Sangue escarlate escrita por Stephanie Orsina


Capítulo 6
Capitulo 6


Notas iniciais do capítulo

O cap não foi betado ainda, mas como a Dani estava demorando resolvi soltar o cap para vocês e quando ela voltar eu solto o betado.

Perdoem meus erros =)

[BETADO]



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– AQUELA BRUXA SEM CORAÇÃO! DEVIA TER MORRIDO QUANDO NASCEU! - ouvi uma voz feminina desconhecida soar no andar de baixo, e levantei-me assustada.

Imediatamente Peeta estava ao meu lado, tão assustado quanto eu, caminhei devagar, cuidadosamente, enquanto ouvia as blasfêmias da voz desconhecida soarem por toda a casa.

– BRUXA! NEM AS BRUXAS TEM O SANGUE RUIM QUE ELA TEM CORRENDO NAS VEIAS! - ouvi a voz rouca e irritada soar da sala, e sentei-me no ultimo degrau da escada, debruçando-me para ver a quem pertencia aquela voz.

Uma senhora, com uma blusa leve laranja e calça jeans, andava de um lado para o outro sobre seus saltos vermelhos, agitando seus cabelos curtos, cheio de pontas que mais pareciam a juba de um leão grisalho envolta de seu rosto, conforme girava bruscamente gritando para o nada, enquanto minha mãe apenas a observava tranquilamente.

– Katnnis! - minha mãe me chamou, levantei-me temerosa e me aproximei devagar da sala com Peeta em meus calcanhares. - Essa é sua tia avó Megs! - minha mãe falou, indicando a mulher de olhos grandes chocolate e rugas salientes que estava gritando até pouco tempo atrás.

– Então essa é a pequena filha de Eva? - Megs perguntou se aproximando de mim, ela era uns bons 15 centímetros mais alta que meu 1,60.

Olhei-a dentro dos olhos, frustrada com os vários apelidos que haviam dado a mim, “filha de Eva”, “filha de Caim”, estava prestes a jogar na cara dela que era filha da minha mãe, quando ela estreitou seus olhos verdes perspicazes para mim, e se aproximou mais ainda do meu rosto.

– Ora vamos menina? Você não leu livros o suficiente para saber quem foi Eva? - Megs perguntou séria, duvidando de minha capacidade intelectual.

– Claro que sei, e se for seguir os fatos, Eva foi a primeira mulher no mundo, o que é uma analogia interessante, mas entre ser “filha de Eva” e “filha de Caim” prefiro ser filha da minha mãe! - Respondi séria devolvendo seu olhar desafiador.

Megs riu, na verdade ela gargalhou na minha frente, virando-se para minha mãe que ainda permanecia sentada no sofá.

– Sua filha é um doce Rose! - Megs caçoou gargalhando sonoramente. - Gostei de você garota! - ela continuou, secando as lágrimas que escorriam pela lateral do seu rosto.

– Eu gosto dela! - Peeta sussurrou ao meu lado, fazendo-me franzir as sobrancelhas em desagrado.

– Ela é estranha! - Sussurrei cruzando os braços sobre o peito.

– Não disse que não era estranha, disse que gostava dela! - Peeta continuou, encarando a mulher sorridente a minha frente.

Dei de ombros e esperei qual seria a próxima ação que aquela mulher estranha faria.

– Ei você! - Megs gritou apontando para mim.

Olhei-a assustada, perguntando-me se ela obtinha algum problema mental ou algo parecido.

– Não você garota, estou falando com o rapaz ao seu lado! - ela continuou gesticulando com as mãos, referindo-se ao Peeta. - Sei o que você é, e você só esta do lado dela por que sei o quanto se importa com a menina, mas tome cuidado, posso ver suas intenções e nem sempre gosto delas! - Megs continuou olhando séria para o espaço atrás de mim onde se encontrava Peeta.

– Não gosto mais tanto assim dela! - Peeta sussurrou como um menino mimado, me fazendo sorrir satisfeita.

– Você o vê? - perguntei séria.

– Posso ver muito mais do que seus olhinhos turbulentos veem, menina! - Megs sussurrou sorrindo. - Certo, vamos aos fatos! - Mags começou, dando por encerrado o assunto.

– A velha quer tirar o poder da Katniss! - minha mãe finalmente se manifestou.

– Uff! - Tia Megs bufou revoltada e virou-se para minha mãe. - Você explicou as consequências disso para ela? - Megs perguntou a minha mãe, que apenas se encolheu em resposta.

– Consequências do que? - Perguntei confusa, sentindo que algo escapava de minhas mãos.

– Rose, você não contou para ela? - Megs perguntou ignorando totalmente minha presença na sala.

Minha mãe se encolheu novamente no sofá e olhou para os próprios joelhos.

– Mãe? Explicar o que? - perguntei confusa.

– Senta garota! - Megs falou, empurrando-me contra o sofá atrás de mim, me fazendo cair sentada, sobre ele.

Não demorou muito até Peeta se materializar ao meu lado, seus olhos vidrados em Megs, esperando o que quer que fosse que ela iria fazer.

– Você sabe do que um corpo é composto? - Megs perguntou, olhando-me de cima.

– Não! - Sussurrei quase que inaudivelmente, e ela apenas sacudiu seus cabelos grisalhos rebeldes em negação.

– Um corpo é feito de carne e alma! - Megs começou sua explicação, seus braço cruzados sobre seu peito, andando de um lado para o outro na minha frente. - No caso dos que possuem sangue escarlate há poder incluso junto à alma, não é a alma do ancestral que reencarna no corpo de uma criança como sua avó a fez pensar, é apenas o poder dele, que acha uma brecha na alma e se une a ela. Você esta me entendendo menina? - Megs perguntou parando na minha frente me olhando.

Concordei com a cabeça, com medo de que se falasse algo pudesse acabar atrapalhando sua explicação.

– Com você foi diferente! - Ela continuou ainda parada bem a minha frente. - Sua avó nunca aprovou o casamento de seu pai, pois além de não ser da família, sua mãe era uma humana comum, ela sempre desejou que seu pai casasse com a Deiserre Mason! - Minha tia tagarelou voltando a andar de um lado para o outro a minha frente.

– A mãe de Johanna? - perguntei espantada.

– Sim, a mãe daquela insuportavelzinha! - Tia Megs falou, com desprezo. - Bom o fato era que depois que seu pai casou, tudo pareceu dar errado na vida deles. Os papeis da casa nunca estavam prontos, e quando finalmente saiu, um tornado destruiu a casa, enfim foram tantos desastres que era óbvio que havia um dedo de sua avó em tudo. - Tia Megs, falou parando para olhar em meus olhos, suspirando pesadamente. - Seu pai sempre quis ter filhos, era o sonho da vida dele ter você, pequena, tanto que quando sua mãe perdeu o terceiro bebê, ele estava desolado. - Megs concluiu apertando ainda mais os braços a sua volta.

Olhei espantada para minha mãe, que permanecia perdida em suas próprias lembranças, seus olhos repletos de lágrimas.

– Uma noite, seu pai bateu na minha porta, sua mãe estava grávida novamente e ele temia que ela perdesse o bebê de novo, seu pai nunca havia desconfiado de sua avó, mas ele desconfiava de alguém, do contrário ele não teria aparecido naquela noite chuvosa para pedir minha ajuda. - Megs continuou dessa vez parada a minha frente, seus olhos perdidos em algum ponto do passado, muito além da parede que ela observava. - Depois de muito esforço, descobri que sua avó havia feito um feitiço impedindo que as almas se aproximassem da sua mãe. - Megs disse sentando-se na poltrona ao meu lado, seu rosto em um misto de pena e ódio. - Não havia como desfazer, estava tão bem amarrado, e como eu expliquei antes, a alma precisava entrar, nós precisamos de alma, sem alma, não há vida, e a vida nasce a partir da quarta semana de gestação, sua mãe estava na terceira semana. - Megs sussurrou a última parte, sua voz perdida no passado, em suas lembranças. - O que nós fizemos foi para mantê-la viva! - Megs afirmou, olhando finalmente para mim.

– O que foi? - perguntei assustada, com seu olhar penetrante, fixados no meu.

– Eu disse para o seu pai, que sua avó não ia gostar, mas ele queria tanto você, então nós a evocamos! - Megs sussurrou a última parte como em um segredo.

– Belle? - perguntei assustada.

Megs concordou com a cabeça e respirou fundo.

– Sangues Escarlates são feitos de metade poder e é por isso que a cada encarnação o poder se enfraquece, porque é necessário poder para renascer, um poder que não pode ser regenerado, mas a sua alma, não há humanidade nenhuma nela, é apenas poder. - Megs explicou olhando fundo em meus olhos.

– O que há de tão ruim nisso? - perguntei confusa.

– É magia proibida! - minha mãe sussurrou. - Nós pedimos permissão á Belle, mas isso não justifica! Um ancestral deve encarnar por conta própria! - Minha mãe explicou, olhando séria para mim.

– Sua Avó sabia que eu os ajudei a fazer isso, uma magia assim è sentida por todos do sangue, mas ela ainda não sabia quem havia sido afinal havia um leque de opções na época! - Megs concluiu.

– Até a minha Ascensão! - conclui espantada e minha tia Megs apenas concordou com a cabeça. - Mas por que Belle? - perguntei confusa.

– Eu te falei, Belle sempre pareceu ser a mais caridosa de todos! - Minha mãe falou seus olhos repletos de lágrimas.

– Mas... -Tentei esclarecer as perguntas que estavam em minha mente, mas Megs não permitiu.

– Você está desviando o assunto querida. O importante aqui é que se sua avó tirar o poder de você ela vai tirar sua alma! - Megs falou.

Suas palavras foram como água em meu fogo, me atingindo como um tiro em meu coração. Senti o ar sair de meus pulmões e com desespero tentei fazê-lo encher novamente.

– Eu vou morrer? - perguntei ainda sentindo que não havia sugado ar suficiente para que meus pulmões funcionassem.

– Se você considera estado vegetativo morrer! - minha tia Megs concluiu dando de ombros.

– E ela sabe disso? Minha avó? - perguntei quase sem voz e Megs apenas assentiu com a cabeça.

Senti a sala girar e fechei os olhos instintivamente para me estabilizar, o que aquela mulher dizia não podia ser verdade, minha avó não poderia querer minha morte, éramos sangue do mesmo sangue, em nossas veias corriam o mesmo DNA.

– Katniss? - Minha mãe me chamou e me trouxe de volta a realidade.

.

Demorou um tempo até que conseguisse focar seu rosto preocupado a minha frente, o tempo necessário para que a sala ampla em que eu me encontrava parecesse pequena e abafada demais para mim. Saltei num pulo, fazendo minha mãe dar dois passos para trás, no segundo seguinte já estava abrindo a porta para a liberdade.


Caminhei apressada até a calçada e quando ouvi minha mãe chamar me pus a correr, sem me importar com que os vizinhos iriam pensar de minha blusa antiga dos Dogers do meu pai, e uma bermuda que mal aparecia diante da barra enorme, corri até que minha pernas cansassem e a voz de minha mãe não ecoasse mais em meus ouvidos. Parei de correr quando achei um banco e me sentei ali, sentindo meu mundo desabar pouco a pouco.


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Notas finais do capítulo

Ultimamente estou sem histórias para ler, por que todas as fics que eu leio estão paradas, então pliz quem poder me recomendar umas fics eu agradeço! Beijos

PS: ja leio as da Mellatorne e as da Gii =)



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