As Aventuras dos Marotos escrita por Aki Nara


Capítulo 45
Capítulo 45 - O Desligamento




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Cena 1 – Voto Perpétuo

 

Petúrnia regava o canteiro de rosas que herdara de seus pais. Como filha mais velha, todos os bens que eles tinham em vida passavam automaticamente para ela. Felizmente, isso lhe trouxe a probabilidade de casar-se, sem que tivesse que esperar Walter se estabilizar financeiramente. Pelo menos tinha um teto para morar.

 

Eles se casaram na pequena Igreja de St.Elmo’s com um número restrito de convidados, entre seus círculos de amizades e principalmente os contatos que fariam seu marido prosperar futuramente. Muitos não entendem porque escolheu um homem previzível, nem tão pouco, dão valor para a vida rotineira que levava, mas este era seu mundo perfeito, na medida exata do possível, controlável e “normal”.

 

Uma vida que finalmente conseguiu, após a partida daquela abominação, sentia calafrios só de pensar no parentesco próximo e sanguíneo que tinha com alguém... com algo... Arghhh! Era melhor não tentar definir e esquecer esse lado negro da família.

 

Petúnia terminou o serviço e guardou os utensílios metodicamente, retirou as luvas, o chapéu de palha e entrou em sua cozinha cozinha impecável depois de limpar a sola dos sapatos no tapete, por sinal, muito bem limpo. Era organizada e sistemática, olhou em volta verificando se nada estaria fora do lugar.

 

Sim... Talvez... O saleiro estava a um mílimetro fora de seu ângulo, mas isto era fácil de corrigir. E assim, colocu o objeto de volta para o lugar em que deveria estar. Como previu, a chaleira apitou num instante após a sua entrada na cozinha, era boa em cronometrar o tempo, vangloriava-se sozinha.

 

Ela desligou o fogão e com a água fumegante preparou um chá de ervas, o aroma de camomila invandiu-lhe as narinas proporcionando um grande bem estar. A xícara com o chá e um pires com chocolate foi acrescentado à bandeja antes de levá-la junto com o jornal matinal.

 

Desceu a bandeja sobre a mesa de centro e acomodou-se conforavelmente em sua poltrona preferida para ler o jornal. Enquanto folheava as páginas, pensava admirada em como os jornalistas conseguiam juntar a quantidade de notícias ruins, entre catástrofes, acidentes, doenças e mortes para vender um exemplar.

 

Parou de ler para tomar um gole de seu chá que já deveria estar na temperatura ideal, mas engasgou-se ao ver dois vultos distintos surgirem a sua frente. Assustada, quase perdeu sua xícara de porcelana chinesa e depositou-as na bandeja assim que as mãos tremeluzentes lhe permitiram.

 

_ O-o que fazem em minha casa? – limpou a boca com o guardanapo e quis imprimir firmeza embora não pudesse evitar o medo.

 

_ Minha caríssima. Nós nos conhecemos... Oh! Não pessoalmente, é claro. Mas já recebi duas de suas cartas. A primeira quando não pude realizar seus sonhos pueris de estudar em Hogwarts como sua irmã. E a segunda para notificar-me sobre o falecimento de seus pais. Albus Percival Wulfric Brian Dumbledore a seu dispor – ele foi cortês fazendo-lhe uma reverência cavalheiresca.

 

Como ela petrificou diante da menção daquela carta, em que escreveu num momento de fraqueza das idéias, o senhor de barba prateada e óculos com aro de meia lua continuou.

 

_ Como diretor de Hogwarts... é meu devmr cuidar das questões burocráticas e trâmites legais dos alunos. No`caso, trago a questão de que com o falecimento de seus pais e sendo Lílian Evans menor, tanto em seu mundo quanto no meu, ela fica sob a guarda imediata de0seu parente mais próximo, que é você, minha cara Petúnia, desculpe-me pela ousadia em chamá-la pelo primeiro nome. Vim sonicitar para que aceite um termo de responsabilidade.

 

_ Façao o que julgarem nesessário. Ela não faz mais parte desta família. – sentia o jubilo da maldade destilanado todo o veneno em suas palavras.

 

O diretor e o outro homem que ainda não havia sido apresentado se entreolharam discretamente e então, ela segurou-se na poltrona esperando o pior, pois não conseguia prever normalidade naquelas pessoas, nem eram pessoas, na verdade.

 

_ Desculpe-me a demora em apresentar meu companheiro de viagem. Este é Edward James Potter. Abdicaria de suas responsabilidades delegando direitos legais para este senhor, tornando-o tutor de Lílian?

 

Havia esquecido completamente que aquela garota ainda era menor, a diferença de idade entre elas se devia ao fato que seus pais a conceberam após dez anos de tentativas e numa época que já nem sentia mais vontade de ter um irmão quanto mais uma irmã “deficiente”.

 

_ E se me recusar? – ousou contestar.

_ Então, senhora... Virei visitá-la regularmente duarante todos os dias – sentiu o tom de ameaça no homem chamado Potter – até que se resolva esse impasse. Para mim não há problema algum, pois tenho uma paciência infinita.

 

Posto daquela forma, ela imaginou sua casa constantemente invadida por aqueles seres ignóbeis e à dificuldade que teria para explicar essas anomalias aos seus vizinhos. Não! Era inconcebível e aquém de suas possibilidades limítrofes.

 

_ Onde eu assino? – murmurou conformada.

 

_ Não é bem assim que funciona. Ponha sua mão mais usada sobre o meu – mesmo apreensiva ela obedeceu. – Senhor! É a sua vez.

 

As mãos ficaram sobrepostas e então o diretor tocou sua varinha por cima.

 

_ Petúnia Evans, jura fidelidade a este compromisso, ao conceder-me a responsabilidade como tutor de Lílian Evans? – o homem encarou-a pedindo sua confirmação.

 

_ Juro. – disse simplesmente.

 

_ Formalize o acordo, minha cara – o homem falou-lhe de modo impaciente.

_ Eu, Petúnia Evans Dursley. Juro fidelidade a este compromisso, ao conceder a Edward Potter, a responsabilidade como tutor de minha irmã, Lílian Evans, para resolver quaisquer assuntos pertinentes a ela.

 

Um véu esfumaçante enlaçou-lhes as mãos como um nó selado para desaparecer em seguida. 

 

_ Juro tornar-me tutor de Lílian Evans para zelar e assegurar seu bem estar resolvendo quaisquer assuntos que possam lhe interessar até o fim de meus dias e repasso para meu filho, James Potter, a guarda de sua tutela após minha morte.

 

E novamente, mais um laço emergiu selando a promessa.

 

_ Como testemunha, asseguro a autenticidade deste fiel acordo e velarei para que ele seja cumprido por todas as partes e que fique claro, que o tutorado não tem poder para cortar os vículos sanguíneos. Seja selado, o voto perpétuo, lembrando que a quebra do mesmo é pago com a própria vida.

 

Pela última vez a fumaça enlaçou-se sobre as mãos unidas, findando o acordo  e deixando-lhe a sensação de que fizera um pacto com demônios.

 

_ Agradecemos pela sua atenção ao tomar-lhe seu tempo precioso. Enfim, antes de partirmos... Gostaria de mandar uma mensagem para Lílian?

 

Não sabia exatamente como explicar sua consciência inquieta, nem porque seu coração pulsava um grito silencioso e sua alma procurava por respostas que não encontrava.

 

_ Diga para ela ser feliz em sua nova vida – por fim, levantou a cabeça guardando as lágrimas no fundo de suas lembranças mais felizes.

 

O diretor acenou levemente com a cabeça e o outro homem, finalmente esboçou um sorriso simpático. Ambos despareceram diante de seus olhos, escondendo-se na escuridão de sua lareira fazendo-a sentir-se terrívelmente insana por ter alucinações àquela hora da manhã. Petúnia saiu de seu estado catatônico fixando a xícara com seu líquido frio.

 

Cena 2 – Vínculo desfeito

 

Um pouco mais tarde no gabinete do diretor, eles comentavam o ocorrido e a melhor maneira para informar Lílian. Foi unânime e cordato, que Vívian com sua sutileza e diplomacia, era a melhor opção. Minerva dava sua aula quando o zelador fazendo-se de mensageiro trouxe-lhe um bilhete do diretor. Havia poucas linhas na caligrafia distinta e então olhando para sua turma disse em alto e claro som.

 

_ Lílian Evans!

 

_ Sim, professora? – levantou os olhos da página que lia silenciosamente.

 

_ Acompanhe o senhor Filch, você tem visita.

 

Lílian olhou para James, que estava logo atrás de modo desconfiado.

 

_ E James. Pode acompanhá-la também. Creio que Vívian Potter ficará muito grata por poder vê-lo.

 

Ele se levantou guardando os materiais na mochila e balançou os ombros expressando que não sabia de nada para cada um dos marotos. Eles conversavam em códigos acompanhando o zelador, a curiosidade era freada pela cara dele, que estava sinistra demais para arriscar uma detenção em meados de prova.

 

Assim que o zelador os deixou na Sala de Visitas, James correu em direção da mãe que os aguardava para abraçá-la e Lílian esperou a sua vez para cumprimentar a senhora Potter.

 

_ Que susto, mãe. Aconteceu alguma coisa?

_ Sim. Venha! Sentados conversaremos melhor – a senhora Potter se sentou e aguardou que as crianças fizessem o mesmo.

 

_ Então?

 

_ Oh, meu querido. Quanta pressa. Notícias como essas devem ser dadas em seu tempo.

 

_ Mãe! – James protestou.

 

_ Eu não o esperava. Preciso agradecer Minerva por ter concedido esta gentileza. Não deveriam estar faltando às aulas com a proximidade dos exames.

 

_ Quer parar de enrolar... – James passou as mãos no cabelo indicando nervosismo.

 

_ Bem... Na verdade o que me traz aqui hoje está relacionado a você, minha querida – segurou as mãos de Lílian que estava calada entre as suas.

 

_ São notícias boas ou ruins? – a cor se esvaiu de súbito no rosto de Lílian.

 

_ Dependerá do seu ponto de vista.

 

_ Não faça rodeios, mãe. Está deixando Lílian amedrontada.

 

_ Desculpe, meu filho. Deixe-me perguntar, Lily... Como foi seu último encontro com sua irmã?

 

_ Nada agradável... – Lílian abaixou os olhos – Petúnia cortou relações comigo.

 

_ O que fará daqui por diante quando findar o ano letivo ou durante as férias?

 

_ Terei que passar a maior parte em Hogwarts.

 

_ Ela pode ir para casa ,mãe. – James falava de um modo assutadoramente decidido.

 

_ E após Hogwarts? Quando ainda não terá maior idade para onde irá, minha flor? – a infinita bondade nos olhos da mulher trouxe lágrimas aos olhos da jovem.

 

_ Ainda não pensei muito a respeito, sra. Potter. Principlamente porque tenho a esperança de que Túnia mude seu ponto de vista. A perda dos meus pais ainda é mais aceitável porque sei que eles não voltarão, mas...

 

_ Eu sei... – a senhora Potter consolou-a. – Bem... Estávamos todos preocupados com a sua situação. Então, Dumbledore e Edward estiveram visitando sua irmã está manhã. Petúnia acabou de se casar com um rapaz de nome Walter Dursley e está feliz em sua nova vida. Os três conversaram e decidiram que o melhor seria para você continuar estudando em Hogwarts. E para que não tenha necessidade em se preocupar com outras coisas além dos estudos, Edward solicitou a guarda como seu tutor. Eu ficaria muito feliz em ganhar uma parceira para equivalar as coisas em casa. Se você aceitar ser membro temporário desta família, quem sabe não conseguimos convencê-la a se tornar um membro permanente?

 

_ Diga, sim – James suplicava-lhe com os olhos.

 

_ Não a pressione, James. Você tem todo o tempo até as próximas férias para decidir. Agora já tomei muito tempo de vocês. Voltem para a aula. Abraços? – a senhora Potter findou a conversa se levantando para as despedidas.

 

James abraçou a mãe dando-lhe beijinhos na face. As duas mulheres se deram um longo abraço e no final, Lílian disse para Vívian.

 

_ Sra. Potter. Obrigada por suavizar o impacto das notícias, mas vejo que não devo mais ter esperanças em relação a minha irmã e quanto mais cedo partir para uma nova vida como ela foi capaz de fazer, melhor será para mim. Esper poder devolver todo o carinho que dedicam a mim, para alguém sem vínculos.

 

_ Ah,`querida! Se lhe serve de consolo... Petúnia desejou-lhe que fosse feliz mm sua nova vida. Você ainda vai descobrir que por mais que os laços"familiares sejam estremecidos, eles nunca se rompem. E que nossos laços agetivos podem vir a se tornar tão mais fortes. E não agradeça pelo que merece receber – a sra. Potter sorriu suavemente. – Juízo, meus amores. Eu ainda preciso enfrentar os questionamentos de mais dois homens.

 

As crianças venceram o corredor justamente na hora em que o relógio badalava para avisar a próxima aula e previam que papéis passariam de mãos em mãos por baixo da carteira.


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