Agatus - A Descoberta escrita por Letícia Francesconi
Notas iniciais do capítulo
Sentiram saudades? Pois é, eu senti! Vicky amada, estou relendo seus reviews ♥ Júlia, que saudade de você! Oboro, não me abandone outra vez :'( Snow NF, acho seus comentários mágicos ♥
Desculpem pela demora! Agora estou de férias e pretendo terminar logo! Sabiam que quarta-feira passada a Fic completou 1 ano?! Sim! Obrigado pelos lindos cometários e as lindas recomendações! Sem vocês eu não seria nada ♥ Obrigada, espero que gostem!!!
Adormeci, diante da raiva e da amargura. Tive pesadelos. Eram sombras, vultos e gritos horrorizados. Havia sangue, angustia. Despertei freneticamente, com um barulho suspeito. Arfei. Minha testa suava, assim como minhas mãos. Lavei o rosto e desmanchei minha trança. Abri a porta lentamente e observei o corredor. No final do percurso, podia-se ver as luzes das sondas metálicas. Escondi-me quando uma delas espiou, por trás de uma pilastra. Escutei um grito familiar e me encolhi. Era Christine. Com receio, pisei no gigantesco tapete rubro do corredor. Escondi Peter na cintura e Fadheela na bota, o anel de Agatus ofuscava em meu dedo.
Quando notei silêncio, corri até outra pilastra e observei as sondas se afastarem. De repente, uma luz rubra tomou o local. Permaneceu intensa por 5 segundos e, subitamente, se extinguiu. Os zumbidos das sondas desapareceram. Percorri o corredor velozmente, sentindo minhas mãos transpirarem. Ao virar à esquerda, deparei-me com o corpo de Christine estirado ao chão. Sangue rubro escorria por seu nariz, seu vestido estava imundo. Seus braços pálidos estavam com manchas roxas.
– Christine! – desesperei-me. Tentei acudi-la, mas seu corpo estava mole e sua respiração era fraca. – O que houve aqui?
Ajudei-a a se sentar.
– Victoria... Agatus... – ela arfou. – Floresta.
Christine remexeu-se. Tocou minha mão e mirou meus olhos.
– Eles levaram o livro. Vá até a floresta e impeça-os de se aliar com Agatus.
– Mas... Como? Raj era o único meio de sair daqui.
– Você é poderosa o suficiente para isso – sussurrou.
– Christine... Eu não posso – lamentei, desesperada.
Ela assentiu, apertando meus dedos gélidos.
– Salve nosso mundo das trevas. Nossas vidas estão em suas mãos a partir deste momento – ela me entregou um objeto um pouco pesado. Analisei-o. Era o colar de Richard!
– Como conseguiu isso? – indaguei pasma, avaliando a peça.
– Lutamos. Arranquei-o de seu pescoço, antes dele fugir, atrás de Victoria – ela respirou fundo, enquanto curava algumas feridas de seu corpo. Feiticeiros maiores dominam essa arte. Ela olhou para meu anel e tossiu. – Ele a quer. Precisa de você para libertá-lo. Proteja seu anel de todas as sombras. Corra, Katharine. Enquanto há tempo.
...
Vesti meu traje negro. Prendi meus cabelos em rabo de cavalo apertado. Transformei a flor de Lótus que Raj me dera em um broche delicado, colocando-o ao lado do símbolo fulgente de Agatus. Com Raj, compreendia que estava segura. O anel brilhava em meu dedo, prateado. Escondi uma faca na cintura, caso as varinhas fossem em vão. Olhei-me no espelho. Eu estava pronta. Eu salvaria o mundo das trevas de Richard. Eu alcançaria as profecias, libertando Agatus. Dali em diante, era declarada uma guerra. E eu faria de tudo para vencê-la.
...
Tentei destrancar algumas portas, a procura do local de partida de Richard e Victoria. A sala de Richard estava trancada por algum tipo de magia negra. Quando corria pelo corredor sombrio, avistei uma fonte de luz alva, originada na sala de Victoria. Adentrei o local, tomado pela luz. Uma bolha translúcida se fixava no chão. Lembrei-me do dia em que fui sequestrada pelas sondas. Uma prisão de Luz. Estava vazia, assim como a sala, sem rastros. Por que uma prisão de luz? Talvez quisessem prendê-la, ou seja, assim Christine estaria fora de seus caminhos, um estorvo a menos. Rodeei a sala, nada. Senti um forte cheiro de amônia, vindo da gigantesca sala de treinamento. O portal! Quando Diana fora sequestrada por Edra, um portal se abrira no mesmo local. A sala estava escura, meus passos emitiam ecos, que batiam nas paredes e voltavam até mim. Acendi o local com um simples estalar de dedos. Agora sabia de onde vinha o cheiro de amônia.
Ajoelhei-me. Havia neve ao seu redor, seu delinear ainda cintilava, rubro. Afastei a neve para vê-lo melhor. Tinha uma bela extensão de 4 metros de largura. Seus traços eram perfeitos, como se tivessem sido entalhados no chão de mármore. Ainda estava quente. Ali, nada havia. Porém, eu tinha a ciência de que estava perto, e de que o portal permanecia abaixo de meus pés.
Levantei-me. Rodeei o símbolo de Agatus diversas vezes, mas nada sobrevinha. Pisoteei-o e chutei-o, mas nada ocorreu. Peguei algumas varinhas, incluindo Peter e Fadheela, e as espalhei ao meu redor. Nada.
– Merda! – resmunguei.
Sentei-me no chão e pensei. Eu precisava chegar lá. Sem Raj, era praticamente impossível. Era de uma luz que eu precisava, de uma brecha. E essa luz veio depois de uma hora de pensamentos inúteis. Ajoelhei-me, apoiando meus braços no chão. Observei a figura por um minuto.
– Abra-se! – gritei para o símbolo. O eco da minha voz abrangeu o local. Não era isso o que eu esperava. – Não, não e não! Não é isso... Liberte-se! Agatus...!
A figura permaneceu paralisada, quieta. Milhares de feitiços, frases e palavras passaram por minha mente, mas nenhuma delas eram a chave. Lembrei-me do feitiço que Raj me ensinara, para a levitação de objetos. Também não era ele. Eu precisava de algo maior. Talvez o encontrasse nas profecias, mas...
Ergui minha cabeça. Recolhi minhas preciosas varinhas e deixei as outras de lado.
– Isso, é isso – ofeguei. Firmei os joelhos no chão, ainda apoiando minhas mãos no símbolo. Se eu podia abrir as profecias, por que não um portal? Fechei os olhos antes de gritar:
– Agatus, revele-se!
A luz rubra cobriu a sala de treinamento. Os objetos que me rodeavam, levitaram. Os tracejados do símbolo deixaram de ser rubros, adotando o dourado típico de Agatus. O meu anel tremeluzia, fulgindo rubro e dourado. Uma energia tomava meu corpo, fazendo o chão rachar. Tudo tremia. Pensei que o teto iria cair sobre minha cabeça. Mas, não. Pensei na floresta, na neve e nas criaturas de Agatus. Senti o vento gélido me beijar, envolvendo meu corpo. Logo, minhas botas tocaram o chão macio e álgido, tomado pela neve alva.
Eu permanecia na mesma posição que antes. Abri os olhos. Notei que o símbolo fulgia-se no chão, derretendo a neve. Levantei-me. Observei o horizonte e olhei para o emaranhado de árvores mortas e galhos secos à direita. Um rugido familiar chamou-me a atenção. Ela estava de volta, assim como antes. Acariciei seu pelo macio e acinzentado, notando que minhas mãos tremiam.
– Olá, Kendria. É muito bom vê-la outra vez.
Ela se curvou diante de mim, dobrando as patas dianteiras e as traseiras, facilitando a montaria. Subi em suas costas, agarrando seu pescoço peludo.
– Leve-me até o lago.
Kendria obedeceu, velozmente, adentrando a floresta de Agatus. Eu estava nervosa, ao mesmo tempo ansiosa. Apenas aquietei-me, observando a vegetação morta passar.
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