Sangue escarlate escrita por Stephanie Orsina


Capítulo 5
Capitulo 5


Notas iniciais do capítulo

Respondendo a algumas perguntas que recebi, e achei que poderia ser uma duvida comum:

1)Katniss é uma bruxa? Para quem não percebeu ainda, sim katniss é uma bruxa.
2) o que é o Sangue Escarlate? O Sangue Escarlate é como é separada as famílias que possuem poder, nem todos da família são feiticeiros alguns são humanos normais, apenas aqueles que reencarnaram com a alma e o poder de uma das cinco famílias originais recebem essa conotação e o sobrenome do parente de sua alma quando identificado. Seus parentes de primeiro grau também recebem o sobrenome, apenas por agregação.
3)O que é um Anima? Os Animas é a manifestação da metade do poder do feiticeiro, os de Sangue Escarlate, não nascem com seu poder total, ele é dividido metade com o feiticeiro metade com o Animan, uma espécie de "Amigo invisível" mas na verdade é só a metade do poder dividido do feiticeiro que se adaptando da forma que mais lhe convém. Poderia ser um animal, uma fada ou qualquer forma viva, mas por um acaso do destino sempre foi um "humano".
4) O que é o Peeta? Peeta é o Anima de Katniss, até onde se sabe.
5) A mãe da Kat é bruxa também? Não ela é uma humana comum de uma família qualquer sem afinidades com os parentes de Katniss.
6)Clove é uma bruxa? Não Clove não é uma bruxa, ela é apenas a prima de Katniss que nasceu normal.
7)Gale é um bruxo? Sim ele é a reencarnação de um Hawtorn, um dos cinco originais.
8)Kat e Peeta vão ficar juntos? Leiam a fic, não quero e não vou dar spoiler para vocês! =)

Outras perguntas responderei mais tarde, beijocas.



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– Katniss! - Minha mãe gritou ao meu lado, me fazendo despertar em um salto.

Sem perceber eu havia dormido da mesma forma que havia deitado, com minha jaqueta de couro e minhas pantufas sobre os pés

– Você não acha que eu mereço um pouco de descanso, depois da noite passada! - Perguntei sentando-me na cama.

– Já são três horas da tarde, você descansou mais do que um urso no inverno! - Minha mãe brincou, abrindo as cortinas de minha janela, deixando o Sol fraco do outono invadir meu quarto e queimar meus olhos.

– Bom visto o que passei, merecia dormir até as cinco! - reclamei tentando me acostumar com a luminosidade excessiva.

– Para de reclamar, Clove esta lá embaixo! - Minha mãe continuou, recolhendo as roupas sujas do chão do meu quarto.

– Não quero vê-la! - Respondi como uma criança mimada,voltando a deitar em minha cama novamente, apenas por pura preguiça.

– Por quê? Você adora ela! - Minha mãe perguntou espantada.

– Ela vai querer saber o que aconteceu ontem, e eu ainda não sei explicar como eu ardi em chamas sem ao menos ter certeza de que isto realmente aconteceu! - Expliquei abraçando meu travesseiro.

– Faça como as pessoas normais: minta! - Minha mãe respondeu, me puxando pelo braço para fora da cama.

– Mãe! - repreendi estreitando as sobrancelhas. - Você devia estar me ensinando a não mentir e não o contrário! - Questionei falsamente incomodada.

– Deixe de ser uma velha igual a sua avó, Clove é uma boa menina e ela pode acabar ajudando você! - Minha mãe me incentivou sentando-se ao meu lado.

– Duvido muito, por algum motivo que foge da minha compreensão, ela idolatra a velha! - Resmunguei ainda com a cara sobre o travesseiro.

– Sua avó nunca a tratou mal! - Minha mãe justificou carinhosamente, como se no dia anterior não a tivesse chamado de bruxa para cima.

– Mas também nunca tratou bem! - Respondi por impulso.

– Desça e fale com ela, Clove pode ser uma ótima fonte para saber o que esta acontecendo entre as famílias, visto que ela anda sobre os dois campos de batalha! - Minha mãe insistiu, dando tapinhas em minha bunda.

– Às vezes me pergunto onde foi que você aprendeu a ser tão cínica! - Perguntei levantando a cabeça para olhá-la melhor.

– Com sua avó! - Minha mãe respondeu sorrindo, levantando-se e saindo pela porta.



Considerei o fato de que seu eu não levantasse minha mãe mandaria Clove subir até o meu quarto, e levantei com desgosto da cama, pegando qualquer roupa que havia sobrado pelos cômodos e me vestindo preguiçosamente.

– Menina é verdade que você tocou fogo no círculo? - Clove perguntou entusiasmada, se referindo ao meu ritual de iniciação, assim que apareci sobre as escadas, sua figura pequena, grudada sobre o corrimão.

– Não exatamente, a velha falou isso? - Perguntei sem ânimo algum, parando ao seu lado.

– Não, foi Jhoanna, e você não devia falar assim, ela é sua avó! - Clove me repreendeu suas sobrancelhas negras perfeitamente alinhadas em um “v” sobre os olhos.

– É o que as más línguas dizem! - Retruquei jogando-me sobre o sofá da sala, o cansaço reinando em meu corpo.

– Vovó disse que foi bruxaria da sua parte! - Clove justificou, sentando-se ao meu lado.

– Foi mais parte do ritual, eu acho! - Justifiquei dando de ombros e fechando os olhos.

– Mas não é assim, quer dizer, normalmente é só uma luzinha, né? - Clove perguntou curiosa.

– Normalmente sim, mas é a primeira vez que Belle reencarna então eu não sei bem como é o ritual dela! - Expliquei com os olhos fechados.

Ouvi Clove tossir e engasgar-se, opoiei-me sobre os cotovelos para poder ver o que estava acontecendo.

– Você... Belle? - Clove perguntou um tanto assustada demais com a mão sobre o peito.

– Sim! Ninguém te contou? - Perguntei incomodada com sua reação exagerada.

– Isso explica o porquê da vovó estar remexendo em livros e chamando todo o mundo para uma reunião! - Clove continuou pensativa, ainda com sua mão sobre o peito.

– Reunião? - Perguntei intrigada.

– Sim, vovó está convocando, e quando digo todos, é todos mesmo da família, sendo de Sangue escarlate ou não para uma reunião. Ela disse que você foi contra as regras fazendo magia no círculo e por isso deve ser banida de sua magia! - Clove explicou séria. - E por isso que eu vim, eu queria te avisar. - Clove continuou dando de ombros.

Olhei estagnada, diante da informação que minha prima havia me dado.

– Mas como? Ela não pode fazer isso, pode? - Perguntei mas para mim mesmo do que para ela.

– Parece que ela vai usar a mesma magia que Belle usou antigamente, mas para isso ela precisa da consentimento de maior parte da família! Parece que vamos ter que ajudar de alguma forma! _ Clove justificou dando de ombros.

– DIGA PARA AQUELA BRUXA VELHA QUE EU ESPERO QUE ELA ENGASGUE E MORRA COM O AQUELA COISA HORRENDA QUE ELA CHAMA DE CHÁ! - Ouvi minha mãe gritar e logo seus passos apressados ecoaram pela casa até a sala.

– Clo, sua mãe disse para você voltar para casa, ela tem medo que Katniss possa machucar você, já que ela é “magicamente descontrolada”! - Minha mãe falou irritada, enfatizando a última frase com uma voz irritante claramente de desdém, fazendo aspas com os dedos no ar. - Eu espero que aquela velha morra afogada no caldeirão dela! - Minha mãe praguejou com as mãos na cintura.

– Desculpe! - Clove sussurrou levantando-se e se encolhendo, como se a culpa fosse dela.

– Tudo bem! - Sorri a encorajando, escondendo a tristeza dentro de mim, sem me dar ao trabalho de levantar.

– Tenha cuidado na rua querida! - Minha mãe falou calmamente fechando a porta atrás de Clove. - Sua avó está me dando nos nervos! - ela reclamou jogando-se pesadamente na poltrona ao lado da minha cabeça. - “Magicamente descontrolada”? Oque vai ser na próxima? O anticristo?

– Ela vai tirar meus poderes! - Sussurrei desanimada.

Houve um minuto de silêncio ao qual pensei seriamente que minha mãe havia tido um aneurisma ou ataque cardíaco, quando ela socou o braço do sofá e levantou-se bruscamente.

– Ela foi longe demais agora! - Minha mãe falou séria e irritada, o que me assustou profundamente.

Minha mãe não era o tipo comum de mulher calma, ela gostava de gritar e praguejar, ela gritava praticamente por tudo e praguejava por muito menos, e era por essa razão que quando sua voz soava baixa e irritada que eu sabia que as coisas estavam sérias.

Vi-a levantar-se do sofá e corri para alcançá-la, com medo de que ela fosse escolher a arma ao qual ela iria assassinar minha avó na cozinha, mas ela apenas pegou o telefone e discou calmamente.

– Pra quem está ligando? - Perguntei curiosa escondendo-me atrás do batente da porta, vidrada em sua expressão homicida.

– Para sua tia avó Megs! - minha mãe respondeu sem desviar os olhos do telefone a sua frente.

– Acho que não vai adiantar muito, vovó convocou todos para uma reunião de família! - Relatei escorando-me no batente da porta.

– Duvido que a tenha chamado, Coin odeia a sua irma mais velha! - Minha mãe respondeu séria, apertando o botão de rediscagem.

Esperei um tempo antes de fazer mais perguntas, tentando me lembrar se havia algum dia conhecido minha tia-avó, quando mamãe chama minha avó pelo nome, a situação estava bem mais que séria.

– Não lembro de tê-la conhecido! - Murmurei mais para mim mesma do que para ela.

– Nem deveria, Megs foi abolida da família, antes de você nascer! - Minha mãe respondeu séria, um flash de alívio passou por seus olhos, quando alguém atendeu do outro lado da linha. - Megs? - Minha mãe perguntou, me impedindo de continuar meu interrogatório! - Precisamos de sua ajuda!

Esperei pacientemente enquanto minha mãe descrevia toda nossa situação a minha tia avó Megs, que por algum motivo parecia ser a pessoa mais confiável da face da terra para minha mãe, mesmo ela tendo sido abolida da família por algum motivo que eu desconhecia.

No jantar, implorei silenciosamente para que minha mãe começasse a xingar minha avó com insinuações estranhas e comparações ofensivas e tendenciosas, mas ela apenas ficou ali, quieta, comendo e engolindo, sem ao menos me contar o que a tia Megs havia dito. O que indicava que as coisas estavam indo de mal a pior, a única vez que vi minha mãe quieta assim, foi quando meu pai havia morrido e nós não tínhamos como pagar a hipoteca.

A semana se seguiu como silenciosa e angustiante, ninguém do lado bruxo falava mais comigo pela escola, exceto Gale que ia contra a toda e qualquer decisão de minha avó, o que o levou a grudar-se ainda mais a mim quando minha avó proibiu a família de chegar perto de mim, e é claro Clove, que contrariando as ordens de sua mãe, passava o maior tempo possível comigo. Mas nada parecia suficiente porque não era deles que eu precisava, mas sim de Peeta, eu nunca mais o vira depois da noite da minha ascensão, e o buraco que havia se criado no meu coração, junto a todos os olhares de medo e desprezo que eram direcionados a mim na escola apenas tornava sua falta ainda mais dolorosa.

Após mais um dia de algumas horas de silêncio no jantar por parte de minha mãe novamente subi as escadas, determinada a dormir, ou pelo menos me trancar em meu quarto e me livrar da pressão que havia se formado em volta de minha mãe.

Acabei por deitando em minha cama novamente, com um livro aberto na última página que havia lido sobre o peito, eu queria ler, queria ouvir música, olhar alguns seriados, até mesmo estudar, mas nada parecia ser suficiente para suprir minha agitação, ou a falta que Peeta fazia em minha vida, pois tudo o que eu fazia lembrava ele e a falta que ele causava em meu coração, no meu dia a dia, até mesmo no meu desespero.

Acabei por dormir e acordar no meio da noite, com uma voz familiar chamando meu nome, abri os olhos confusa, enquanto ouvia o sussurrar gostoso e familiar em meu ouvido.

– Peeta! - Sussurrei em surpresa e alegria.

– Amica mea! - Peeta falou ao meu lado, seus dedos traçando a linha inversa do meu maxilar, a cama cedendo aos poucos com seu peso.

– Como? - Perguntei ainda degustando seu toque frio e fraco.

– Eu disse que nunca a deixaria, meu amor! - Peeta sussurrou sua voz rouca provocando cócegas em meu pescoço.

– Mas você sumiu a semana toda! - Justifiquei, tateando seu rosto quase translúcido em meio a escuridão.

– Eu estava fraco, e ainda estou, mas eu tinha que estar aqui, por você! - Peeta sussurrou sua testa colando em minha têmpora.

– Eu senti tanto sua falta! - Confessei num lamento, virando meu rosto a procura de seus lábios.

– Eu morri longe de você! - Peeta sussurrou colando seus lábios nos meus.

– Prometa, prometa que nunca mais vai sumir?- Implorei quando senti seu corpo esmaecer- se em minhas mãos.

– Eu sempre estarei com você! - Peeta sussurrou antes de sumir na escuridão do meu quarto.


Eu ainda podia sentir a sensação dos seus lábios colados aos meus e foi com essa sensação calorosa e renovadora, que deitei-me e me preparei para o tão esperado fim de semana tranquilo.


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Notas finais do capítulo

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