As Aventuras dos Marotos escrita por Aki Nara


Capítulo 55
Capítulo 55 - O Caminho




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Existem três caminhos que levam às trevas: o caminho mais fácil, o caminho do erro e o caminho da tristeza. Mas por mais encantador que possa lhe parecer no começo... A solidão é sua recompensa final.

 

Uma vez dentro, difícil é a resolução para sair dela, porém não impossível. Qualquer coração tomado pelas sombras pode rever a luz se um dia já esteve iluminado. Só quem nunca conheceu a luz permanece perdido no labirinto de seus próprios medos.

 

Dumbledore tamborilava os dedos. Por debaixo dos óculos de meia-lua, um par de olhos vivazes folheava os arquivos de seus alunos, onde três pastas se sobressaiam no monte e o faziam pensar nas decisões que aquelas crianças tomariam.  

 

Cena 1 – O Caminho Mais Fácil

 

As sombras da noite tornavam o castelo mais soturno, porém o silêncio era quebrado pelas vozes sussurradas, que tanto poderia ser tanto dos quadros, dos fantasmas ou mesmo de alunos fora de suas casas.

 

Algum tempo atrás, os marotos, principalmente Sirius e James, atormentavam Severus, algumas vezes em público. Hoje, tendo Lílian como namorada, James não o incomodava mais. Porém, ele não se esqueceria de cobrar por cada humilhação.

 

_ Então, Peter! Quais são as novas dos seus “amiguinhos”?

 

Peter tremeu ante a voz controlada de “Ranhoso” porque ele sabia que o perfil de “idiota” era um embuste. Os marotos não sabiam o quanto Severus podia ser traiçoeiro.

 

Peter respirou fundo para obter a coragem que não tinha. Sua mente formava uma cena em que todos seriam amigos um dia. E embora soubesse que isso seria impossível, preferiu mentir para si mesmo. Afinal, ele estava sendo coagido.

 

_ James foi declarado maior de idade.

 

_ Me conta uma novidade. Ele foi aceito na ODF? Não é esse o nome da ordem que quer combater o Lorde das Trevas?

 

_ É. Mas, não o aceitaram. Pontas precisa se formar primeiro.

 

_ Que tolo – Snape soltou um riso cheio de escárnio. – E como os outros receberam a notícia?

 

_ Recorremos a Professora McGonagal. Todos nos formaremos mais cedo.

 

_ Você também Rabicho? – ele alfinetou diante dessa perspectiva absurda.

 

_ Não é da sua conta, mas a sua querida Lílian está nessa também – Peter contra-atacou uma resposta imediata.

 

_ Coisas de sangue ruim...

 

_ É. – Peter colocou todo veneno que podia naquela única afirmação.

 

Às vezes, o cara de morcego podia ser até afável quando ria como a pouco, mas normalmente ele compunha bem a máscara de indiferença, mas Peter sabia bem onde ficava o calcanhar de Aquiles e faria uso disso quando tivesse uma chance.

 

_ Legilimens!

 

Peter foi pego de surpresa, sentindo o horror de ter seus pensamentos desnudados por “Ranhoso”, todos os temores, os planos, as armações, era como se tudo estivesse sendo sugado.

 

_ NÃO!! Pára com isso – gritou enquanto caia de joelhos.

 

_ Você deveria guardar melhor seus pensamentos mundanos, Peter. Que coisa feia!!

 

_ Vá se danar!

 

Peter estava furioso, mas sentia-se impotente diante da fraqueza de suas pernas.

 

_ Vou! Mas você vai comigo. Não se esqueça disso. Não me importo com o que irá fazer aos outros, mas... A vingança contra James e Lílian terá que ser minha – apontou a varinha para a ponta do nariz até deixar “Rabicho” vesgo.

 

_ Se-seu Ra-ranhoso.

 

_ E vo-você o q-que é? – Snape o imitou em tom de deboche. – Não se esqueça do que tem a fazer... É só soprar as informações que lhe passei nos ouvidos dos seus amigos idiotas.

 

Ele afastou-se sem dar a Peter uma chance para responder, deixando-o só como os pensamentos sombrios.

 

Cena 2 – O Caminho do Erro

 

À noite soturna continuava em outro lugar fora dos muros de Hogwarts, só que mais assustador e mais frio, um local onde os dementadores transitavam livremente como se lá fosse seu habitat natural.

 

_ Brrrrr!! É de congelar os ossos.

 

A fraqueza se apossava de Lucius Malfoy todas as vezes que precisava enfrentar aquelas criaturas antes de chegar na ante-sala de seu mentor e senhor, porém não era tão idiota a ponto de não ir munido com uma barra de chocolate.

 

Foi com alívio que se viu diante da porta e limpando os resquícios de sua sutileza, ele entrou sorrateiramente como um gato. Como sempre encontrou Lord Voldemort agarrado à cadeira como se aquele fosse o trono de seu império.

 

Mas, por mais sorrateiro que ele fosse milorde sempre sabia que estava ali. Seu senhor levantou a cabeça fazendo seu corpo se arrepiar quando foi alvo de seu olhar frio e penetrante como uma adaga.

 

_ Espero boas notícias, Lucius.

 

_ Milorde! Acabei de receber notícias de que James e seus amigos caíram na armadilha. – reverenciou-o curvando seu corpo.

 

_ Ah! Severus me parece bastante promissor.

 

_ Sim, milorde – ele disse a contragosto. Não queria interferências em seu posto de braço direito.

 

O Lord das Trevas gargalhou em alto e bom som antes de se dirigir ao subordinado.

 

_ Eu tenho dois braços, meu caro. Ele pode ser o meu braço esquerdo, você não acha? Então, me impressione.

 

_ Como milorde desejar.

 

Malfoy foi dispensado com um abanar de mão, como se fosse uma mosca ínfima e por isso, evaporou diante de seu Mestre como fumaça para aparecer em Gringotes.

 

_ James tem certeza?

 

_ Você não deveria ter vindo, Lily. Rabicho disse que ouviu o diretor comentar que mamãe guardava algo perigoso... E eu nem sabia que ela era uma inominável.

 

_ E você acha que a sua mãe guardaria algo assim no cofre de Gringotes?

 

_ É o que vamos descobrir. Estou com o espólio aqui, vamos ver se a lista bate com as coisas que tem lá dentro.

 

O vagão parou diante do cofre, que foi aberto por James. Eles se deram as mãos e entraram. A família Potter era abastada, uma fortuna em galeões, sicles e nuques estava sendo guardado, além dos inestimáveis tesouros.

 

_ Nossa! – Lílian exclamou assombrada.

 

_ É. Pena que a maior parte tenha queimado lá em casa – James disse sombrio

  

Cena 3 – O Caminho da Tristeza

 

O passeio em Hogsmead estava altamente entediante e vera a Casa do Grito que se mantinha quieta durante o dia não o tornava nada emocionante, mas o rosto sempre impassível apresentava uma ruga de preocupação.

 

Os pensamentos de Snape estavam concentrados na informação que acabava de receber. Lílian havia saído com Potter para Gringotes. E por isso, só notou a presença do perfume floral e adocicado de rosas, quando mãos brancas e aveludadas abraçaram sua cintura por trás.

 

_ Cisa, é hora de pararmos... – Severus se virou apenas para confirmar seu interceptor.

 

_ Eu sei... Amigos?

 

Ele sentiu o olhar cravado de Narcisa sobre si. 

 

_ Tenho outra opção?

 

_ Não. Você é meu único amigo. Contei coisas que jamais diria até mesmo para Bela.

 

_ Tendo uma louca como irmã, eu não me admiro.

 

_ Ela está apaixonada pelo homem errado.

 

_ E você? Vai conseguir ser uma esposa totalmente dedicada?

 

_ Vou – ela disse determinada. – Eu quero ter uma família de verdade.

 

_ Desculpe, cisa. É claro que vai – Snape pôs as mãos nos ombros da garota. – Mas agora... Preciso ir.

 

_ Tem uma missão? – os olhos dela se arregalaram. – Mas já estamos quase indo embora.

 

_ Sim... E preciso ser rápido. Você me dá cobertura?

 

Narcisa balançou a cabeça afirmativamente enquanto o via sumir diante de seus olhos.

 


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