Agatus - A Descoberta escrita por Letícia Francesconi


Capítulo 36
Uma Feiticeira Menor


Notas iniciais do capítulo

Oi galera!! Quero me desculpar pela demora. Eu estava com vários probleminhas e logo consegui me livrar de todos eles. Eu sei que vocês esperavam que esse capítulo fosse relatar o Covil de Alaris, mas... Desculpem!!! Tive que fazer um “pequeno” corte no capítulo. Ficou tão imenso que tive que cometer isso! Mas prometo que o próximo terá o Covil de Alaris para vocês desfrutarem!! (Loyele, minha linda, não fique preocupada, esqueça a Kat, o Raj é só seu!! Rrsrs) Espero que gostem!! Muito obrigado pelos comentários!! Amo vocês!! Favoritem!!



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Raj segurou minha mão fortemente. Estávamos preparados para enfrentar o covil de Alaris. Certamente, eu não possuía nenhuma instrução do lugar, apenas sabia que Alaris era um feiticeiro e que poderia me curar. Eu, fisicamente, sentia-me bem. Christine ofereceu-me algumas frutas, que de início recusei, mas ela insistiu dizendo que não sabíamos como Alaris poderia nos receber. Mentalmente, sentia-me mal. Uma náusea constante alastrava-se por meu estômago, minha cabeça girava em uma órbita de pensamentos delirantes. Agatus e Richard estavam presentes na maior parte deles.

Não apenas Agatus ou as loucuras de Richard me atormentavam, e sim, minha mãe. Ainda estava confusa por ter ouvido sua melódica voz. Kendria havia me mostrado o caminho verídico para alcançar as profecias. Confesso que, sem ela, não haveria achado o livro. Eu poderia ter me perdido na floresta de galhos secos e morrido. Mas a súbita voz de minha mãe ainda era um motivo de ponderação. Quando eu indagava sobre o ocorrido para Christine, ela somente dava de ombros e novamente dizia: "Não sei, Katharine". Eu já estava concluindo que fora uma pérfida ilusão, causada pela floresta, ou até mesmo por Agatus.

Outro motivo que rodeava minha cabeça era o súbito incêndio da corte. Ninguém ao menos argumentava algo, ou tocava no assunto. No dia do acidente, a notícia se alastrou e foi crescendo, crescendo e crescendo, até que um dia ela se diminuiu e desapareceu. Eu queria mais informações, precisava saber o que realmente aconteceu. Christine disse que vários livros foram queimados, e eu fiquei me perguntando se um deles poderia ser o livro de Agatus. Acho que descartei, imediatamente, esse pensamento. Uma das cópias já alcançamos, mas... A original... Ainda não posso acreditar que Victoria tenha o livro em mãos. Se ela estivesse com mesmo, não estaria cobiçando os outros. Perguntei a Raj o que aconteceria se os três livros fossem unidos, lado a lado, e a resposta foi simples: “Provavelmente não aconteceria nada. Os livros possuem energias iguais. Se fossem unidos, apenas seriam repelidos". Claramente, a sua resposta não me ajudou como eu queria.

Eis outra questão ponderativa: Richard era o meu... Pai, certo? Peter era o meu irmão. Eu imaginava a sua figura sombria e a unia com a de Richard. Elas eram totalmente compatíveis. Os olhos frios, o cabelo escuro, o jeito de ser... Era terrível a forma de como eles eram parecidos. Peter era um menino que odiava ser repreendido e que... Ele adorava maltratar as pessoas, e eu era a sua prezada vítima. Minha mãe odiava o seu jeito, mas não argumentava seu comportamento nas horas devidas. Apenas abaixava a cabeça e tentava esconder sua tristeza. Richard era assim. Um homem mau e contemplativo. O meu pai.

Sentia que estava pronta para encarar o covil de Alaris. Como Christine dissera que ele ajudou Agatus no nascimento das profecias, que possuíam mais de 3.000 anos, então concluí que ele era bastante velho. Capturei em minha mente um homem bem velhinho e simpático. Tentei o imaginar como meu avô, mas isto era praticamente impossível. Eu não tinha avó. Então o que me veio foi o avô de David. Um adorável senhor, que se deixava levar pelas rugas de seu rosto. Ele era como David, os olhos azuis e a personalidade irreconhecível. Os cabelos brancos eram um detalhe que David não possuía, mas eu poderia o colocar como uma versão mais nova do senhorzinho. Mas Alaris poderia não ser um velhinho alegre e agradável como o avô de David. Ele poderia nos receber como Edra e Solaris nos receberam. Poderia armar o seu exército e nos exterminar. Por isto, nos preparamos como devíamos nos preparar. Diana não alterava sua espada e sua adaga por outro armamento. Jake levava as flechas douradas e empunhava seu perfeito arco negro. Raj possuía inúmeras varinhas multicoloridas, mas Ramech era a que ele mais contemplava. Peter era tudo o que eu tinha. Seu brilho, às vezes, era ofuscante, como se não estivesse a minha disposição, gritando "Pare, Katharine! Não suportarei mais nenhuma batalha". Mas não era apenas Peter o meu benfeitor, o anel de Agatus cintilava em meu dedo.

– Kat, tudo bem? - Raj pôs-se a minha frente, encarando-me.

Assenti hesitantemente. Ele sorriu e me beijou.

– Não tenha medo - murmurou ele. - Iremos conseguir.

Devolvi o seu sorriso terno. Olhei por seu ombro e avistei Diana nos fitando em um canto. Seus olhos azuis eram um oceano de ira. Notando meu olhar, abaixou a cabeça e fitou as botas negras. Raj apertou minha cintura e beijou o meu pescoço.

– O que você acha de... - ele se dirigiu a minha orelha, mordendo a mesma. Ele causava-me breves arrepios na pele. Certamente, eu nunca tivera sentido isto com David. Parecia que Raj tivera esquecido de que estávamos na frente de Jake e Diana, e que Christine poderia chegar a qualquer instante. -... Depois disso tudo. Você sabe...

Raj– separei-me dele delicadamente, o deixando confuso. Eu sabia o que ele queria, mas eu precisava conversar em particular com alguém. - Eu tenho que... Eu já volto.

Ele assentiu ainda confuso e prosseguiu até Jake, que arrumava as flechas douradas como se sua vida dependesse disto. Diana me encarou ao notar minha aproximação.

– O que você quer? – reprimiu-me ela.

– Você está bem? - usei toda a delicadeza que existia em mim. Ela era difícil de ser domada, eu teria que me acostumar com isso.

Ela mirou em meus olhos, mas tratou de voltar a fitar suas botas.

– Estou - resmungou. - E por que precisa saber?

– Diana... - tentei não a encarar. Ela levantou o olhar e me encarou com mais precisão. - Eu sei o que você sente... Raj...

– Você ficou louca? - ela arregalou os olhos e cruzou os braços. Os braceletes negros cintilavam. - Eu não sinto nada por ele.

– Diana - suspirei. - Eu vi como o olha. Se sente triste quando estou perto dele. Eu sei de tudo.

– Não. Você não sabe - murmurou ela. Cerrou os olhos por um instante e afundou da escuridão. - Você nunca vai saber.

– Se você não me contar - sentei-me ao lado dela, recaindo-me na escuridão. – eu nunca irei saber.

Ela hesitou e suspirou. Apertava as mãos uma contra a outra.

– Promete que não irá, em hipótese alguma, contar para Raj? - ela devolveu o seu olhar triste para as botas de couro, que colidiam uma na outra, sem interrupções. Ela engoliu seco e prosseguiu. - Muito menos para... Para o Jake? – fiquei em silêncio. - O que me diz?

– Diana, confie em mim. Eu prometo guardar o seu segredo.

Ela assentiu e suspirou.

– Raj certamente me odeia – contou ela. – Depois de tudo o que eu o fiz. Eu não mereço a sua... Atenção.

– Isto não verdade, Diana – pus minha mão esquerda em seu ombro, que no mesmo instante se contraíram. – Ele não lhe odeia.

– Como pode ter certeza? Ele contou a você?

– Não. Você... O ama?

Ela abriu os olhos azuis intensos e sua pele se retesou.

– Ele jamais gostará de uma garota como eu – as lágrimas afloravam em seus olhos, retidas em um oceano azul. – Ele prefere andar com uma garota como você.

– Diana... O que?

Ela fungou e me fitou.

– Você é bonita e educada. Olhe para mim... Sou uma feiticeira menor. Apenas sei lutar... Matar. Ele está certo por gostar de você.

– Diana...

– Você é uma filha de Agatus e ainda... É perfeita. Tudo o que você faz é perfeito.

– Diana, não me levante desta forma. Eu não sou isso tudo.

Ela limpou as lágrimas e respirou em silêncio.

– Katharine, estou com medo – disse ela como se estivesse com uma aguda dor em seu abdômen. – Estou com medo do Jake.

– O que ele fez? – produzi uma voz compreensiva. Diana parecia fora de sua órbita normal. Suas mãos tremiam e, muitas vezes, ela gaguejava ao falar. Era estranha a forma como ela se abria para mim. Seus sentimentos se derramavam, assim como as lágrimas em seus olhos.

– Jake está louco – contou ela. – Ele disse que necessita vencer o jogo que Richard propôs. Richard contou que apenas um sobreviverá... Tenho medo de que ele me mate.

– Jake nunca iria matar a sua própria irmã – garanti.

– Não. Você não me compreende, Kat. Ele é louco. Jake faz tudo para obter o que deseja, mesmo que tenha que abrir mão de algum bem. Ele está no lado de Victoria e quer acabar com Richard. Eu conversei com ele, mas... Ele disse que precisa exterminar Raj do seu caminho... Você é a próxima.

Um súbito arrepio percorreu minha nuca. Diana tinha razão, Jake era louco, e a mataria sem hesitação. Eu não sabia mais o que lhe dizer, então me ergui em silêncio.

– Diana. Seu irmão a ama, e nunca a mataria – menti. – No caso de Raj... Tente conversar, ele nunca a negaria.

Ela se levantou e me encarou incrédula.

– Ele nunca vai me querer, Kat... Ele ama você.

– Eu...

– Olha – ela sorriu, logo empunhando sua adaga prateada. – Mesmo assim, obrigado pela sua ajuda, ruivinha – ela girou a faca em suas mãos parecendo gostar do que fazia. – Vou tentar aliviar para o seu lado quando formos para a batalha.

Ela piscou e se retirou. Fiquei parada tentando compreender sua mente confusa, mas era impossível. Olhei para os lados e avistei Raj sentado em um canto, mirando Ramech. Acomodei-me ao seu lado e sorri. Ele retribuiu meu ato.

– Está preparada? – perguntou ele voltando-se para a varinha cintilante.

– Acho que sim – fitei meu braço esquerdo tentando enxergar a ferida por trás do traje. Agradeço até hoje por Raj ter aliviado a dor com seu feitiço. – E você?

Ele abandonou Ramech e me encarou. Passeou com os dedos por meu rosto e sorriu.

– Sempre estarei pronto – concluiu.

Beijou-me delicadamente e suspirou. Eu queria que tudo isso terminasse, queria encontrar minha mãe... Voltar para casa, mas não queria abandonar Raj. Eu sei o que eu sentia, mas tinha dúvidas sobre isto. O medo tomava conta de mim. Eu queria que minha mãe estivesse aqui.


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews?? Favoritametos?? Recomendações?? Comentem!!!! Um beijo!!



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