_Amica mea! _ Peeta sussurrou ao meu lado, e eu apenas o ignorei. _ Katniss você não pode me ignorara para sempre! _ Peeta sussurrou ao meu lado.

_O que você é? _ Perguntei irritada, tentando achar nexo em alguma coisa que aquela mulher havia dito.

_Eu já lhe disse, sou algo muito mais velho que um Animam! _ Peeta sususrrou ao meu lado no banco, encarando seus pés.

_ISSO NÃO É UMA RESPOSTA! _ Gritei sentindo finalmente o desespero tomar conta do meu corpo.

Uma mulher que passava do outro lado da rua olhou para mim assustada e eu a encarei sem me importar com o fato dela estar pesando que eu fosse louca por estar gritando para o nada.

_Eu não posso lhe dizer! _ Peeta sussurrou culpado, seus olhos ainda encarando seus pés.

_OLHE PARA MIM! _ Gritei irritada com sua ação covarde, tão indigna de Peeta.

Seus olhos azuis ergueram-se me minha direção, olhos repletos de culpa e desespero, diferente do mar esperançoso que eu esperava encontrar.

_Por que? _ Implorei baixinho.

_Eu não posso! _ Peeta concluiu a dor queimando em seus olhos.

_É magia? _ Perguntei confusa, e Peeta apenas concordou com a cabeça. _ Foi minha avó? _ Perguntei exasperada com o fato de que uma mulher sozinha poderia causar tanta dor em minha vida.

_Minha existência vem de muito antes de sua avó existir, eu fui uma incógnita para mim mesmo durante muito tempo, até que você nasceu. _ Peeta esclareceu, tocando a linha do meu maxilar até meu queixo, deixando minha nuca arrepiada.

_O que eu faço? _ Perguntei ao Peeta sentindo todo o cansaço daquela manha sobre cair em meus ombros.

_Você tem que descobrir a verdade! Sua avó não vai desistir enquanto você não mostrar a todos a verdade! _ Peeta concluiu olhando fundo em meus olhos, mas desta vez com suas íris queimando em certeza.

_Qual verdade? _Perguntei confusa.

_Sobre tudo! _ Peeta explicou mais como um lamento o que propriamente uma explicação. _ Descubra a verdade sobre você, quando você descobrir a verdade tudo irá se resolver. _ Peeta sussurrou sua voz desaparecendo em meio ao vento.

_Não Peeta, você tem que me ajudar! _ Implorei vendo-o sumir na minha frente.

****

_Certo, o que faremos primeiro? _ Perguntei escancarando a porta de minha casa.

Já se passava do meio dia, quando resolvi voltar para casa, decidida a mudar o meu destino, irrompi pela porta sem medo das represálias de minha mãe, á encontrei sentada no mesmo lugar que a havia deixado pela manha, junto com minha tia-avó Megs.

_Mas oque? _ Minha tia perguntou confusa.

_Olha se aquela velha pensa que eu vou esperar sentada enquanto ela quer acabar com a minha vida, ela esta bem enganada, todo plano tem uma falha, nós só precisamos saber qual é a falha deste! _ Falei cruzando os braços sobre o peito e me escorando no sofá.

_Certo, certo, por que você não me conta onde você passou esse tempo todo? _ Minha mãe perguntou preocupada, levantando-se para analisar meus pés sujos sobre o carpete.

_Não mãe esta é a pergunta errada! _ Respondi tentando traze-la de volta a nossa realidade, agora não era a hora de lhe contar sobre minha longa caminhada no parque. _ Eu estava com Peeta! _ Resumi quando seus olhos azuis me olharam rispidamente

_Certo eu sábia que havia um motivo bom para deixar aquela coisinha com você!_ Minha tia Megs falou para si mesma, cruzando as mãos e apoiando seus cotovelos sobre os joelhos.

_Não gosto disso! _ Minha mãe reclamou e eu virei os olhos em resposta.

_Foco Rose! _ Minha tia Megs, falou levantando-se do sofá. _ A menina esta certa! Este feitiço é complicado e se me lembro corretamente tem que ser feito em uma lua de sangue. _ Ela continuou pensativa, andando de um lado para o outro.

_Isso é daqui a três messes! _ Conclui apavorada.

_Mas por que ela esta convocando a família? _ Minha mãe perguntou confusa, olhando minha tia Megs andar de um lado para o outro.

_Testemunhas menina, se ela simplesmente fizesse isso, seria mal vista por pelo menos metade da família, mas se ela convencer a todos que você está louca... _ Minha tia explicou pensativa.

_A uma pergunta que ainda não foi respondida! _Minha mãe falou, fazendo com que eu e Megs virássemos para olhá-la. _ Por que querem tirar o poder da Katniss? _ Mamãe perguntou sabiamente.

_Não é só tirar, é extinguir com a existência de Belle na família, será como se ela nunca estivesse existido, logo todo o feitiço que ela fez que reina até hoje irá se desfazer! _ Minha tia-avó explicou séria, como se aquilo devesse ser obvio para nós.

_Então ela quer a magia de novo! _ Conclui sorrindo.

_E com isso seu exercito pessoal de bruxos que ira dominar a terra! _ Minha tia Megs resmungou irritada.

_Nossa isso é tão Harry Potter! _ Falei jogando-me no sofá novamente.

_Não meu bem! Isso não é nem um fragmento daquela historinha para crianças dormirem._ Minha tia Megs falou me olhando irritada.

_Certo, então por onde começar? _ Minha mãe perguntou entusiasmada.

_Temos que desmerecer ela, quanto menor o numero de pessoas acreditarem nas mentiras da velha melhor para nós! _ Sugeri entusiasmada com a ideia de montar um motim contra minha própria avó.

_Sua avó tem muita influência para isso! _ Megs falou pensativa.

_O que você sugere então? _ Perguntei sem animo.

_Algo para manter esse seu poder bem preso dentro de você! _ Minha tia resmungou pegando sua bolça.

_Aonde você vai? _ Minha mãe perguntou apavorada vendo tia Megs andar em passos largos para porta.

_Vou buscar a biblioteca! _ Megs cantarolou batendo a porta.

_Ela fala como se conseguisse trazer milhares de livros até aqui! _ Resmunguei levantando-me do sofá.

_Nunca duvide de Megs, ela faz coisas que até sua avó duvida! _ Minha mãe falou virando-se em direção a cozinha. _ O jantar sai em uma hora _ Ouvia gritar enquanto subia as escadas.

_Vou só tomar banho! _ Gritei para que ela me ouvisse, mas ela apenas resmungou algo que eu não consegui ouvir, em resposta.

Entrei no meu quarto, mas e em vez de ir direto par ao banheiro como eu queria, parei enfrente a Peeta sentado na minha cama.

_Você é um espirito? _ Perguntei vigiando seus olhos de um azul profundo que agora olhavam espantados para mim.

_Como você descobriu? _ Peeta perguntou confuso, suas mãos mirando para seu cabelo instantemente, um típico sinal de nervosismo.

_Você me deu a maior pista, quando disse que era muito mais velho que um Animan, e suas roupas também indicam uma época diferente da minha, somente um espirito viveria por tanto tempo assim! _ Falei sentando-me ao seu lado na cama, relatando todas as conclusões em que havia chegado. _ Mas me diga como você consegue fazer todas essas coisas? _ Perguntei confusa.

_Antes eu não fazia, mas quando me apoderei seu Animan, eu adquiri metade de seu poder, quando você reacendeu, eu continuei sobrevivendo de seu poder, mas bem menos do que eu tinha antes, para não machuca-la. _ Peeta explicou olhando em meus olhos, procurando algo que parecia não estar ali.

_Foi por isso que você demorou tanto para retornar? _ Perguntei curiosa.

_Sim, eu precisava de tempo para me recompor, e esperar que seu poder estivesse totalmente estável também! _ Peeta respondeu sua expressão nunca suavizando a ruga de preocupação que se formava entre suas sobrancelhas.

_Mas e aqueles sonhos que pareciam tão reais, era magia? _ Perguntei ansiosa, por saber mais sobre alguém que eu amava tanto, mas conhecia tão pouco.

_Possessão, parte do processo na verdade, eu hipnotizava você, é mais fácil quando se esta dormindo, então eu a direcionava até onde desejava, e possuía alguém, geralmente com de aparência física próxima a minha, depois de tudo, eu a deixava em segurança em casa, e descartava quem quer que fosse em algum lugar. _ Peeta explicou, desta vez olhando para suas mãos cruzadas sobre os joelhos.

_E minha mãe nunca acordou! _ Conclui espantada.

_Parte do processo! _ Peeta admitiu com um sorriso brincalhão nos lábios.

_Isso é incrível! _ Conclui emocionada.

_Não verdade não, é muito fácil quando se é um espirito e o humano esta debilitado ou bêbado, a resistência a possessão é bem diminuta neste estado! _ Peeta explicou sério.

_Eu queria poder ter visto isso eu mesma! _ Falei extasiada, deixando-me cair sobre minha cama.

_Posso fazer isso qualquer dia desses se você quiser! _ Peeta sugeriu, surgindo no meu angulo de visão.

_Seria incrível, mas não seria você, nem seus olhos, muito menos seus lábios! _ Sussurrei, levando a mão para acariciar seu rosto quase impalpável.

__Kath! _ Peeta me chamou, desviando seu rosto de meu toque.

_O que foi? _Perguntei confusa, diante de sua ação.

_Agora que você sabe o que eu sou você me odeia? _ Peeta perguntou inseguro.

Só então eu entendi, que todo o tempo em que ele olhava para mim procurando algo, ele procurava incerteza, ódio, ou qualquer sentimento que o repelisse de mim.

_Como eu poderia odiar alguém que eu amo tanto? _ Perguntei respondendo sua pergunta, ao mesmo tempo em que tocava seu rosto agora muito mais palpável que minutos atrás.

_Prometa que nunca vai meu deixar! _ Peeta pediu aproximando seus lábios dos meus.

_Acho que já prometi isso antes! _ Respondi sorrindo, colando meus lábios nos seus frios e macios.

_Kath... AHHHHHH! _ Ouvi minha mãe gritar e Peeta sumiu de minha visão no segundo seguinte.

_Por Deus mulher, quer me matar? _ Perguntei irritada, sentando-me para olha-lá melhor.

_Havia um homem aqui! _ Ela falou espantada, sua mão pousando dramaticamente sobre o peito.

_Era só o Peeta! _ Respondi irritada com a fato dela ter interrompido um dos poucos minutos em que eu podia tocar Peeta.

_Mas ele... Eu vi! _ Ela afirmou, sem saber descrever ao certo oque havia visto.

Respirei fundo, lembrando a mim mesmo de que isso tudo era novo para minha mãe, e que Peeta não deveria ser visto por ela.

_Ele faz isso às vezes mãe! _ Expliquei calmamente.

_Vocês estavam... Katniss vocês ficam se enroscando assim? _ Minha mãe perguntou preocupada me fazendo corar.

_Mãe são só alguns poucos segundos ok! _ Expliquei empurrando-a para fora do quarto.

_Katniss! _ Minha mãe me chamou do outro lado da porta, que eu seguramente tranquei para que ela não entrasse e me deixasse mais envergonhada do que eu já estava.

_Mãe depois agente conversa, eu vou tomar banho! _ Gritei, para que ela fosse embora logo, sentindo meu corpo todo arder em vergonha.

_Ele te vê nua? _ Minha mãe perguntou do outro lado da porta, me fazendo desejar que uma cratera se abrisse no meio do meu quarto e me engolisse para dentro.

_Não mãe, agora vai embora! _ Gritei envergonhada, me distanciando da porta, e também de suas perguntas entrando no banheiro.

_Adoro o tom de vermelho em suas bochechas! _ Peeta sussurrou atrás de mim, um sorriso brincalhão tremeluzindo em seus lábios, me fazendo gemer de vergonha.

_Isso não é nada legal ok! _ Rosnei de volta, agarrando-me a pia a minha frente.

_Eu discordo de sua opinião! _ Peeta continuo, me fazendo ficar cada vez mais envergonhada, ao ponto de não conseguir sequer olhá-lo.

_Bom isso é oque você acha, agora saia que eu vou tomar banho! _ Falei virando-me para olhar em seus olhos lascivos e cheios de desejo.

_Não posso ficar só desta vez? _ Peeta pediu aproximando-se mais de meu rosto, seu alito frio soprando sobre meus lábios, seus lábios repuxados em um sorriso sensual.

_Não, vá embora! _ Gritei espanando sua imagem da minha frente.

_Eu posso ver se quiser, e você sequer vai notar! _ Peeta falou brincalhão, sua voz flutuando no nada.

_Não se atreva! _ Gritei envergonhada para ele, e tudo que recebi foi sua gargalhada como resposta.

Embora não admitisse em voz alta, secretamente eu desejava ter Peeta ao meu lado, suas mãos frias deslizando sobre meu corpo, descobrindo partes de mim mesma que nem eu havia descoberto ainda, poder sentir pelo menos uma vez, seu corpo inteiro junto ao meu, ou pelo menos vê-lo, saber enfim como era o corpo de um homem, com todas suas partes que eram cobertas pelas roupas, e desconhecidas para mim.

_Eu sou ingênua como Clove disse, mas se apenas..._ Suspirei desligando o chuveiro e enrolando-me em minha toalha, sentindo meu rosto arder com a ideia impossível de um dia poder ter Peeta em carne e osso para mim.

_O que você quiser, basta pedir que eu farei! _ Peeta falou ao meu lado me fazendo saltar.

_Eu disse para não espiar! _ Falei irritada com sua petulância.

_Eu não estava vendo, apenas ouvindo! _ Peeta explicou, aproximando-se para tocar a linha do meu maxilar delicadamente. _ O que você deseja?

_Nada! _ Falei sentindo minhas bochechas avermelharem levemente.

_Não precisa mentir para mim, você disse que era ingênua! Não a acho ingênua, acho que é perfeita! _ Peeta sussurrou afastando uma mexa molhada de meu cabelo, que pendia sobre meu rosto.

_Peeta! _ Chamei-o sem ter coragem de olhar em seus olhos.

_Sim Amica mea? _ Peeta perguntou, erguendo meu queixo para poder olhar em seus olhos.

_Você me deseja? _ Perguntei apreendendo-me no mesmo instante de minhas palavras.

_Claro Amica mea, de fato eu tenho olhos somente para vela acordar todos os dias, e é certo que eu não os teria se não fosse para olhar seus olhos intensos me olharem a cada por do Sol. _ Peeta sussurrou sorrindo, seus olhos azuis dançando entre as emoções que fluíam em suas palavras, sua mão fria e nebulosa acariciando meu rosto.

_Por que tudo tem que ser assim? _ Suspirei sentindo a dor de um amor que nunca iria de fato de concretizar exigindo seu lugar em meu peito, rasgando meus sentimentos um por um.

_Por que era para ser assim, você nasceu para ser minha, e o seu destino! _ Peeta concluiu acariciando meu rosto.

_Mas então por que tão diferentes? Por que não posso telo em carne para mim! _ Sussurrei desesperada, tanto abrasar a bruma que era Peeta.

_Katnnis! _ Peeta sussurrou caridosamente tornando-se mais denso, até poder sentir seu corpo frio contra o meu. _ Me desculpe por ser como eu sou, não posso mudar minha essência, mas eu prometo que sempre estarei com você, até o fim. _ Peeta concluiu, seus lábios frios pousando no topo de minha cabeça.

_Não quero que você mude, apenas o quero todo para mim! _ Conclui apertando-me mais a ele, até que seu corpo sumisse em meus braços.