Agatus - A Descoberta escrita por Letícia Francesconi


Capítulo 39
Rajver


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!! Tudo bom?? Hoje eu não demorei ;) esse capítulo revela alguns segredinhos, rsrsrs
Um abraço :)



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Corri velozmente até a sala de Victoria. Yann disse-me que a mesma precisava falar algo sério, somente para mim. Ao longo do dia, não tive a surpresa de notar a presença de Raj. Eu havia pensado sobre tudo o que ele me dissera. Talvez ele precisasse de espaço, algum tempo sozinho. Nós estávamos presos em uma fronteira mágica, cercada de perigos e serpentes. Esta perseguição das profecias não fora algo que nos fez bem. Tentei deixar este pensamento de lado enquanto corria pelo corredor sombrio.

...

– Eu preciso das profecias, Victoria – gritou Richard ferozmente. – Eles as encontraram, mas, onde estão?

Encostei-me sorrateiramente ao lado da porta, observando-os pela brecha aberta. Victoria permanecia de pé, posicionada a frente de Richard. A mulher parecia furiosa, os braços estavam cruzados, e seu vestido rubro alongava-se até o chão. Podia ver sua varinha prateada brilhar em sua mão. Pensei que Richard iria estrangular Victoria a qualquer momento.

– Eu não sei, Richard – proferiu ela. – Eu não sei.

– Como não sabe? E Christine? Ela deve saber.

– Não, ela não sabe.

– E minha Kat? Talvez...

– Não, Richard! – Victoria gritou, fazendo Richard cerrar os punhos. – Elas não estão com a ratinha!

– Não chame a minha filha desta maneira, Abigail – Richard levantou-se da enorme poltrona, encarando Victoria impetuosamente. – Ande, Abigail Jarrell, diga-me: por que ainda protege aquele moleque?

Victoria engoliu seco, apertando a varinha em seu punho cerrado. Richard espreitou o olhar desafiador, como se estivesse em busca de uma resposta no rosto de Victoria.

– Isto não é da sua conta, Richard Mayer – redarguiu ela.

Richard ajeitou o colarinho da camisa negra e sorriu afiadamente.

– Ora, ora, Abigail – ele riu distraidamente, como se suas palavras escarninhas fossem uma piada. Victoria permaneceu inerte com os punhos cerrados. – O que Ramech lhe disse antes de sua morte “acidental?

– Não foi por querer, Richard. Não foi por minha culpa que ele morreu.

– Mesmo? Até quando vai assegurar isto? Diga-me, por que o rei teve um caso com você, sabendo que, ele, querida Abigail, já tinha um filho? Rajver Ali Mahadevan. Um menino que nasceu das... Cinzas? Cinzas de um casamento completamente arrasado... Por você? Alisha está morta por sua culpa, Abigail. Você destruiu o casamento do rei e da rainha. Não sei por que você ainda o protege. E Yann? Ramech sabia que ele tinha outro filho?– Richard cruzou os braços e balançou a cabeça. – Não. Ele não sabia. Não sabia por que você não contou. Mentiras sobre mentiras.

– O que está tentando dizer, Richard? Olhe para você! Mentiu estes anos todos sobre sua filha, dizendo que não sabia de sua existência. Mentiu para Lucinda este tempo todo!

– E quem garante que você não está a mantendo presa? Que você roubou as profecias? – ele se aproximou de Victoria lentamente. – Acha que sou idiota? Você quer me vencer, não quer? Você é uma mentirosa. Por que não conta a Raj sobre seu pai? Por que o levou até aquele bruxo das trevas para apagar-lhe a memória? Yann sabe sobre seu... Irmão?

Victoria suspirou nervosamente e abriu os punhos. Bati na porta velozmente, fingindo ter acabado de chegar. Victoria se recompôs, caminhando elegantemente até a porta. Os saltos ecoavam no piso de madeira, ruidosamente.

– Entre, Katharine – disse ela abrindo gigantesca porta. Sua expressão ainda era como sempre, a amargura exalava em seus olhos azuis.

Adentrei no colossal conjunto de peças rubras. O gato de Richard permanecia deitado no canto da sala. Ao me notar, Richard sorriu alegremente, indicando o divã vermelho.

– Sente-se, Kat.

– Por favor. Chame-me de Katharine.

Richard assentiu, logo lançando um olhar repreensivo a Victoria. A mesma bufou e se assentou no sofá ao lado, certamente rubro. Victoria foi a primeira a quebrar o silêncio pesado.

– Qual é o motivo para estar aqui? – indagou ela.

– Yann disse que você queria...

– Tudo bem, Kat... Katharine – Richard fez um sinal para que eu parasse. – Victoria está um pouco... Exausta. Teve uma longa noite de trabalho.

Ele a encarou seriamente. Seu olhar era um segredo que só ela poderia decifrar. Victoria assentiu e cruzou os braços.

– Onde está o livro, ratinha? – perguntou ela. Richard a repreendeu.

– Katharine, minha filha, onde poderei encontrá-las? – Richard foi melódico e delicado. Isto não estava ajudando em nada.

– Não sei – dei de ombros. – Não está comigo. Christine deve saber.

– Preste atenção, rati... Katharine – Victoria levantou-se rapidamente e me encarou sinistramente. – Tenho toda certeza de que você sabe. Fiquei sabendo que você andou falando com... Criaturas de Agatus. Algo me diz que você sabe.

– Victoria – resmungou Richard. – Pare. Agora.

A mulher retornou ao seu assento e praguejou algo. Richard fez o mesmo, apenas não resmungou como Victoria.

– Katharine, apenas me diga – Richard mantinha a voz calma e cautelosa. – O que Alaris lhe disse?

– Disse que eu deveria tomar cuidado com certas pessoas – disparei um olhar significativo a Victoria. – Depois ele me curou e mandou de volta.

– Só isto? – indagou Victoria.

– Ela está mentindo – declarou ela.

– Em primeiro lugar, você é a mentirosa aqui. Mentiu sobre meu pai, mentiu sobre a minha mãe... Todos vocês são mentirosos! Sequestraram minha mãe! Ficam controlando a minha mente...

– Basta – gritou Richard. A sua paciência e sua educação duraram pouco. Ele se levantou e agarrou o meu braço fortemente. Com a sua aproximação, pude notar outra vez o seu colar. Era como no meu sonho. O símbolo de Agatus fulgurava em prata. – Você é a minha filha, mas não vou tolerar este tipo de comportamento. Eu não sequestrei a vadia de sua mãe, e mesmo que eu quisesse fazer isto, já teria a matado. Você acha mesmo que ainda a amo? – Richard balançou a cabeça e estalou a língua. – Não mesmo. Foi um amor momentâneo. Estávamos inermes e desamparados. Vivi anos com aquela mulher, até descobrir a sua existência e a de seu irmão.

Ele retornou a sua postura protocolar e soltou o meu braço. Dirigiu-se a um quadro, trajado com figuras mortas e absortas. O apreciou por alguns minutos e, sem se virar, ordenou:

– Victoria, leve-a para a sala de treinamento – sua voz falhava ao decorrer das palavras. – Ela ainda tem muito que treinar.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?? Comentem , favoritem e recomendem ♥



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