As Aventuras dos Marotos escrita por Aki Nara


Capítulo 66
Capítulo 66 - A Escolha de Lílian




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Cena 1 - Amizade

Lílian andava de um lado para o outro no salão comunal da Grifinória quando Peter apareceu na base da escada.


_ É melhor você ir na frente. Ele nem está conseguindo vestir a calça.


_ Mas... – ela segurou as mãos frias de Peter com ar preocupado.


_ Não se preocupe, Lily. A gente leva ele nem que seja numa maca. Você sabe que eu não perderia aquelas guloseimas certo?


_ Certo – ela apenas sorriu com doçura.

Lílian esperou Peter sumir no topo da escada e esvoaçou o vestido de tafetá para pegar o xale no sofá. Ela saiu para os corredores que a levariam para o grande salão quando avistou Severo enregelado no pátio.


_ Pretende fazer penitência? – os olhos verdes lançavam faíscas.


_ Não estou arrependido – a boca sempre falava o contrário.

Lílian o estapeou deixando a marca de seus dedos no rosto pálido e depois o abraçou com ternura.


_ Fizemos um voto perpétuo, lembra?


_ É – ele a segurou-lhe os ombros para ver os olhos verdes que tanto o fascinavam, olhos límpidos que nunca mentiam.


_ Nenhum de nós morreu... Confio que fará o que é certo, mesmo que você não acredite nisso.


_ Então, continua me amando?


_ Sim. Você é meu único e melhor amigo. Você se lembra disso?

Lílian invocou seu patrono e uma corça azulada surgiu graciosamente interpondo-se diante de Severo para afagar-lhe a mão.


_ Você me ensinou essa magia. Sabe qual é a lembrança mais feliz que tenho?


_ Não... – Severo disse com a voz embargada.


_ Do dia em que nos conhecemos e você fez as folhas se transformarem em borboletas.


_ Ah! Assim?

Severo movimentou a varinha em círculos fazendo as folhas caídas no chão se levantarem suavemente ao redor de Lílian até que com um movimento brusco e preciso, as folhas ganharam vida.

Ela riu feliz como uma criança ao ver a revoada das borboletas violetas e azuis  e rodopiou como uma bailarina sendo seguida em seus passo por seu patrono.

Severo abaixou os braços e as folhas caíram  até restar apenas um, ela parou prendendo a respiração para acompanhar o vôo solitário da borboleta que pousou em seu rosto e com um leve farfalhar de asas deixou-lhe a sensação de um beijo delicado.

Cena 2 - Amor 

James havia pedido para que seus acompanhantes vestidos de piratas seguissem para o salão. Ele queria assistir à cena sem interferências.

Ele sentiu inveja de seu rival por usar a magia para produzir algo tão belo. Ele jamais conseguiria impressionar Lílian sem a ajuda dos amigos, mas se considerava um felizardo por tê-los.


_ Você lembrou – Lílian acariciou o rosto ainda vermelho.  – Doeu muito?


_ Muito mais aqui – Severo tocou o peito na altura de seu coração.


_ Então, faça disso sua lembrança mais feliz – Lílian beijou-o no rosto.
Severo corou tocando a face quente.


_ Está frio – James surgiu das sombras vestido de Soldado de Chumbo. – Vocês querem congelar?


_ Eu estava tentando quebrar o gelo.


_ Você descongelaria até a Montanha do Himalaia com esse beijo – James colocou as mãos nos bolsos para não se sentir tentado a socar a cara de Severo.


_ Podemos ser amigos, só por hoje? – os olhos suplicantes de Lílian passeavam entre os dois rapazes.


_ Não. – Foi a resposta lacônica e unânime que ela recebeu.


_ Tudo bem. Eu posso ir sozinha e vocês se fazem companhia – ela caminhou a passos largos.


_ Lílian! – James tentou segui-la, mas a dor o impediu  fazendo-o se curvar.


_ Você está bem? 

Um Severo visivelmente desconcertado o amparava ajudando-o a manter as costas eretas.


_ Quem dera todos os rivais fossem como você – James estava admirado.


_ Ah! Agora sim. 

Lílian voltou colocando-se no meio dos dois e para a surpresa ser completa eles haviam encontrado outro trio pelo meio do caminho. Remo, Andrômeda e Ted com suas respectivas fantasias de Lobo Bom, Chapeuzinho Vermelho e Caçador se juntaram ao grupo.

Cena 3 – O Pedido  

Assim que eles entraram no Grande Salão foram arrastados por uma horda de alunos que se amotinavam ao centro para dançar. Sirius foi instantaneamente agarrado por alguém fantasiada de cachorra deixando Peter aos cuidados da mesa com quitutes.

A festa estava a pleno vapor quando James, Lílian e Severo adentraram, seguidos por Remo, Andrômeda e Ted. Por um momento o tempo pareceu parar, era muito estranho ver aquele grupo juntos, mas como em dia de festa nada era novidade por muito tempo... Logo, as fantasias se misturaram ao ritmo frenético da banda e num passe de mágica os outros sumiram deixando dois grifinórios a sós.


_ Está perdido Soldadinho de Chumbo? – Lílian brincou.


_ Não, mas adoraria me perder com uma linda bailarina!


_ Essa foi o Sirius que te ensinou, não foi?


_ Bingo! – James sorriu levantando o polegar.

Lílian abraçou a cintura de James para servi-lhe de apoio. Eles andaram lentamente para um local mais afastado da pista de dança. Estavam para sentar quando as luzes se apagaram e os castiçais na mesa se acenderam magicamente. 

James esperou Lílian se acomodar para fazer o mesmo de modo vagaroso, pois sentia como se o ossos houvessem sido triturados.


_ Tudo bem? – Lílian falou num tom preocupado.


_ Nada que um sorriso seu não cure. 


_ Você está muito galante hoje – ela sorriu.


_ Estou seguindo o roteiro escrito pelo Remo, mas como já não tenho o buquê de flores pra te dar... Deixa eu ver... Dança! Definitivamente não... – disse olhando para o papel com a cola.

Lílian gargalhou divertida.


_ Como nada está saindo como está escrito, então, eu vou jogar esse papel fora, pular um monte de coisas e ir direto para o evento principal da noite. Está preparada? – ele sorriu enviesado.


_ O que devo esperar? – Lílian olhou para os lados desconfiada.


_ Calma! – James se levantou e se ajoelhou apesar da eternidade que levou.


_ Por Melim! É o que estou imaginando?

James segurou-lhe as mãos roçando os lábios neles.


_ Lílian Evans, aceita ser minha esposa? Escolha um dos lados. Direita ou esquerda? – ele colocou as mãos em cada bolso da calça. 


_ Errr... Direita?? – Lílian disse indecisa.


_ Biiip! Nada aqui – abriu a mão direita.


_ É a esquerda, com certeza.


_ Biiip! Biiip! Nada aqui também – abriu a mão esquerda.


_ Nossa! O que tem aí atrás de sua orelha? – ele fingiu surpresa.

Lílian riu e agarrou a mão direita de James. O anel tinha uma única pedra verde ao lado de uma vermelha. Os olhos verdes marejarvam radiantes e ela apenas sorriu.

Se James esperava por um “sim” não foi necessário porque ela colocou o anel em seu dedo anelar esquerdo como se já estivessem casados.


_ GENTE! ELA DISSE SIM! – esqueceu a dor e vibrou se levantando de supetão. – Ai! Droga! Que dor... Mas é gostosa.

Sirius correu para parabenizá-los, assim que James sinalizou o “V” de Vitória para ele e todos os outros, marotos, amigos e alunos se chegaram formando algazarra e burburinho, com exceção de Severo.


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