As Aventuras dos Marotos escrita por Aki Nara


Capítulo 51
Capítulo 51 - A Derrota


Notas iniciais do capítulo

E assim começa o Sexto ano.



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Cena 1 – A Premonição

 

Vivian estava em seu laboratório maturando uma poção quando sentiu uma súbita vertigem, o ambiente escureceu momentaneamente e um presságio ruim se espalhou por todo seu corpo como um manto negro de maldade a envolver seus entes mais queridos.

 

Ela largou tudo para procurar Edward, ele deveria estar na varanda fumando seu cachimbo predileto, subiu as escadarias do porão correndo, pois seu coração se apertava de puro terror.

 

_ Edward? – jogou-se em seus braços ao vê-lo parado diante da porta.

 

_ O que houve, meu amor? – tranquilizou-a beijando-lhe a testa.

 

_ Estou com medo... Pressinto que algo de muito ruim acontecerá dentro em breve.

 

_ Tudo bem. Estamos seguros aqui dentro. Eu e Dumbledore nos encarregamos de colocar uma barreira protetora. Será difícil eles conseguirem passar.

_ Querido! James e Lilian devem voltar para Hogwarts ainda hoje.

 

_ Vivian... O que está havendo? – o marido estava sério.

 

_ Querido...  Eu sempre desdenhei da advinhação por não ser uma ciência lógica, mas desde que iniciei as experiências com aquela coisa...

 

_ O arco? – Vivian meneou a cabeça concordando.

 

_ Eu consigo prever o futuro...

 

_ E o que você viu que a deixou tão assustada? – Edward esfregava as mãos frias de sua esposa querendo aquecê-las.

 

O corpo dela tremeu fazendo-a abraçar novamente o marido enquanto as lágrimas brotavam incontroláveis e os soluços alteravam sua respiração.

 

_ Nós... Nosso filho...

 

_ Vivian... Que loucura... É apenas apreensão – ele acariciou seus cabelos confortando-a.

 

_ Edward... Se tivesse que escolher entre mim e James? O que faria? – os olhos ainda turvos pelas lágrimas o fitavam.

 

_ Eu... Encontraria uma maneira segura para ambos.

 

“Então, devo escolher por nós. Eu morrerei com você para salvar nosso filho.” Vivian pensou estampando um sorriso entristecido em seus lábios antes de reconfortar-se nos braços do marido.

 

Cena 2 – A Promessa

 

Lilian estava sentada na poltrona preferida do senhor Potter perto da lareira, pois fazia um calor aconchegante quando ao contrário a janela embassava com o vento e a neve. A senhora Potter trouxe uma bandeja com chá para ambas.

 

_ Homens! – Vivian reclamou. – Nunca estão onde queremos.

 

_ O senhor Potter está com James no Escritório. Ele disse que está planejando uma rota de fuga. Gostaria de saber por que nós mulheres não fomos incluídas nesse plano de evacuação – Lilian estava realmente indignada.

 

_ Bem... De fato. Mas nós podemos fazer um plano de fuga B, no caso deles falhem. – Vivian riu, mas depois lhe apertou as mãos encarando-a seriamente. – Lily...

 

_ Sim? – os olhos límpidos de Lilian se voltaram para a senhora que se tornara quase uma mãe para ela.

 

Vivian pensava se seria capaz de ser cruel e desiludir aquela garota de seus sonhos.

 

_ Quero que me escute com atenção... Neste momento pode parecer um absurdo e eu sei que vou magoá-la, mas você é a única mulher com quem posso partilhar meus temores. – Llían fez menção de falar, mas ela a impediu gesticulando. – Só me escute! Eu tive uma premonição...

 

Lilian normalmente riria, afinal a senhora Potter não fazia segredo do quanto desdenhava da advinhação, mas assustava-se com a profundidade verdadeira que  encontrava nos olhos dela.

 

_ Minha experiência para o Ministério me deixou com seqüelas, é mais como um efeito colateral por tentar entender a morte – sorriu enviesada, a ironia não lhe era peculiar, mas o tom vinha com um sabor amargo – não devemos desdenhar daquilo que não compreendemos....

A senhora Potter suspirou, parecia procurar as palavras certas para iniciar o que queria contar a sua protegida, mas a voz falhava.

 

_ Eu... Previ mortes nesta casa – nervosa torcia as mãos. Edward e... – colocou estendeu a mão para garganta como se assim pudesse eliminar a dor.

 

_ Não... James?? – Lílian sussurrou enquanto empalidecia como se definhasse lentamente.

 

_ É o que eles pretendem com o plano de fuga A. Tolo. Eu não pretendo ir a nenhum lugar sem meu marido. – Vivian enfatizou cada palavra. –Não posso protegê-lo de seu destino, mas posso retardar os fatos para James trocando minha vida pela vida dele.

 

As lágrimas caiam novamente pelo rosto da bela senhora e Lílian também sofreu pelas palavras ditas a seguir.

 

_ Não sei quanto tempo terei ganho para James, mas espero que seja suficiente para superar a dor de nossa perda e constituir sua própria família. Lily, eu entenderei se preferir seguir um caminho diferente.

 

_ Eu nunca abandonaria James – Lilian foi firme ao afirmar decidida.

 

_ Então... Vocês devem partir esta noite para Hogwarts. Haja o que houver não deixe que ele volte para tentar nos socorrer.

 

Lilian a olhou assustada engolindo em seco, pois era uma decisão difícil. Por um lado sentia como se estivesse abandonando sua família e por outro traindo James.

 

_ ELE virá em breve – o triste sorriso e as palavras seguintes ficariam na memória de Lilian – tudo agora parece drástico, mas chegará o dia que entederá que o amor é a magia mais poderosa que existe. Tenho sua promessa? – Vivian segurou as mãos de lilian entre as suas.

 

_ Eu prometo.

 

 

Cena 3 – O Indesejável

 

 A neve castigava soprando seu vento gelado pelas frestas. Toda a casa se encontrava mergulhada numa escuridão silenciosa, interrompido por um silvo que caiu estrondosamente nos arredores. Era como ver fogos de artifício em plena madrugada. A barreira mágica impedia os agressores de enviar qualquer ataque maligno para dentro daquela proteção.

 

_ James está na hora. Onde está sua mãe? – Edward se deu conta de que ela não estava com eles.

 

_ Ela não estava com o senhor? – James controlava o medo.

 

_ Corram pela galeria no subsolo sempre à direita. Segure no portal já próximo a saída... Não devem esperar por nós.

 

_ Mas... Pai... – James tentou argumentar.

 

_ Obedeça! – Edward esbravejou abraçando o filho. – É seu dever cuidar para que nada aconteça a Lily. Eu cuido de sua mãe.

 

O senhor Potter empurrou as crianças para o sotão e travou a entrada com magia. Se havia algo falho na proteção era que se nenhuma magia entrava, nenhuma poderia sair. Ele olhou para o relógio em seu bolso, precisava calcular bem para retirar a proteção no momento em que James chegasse à saída.

 

_ O que faço com você Vivian? – Edward suspirou olhando para a esposa.

 

_ Dê-me apenas um beijo, meu amor. – os olhos meigos fitaram o marido.

 

Edward jamais resistiu a esposa. Encostou-se nela sentindo seu perfume e sua maciez. Um Potter sempre amava uma única mulher em toda a vida. Beijou-a uma última vez reafirmando seu amor.

 

_ James ficará bem e eu estarei melhor onde você estiver. – Ele sorriu abraçando-a ternamente enquanto mentalmente fazia sua contagem regressiva e caminhava para a porta de entrada.

 

Quando a proteção foi retirada o ataque cessou momentaneamente trazendo o silêncio aterrorizante do inimigo.  

 

_ Fique onde está! – ele gritou assim que sentiu as presenças encurralando aos poucos.

 

_ Saudações! Meu caro, Potter. – Voldemort falou com ironia. – Os Potter’s são tão famosos pela hospitalidade, que maneira estranha de demonstrá-la, receber um convidado numa noite fria como esta e nem oferecer... ao menos um chá quente?

 

_ A hospitalidade é só para os amigos e o abrigo para os necessitados – Edward respondeu no mesmo tom. – Estou certo de que estamos muito aquém da vossa nobreza... – curvou-se cortesmente. – Afinal não fica bem para alguém que se intitula Lorde dos bruxos compartilhar qualquer coisa que seja conosco... – olhou-o de cima abaixo e encarando-o com firmeza. – Mesmo porque nada que seja do seu interesse será do meu, portanto... Saia de minhas terras!

 

_ A noite é uma criança e será muito promissora! Potter... – Voldemort disse com um riso de escárnio.

 

As crianças correram bastante para chegar até a saída, mas foram surpreendias por uma garota muito parecida com Andy fisicamente. James olhou para Lilian entreleçando sua mão na dela, ambos empunhando a varinha com a mão livre.

 

_ Oh! Os animaizinhos saíram da toca? – Belatrix, a irmã de Andromeda falava com desdém. – Então, a proteção foi desativada trazendo minha caça até mim... Crucius!!

 

A bruxa girou o pulso levemente apontando a varinha para Lílian, porém foi James quem recebeu a carga colocando-se diante dela e do feitiço. Ele se ajoelhava curvando o corpo urrando de dor.

 

_ James!! - Lílian resistiu à vontade de gritar ao sentir James apertar sua mão com toda força.  

 

Mal ela havia pronunciado o nome dele e uma explosão enorme vindo da casa foi ouvida, desviando a atenção de Belatrix.

 

_ Diga adeuzinho ao papai e a mamãe, Potter Junior – a bela mulher gargalhava triunfante.

 

Lilian viu James segurar a varinha com mais força, e então, implorando por perdão enfiou a mão entrelaçada no bolso de James ativando o portal.

 

_ Nãoooooooo! – Belatrix lançava feitiços a esmo.

 

Lílian abraçou James e sua consciência quase se perdeu ao serem tragados pelo vórtice que os levou  diretamente ao escritório do diretor. Eles caíram estatelados no chão frio de mármore.

 

_ Professor! Precisamos voltar... – James se levantou desesperado.

 

_ Você não vai a lugar algum, meu jovem – o diretor foi firme abaixando-se para socorrer Lílian – ela está sangrando. – Deixo-a em suas mãos.

 

Dumbledore evocou seu patrono e saiu apressadamente deixando Lílian nos braços de James.


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