As Aventuras dos Marotos escrita por Aki Nara


Capítulo 64
Capítulo 64 - A Solução para Remo




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Capítulo 1 – Hoje

Remo chegou a Casa do Grito quebrando o que podia ao redor urrando a plenos pulmões até que estivesse exausto e totalmente ferido, a raiva cedia para a dor em seu peito e ele se largou no chão num pranto silencioso. As horas passaram e os olhos secaram, mas o vazio nunca mais seria repleto, ele havia entregado seu amor de bandeja.

Desde que ele havia presenciado a conversa entre Andrômeda e Ted uma dúvida surgia como erva daninha, a de como teria sido “se” ele houvesse insistido e lutado para realizar o sonho dela, mas depois vinha a certeza implacável de que ele não era o bruxo certo para ela. Talvez, a bruxa certa para ele estivesse ainda para nascer, um ricto irônico surgiu em sua boca ao pensar nisso.

Remo olhou para o estrago a sua volta e para os hematomas, o que faria de sua vida para ser útil. Dumbledore lhe havia oferecido um emprego de assistente em DCAT, mas sabia que seria difícil evitar as crises e a segurança dos alunos estaria comprometido sem alguém que pudesse fazer-lhe a poção. O caminho para o funcionalismo público estava fechado e jamais seria um Comensal da Morte.

_ Ow! O que foi tudo isso? – James apareceu no vão da porta olhando ao redor com espanto.

_ Raiva contida.

Não havia outro caminho além da ODF. O diretor lhe dera mais essa opção conversando com ele há algumas horas quando lhe questionou sobre as faltas ocorridas num período sem lua cheia. Ele sabia que a raiva interior precisava ser canalizada de alguma forma, além do que a luta de James era a sua também. Não era mais uma questão de vingança pessoal, mas agora tinha uma razão melhor para lutar, trava-se de defender um mundo melhor para as pessoas que amava.

_ Tudo bem agora? – ele se sentou ao lado cutucando o amigo com o ombro.

Ele realmente queria que Andrômeda fosse feliz e a felicidade dela estava por um fio, caso o Lorde das Trevas continuasse sua ascensão de terror contra trouxas e mestiços. No final, querendo poupá-la ele a fizera optar por um futuro mais perigoso e não havia como retroceder no tempo após ferir-lhe os sentimentos.

_ Tudo.

Remo se levantou e parou com a autocomiseração, ele pediria para Lílian ajudá-lo com a poção, pois precisava disso para correr contra o tempo, a formatura estava próxima e James não estaria só, o sofrimento deveria ficar guardado para as noites solitárias.

_ Preciso de você, amigo – James se levantou induzido por Remo.

_ De mim? Manda.

_ Como se pede uma garota em casamento? – James ajeitou os óculos e passou a mão no cabelo visivelmente nervoso.

_ Acho que não sou o cara certo pra te responder isso – ele sorriu enviesado.

_ Bom. É melhor correr o risco contigo do que com o Sirius, não acha?

_ Tudo bem. Você me convenceu. Só que não se trata de qualquer garota, certo?

_ Certo.

_ Estamos falando da Lílian – ele encarou o amigo.

_ E quem mais seria? – James cruzou os braços na nuca.

_ Só pra ter certeza – dessa vez o sorriso de Remo era genuíno. – E pra quando está planejando?

_ O mais rápido possível.

_ Por que a pressa? Você não... – Remo disse com olhar acusatório.

_ NÃO! – James seria capaz de se enterrar sentindo a queimação no rosto subir.

_ É claro! A Lílian é dureza. – Remo gargalhou. – Vamos andando. Mas então, por que a pressa?

Eles caminharam para fora do cômodo.

_ Por que a gente vai morar debaixo do mesmo teto. Eu e ela.

_ Errr... Eu também.

James ficou petrificado.

_ E o Sirius.

Remo podia ver o amigo colocando a engrenagens da cabeça para funcionar.

_ De quebra o Peter?

A boca de James tremeu fazendo Remo se divertir.

_ Estaremos todos bancando o empata – Remo colocou o braço fazendo peso nos ombros do amigo. – Você não achou que se divertiria sozinho, não é?

Remo gargalhou pra valer porque tinha descoberto o grande plano falho do amigo.

_ Fala sério!! – James ficou cabisbaixo e mofino.

_ É nobre de sua parte, mas um motivo fraco pra pedi-la em casamento.

_ Eu preciso de um motivo?

_ Seu eu tenho que te dizer, você vai precisar descobrir – Remo sorriu de um jeito maroto.

_ Cara! Você não está ajudando.

_ Talvez, eu pretenda te passar a rasteira. – Remo correu gargalhando pra fugir de um provável ataque.

_ Hey! – James perseguiu o amigo.

Cena 2 – Agora

A Sala de Feitiços estava vazia, Cornival e Grifinória haviam compartilhado aquele lugar por vários anos e Andrômeda pretendia guardar cada momento em seu coração.

Era o que gostaria de levar dos sete anos que passara em Hogwarts. Tinha passado uma vida ali convivendo com os professores e suas esquisitices, as aulas e seus ensinamentos, as brincadeiras com os amigos...

Remo apareceu na porta e o coração dela disparou. A alma não reconhecia o que a razão já sabia, que estava tudo terminado. O tempo parou como se eles estivessem num mundo próprio e os corpos se aproximaram automaticamente porque assim foi por todo esse tempo.

_ Eu fiz tudo pra te evitar, Andy...

_ Eu sei – ela tocou o rosto dele como se quisesse guardá-lo para sempre.

_ Mas, eu não resisti e te segui... Amo você, Andy – ele afundou o rosto nos cabelos aspirando-lhe o perfume.

_ E eu quero te odiar... Suma! Antes que mude idéia... Antes que não consiga cumprir a promessa que fiz para Ted...

_ Eu nunca... vou poder... realizar... os seus sonhos – ele disse beijando-a por todo o rosto enquanto acariciava-lhe os cabelos.

_ Basta que realize apenas um. – Andrômeda puxou-o para fora da sala, as escadarias não pareciam ter fim enquanto corriam até que uma porta surgiu diante deles do nada.

_ Que lugar é esse? – Remo estranhou a cama de dossel e outras coisas que não lhe interessavam.

_ Não sei. Deveríamos estar na Sala Precisa. Onde fazemos nossos encontros da G.M.B.

_ O que foi que pediu? - Remo a beijou sofregamente como se daquilo dependesse sua vida.

_ Pedi um lugar onde o tempo parasse pra nós.

Ele não deveria ter vindo, mas nada o faria se arrepender daquele momento insano, não havia um amanhã para eles, portanto eles se amariam agora.


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