As Aventuras dos Marotos escrita por Aki Nara


Capítulo 27
Capítulo 27 - O Dia Seguinte


Notas iniciais do capítulo

Música : And I Love Her The Beatles



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Cena 1 – Namorados?


 


Outono em Hogwarts, o sol estava tímido e só mesmo um início de romance poderia aquecer os corações. Lílian se encostou sob a copa avermelhada do Eucalipto. Ela olhava o balançar das folhagens, que caíam aos poucos quando James chegou sorrateiramente por trás dela. Ele colocou a mão sobre os olhos de Lílian e sussurrou em seu ouvido.


 


- Adivinha quem é?


 


- Uma andorinha errante? – Lílian sorriu, marota.


 


- Não, mas se você acertar ganha um beijo.


 


- Hum... Então, talvez... James!?


 


- Você me chamou de James – retirou a mão dos olhos de Lílian.


 


- Por Merlim! Você prefere que eu continue a te chamar de Potter?


 


Os dois estavam perplexos e riram um do outro.


 


- Você me deixa te chamar de Lily? - James acariciou a ponta dos cabelos dela.


 


- Deixo, mas acho que agora quero ganhar o meu prêmio.


 


Lílian fechou os olhos, mas James resistiu bravamente. Encostou sua boca levemente nos lábios dela.


 


- Só isso? - Lílian abriu os olhos e sorriu.


 


- Eu adoraria continuar de onde paramos ontem, mas nós precisamos conversar.


 


- Sim, seria impossível conversar se continuarmos de onde paramos ontem. Então, o que você sugere?


 


James segurou as mãos de Lílian e a puxou para se sentar ao seu lado no tapete de folhas.


 


- Você a acha que a gente... Que nós poderíamos...


 


- Namorar? - Eles falaram quase simultaneamente, e Lílian continuou - Você quer namorar comigo, James?


 


- Você gostaria, Lily?


 


- Eu... Não. Quer dizer, eu gostaria de ir um pouco mais devagar...


 


- Como assim? - James sentiu uma pontada no coração.


 


- Nós poderíamos começar como amigos?


 


- Amigos não se beijam, Lily. Pelo menos não como nós dois.


 


Lílian corou e James sorriu daquele jeito angelical para desanuviar o medo da rejeição.


- E se formos um pouco mais que amigos e um pouco menos que namorados?


 


James respirou um pouco mais aliviado, pois não se tratava de uma rejeição.


 


- Eu não sei como será isso, mas eu estou aceitando qualquer coisa desde que fiquemos juntos.


 


- É bom saber que você é capaz de me ouvir e que respeita o que estou sentindo.


 


- Puxa! Você me julga um completo idiota, não é?


 


- Não nego, porém estou tentando mudar isso. - Lílian sorriu sem graça.


 


- É uma pena que você tenha me julgado antes de me conhecer.


 


- E é por isso que gostaria de dar um tempo para a gente se conhecer melhor. É que por vezes você é muito bobo e exibido.


 


- Eu sou tudo isso só para te impressionar.


 


- Você não precisa se exibir para me impressionar. – ela fez uma pausa - Então, você concorda em me dar esse tempo?


 


- Eu já concordei, Lily. Eu espero merecer a sua confiança, amizade, carinho e, quem sabe, num futuro próximo, amor também?


 


Lílian olhou bem lá no fundo dos olhos azuis de James e viu a sinceridade espelhada neles, percebendo que existia um sentimento presente e pulsante, quase igual ao seu. O dele era uma certeza, mas o dela ainda era uma quase certeza.


 


- Um dia nós chegamos lá.


 


Seus olhos brilhantes transpiravam felicidade e James que resistiu no início não mais se conteve. Os dois tinham um futuro promissor para partilharem juntos.  


 


Cena 2 – Namorados!


 


Andrômeda olhava a paisagem e um sol tímido iluminava a torre norte. Ela estava tão concentrada em seus pensamentos que não viu Remo chegar, sentiu a presença dele pela lufada de vento que ele trouxe ao descer da vassoura.


 


- Bom dia, Andy. – Remo encostou a vassoura e se aproximou ficando ao lado de Andrômeda.


 


- Bom dia, Remo. Dormiu bem?


 


- Não muito. Eu sonhei com você.


 


- Então, não foi um sonho bom?


 


- Na verdade o sonho foi tão real que eu precisei acordar várias vezes para confirmar que era apenas um sonho.


 


- E o que aconteceu no sonho?


 


- Nós estávamos assim um do lado do outro e você olhou para mim.


 


Andrômeda se virou para olhar Remo.


- Você me disse que me amava.


 


- Isso antes ou depois de você me dizer que me ama – ela sorriu.


 


- Como você sabe, Andy? Você realmente esteve passeando em meus sonhos?


 


- Não é uma coincidência, você também esteve em meus sonhos.


 


Remo olhou Andrômeda com infinita ternura e ela desviou o olhar para que ele não percebesse o quanto isso a agradava. Uma lufada de vento soprou novamente e seus cabelos acariciaram o rosto dele sem querer, Remo segurou as pontas para sentir o perfume dela.


 


- No meu sonho eu te acariciei assim.


 


Ele afagou a nunca de Andrômeda. O carinho a arrepiou e ela se aconchegou nos ombros dele antes de falar.


 


- E no meu sonho você me beijou.


 


Andrômeda cerrou os olhos, ofereceu os lábios e esperou cheia de antecipação. Remo queria se controlar para ir mais devagar, mas definitivamente ela não ajudava nem um pouco. Por fim era uma luta perdida, pois à vontade venceu a razão. Ele se inclinou para dar o primeiro beijo, que deveria ter sido suave somente para testar os lábios um do outro.


 


Nenhum dos dois estava preparado para sentir esta explosão de emoções. Ambos tão acostumados a ponderar antes de agir. Agora se viam diante da descoberta de que podiam sentir sem que nenhum pensamento se sobrepusesse entre eles. O beijo continuou cada vez mais intenso, faminto e exigente até que a necessidade de ar os afastou.


 


- Desculpa, Andy!


 


Remo estava completamente sem fôlego e desconcertado. Andrômeda tentava se recompor, mas seus olhos brilhavam de puro contentamento.


 


- Você se arrependeu? Eu não!


 


Andrômeda ia abraçá-lo novamente, mas ele a impediu olhando bem dentro de seus olhos.


 


- E o Ted?


 


- Ele não está aqui entre nós.


 


Andrômeda explodiu e seus olhos brilharam em milhares de partículas de fúria. Remo não precisava ouvir mais nada. Ele acabava de confirmar que ela finalmente era sua, não havia mais dúvidas.


 


- Então, que ele descanse em paz.


 


Remo sorriu e a puxou novamente para si, agora as palavras também já não eram mais necessárias.


 


Cena 3 – Namorados Jamais


 


Sirius pensou estar atrasado para o encontro e se surpreendeu ao ver que Marlene ainda não havia chegado. Normalmente as garotas sempre esperavam por ele, mas tudo bem ele não se importava em esperar um pouco, com certeza ela demorou a decidir o que vestir. Ele se sentou como de costume na ponte e sorriu ao lembrar da noite passada.


 


- Sirius, meu querido.


 


- Sim, Samantha.


 


- Você ficará tristonho se eu for bem ali como o Scott?


 


- Não gatinha. Eu fico por aqui mesmo.


 


- Então, ta. Até mais.


 


Sirius observou Samantha caminhar até Scott Wood e se jogar para cima dele. O capitão da Grifinória ficou bastante surpreso, mas vendo que ele não reagiria tratou de aproveitar o que Merlim se dispunha a colocar bem diante do nariz. Ele riu, se Samantha queria causar ciúmes, não conseguiu o objetivo e ainda teria que agradecer Wood mais tarde por dar um motivo plausível para eles terminarem.


 


- Ela não é a sua namorada?


 


Sirius olhou para a garota que estava bem ao seu lado e ficou perplexo. Era Marlene McKinnon, a garota sem graça e de óculos da Cornival. Ela estava soberba, sua pele branca contrastava com o verde do vestido justo até a cintura.


 


Os cabelos da cor de mel caiam-lhe sobre os ombros e os olhos... Sirius não soube precisar se eram verdes ou dourados. A única coisa que ele teve certeza era de que se não fosse esse bendito baile, ele nunca teria notado que um pequeno tesouro se escondia sob o uniforme da escola.


 


- Agora não é mais. – Sirius olhou para Marlene de cima a baixo.


 


- O que é nunca viu? – Marlene foi atrevida e adorou o jeito como ele olhou para ela.


 


- Na verdade não. Você aceita dançar comigo? Isso é claro, se você estiver desacompanhada.


 


- Você está com sorte, eu vim sozinha.


 


- Que desperdício, se depender de mim você não ficará mais sozinha.


 


Sirius pegou a mão dela e conduzindo-a para a pista de dança, exceto algumas luzes que brilhavam como estrelas no céu tudo estava escuro. A música tocava enquanto os pensamentos de ambos corriam soltos.


 


I give her all my love, that’s all I do.


(Eu dei a ela todo o meu amor, isto foi tudo que fiz)


 


- Essa noite promete.


Sirius a segurou com firmeza pela cintura.


- Marlene o que você está fazendo?


 


And if you saw my love you’d love her too


(E se você a ver você irá amá-la também)


 


- Como é que eu nunca te notei?


Marlene rodopiou e seu vestido esvoaçou mostrando as pernas torneadas.


- Ele é o maior cachorrão.


 


And I love her


(E eu a amo)


 


- Que pernas!


Sirius se colou mais um pouco.


- Ele não está com boas intenções.


 


She gives me evetything, and tenderly.


(Ela me dá tudo e ternura)


 


- E que corpo.


Marlene se afastou, pois a tentação era grande.


- Alerta! Perigo!


 


The Kiss my lover brings, she brings to me


(O beijo que o meu amor me dá, ela o dá para mim)


 


- Será que a boca é tão macia quanto parece?


Sirius sorriu daquela forma irresistível.


- Ele é uma perdição.


  


And I love her.


(E eu a amo)


 


- Quem não arrisca não petisca!


Marlene só conseguiu fechar os olhos antes que ele a beijasse.


- Você vai se arrepender sua tonta.


 


A love like ours cold never die.


(Um amor como o nosso nunca morrerá)


 


- Ela é gostosa por inteiro.


Sirius saiu da pista de dança puxando-a para um canto mais afastado e escuro.


- Eu penso nisso amanhã.


 


As long as I have you near me


(Desde que eu a tenha perto de mim)


 


- E vai ser minha.


Marlene viu um brilho perigoso nos olhos dele.


- Você não me assusta mais.


 


Bright are the stars that shine, dark is the sky.


(Claro são as estrelas que brilham, escuro é o seu)


 


- Você já é minha moça!


Sirius encostou-se à parede e a puxou para outro beijo.


- Aproveita só esta noite.


 


I know this love of mine, will never die.


(Eu sei que esse meu amor nunca morrerá)


 


- Que delícia!


Marlene correspondia na mesma medida.


- Esse pedaço de mau caminho tem do que se gabar.


 


And I love her.


(E eu a amo)


 


- Você está mais do que aprovada.


Sirius a agarrou mais pocessivamente.


- Não pense que fui fácil, você vai descobrir que não.


Sirius se espreguiçou, ela estava demorando muito.


 


Marlene caminhava lentamente até a ponte, pois queria pensar nos argumentos que usaria para colocar a sua tática em prática. Ele estava sentado tranqüilamente na ponte e ela respirou fundo para tomar coragem.


 


- Bom dia, Black!


- Por favor, me chame por Sirius. Eu não gosto do meu sobrenome.


 


- Ah! Desculpa. Eu não sabia. – Marlene olhou para os cisnes no lago, eles logo voariam para bem longe.


 


- Sobre ontem à noite...


 


- Ontem foi inesquecível e eu adorei “ficar” com você. – Marlene o interrompeu.


 


- É. Eu também achei que à noite de ontem foi fantástica. E por isso pensei que a gente podia...


 


- Namorar?? – Marlene se antecipou novamente.


 


- É. Isso.


 


- E por que você quer namorar comigo?


 


- Porque todas as garotas querem namorar comigo e o que é bom tem que continuar.


 


Sirius deu um sorriso daqueles em que nenhuma garota em sã consciência seria capaz de resistir, mas Marlene era uma garota guerreira e resistiu.


 


- Eu não sou igual às outras garotas e eu não quero namorar você.


 


- E por que não? – Sirius estava perplexo.


 


- Por que não quero ser mais um nome na sua lista. Para que se dar ao trabalho de namorar comigo só por algum tempo? Namoro é um relacionamento mais sério e significa compromisso. E, eu sei que você não é capaz de se prender a alguém. Então, não é melhor que tenhamos tido uma noite inesquecível e só?


 


Sirius nunca havia recebido uma negativa e por isso não se deu por vencido. Desceu da ponte, aproximou-se dela como se não quisesse nada e roubou-lhe um beijo de forma devastadora. Marlene foi pega de surpresa e sem defesa, correspondeu.


 


- Está vendo porque vale à pena, Lene? O que importa se são alguns dias ou meses?


 


Marlene travou uma batalha interna, as emoções aflorando intensamente, mas enfim, não podia esmorecer.


 


- Nós não precisamos namorar para termos alguns beijos iguais a este. Você sabe onde me encontrar se quiser “ficar” esporadicamente ou quando sentir saudades de mim. Até mais, Sirius.


 


Marlene partiu sem olhar para trás e usou toda sua força de vontade nisso. Ela apostou alto ao rejeitá-lo, pois cachorrão do jeito que ele era, Sirius poderia encontrar uma substituta num estalar de dedos e a única magoada seria ela. Porém, ela precisava mostrar para ele que não era igual às outras garotas. Se a sua tática funcionasse talvez ele lhe desse mais valor.


 


Sirius nunca havia sido rejeitado e por isso ficou em estado de choque e sem reação. Ele procurava assimilar o que ela havia lhe dito, formulou hipóteses, calculou as possibilidades e não gostou da conclusão a que chegou. Ela simplesmente não podia dar um fora nele, não quando ele tinha a certeza de que ambos queriam a mesma coisa.


 


Ele decidiu que Marlene seria a sua garota de qualquer maneira. Táticas não faltavam e ele poria todas em prática até que ela mudasse de idéia, pois quanto mais difícil mais doce era uma conquista.


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