As Aventuras dos Marotos escrita por Aki Nara


Capítulo 54
Capítulo 54 - A Guerra Fria




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Cena 1 – Conversa Entre Amigos

 

Fevereiro corria normalmente no mundo bruxo, apesar da guerra Fria. O Profeta Diário propagava a campanha ministerial de que tudo estava sob controle e em ordem, embora um de seus colunistas alertasse a população nas entrelinhas de suas matérias.

 

_ Por Merlin! Como estou cansado... Mas, o que achou da matéria.

 

_ A qual delas você se refere, Rhodostomus?

 

_ Só mesmo você para me chamar assim – o ex- aluno riu e sentando-se ereto na cadeira continuou a falar para seu Mestre.

 

_ Bem... É muita bobagem falar sobre Narguiles, não sei onde você encontra tanta inspiração para criar um animal inexiste e torná-lo real. Agora, quanto a parte que realmente importa, posso dizer que você sempre foi excepcional.

 

_ Obrigado – ele disse satisfeito recostando-se novamente no assento diante da mesa.

 

_ Mas... Receio que deve tomar cuidado. O Ministério está determinado a interferir e Barnabas Cuffe, que não se interessa pelo conteúdo que repassa a população acabou de assumir.

 

_ É, infelizmente ele só pensa na venda das tiragens. Por isso, antes de receber um chega para lá... – ele disse num tom de suspense.

 

_ O que pretende fazer? – Dumbledore encarou-o por debaixo dos óculos de meia-lua.

 

_ Terei meu próprio jornal, essa matéria será a primeira de muitas reportagens sobre criaturas inexistentes. Na verdade, foi meu filho quem o escreveu. Ele tem uma imaginação mais fértil que a minha – alargou  o sorriso e piscou antes de continuar – Pasquim é um bom nome, não acha?

 

_ Humm. E haverá mais alertas nas entrelinhas de cada matéria?

 

_ Com toda certeza! Qualquer pessoa que tiver o QI de um visionário decifrará os códigos, a não ser que seja um idiota que goste de invencionices e coisas fantasiosas.

 

_ É mesmo? Devo desejar-lhe sorte, Rho-dos-to-mus – o mestre frisou o nome menos conhecido de seu ex-aluno, demonstrando bom humor.

 

_ Espero que Xenophilus tenha mais sorte em encontrar uma esposa centrada que não queira escolher um nome tão excêntrico para os filhos. Já está virando uma tradição. – Lovegood fez careta e ambos riram.  

 

Cena 2 – O Dia dos Namorados

 

Hogwarts fervilhava com os preparativos para comemorar o dia de São Valentino, um dia Comemorado entre trouxas também. Valentino Binns era um bruxo alquimista detentor da pedra filosofal e inventor da poção amortentia.

 

Anão excêntrico vestia-se de anjo e suas flechas mágicas untadas com a poção do amor, disseminavam o casamento entre bruxas, trouxas e seres mágicos, pois acreditava que o amor era a expressão máxima dos dois mundos.

 

Ele viveu por séculos, tendo sido conhecido sob o nome de Eros, o Deus do Amor ou mais recentemente como Cupido. Mas por fim, foi considerado um subversivo por aqueles que cultuavam a primazia do sangue puro.

 

E assim, brutalmente assassinado, causou comoção sendo enterrado e canonizado Santo. Desde então, trouxas e bruxos comemoram o dia de sua morte cultuando o Amor.

 

_ Alunos do primeiro ano, ensaio da encenação da Vida de São Valentino. Segundo ano, treino do Coral das Casas. Terceiro ano, decoração do Grande Salão para o Baile do Dia dos Namorados. Quarto ano, preparação do Campo de Quadribol para a Competição Guerra x Amor. Quinto ano, só estudem para os N.O.M’S. Sexto ano, Caça às Namoradas no Labirinto. Sétimo ano, esqueçam o divertimento ou esqueçam o N.I.E.M’S – a professora Sprout citou as atividades para os alunos num só fôlego.

 

Os alunos se dispersaram antes mesmo do sino tocar. Havia uma expectativa enorme em relação ao que seria servido na mesa sempre farta do Grande Salão.  

 

Ao burburinho dos alunos, seguia-se a algazarra de Pirraça, que jogava gosma grudenta nos casais que se formavam, independente de casa, raça ou sangue.

 

_ Aceita um chocolate, Potter? – uma garota de tranças se aproximou estendendo um pacote de chocolate.

 

_ Nem pense em aceitar, James “Pontas” POTTER ou você vai saber o que é ter realmente chifres na cabeça.

 

_ Acho que isso quer dizer, não – Mary Jane Singer, uma garota do primeiro ano suspirou conformada. – Tudo bem, não custava tentar.

 

_ É. Eu acho que sim. Desculpa.

 

O maroto riu sem graça e coçou a cabeça sem jeito.

 

_ Que história é essa de chifres, moça zangada? – James agarrou a mão de Lílian antes que lhe desse às costas e a abraçou por trás dando-lhe um beijo em cima da cabeça.

 

_ Feliz Dia dos Namorados pra você também.

 

_ Cadê meu chocolate?

 

_ Quantos você recebeu? – Lily franziu a testa.

 

_ Informação sigilosa. Não quero passar o dia sozinho sabe? – James alargou o sorriso fazendo covas.

 

_ Convencido!!Hunf!

 

_ Eicha! Mas juro que entreguei tudo pro “Rabicho”.

 

_ Jura? – os olhos de Lily brilharam.

 

_Yeap! Beijo das pazes?

 

Lílian se aproximou do rosto do jovem estapeando-o de leve e recuou rindo e correndo na frente.

 

_ Beijo só se conseguir me pegar.

 

Ouviam-se risos por toda a escola. Ser jovem era isso, viver sem saber que a felicidade bate à porta todo o tempo.

 

Cena 3 – Os Lampiões da Esperança

 

_ E agora minhas crianças. Como última cerimônia do Dia de São Valentino, gostaria que todos acendessem um lampião para fazer um desejo e depois deixem que o lago absorva seus sonhos.

 

De repente, o lago de cor denso iluminou-se com os lampiões que flutuavam, alguns levados pela correnteza já pareciam pequenos pontos no horizonte.

 

_ O que desejou Andy?

 

 

_ Se eu contar não se realiza – ela sorriu docemente para Remo.

 

_ De uma coisa eu tenho certeza! – Sirius deixou os amigos em suspense por um momento. – Eu sei o que o Rabicho desejou.

 

_ É espertalhão! O q-quê e-eu de-desejei?

 

_ Um pote cheio de guloseimas no final do arco-íris.

 

Houve uma explosão de risos e chacotas.

 

_ Até que seria bom. Hunf!

 

_ É claro que seria! Você me daria os torrões gratinados de açúcar? – James bateu levemente no ombro de Peter.

 

_ Ainda que vocês não mereçam... Eu dividiria tudo que tenho com vocês. Rabicho - Peter colocou a mão esquerda à frente.

 

E os outros marotos colocaram suas mãos direitas umas sobre as outras.

 

_ Pontas.

 

_ Aluado.

 

_ Almofadinhas.

 

_ Marotos Sempre!!

 

Numa Guerra Fria, feliz é aquele que tem amigos ou que conhece seu inimigo como a palma de sua mão.


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