Agatus - A Descoberta escrita por Letícia Francesconi


Capítulo 35
As Profecias de Agatus


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores!! Como estão? Eu demorei um pouquinho, pois eu tive uns probleminhas com meu PC, mas agora está tudo resolvido! Eu ainda estou me matando com a escola (please!! Alguém me ensina física e química??), estou quase arrancando os cabelos, mas não poderei, jamais, abandonar vocês! Escrevi, embora eu não tenha muito tempo disponível, uma nova fic, Caçadores do Submundo. Seria muito legal os reviews de vocês para me animar! Quem quiser dar uma rápida passadinha lá, aí vai uma dica. Espero que vocês gostem deste capítulo, desculpem-me pelos erros. Um beijão!! Ahaha, não me esqueci de vocês: Oboro, Vicky (olha as intimidades, rsrs) e Júlia. Vocês são uma grande inspiração para escrever, eu fico tão motivada para desenvolver cada capítulo! Obrigado por seus comentários! Abraços!!



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Acordei do meu sono repentino com Raj acariciando meus cabelos. O sono fora pesado e agitado. Tive um terrível sonho, junto das profecias, certamente na floresta de Agatus. As sombras consumiam minha eficácia e minha força. A cada passo, junto de Kendria, eu perdia-me em uma imensidão tomada pelo crepúsculo. O livro agarrava-se a mim. Raj clamava, angustiadamente, o meu nome.

Sentia-me mal, apesar de um peso gigantesco sair de minhas costas. As profecias foram encontradas, embora minha mãe ainda estivesse desaparecida. Eu sentia raiva dela, devo-lhe admitir, mas parte de mim negava o furor supérfluo. Ela nunca dissera nada sobre meu verídico pai, muito menos sobre Agatus. Não me sentia mal pela magia, era uma coisa amena e até divertida de se fazer. Eu estava exumando pensamentos ruins, isto não era nada bom.

Repassei meus pensamentos outra vez, observei os lados com o olhar um pouco vago. Raj sentava-se em um banco a minha frente. Estávamos em seu quarto, e, claramente, tudo ali exalava o perfume de seus cabelos. Era irresistível.

– O que aconteceu? - perguntei ainda em meu estado de sonolência.

– Encontramos você caída na floresta – Raj passou suas mãos pelos cabelos negros. Já disse que era irresistível? – Você foi ferida por uma fera de Agatus. Estava agarrada às profecias.

– Onde estão? Não posso deixá-las nas mãos de Victoria...

– Acalme-se, Katharine. O livro está com Christine.

Um suspiro de alivio percorreu meu pensamento, entretanto, acho que Raj percebeu, pois seu sorriso atraente foi devolvido ao seu rosto.

– Eu me sinto mal – declarei sentando-me na cama. – Por quanto tempo eu adormeci? Não me diga que foi por dias, como da outra vez.

Raj alargou o sorriso, iluminado.

– Apenas por uma noite.

– Você ficou aqui ao meu lado por esse tempo todo?

Ele assentiu.

– Você precisava de uma atenção maior.

– Raj, eu estou bem.

– Mesmo? – ele arqueou as sobrancelhas, dissimulando uma ironia inexistente. – Olhe para suas feridas, estão horríveis. Você precisa de um feitiço forte, foi mordida por uma das feras de Agatus.

Fitei a mim mesma. Meus braços e antebraços, ainda recobertos pelo traje negro, encontravam-se rasgados em alguns pontos. Em meu braço esquerdo, uma ampla ferida estendia-se, completamente em carne viva. Meu sangue permanecia seco sobre minha pele. Engoli seco fitando Raj.

– Você ganhou essa.

– Acho que estamos... Empatados?

Assenti. O garoto de olhos negros estendeu sua mão esquerda em minha direção.

– Claro – senti o frio que sua mão oferecia a minha. Ele sorriu e se ergueu.

– Você precisa descansar mais, e irei respeitar isso.

– Eu estou me sentindo suja – reclamei do meu próprio cheiro de sangue seco. – Acho que, o que eu realmente preciso, é de um banho. Um banho quente e, muito, muito demorado.

Levantei-me da cama com um pouco de dificuldade. Minhas pernas protestavam com uma dor latejante. Raj me equilibrou com as mãos em minha cintura.

– Obrigado – aproximei-me da porta, mas meu corpo não a alcançava.

Raj se recostou atrás de mim, reconfortando-me com seus braços. Iniciou uma trilha de beijos por meu pescoço, com pequenos intervalos entre si.

– Hum – gemi com satisfação. O que eu estava fazendo mesmo? – Eu já disse que eu estou suja.

– Não me importo – disse ele entre os beijos. – Katharine...

– O que?

– Já disse que te amo?

Meu coração deteve seus batimentos acelerados. Droga, ele me amava. E... O que eu poderia fazer sobre isto? Talvez fugir? Não, isto não iria resolver nada. Eu não podia dizer... E se eu não o amasse? Acho que David ainda perambula minha mente. O que eu poderia fazer? Minha mente perdia-se em pensamentos confusos. Eu gostava dele, sentia-me bem próxima dele, mas não sei se... Era amor.

Desprendi-me de seu corpo, rapidamente alcançando a porta. Ele ficou completamente inerte.

– Katharine, tudo bem?

Virei-me relutantemente. Meus olhos se encontraram com o seu olhar negro.

Raj...

Ele sorriu, trazendo meu corpo para perto de si. Juntou suas mãos rapidamente, logo revelando uma bela e pequenina flor rosada.

– Uma flor de lótus – encantei-me com a beleza suntuosa que a flor abrangia. Raj entregou-me a mesma, o sorriso mudou de encantador para sedutor. A flor demonstrava um delicioso perfume doce como... – Então é essa a origem do aroma de seus cabelos. Incrível.

Ele riu puxando-me mais. Nossos corpos permaneciam grudados um ao outro, e eu podia ouvir sua respiração, junto de seus batimentos acelerados.

Você gosta? – sussurrou.

Seus lábios recostaram-se nos meus. Rapidamente, minha mente voltou-se aos pensamentos anteriores. Amor. Será mesmo que eu entendo disto?

Raj acariciava meus cabelos, delicadamente. Ele era doce e terno ao me tocar. Puxava-me mais e mais... Por Agatus, outra vez esqueci-me do que iria fazer. Cedi ao seu encanto, envolvendo meus braços em seu pescoço. Ele sorriu, satisfeito, intensificando cada vez mais o beijo. A flor fora esquecida em minhas mãos. O que estava acontecendo comigo? Ele afastou nossos lábios, relutante.

– Por que você faz isso comigo? – perguntei encarando seus olhos densos.

Ele deu de ombros.

– Você parece gostar - Raj parecia confiante demais. Garotos.

– Sim – desviei o olhar, temendo corar depois da minha afirmação.

Ele sorriu, dando-me um doloroso e rápido beijo. Droga.

– Vá descansar – disse ele deixando-me, em seguida, abriu a porta. – Estarei lhe esperando na sala de Christine.

Caminhei lentamente até a porta, com medo de minhas pernas cederem. Suspirei fundo e segui pelo corredor sombrio.

...

– Droga, Raj! – gritou Diana. O corredor sombrio alongava-se cada vez mais. – Você e Yann são completos idiotas !

Minhas pernas haviam melhorado e minhas feridas haviam sido escondidas debaixo de roupas limpas e cheirosas, embora a enorme ferida alargasse em meu braço. Ainda podia sentir o aroma inexplicável da flor de lótus que Raj me dera. Adentrei na sala iluminada, certamente por magia, e pude compreender o motivo da gritaria. Raj encarava Yann, friamente, empunhava sua varinha prateada, mirando-a no alvo e Diana tentava o impedir, enquanto Jake assistia tudo.

– Parem com essa briga idiota – se impacientou ela. – Ela não vai levar em nada.

– Não quero que toque nela – recomendou Raj. Ramech cintilava em sua mão esquerda.

– Não devo lhe escutar, garoto – contrapôs Yann. Os olhos claros cintilavam em ira. – Ela não é sua, nunca foi e jamais será.

– O que foi desta vez, garotos? – disse Christine adentrando no recinto suntuoso, ressaltado pela discussão de Raj e Yann. Christine notou-me, apertabdo meu ombro esquerdo. – Você está bem?

Raj abriu um enorme sorriso, deixando a briga de lado. Diana revirou os olhos e cruzou os braços.

– Você melhorou? – perguntou ele me estudando.

– Sim.

– Qual é o motivo de tanta preocupação? – perguntou Jake aparentando estar distraído.

– Nenhum – Raj deu de ombros, se recostando na poltrona vermelha ao lado de Jake.

– Olha, garoto – Jake o fitou, sua expressão desatenta persistia. – Eu sei que você gosta dela, não adianta me reprimir. Você e Yann, por pouco, iriam se matar.

Diana suspirou se recostado num canto.

– Vocês são patéticos – disse ela.

Jake riu.

– Diana, você... Está com ciúmes? – provocou Yann. Christine observava tudo, quieta.

A menina levantou os olhos claros, a fúria exalava em seu semblante.

– Yann – suspirou ela. - de todos aqui, você é o mais idiota.

– Essa é a prova mais concreta que tenho – disse ele.

Ela bufou e saiu em disparada pela porta. Jake levantou-se e a segurou pelo pulso. Lançou-lhe um olhar de reprovação e a mesma retornou ao seu prezado canto escuro, com a cara fechada. Ambos na sala permaneceram com rostos inativos. Yann riu do ocorrido, porém Raj permaneceu calado.

Christine difundiu um olhar decepcionado a Yann, apontando o polegar para a porta.

– Ande, Yann – ordenou ela. – Essa sala não absorve mais o seu tempo.

O garoto mirou a porta. Abrangeu um sorriso torto e debochado, ausentando-se.

– Soube que há uma ferida – disse Christine estudando meu braço. – Como a conseguiu?

– Não me lembro.

Todos me olharam com ironia. Mas eu falara a verdade. Não me lembrava de ter recebido tal lesão. Apenas me recordo da face peluda de Kendria, conduzindo-me ao encontro das profecias.

– Ela foi mordida. Mordida por uma criatura de Agatus – contou Diana. – Eu lhe avisei, Katharine – ela apontou o dedo indicador à mim. – Elas são fatais.

– Mas não me lembro, eu juro. Apenas...

Kendria pousou-se em meu pensamento. Não, não poderia ser. Ela não faria isto.

– Ela não me machucaria...

– Quem não lhe machucaria? – perguntou Christine me analisando.

Kendria.

– Quem é... Kendria? – indagou Raj.

– A criatura de Agatus – hesitei. – A qual eu segui, achando o livro.

Diana recuou e Jake se remexeu no assento, indignado.

– Você o que?

– A segui, e... Eu posso jurar que ouvi a voz de minha mãe. Ela falou comigo.

– E o que ela falou com você? – perguntou Christine, parecendo ser a única que me compreendia.

– Ela instruiu o caminho a mim. E encontrei as profecias.

Jake ficou inquieto. Lançou-me um olhar intrigado. Um chama ligeiramente azul se mantinha em seu olhar.

– Como pode nos trair, com uma das feras de Agatus? – reprimiu ele.

– Eu não os traí, Jake – retruquei.

Christine correu e logo se voltou com o livro em mãos. Arrojou o imenso livro na mesa de madeira. O ar ficou pesado. Sufocava-me lentamente a cada ato de respiração. Jake parecia estar prestes a usar seus poderes brutais. Raj pôs seus típicos óculos para leitura. O livro de Agatus folheava-se rapidamente pelas mãos do mesmo, que abrangeu um leve desespero no olhar denso.

– Não compreendo – disse ele. – As profecias não explicam nada com clareza, apesar de conter alguns símbolos em híndi.

Jake o olhou irritado.

– Essas são as profecias cortejadas do mundo – Raj o olhou por cima dos óculos. – Você é um tolo.

Raj o encarou rapidamente, não compreendia o motivo de sua ira momentânea. Retirou os óculos, repousando estes na mesa de madeira.

– As profecias foram criadas por Agatus – contou Christine. – A ajuda de Alaris foi crucial para o primeiro ponto. Até hoje, nenhum feiticeiro, nem mesmo a corte, sabe onde está Agatus. Dizem que ele habita sua floresta, convive com o frio tenebroso, junto de suas criaturas. Seu túmulo jaz junto das profecias.

– Eu o vi – declarei ao meio de um murmúrio, recordando-me da imensa cruz que eu vira na floresta. Então... Era um cemitério, onde Agatus descansava. – Quando encontrei as profecias, um cemitério erguia-se em uma pequena clareira.

– O cemitério de Agatus foi construído há mais de 3.000 anos. Agatus o construiu, cada lápide de um feiticeiro maior, cada pedestal fora erguido... Mas isto não durou por muito tempo. Agatus desapareceu, ou melhor, sua magia. Ninguém ao menos nunca o viu.

– Ele é um homem... Ou uma mulher? – indaguei.

– Ninguém pode saber – Christine deu de ombros, o que não era muito comum. – Apenas enxergamos o efeito de seus feitiços, mas nunca o compreendemos como homem ou mulher.

– Agatus... É como um fantasma?

– Pode-se considerar que sim – disse ela.

– Eu nunca compreendi o motivo desse esconderijo todo – disse Diana. – Por que ele não sai de seu cemitério e, pelo menos uma vez, visitar a corte? Afinal, a corte é dele.

– Sua magia desapareceu junto das profecias – recomeçou Christine, ignorando o comentário de Diana. – Todos apontavam para a floresta de Agatus, mas muitos feiticeiros morreram em busca do livro. A floresta como sempre, se tornava, cada vez mais, um lugar inabitável. Agatus escreveu as profecias pouco antes de a floresta existir. Elas dizem, em uma forma complicada, como desvendar muitos feitiços elaborados.

– Há mais de 300 anos que ele desapareceu – disse Jake.

– Em uma das profecias – iniciei. – diz como posso ser curada?

Diana dirigiu o olhar para minha ferida. Ela possuía um aspecto apavorante. Senti um breve arrepio em seu olhar azul. Christine estudava cada traço de minha ferida, discreta.

– Não – Raj hesitou ao formular a próxima frase. – Mas conheço um feitiço de cura, irá aliviar a dor.

Ele se aproximou a mim, sobrepondo suas mãos sobre meus pulsos. Jake lhe lançou um olhar feroz. Os punhos jaziam cerrados.

– Isso não irá afastar o feitiço negro da fera.

– Raj – disse Christine. – Faça-o.

Raj hesitou um instante. Olhou para Jake com temor de pronunciar qualquer palavra. Mas ele o fez.

– Não quero – titubeou momentaneamente. – Não quero vê-la sofrer.

Jake franziu o cenho. Não pude impedir um breve sorriso, enquanto Diana revirava os olhos.

– Eu disse que você a amava – reprimiu Jake.

A atenção de Raj voltou-se, inteiramente, a mim. Ajoelhou-se, ainda tomando meus pulsos. Pronunciava palavras estranhas, como na vez em que feri meu tornozelo, na prisão de luz. Era um simples feitiço de cura, o que eu ainda não tivera aprendido. Seus olhos permaneciam cerrados e ele não apertava meus pulsos ao decorrer do feitiço, apenas era delicado.

Vagarosamente, a abertura em meu braço esvaeceu. Senti um ligeiro formigamento nas veias, contudo, a ferida horrenda desapareceu. Raj abriu os olhos, estava feliz com o seu êxito. O ferimento pareceu se curar, mas ainda podia sentir o inchaço em meu braço.

Raj se reergueu, voltando-se a sua posição inicial.

– Obrigado – agradeci. Os olhos dele brilharam.

Jake bufou.

– Isto não garante a nossa segurança – repassou ele. Diana não dava uma mínima satisfação ao ocorrido. – Essa fera pode sair de você e nos matar.

– Isto não é necessário, Jake – disse Raj, exuberando sua calma. – Ela não poderia ficar...

– E se a fera se revelar nela? O que poderemos fazer?

– Alaris é uma boa opção – sugeriu Diana. A mesma passou seu olhar para Christine.

– Concordo, Diana – disse ela firmemente. – Apenas Alaris poderá resolver o seu problema – Christine voltou-se a Raj. – Pode nos levar ao covil de Alaris?

Raj assentiu calmamente.

– Precisamos estar a caminho – disse Diana cautelosamente. – Alaris terá que vê-la.


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Notas finais do capítulo

Um beijo!! Comentem =)



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