Agatus - A Descoberta escrita por Letícia Francesconi


Capítulo 38
O Corredor Sombrio


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores queridos! Agora sei que vocês vão quer me matar! Eu sei, desculpem-me pela interminável demora! Afinal, as provas de física e química estão chegando! Estou praticamente arrancando os cabelos, literalmente. Sobre a minha outra fic, eu sei que estou demorando demais, estou com o PC do meu avô, e não tem como pegar o segundo capítulo :/
Então, espero que gostem deste capítulo! Eu sei que demorei demais, PORÉM, espero que vocês me perdoem! O próximo capítulo já está a caminho!
Beijinhos ♥



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Quando voltei do covil, sentia-me péssima. Meu corpo doía por inteiro, embora não tenha feito nenhum tipo de esforço. Minhas pernas lutavam para manter meu corpo de pé. Retirei o traje e obriguei-me a tomar um longo banho. Enquanto massageava meus ombros, notei a ferida que se desempenhava em meu braço. O enorme corte ainda doía, mas sua aparência tenebrosa havia esvanecido, graças a Raj. Pensei por muito tempo sobre o que Alaris me dissera. Agatus me dera... Poderes, era praticamente inacreditável. Ele deveria querer me matar. Afinal, Richard era o meu pai. Ele deveria ter sérios motivos para odiá-lo. As profecias já tinham sido encontradas. Por que Victoria não as tomou e fugiu? Por que ela ainda não matou Richard, para alcançar seu objetivo? Por quê? Eram muitas perguntas que rodeavam minha mente. Pensamentos. Muitos Pensamentos.

Pensamento n° 1

Havia Raj. Havia David. Havia Yann. David estava a um oceano de distância - se é que realmente ainda nos encontrávamos na Índia. Lembro-me perfeitamente da última vez em que o vi. Ele estava a beijando. Loucamente. Lembro-me das lágrimas quentes escorrendo em meu rosto, e os braços ternos de Raj me acolhendo. Ele não iria me querer. Nunca mais.

Pensamento n° 2

Yann era uma opção que eu descartava. Nunca o amaria. Ele era ignorante e egoísta, porém era bonito e incrivelmente atraente. Na última vez em que ficamos a sós, uma briga entre um garoto indiano e um canadense ocorreu. Admito que, no começo, fiquei assustada e com uma imensa raiva de Yann e Raj por estarem brigando por mim, mas, depois, estabeleci um breve pensamento absorto sobre isto. Dois garotos, certamente ambos eram belos e atraentes, dois feiticeiros lutando ferozmente pela atenção de sua “donzela”. Era, sem dúvidas, um pensamento de dar um frio na barriga. Porém, havia algo em Yann que eu detestava. Ele me manipulava, assim como a mãe. Ele era forte. Não conseguia vencê-lo. Ele me seduzia, conduzindo-me ao modo que ele desejava. Eu odiava isto.

Pensamento n° 3

Tirando David e Yann da minha listinha mental, apenas sobraria... Raj. Ah, sim. Raj. Um menino simples e educado. Não haveria como rejeitá-lo. Ele me prendia. Instigava-me a lhe beijar. Seus lábios eram um veneno proibido, mas que eu nunca deixaria de provar. Mesmo que isto dependesse de minha vida, eu continuaria a lhe beijar. Eu o almejava. O ansiava. Mas eu não podia. Ele era perfeito, e eu o desejava. Raj sempre dizia que me amava, porém eu nunca retribuía seu ato. Será que um simples "eu te amo" faria seu dia melhor? Mesmo em um momento de guerra? Portanto eu o fazeria. Eu diria a ele tudo o que eu sentia.

...

Logo após meu banho, dirigi-me a sala de Christine. Raj me esperava com olhos ansiosos, o negro nunca fora tão vivo. Levantou-se em um movimento veloz, mantendo uma distância considerável entre nós.

– Katharine - Raj deu um passo à frente, mas logo tratou de recuar. - Você está melhor?

– Sim. O que aconteceu?

Ele engoliu secamente e fitou os pés.

– Kat... Katharine - ele levantou os olhos e me encarou nervosamente. Sua voz era firme e cautelosa, ainda assim, seduzente. - Não podemos.

– O que não podemos? - aproximei-me dele lentamente, fazendo-o recuar ainda mais.

Relutante, ele concluiu:

– Não podemos ficar juntos - ele declarou em um sussurro rouco.

Seus olhos mudaram de cor, pela primeira vez. O brilho que eu conhecia, havia desaparecido. As lágrimas haviam tomado-lhes. Meu coração palpitou e meu corpo estremeceu. Depois de toda minha circunspeção durante o banho, eu resolvera algo. Eu o queria. Seu sotaque agradável havia sumido, o que era muito curioso. Minha garganta seca dispôs-se a falar.

– O que... O que disse?

– Eu disse - ele me encarou tristemente e prosseguiu. - Não podemos ficar juntos.

– Por quê? Raj, o que está...

– Você não compreende! - ele gritou inesperadamente. Recuei um passo para trás, assustada com seu tom. As lágrimas fugiam de meus olhos. - Ele vai me matar!

– Quem? - sussurrei. - Raj, você precisa se acalmar...

– Não, não, não! Pare! Você é um fruto proibido, Katharine. Você é perigosa, portanto, afaste-se. Agatus vai me matar.

– Raj, não entendo. O que está tentando me dizer?

Nunca mais se dirija a mim. Não fale comigo. Não pense em mim. E, principalmente, não me toque.

Ele levantou os ombros tensos e foi embora. Não olhou para trás. Apenas desapareceu no corredor sombrio.

Como Raj, eu também queria desaparecer. Sumir em meio às sombras e chorar. Chorar como uma criança que perdeu o pai e o irmão. Saí como uma louca, vagando pelo corredor.

Eu tinha medo. Medo de Raj me abandonar. Medo daquele corredor. Imagens sombrias erguiam-se enquanto eu corria loucamente. Tombei em uma figura sombria, que me obsevava, os olhos azuis iluminavam seu rosto na escuridão.

– Minha querida, Katharine - disse ele. - Não precisa chorar.

– Eu tenho meus motivos - o empurrei, deixando o caminho livre para a escuridão. Yann me repreendeu puxando-me para si.

Eu ouvi tudo– sibilou.

Olhei para seu rosto magnífico. Ele sorria. Um sorriso afiado.

– Como?

Ele envolveu seus braços em minha cintura.

– Raj não lhe merece...

Yann beijou meu pescoço lentamente. Leves arrepios eram laçados em meu corpo.

– Como um homem poderia lhe recusar? - ele me encarou. Seu sorriso malicioso era tentador. - Você é irresistível, Katharine.

Yann levou meu corpo de encontro ao seu. Senti sua respiração quente em meu rosto. Ele fitava intensamente meus lábios, como se os ambicionassem.

Tentadora...

Yann me beijou. Não como Raj. Não como David. Era intenso. Candente. Seus lábios eram perfeitos e tenros. Suas mãos quentes passeavam por meus cabelos. Ele me puxou mais. Sentia seus batimentos cardíacos me envolverem. Não sei por quanto tempo nos beijamos, mas foi o suficiente para nos deixar sem fôlego algum. Yann me encarou com seu sorriso malicioso. Afastou alguns fios rebeldes dos meus olhos e me beijou outra vez. Quando terminou, brincou com algumas mechas de meu cabelo.

– Por que alguém lhe abandonaria? - perguntou ele.

– Yann, não deveríamos...

– Fique comigo, Katharine - sussurrou em meu ouvido. - Eu anseio você. A cada minuto.

– Yann...

– Apenas esta noite. Por favor - implorou.

– Eu preciso falar com Raj.

– Ele não lhe quer. Ainda não compreendeu isto? Se ficar comigo, irá vencer o jogo.

– Não quero ganhar jogo algum - separei-me dele.

– Sim. Você quer - Yann sussurrou enquanto tentava me alcançar. Incensou-me delicadamente em seus braços esculturais. Ele estava me manipulando. Podia sentir. Mas era impossível ser forte. Minha mente traía meu corpo. Eu não tinha forças para lutar contra ele...

...

As mãos de Raj envolviam a cintura de Diana, enquanto o mesmo a beijava intensamente. O ar encontrava-se pesado demais para alguma tentativa de respiração. O corredor sombrio erguia-se a minha frente. Sua penumbra tomava-me por completa.

Ajoelhei-me inesperadamente, quando uma dor lancinante incidiu em meu peito. Não havia sangue. Havia brilhantismo. Brilhantismo vindo de uma flecha dourada, agora cravada em meu peito. O atirador fitava-me. Fitava-me como se eu fosse uma presa morta. Seus lábios sustentavam um sorriso escarninho de dentes afiados. Em sua mão esquerda, um arco negro pendia silencioso, esperando a próxima vítima.

– Katharine Mayer – sibilou Jake. Os cabelos dourados caiam em seus olhos ardentes. – Uma feiticeira morta.

Jake ecoou uma risada mordaz, ainda me encarando. Apontou para Raj e Diana, que ainda se beijavam.

– Ele lhe traiu, ratinha.

O brilho dourado da flecha eu meu peito, expandiu-se para o meu corpo. Raios dourados invadiram minha pele, enquanto minhas veias mudavam de cor. A dor aumentava. Alargava-se cada vez mais. Minha respiração falhava. Eu lutava...

– Katharine. Vai ficar tudo bem – Yann acariciou meus cabelos e beijou minha testa.

– Yann? – sentei-me rapidamente na cama, um pouco tonta. Mirei o enorme quarto que se desempenhava a minha frente. O quarto de Yann era arrumado e gélido. – O que eu estou fazendo aqui?

Ele me fitou radiantemente e sorriu.

– Minha querida, não se lembra? – ele parecia feliz e incrédulo ao mesmo tempo. Os olhos azuis eram duas pedras de cristal, perfeitamente esculpidas. Ele riu e me beijou. – Você estava triste e abatida ontem. Não conseguia dormir, então eu lhe trouxe até aqui.

– Eu dormi aqui? – perguntei ainda descrente. – Quer dizer, com você?

Ele assentiu ainda sorrindo.

– Dormiu como um anjo.

– Yann... Não aconteceu...

– Xiiii – ele encostou o dedo indicador em meus lábios.

Ainda sorrindo, ele completou:

– Você teve um pesadelo antes de acordar. Acho que essas visitas ao covil de Alaris e a ilhas mágicas não fazem muito bem a você – ele retirou uma mecha negra de cabelo dos olhos e tornou a sorrir. – Tenho que conversar com Richard sobre esta competição maluca.


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Notas finais do capítulo

Ehehehehe, comentem!!



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