As Aventuras dos Marotos escrita por Aki Nara


Capítulo 7
Capítulo 7 - As Desilusões




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Cena 1 – O Desencontro

 

Os campos floridos, a grama verde e o cupido acertando os corações anunciavam a primavera em Hogwarts, os rapazes e garotas que se contaminaram com a febre do amor, agora formavam casais de namorico nos intervalos das aulas.

 

Remo estava na enfermaria após passar uma noite de cão, melhor dizendo, de lobo. Sua visita mensal a Madame Pomfrey já eram de conhecimento dos amigos. Seu medo em contar a verdade aos amigos mostrou-se absurda e agora ele tinha a certeza que as amizades que conquistou eram para sempre. Nada havia mudado entre os Marotos, era como o grupo ficou popular entre as garotas, Remo sorriu, James e Sirius eram populares, ele e Peter só recebiam atenção por causa deles.

 

_ Lupin! O Sirius ainda não passou por aqui?

 

_ Andrômeda! Quer dizer... - Remo emendou nervoso - Desculpe! Posso chamá-la assim? É que Sirius não gosta que o chamem pelo sobrenome – sem jeito tentava se explicar – e, não. Ele ainda não passou por aqui.

 

_ Oh! É claro que pode. Eu também prefiro ser chamada pelo nome de batismo, mas que estranho! Ele me pediu para que eu viesse encontrá-lo aqui – ela franziu a testa e se sentou na cadeira próxima à cama. – Nossa! O que vocês andaram aprontando?

 

_ Vocês? – sorriu. – Você que dizer o que eu aprontei – riu sem querer – sou eu quem está aqui todo quebrado.

 

_ É verdade, mas... é que vocês sempre andam juntos, conheço como são James e Sirius. - Andrômeda riu encantadoramente – e como eu vejo sempre você metido nos livros como a Lily, eu estou concluindo que talvez você tenha sido menos ágil que os outros.

 

_ É, acho que sim... – ficou meio abobado e falou sem graça.

 

O silêncio se prolongou enquanto Andrômeda se divertia ao observar seu desconforto e Remo baixou os olhos para o lençol mortificado pela sua incompetência em travar um diálogo.

 

_ Acho que vou procurar por ele, afinal – ela se levantou.

 

_ Ah! Fica mais um pouco... – sobressaltou-se, mas perdeu a fala. Não encontrava uma desculpa plausível para ela ficar em sua companhia.– Bom, é que...

 

_ Eu sei! Você fica muito sozinho aqui, não é? – fez menção de se sentar novamente. – Então, vou ficar mais um pouquinho, mas é que preciso me encontrar com o Ted.

 

_ Ted? Ted Tonks da Cornival? – disse surpreso. – Você tem um encontro com ele?

 

_ É... - ela corou mortificada ao se explicar - nós estamos namorando.

 

_ Ah! – a decepção foi evidente e encontrando um restinho de coragem a encarou – então, não quero atrapalhar... Eu digo pro Sirius que você esteve aqui.

 

_ Puxa, Remo! Desculpa por não poder ficar... – ela se levantou novamente – eu posso te chamar pelo primeiro nome também?

 

_ É claro! - deu um arremedo de sorriso.

 

_ Eu gostei muito de conversar com você. Tomara que nos tornemos amigos. Até mais.

 

Andrômeda saiu após lançar-lhe um adeus da porta. Remo desabou na cama, puxou o travesseiro e cobriu a cara para ninguém ver suas lágrimas. Tinha acabado de levar um fora sem nem ao menos ter tido a chance de confessá-lo.

 

Cena 2 – Um Coração Partido

 

O campo de treino para quadribol estava vazio, Lílian aguarda sentada num dos bancos de pedra e enquanto espera pelo seu amigo Severus devorava o seu livro de poções. Estava tão concentrada que nem percebeu a presença de outra pessoa ao seu lado e quando resolveu fechar o livro tomou um susto.

 

_ Nossa! – assustou-se e disse zangada. – Severus, você me assustou.

 

_ Desculpe, Lily. Você estava tão concentrada que eu não quis atrapalhar.

 

_ Está bem! E o que você queria falar comigo?

 

_ Eu... – ele se calou e olhou para os seus sapatos.

 

_ Bom, se você não vai começar... – fez uma pausa antes de continuar. - Eu também queria te dizer algo.

 

_ É? – Severus olhou para Lílian surpreso e com uma expressão de esperança no rosto – você sabe que eu gosto muito de você, não sabe?

 

_ Espera!

 

Lílian o interrompeu pousando a mão em sua boca, porém Severus segurou as mãos dela, entre as suas, deixando-as assim enquanto olhava bem dentro dos olhos verdes.

 

_ Eu não tinha certeza, mas agora você me deu coragem... há muito tenho guardado isso só pra mim – os olhos negros estavam límpidos – eu estou apaixonado, Lílian. Tenho certeza até de que é amor.

 

Ela corou, pois não estava acostumada a receber declarações e a ter sentimentos além da amizade. Até agora seus interesses se limitavam a Hogwarts, magia e poções. Portanto, não sabia como responder ao sentimento dele sem magoá-lo.

 

_ Severus, não! – Lílian levantou-se bruscamente e lhe deu as costas. – Eu nunca senti nada diferente por nenhum garoto e por isso não entendo nada de amar, mas sei que o que sinto por você não irá além da amizade. Eu sinto muito, não podemos continuar como estamos?

 

Lílian não notou a dor e a desilusão no rosto do amigo, pois estava de costas. Um longo silêncio se fez antes que Lílian se voltasse novamente e então, ele já havia adquirido um ar distante, os olhos límpidos estavam turvos. Ela nunca imaginou o quanto seu amigo podia se tornar frio e percebeu tarde demais, que nada seria como antes. Quando Severus finalmente falou, sua voz estava sem entonação como se falasse palavras decoradas.

 

_ Sem chance, Lílian Evans. Você era a única luz que eu enxergava e agora se apagou. Se me avistar finja que eu não existo, pois é o que farei daqui para frente.

 

Severus se virou e partiu sem olhar para trás. Ele não viu as lágrimas que escorriam no rosto de Lílian. Ela nunca pôde lhe dizer o quanto à amizade deles significava e ele nunca chegou a saber por não querer ouvir.


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