Agatus - A Descoberta escrita por Letícia Francesconi


Capítulo 31
O Deserto de Edra


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores!! Como foi o carnaval?? Espero que gostem desse capítulo. Ah, é claro, queria agradecer pelos comentários lindos da Júlia e a recomendação super fofa da Dama do Poente xD - ai, sério, amo vocês!! Obrigado pelos favoritamentos!! Ahahaha, aproveitem o capítulo!!



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Raj nos levou a uma imensidão de areia dourada. O céu do deserto se estendia alaranjadamente, descascando nas extremidades. Não havia nuvens. O calor era intenso, portanto não tão quanto à ilha de Solaris.

– Esse lugar tem seus motivos para ser chamado de deserto - disse Jake.

– Acho que Edra não percebeu a nossa chegada - disse Diana empunhando a espada.

– Esse lugar é terrível para respirar - arquejei.

– Não se preocupe Kat - sorriu Raj. - Isso vai acabar logo.

Ele agarrou firmemente uma varinha esverdeada, como uma esmeralda. Empunhei Peter na mão esquerda, junto do anel de Agatus. Respirei.

– Como vamos achar as profecias? - perguntei.

– Vamos ao Covil de Edra - coordenou Jake.

O vento era forte e pesado. Dunas de areias se moviam a cada passagem do vento cruel. Eu lutava para respirar em uma guerra sem fim.
...

O covil de Edra era um conjunto magnífico de rochas e areia bronzeada. O vento agredia os meus ouvidos. Entramos em uma enorme caverna, em rochas pontiagudas, repletas de areia fina. Era totalmente difícil maneja-las.

– Esse lugar é de arrepiar - sussurrou Diana. - Isso tudo deve ser muito estranho para você - disse a mim.

– Talvez não tanto.

– Com tudo que já vimos isso é completamente normal - Raj riu das próprias palavras.

O que quatro seguidores de Agatus fazem em meu covil? - a voz ecoou nas rochas fazendo com que todos levassem os olhos para ela. Edra.

– Não estamos em guerra com você, Edra - anunciou Jake.

A mulher saiu da densidade das sombras negras. Os cabelos negros e lisos fluíam por seus ombros, apenas cessando em sua cintura delineada. Os olhos de mel faiscavam. Era como uma deusa, repleta de ouro, da cabeça os pés descalços. A tiara dourada, brilhava em sua cabeça.

– Não é a primeira vez em que ouço isto - disse ela. Os anéis refletiam em nuances vibrantes, eram diamantes e rubis, maltratando meus olhos.

– A corte de Agatus não quer uma guerra - disse Raj um pouco entorpecido.

– O que querem aqui? - perguntou Edra.

– As profecias - disparou Jake. - Talvez possa...

– E por que acham que eu teria as profecias? - os olhos da mulher flamejavam. Ela pairou o seu olhar em mim. - Uma filha de Agatus– sibilou. - Tão perfeita...

Seu olhar me conectava a ela. Podia ouvir gritos de angústia e pavor, clamando o nome de Agatus. Sua mão esquerda se achegava lentamente. Eu estava presa em seus olhos...

– Pare! - Raj avançou-a com a varinha que reluzia como uma esmeralda. Edra recuou ao chão, as mãos no rosto fino.

Raj recuperava o fôlego.

– Você vai pagar, feiticeiro de Agatus - sibilou ela.

Raj levantou os olhos, ecoando raiva. Edra se reergueu. As mãos se desprenderam de seu rosto. Um líquido rubro escorria de sua maçã esquerda. Diana recuou com temor de sua expressão.

– Katharine, não olhe nos olhos dela - pediu Raj firmemente.

– Eu conheço um lugar em que as profecias poderão ser encontradas - seus lábios se curvaram um sorriso mordaz. - No inferno!

O chão de areia tremeu. As pedras tremulavam sob nossas cabeças, ameaçando desabar a qualquer momento. Diana ergueu a espada enquanto Jake preparava seu arco negro. Fiquei inerte, os pés cravados ao chão tremulo. Edra me fitava. Meu corpo era puxado para perto... Mais perto...

– Saia! Demônio!– gritou Raj me apanhando. Caí em seus braços tremendo como o chão aos nossos pés. Meus olhos apenas distinguiam o branco do mundo. Era como a cúpula, uma imensidão vazia.

– Katharine? - clamou Raj. - Você está bem?

– Raj! Largue ela! - gritou Diana fitando o chão que se rachava por completo. - Não temos tempo.

Raj não hesitou.

– Não vou abandoná-la.

O chão se fragmentava rapidamente. Podia ouvir os gritos de Diana para Raj.

– A tropa de Edra vai atacar-nos se não sairmos daqui! - o grito de Diana se miscigenava com o som de pedras caindo ao nosso redor.

– Ande Raj - resmungou Jake.

– Não irão fugir do meu exército, feiticeiros.

Raj me levantou em seus braços. Eu, praticamente, parecia morta. Apenas vi a luz entrar outra vez em meus olhos. Voltamos ao deserto. Agradeço, até hoje, pelo chão de areia não estar tremendo também, como no covil de Edra. Raj corria comigo em seus braços. Diana e Jake corriam ao nosso lado.

– Eles estão vindo - anunciou Jake em um grito em meio a arquejos rápidos.

Raj se virou enquanto corria. A tropa de Edra se aproximava em uma corrida de areia dourada. Os monstros, montados em criaturas brancas e peludas, apesar do calor intenso do deserto, cavalgavam, gritando, uivando e sibilando.

Minha cabeça latejava e, ao mesmo tempo, girava. As imagens, latentes, imprensavam meus pensamentos. Richard sorria. O símbolo de Agatus pairava no céu. A neve caía constantemente ao nosso redor.

Minha doce Kat– harmonizou ele. - Minha doce filha. Volte para mim...

– Katharine! - gritou Raj em meu ouvido. - Eu não vou demorar.

Raj me apoiou em uma pedra gigantesca, pude sentir a areia quente tocar os meus pés. A minha visão ainda era turva. Raj correu com o brilho verde em mãos. A varinha reluzia a luz do sol dourada, como a ilha de Solaris.

As criaturas corriam na direção de Diana. Jake a puxou rapidamente, armando seu arco.

– São criaturas de Agatus? – perguntou Jake, se referindo as feras peludas, enquanto lançava as flechas de ouro. Raj mirou a varinha verde em um esquadrão. Eles tombaram no chão, levantando toda a poeira possível. Uma varinha perdida.

– Sim. O que estão fazendo na tropa de Edra? – Raj recuou, quase tombando em Diana. A mesma praguejou o olhando com fúria. – Desculpe.

Diana o ignorou e seguiu em direção a tropa.

– Elas deviam estar na floresta negra – outra flecha atingiu uma fera de Agatus, que caiu em um urro.

A tropa era composta por seres de areia, semelhante a múmias, montadas em feras peludas e esbranquiçadas. Os caninos a mostra transmitiam-lhe uma sensação se horror. Estas rugiam ferozmente.

– Eles são muitos, não vamos conseguir – Raj disparou um feitiço azul em uma das feras, logo que perdeu a sua varinha cor de esmeralda.

– Me dê a sua varinha – pediu Jake com rispidez. – Rápido.

Raj o encarou.

– Por que faria isso?

– Katharine conseguiu isso. Ande, me entregue!

Raj olhou para a varinha azul. Entregou-a. Outra varinha perdida.

– O que vai fazer? – perguntou Diana lutando pelo ar.

Jake não respondeu. Armou o arco negro com a varinha azul. Atirou-a contra os que se aproximavam. Nada.

– Mas... Funcionou antes – Jake se irritou com o seu próprio plano falho.

– Talvez só ela possa fazer isso – disse Raj. Não estava irritado pela perda de mais uma varinha.

Jake me fitou. A respiração acelerada.

– Droga – praguejou.

Diana cambaleou com a espada em mãos. Levantou-se resmungando.

– Por que esses idiotas sempre nos recebem assim? – o rosto pálido, agora, estava totalmente corado. O suor escorria por sua testa. – Era apenas nos entregar as profecias e iríamos embora.

Edra se lançava ao lado de seu exército de poeira e de feras de Agatus. Jake se virou rapidamente.

– Isso não vai ser fácil – murmurou ele. – Não sem a Katharine.

A minha garganta queimava com a poeira inalada. Com a visão turva, podia avistar Raj e Jake lutando com as feras. Eu precisava levantar. O anel ardia em meu dedo. Peter ainda brilhava. Tentei levantar, mas todo o meu esforço fora em vão.

– Levante-te, sua inútil – murmurei.

Agora, as mãos cravadas na areia quente. Rastejei. Eu poderia professar um feitiço, apenas deveria lembrar-me de algum. Porém, esse era o problema. Raj ensinou-me muitos feitiços e Yann também, no entanto, minha mente era um buraco vazio.

– Lembre-se, sua tola. Você consegue – e os insultos sobre mim mesma não paravam. – Destruam-se! – bradei roucamente.

As criaturas vibraram, fazendo com que os três feiticeiros parassem para observarem atônitos. Edra caiu junto da fera em que montava. O exército tornou-se pó, junto das criaturas de Agatus. Edra parecia desmaiada.

– Como isso... Por Agatus quem fez isso? – perguntou Jake pasmado.

Raj olhou-me. Eu tentava me erguer com uma incomensurável dificuldade. Raj correu para me ajudar.

– Você está bem? – perguntou.

Assenti.

– Desculpem-me por não lutar com vocês.

– Mesmo? – Jake riu. – Viu o que acabou de fazer, garota?

– Mandou ver, ruivinha – disse Diana.

Edra permaneceu estirada no chão. O sol era uma porção de lava dourada, infectando partes do céu laranja. Sentia-me mal. Outra batalha, mas não lutei como deveria lutar. Porém sentia que as profecias estavam próximas de meu olhar.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Mereço reviews?? Favoritamentos?? Ahaha, beijos xD



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