mente era seu nome. Ethan. O moreno procurava alguma recordação, alguma memória que o fizesse saber onde era aquele lugar, quando e como chegará ali, mas nada lhe vinha a mente, nada.

– Eu não me lembro de nada, porque não me lembro de nada? – o segundo garoto perguntava a si mesmo, sentando encarando fixo o chão, tentando ao máximo responder suas próprias questões. Seus cabelos loiros bagunçados, sujos pela terra, seus olhos azuis atormentados pela confusão presente. Sebastian não gostava da idéia de estar ali.

– Estamos perdidos, é isso? – o terceiro e último garoto se pronunciou, levantando e olhando ao redor, só mato, só árvores, nada de trilha, nada de casas. Seus cabelos castanhos se mexiam com o vento enquanto Taylor procurava, sem cessar, um escape dali.

– Acho que devíamos seguir pela floresta, ver onde vai dar... Procurar comida seria uma boa – Sebastian se pronunciou, levantando.

– Concordo com o loiro, quem sabe a gente acha abrigo também. – Ethan disse caminhando para mais perto dos garotos.

– Vamos simplesmente sair andando? – Taylor perguntou levantando a sobrancelha.

– Exato. – Sebastian e Ethan concordaram juntos, fazendo Taylor sorrir de lado, rindo.

– Não sei porque eu vou fazer isso, ficar andando pela floresta junto de dois completos estranhos mas... Não tenho nada a perder, vamos. – Disse começando a caminhar na frente dos outros. – Alias, vocês são?

– Sebastian – o loiro se apresentou.

– Ethan – o moreno disse.

– Sou Taylor – terminou assim as apresentações o garoto, que voltou a caminhar.

Não mais que meia se passou e seus pés já doíam, não haviam achado nada, nem comida, nem lugar pra ficar, a pergunta pairava no ar: “O que faremos se não existir comida ou abrigo?” mas ninguém queria responde-la, ou talvez, nenhum deles soubesse como responde-la.

– Estou vendo aquilo ali mesmo ou é uma ilusão pregada pelo meu estomago por falta de comida? – Sebastian comentou apontando para uma mansão vinho, um pouco longínqua dali.

– Bem, eu estou vendo tambem – Taylor confirmou.

– Não vai matar andar mais um pouco até lá, neh? – Ethan disse se levantando da pedra onde estava apoiado e começando a andar – Só espero que valha a pena.

Mais alguns minutos e finalmente chegaram em frente a bela mansão, era maior do que pensavam, localizada na saída da floresta, e logo atrás dela, somente uma vastidão de verde, nenhuma casa, nenhum carro, nada.

– A gente... er... Bate? – Ethan perguntou meio confuso sobre o que era o melhor.

– Com medo de que Ethan? – Sebastian disse tomando atitude e caminhando até as duas grandes portas de madeira, encarando as mesma por uns segundos antes de bater duas vezes.

– Empurra, pode ser que esteja aberta – Taylor sugeriu.

Sebastian engoliu a seco, não sabia o porque, não entendia muito bem, mas um nó se formava em seu estomago. Suas mãos forçaram as portas que se abriram no mesmo instante, dando passagem a uma luz forte vinda de dentro que iluminou os três garotos agora próximos da porta, lá dentro, um lindo hall de entrada, com candelabros de ouro e escadas largas, paredes num tom de cinza escuro, chão de madeira, decoração sofisticada e cara e o mais importante, garotas, várias garotas, especificamente doze. Elas falavam, brincavam, mas assim que as portas se abriram, seus olhos se voltaram para os três meninos lá fora.

Silêncio.

Os três podiam sentir o aroma doce vindo delas, a beleza encantadora de cada uma, a expressão seria no rosto de todas ao encara-los, até que de repente, um sorriso cruel surgiu em seus lábios, para ambos os garotos aqueles sorrisos lhes transmitiam somente uma coisa: medo. Seus corações batiam forte. “Onde fomos nós meter” Sebastian pensou consigo mesmo enquanto observava o rosto das garotas que pareciam se divertir com a situação, até uma lhe atrair a atenção, não só dele como dos outros também, ela ria, baixo, nada realmente extravagante ou que chama-se atenção, uma risada controlada e suave, mas que preenchia o cômodo banhada de terror.

– Mas o que- Ethan arregalou os olhos ao mesmo tempo em que Taylor dava um passo para trás murmurando xingamentos. Ali bem em frente a eles, a boca da menina de abria, exibindo todos os seus dentes, seus caninos se alongaram, ficando maiores e afiados.

Eles sabiam o que ela era, sabiam o que todas dali eram, mas não queriam acreditar, aquilo se quer era possível?

Como um sopro suave do vento, o estrondo da porta de fechando se fez ouvir, desesperados tentaram abrir a mesma mas não tiveram sucesso, ao se virarem novamente perceberam que todas as garotas se encontravam próximas, bem próximas, seus caninos afiados, expressões cruéis, olhos vermelhos, e ao som das batidas de seus corações, a sala foi se escurecendo, até finalmente tudo pertencer ao preto.

Onde estavam? Porque estavam ali? Eram perguntas que naquele momento pareciam sem respostas. Somente de uma única coisa, de uma única coisa, eles tinham certeza:

Eles estavam em perigo ali.

Elas eram vampiras, e eles... Eram o jantar.