As Aventuras dos Marotos escrita por Aki Nara


Capítulo 65
Capítulo 65 - A Marca de Severo




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Cena 1 – O Desafio

A chuva fustigava Hogwarts numa despedida para os alunos formandos. O Baile de Formatura à fantasia seria realizado logo mais. Seria um baile inesquecível se o tempo permitisse, mas por enquanto, os alunos se locomoviam usando um artefato trouxa muito útil chamado guarda-chuva.

James saiu da estufa com um ramo de flores, era muito importante que tudo corresse conforme o planejado, pois seus próximos anos dependiam de seu sucesso ao pedir a mão de Lílian.

Ele apertou o passo, o tempo estava curto demais para se arrumar e esperar por ela no salão comunal. Estava a poucos passos do quadro da Mulher Gorda, mas parou ao sentir alguém a espreita.


_ Saia! Seja lá quem for! – disse retirando a varinha do bolso.

Severo apareceu com a sua em riste, olhar sedento por sangue e a boca curvada num ricto de escárnio. Ele não era mais o garoto que os marotos pegavam para azarar.


_ Não tenho tempo, Severo. Nós não somos mais crianças inconseqüentes brincando de azaração. 


_ São palavras bonitas que só servem pra quem nunca foi humilhado. Quero ter o direito de redimir minha honra num duelo. Ou... Você não tem coragem suficiente quando se trata de um por um?

James comprimiu os lábios diante do desafio, no entanto, ele acabou sorrindo.


_ Boa tentativa, mas não estou com vontade. Eu tenho um encontro hoje à noite. Vá se divertir, Severo. Você está é precisando de uma namorada – ele deu-lhe às costas com descaso.


_ SECTUMSEMPRA!

O feitiço lançado não teve o objetivo de acertar, mas passou rente estraçalhando o buquê. A mulher gorda gritou fugindo de seu quadro enquanto James rolava no chão esquivando-se de outro possível ataque.


_ Atacar por trás... Belo exemplo de coragem. É isso que ensinam na Sonserina? – James se levantou rapidamente em postura de defesa.


_ Aceita o duelo e eu te mostro o que aprendi! – Severo estava lívido de raiva, o rosto sempre inexpressivo contorcido pelo ódio.

Cena 2 – O Duelo

Lílian deu um salto da cama, pois seu coração se comprimiu...


_ James!

Ela correu desabalada saindo do dormitório, desceu a escadaria voando e passou pela sala comunal até se deparar com Severo e James em posição de duelo.


_ Afaste-se, Lily! – James desviou sua atenção para ela.


_ NÃO! – ela gritou, mas já era tarde demais.


_ CRUCIUS! – um jorro de luz azul acertou James em cheio fazendo-o urrar enquanto se curvava de dor.


_ Onde está meu amigo que não reconheço mais? – Lílian se pôs na frente para impedir a visão de Severo e o encarou entristecida. – Não consigo acreditar que foi capaz de usar uma maldição imperdoável.


_ Saia, Lily. Isto é um acerto de contas entre mim e Potter. Não quero machucá-la...


_ Só por cima do meu cadáver... Conseguiria isso? – ela esbravejou. 


_ Não me obrigue, Lílian – havia uma firmeza assustadora em sua voz.

Lílian andou para trás até James e se abaixou para socorrê-lo ficando horrorizada ao perceber que um fio de sangue escorria por sua boca. James se levantou com visível esforço afastando-a delicadamente para trás de si, com clara intenção de protegê-la. 


_ Eu aceito que queira se vingar de mim por todas as humilhações que sofreu Severo – ele encarou-o bem dentro dos olhos – mas não deixarei que toque num fio de cabelo de Lily.

Severo caiu em si pelo choque de ver seu rival realizar o que ele sempre sonhou em fazer, era ele quem deveria amá-la estando ao seu lado para protegê-la. O braço formigou dolorosamente, a marca negra surgia como se tivesse vida própria anunciando que seu batismo estava completo. Ele era um Comensal da Morte e seguidor do Lorde.


_ Estamos quites – ele abaixou a varinha e caminhou lentamente para trás sem se virar, mas ao avistar Sirius e Peter seguiu apressadamente para o lado oposto. 


_ O que aconteceu? Eu acabo com aquele verme.


_ Eu preciso de ajuda... 

James se apoiou nele e desmaiou quase caindo de joelhos se Sirius não o tivesse segurado. O olhar dele ainda seguiu na direção em que Severo havia sumido.


_ Precisamos levar James para a enfermaria. Por favor... – as lágrimas e o tom suplicante de Lílian atenuaram a fúria de Sirius.


_ Me ajuda aqui, Peter. Esse cara pesa quando está de peso morto - eles apoiaram os braços de James para levá-lo.

Cena 3 – Erro sem Volta

Sirius e Petter aguardavam fora da enfermaria enquanto James era atendido por Madame Pomfray.


_ Então? Ele está bem? – Lílian indagava com os olhos marejados de preocupação. 


_ O corte na boca e os arranhões foram superficiais, mas as dores generalizadas pelo corpo não vão ceder tão facilmente. O que aconteceu? – Madame Pomfray especulava deixando Lílian nervosa.


_ Foi apenas uma queda, Madame. Um descuido que infelizmente jamais se tornará a repetir, mas tive que vir me despedir... – James piscou para a senhora. 


_ Potter! Eu já cuidei de mais quedas e ferimentos para saber que...

_ Se precisar falar com o Diretor, que não seja hoje. É nossa festa de formatura... 


_ Não creio que você esteja em condições de ir para esse baile – madame disse zangada.


_ Hoje é um dia especial, sabe. – James gesticulou para que madame se aproximasse e lhe segredou ao ouvido.


_ Oh, meu rapaz! Diante dessas circunstâncias chamarei seus amigos para ajudá-lo – os olhos da senhora  brilharam ante da confissão do jovem rapaz. 


_ O que você disse? – Lílian estava curiosa diante da reação totalmente diferente de Madame que saiu para chamar os outros marotos.


_ Acho que como toda francesa, Madame Pomfray adora um romance – a covinha se formou no sorriso maroto. – Não perderia esse baile por nada neste mundo, afinal tenho um encontro com a garota mais linda da escola.


_ Então, acho que precisamos correr porque eu também tenho um encontro – Lílian sorriu de volta.

Alheio a toda movimentação, Severo olhava para a noite sem luar, as nuvens e o vento frio indicavam que a chuva logo se transformaria em neve. Ele olhou saudoso para a construção em volta do pátio. 

Hogwarts havia sido mais que uma escola, aquele lugar estaria marcado como seu lar e agora sabia que se houvesse uma chance para voltar não perderia a oportunidade e  nem mediria esforços para isso.

Ele podia ouvir o som da música vindo do Grande Salão, hoje não haveria mesas separando as casas, nem mesmo qualquer tipo de preconceito, a alegria do formando venceria a ocasião e teria sido num momento como esse que escolheria para pedir a mão de  Lílian.

Um sorriso amargo surgiu ao perceber que havia perdido o rumo quando se afastara dela e agora, finalmente a névoa em seus olhos havia se dissipado despertando-o para a verdade.

Ele era capaz de invocar magias poderosas e ludibriava o escrutínio do lorde, mas se deixara aliciar pelas trevas por nada. Não existia satisfação no que fazia e se perguntava quantos erros mais lhe seria permitido antes de morrer.

Severo suspirou exasperado consigo mesmo exalando fumaça pela boca. O braço doía e a culpa era dele mesmo por ter permitido que fosse marcado como gado. Balançou a cabeça tristemente e deixou-se ficar ao relento enquanto os flocos de neve caiam.


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