Agatus - A Descoberta escrita por Letícia Francesconi


Capítulo 27
Um Vilão e Um Pai


Notas iniciais do capítulo

GENTE!! Oi, como vai a vida de vocês? Rsrss. Esse capítulo *_____* Kat, acalma seu coraçãozinho!! Rsrsrs, muito obrigado por estarem acompanhando. Beijos!! Até o próximo capítulo.



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– A cúpula foi apenas o começo - disse Jake. - Eles querem nos matar.

–Não entendo - mas ninguém pareceu me ouvir. - Por que Richard precisa das profecias?

– A mente do nosso velho tio é mais complexa do que podemos imaginar - disse Diana polindo os braceletes, como se eles fossem refletir a sua imagem. - Ele delirou quando a mulher o deixou.

– Eu soube. Mas... Por que ele precisa de nós para alcançar as profecias? - perguntei. Jake parecia me ignorar enquanto, Raj, ficava inerte, perdido nos próprios pensamentos. - Ele não é um feiticeiro maior?

– A ruivinha tem razão - disse Diana retirando a atenção dos braceletes negros. - Isso soa muito estranho.

– Pensei que vocês sabiam de tudo - disse Raj pela primeira vez. - Aliás, vocês são os sobrinhos de Richard. Aposto que sabem tudo o que está acontecendo.

Jake espreitou os olhos em um modo desafiador.

– Acha que estamos traindo Agatus?

– Mas é claro que estão traindo Agatus - falei sem medo de Diana me lançar a sua adaga. - Vocês estão do lado de Richard.

Jake se arqueou na cadeira, os olhos ainda espreitados.

– Como pode ter certeza disso?

Raj pareceu querer levantar e dar socos no rosto de Jake, mas não o fez.

– Richard tem um plano – disse Raj, a ferocidade rugia em sua voz, o que não era comum. – e tenho certeza que sabem dele.

Diana balançou a cabeça.

– Não temos...

– Nós sabemos de uma coisa – confessou Jake interrompendo as palavras da irmã.

Jake – clamou Diana em dentes cerrados. Seus olhos azuis cintilavam mesmo sem a presença do sol.

– Calada, Diana – disse ele com olhos fechados. Talvez estivesse ponderando se devia nos contar ou não. Ele suspirou. – Ele está em busca das profecias pela sua antiga família. Ouvi de Christine que ele quer reencontrar a filha, já que o filho, que nunca conheceu, está morto.

– Pensei que eles estivessem todos mortos – disse Raj. – Até a mulher.

– Pensei que era para construir um exército de feiticeiros maiores – Diana me encarou indiferente.

Jake parecia entrar em um túnel da mordacidade.

– Talvez seja isso – declarou. – Ou não. A mente dele é muito...

– Perplexa? – sugeriu Diana. – Mais indeciso e bipolar que ele, simplesmente, não existe.

Engoli seco naquele momento. Eu era assim. Desde muito pequena, eu era completamente bipolar. Era uma completa indecisão em tudo. Acho que quando cresci, melhorei em relação à bipolaridade e as decisões que tomava. Ergui o dedo indicador no ar, fazendo Diana soltar uma gargalhada mordaz.

– Mesmo? – ela ergueu uma das sobrancelhas, deixando a questão mais irônica do que permanecia. – Você deve estar enganada.

– Eu sou completamente...

– Esqueça isso, Katharine – disse Jake. – Ela apenas está brincando.

Assenti, abaixando o dedo pendente no ar. Raj me encarou. Não havia sorrisos ou alegria.

– Por que ele quer reencontrar a sua família? – perguntei - Pensei que ele tinha se arrependido de ter uma.

– Ele não se esqueceu da mulher – disse Jake.

– Richard nos disse que, para achar as profecias, ele poderia até mesmo acabar com a vida de uma filha que ele mal conhece – disse Raj.

– Então por que ele quer a família de volta, se pode matá-la para conseguir um livro? Pensei que você disse que ele queria reencontrar a sua filha, e não matá-la – falei quase que em um sibilo.

– Isso está tão confuso – disse Diana. – Afinal, ele quer ou não quer reencontrá-la?

Jake suspirou.

– Talvez não queira – disse ele. – Ou talvez queira, mas tem orgulho demais para dizer o que deseja.

– Mas ainda não entendo porque ele nos quer aqui!

– Você é uma filha de Agatus, Katharine – disse Jake. – Aceite isso. Richard te quer aqui, pois você é poderosa. Quebrou uma prisão de luz com apenas uma varinha de proteção, que não serve para nada.

– Para mim ela é muito útil – retruquei lembrando-me da luta com as feras cinzentas. – Eu estou completamente confusa. Richard disse que o nome verdadeiro da minha mãe não é Amy Jones, e sim... Lucinda Moore. Raj disse que meu pai não era Jonathan Mayer e...

– Espere – disse Jake levantando do assento. – Jonathan Mayer? Ele é o seu pai?

Balancei a cabeça.

– Não sei ao certo.

– Jonathan é o irmão de Richard – disse Diana sem expressão alguma. – Dizem que ele morreu em mandato de Richard, pois ele fugiu com a sua mulher e sua filha. Mas acredito que são apenas boatos.

– Então Richard... – as palavras pareciam secar em minha garganta. – É o meu tio?

Jake balançou a cabeça lentamente.

– Não – disse ele. – Richard, é o seu pai.

...

– O que? Não pode ser.

Uma náusea estava presente em minha garganta. Uma tonteira percorria meu corpo inteiro, como se fosse desabar a qualquer instante. Ele não era meu pai, ele não era.

– Não temos provas o suficiente para declarar isso – disse Christine.

– Mas todas as pistas levam a isso – disse Raj. – O anel – lembrou ele. – Ainda tem o anel?

Assenti. Este ficara em meu bolso junto a Peter por um bom tempo. Retirei o arco prateado do bolso da calça.

– Por Agatus – exclamou Christine. – É o anel de Agatus.

– O encontrei no armário da minha mãe.

– Não acredito...

– Então meu pai é Richard? – perguntei. A tristeza exalava em minha voz. – E minha mãe não é a Amy?

Raj suspirou.

– Sua mãe é Lucinda – disse Raj enquanto Christine ainda examinava o anel. – Amy, apenas, não é seu verdadeiro nome.

– Ela só mudou o nome... Para fugir com os filhos e não ser descoberta – disse Christine com os olhos fixos no objeto. – Esse anel não é da sua mãe.

– Eu sei, é do meu pai, que no caso é...

– Não, Katharine – ela me interrompeu como se sua frase fosse de mais urgência que a minha. E realmente, era. – Não é do seu pai também.

Raj se exaltou, ficando praticamente corado.

– Não é possível – exclamou ele. – Olhe o que tem gravado em seu aro.

No entanto, fora ele quem me deu essa informação.

– Eu sei o que está escrito – retrucou ela. – Esse anel é, exclusivamente, de Agatus.

Raj recuou parecendo não acreditar, assim como eu.

– Agatus? Como assim?

– Nenhum feiticeiro maior teria um anel desses – disse Christine parecendo, também, estar pasma. – Ou Richard se meteu seriamente com Agatus, ou sua mãe recebeu um presente de tal.

– Com isso quer dizer que Richard é o meu pai?

Christine hesitou. Pude sentir seus ombros se contraírem. Ela assentiu.

– Eu sinto muito, Katharine – disse ela entregando-me o anel. – Mas é verdade.

O mundo pareceu desabar em minha cabeça. Eu queria desmaiar, mas não o fiz.

– Richard não é meu pai! – gritei.

– Não posso fazer nada, Katharine – Christine parecia nervosa. – Sua mãe fugiu grávida com uma filha nos braços, com um homem chamado Jonathan Mayer. Anos depois, ele morreu em um incêndio misterioso. O que mais você quer saber? Tudo se encaixa perfeitamente.

– Não! – um grito e, em seguida, uma porta ecoando uma batida extrema. Fechada. Raj me seguiu enquanto Christine nos observava inerte.

...

– Você não é...

Katharine! – Raj me puxou pelo braço enquanto Richard e Victoria, indigestos, me observavam. – O que está fazendo?

A sala de Richard era a mesma coisa de sempre. Grande, escura e ‘ligeiramente’ vermelha.

– Vim tirar satisfações.

Richard zombou.

O que veio fazer aqui, Katharine? – disse ele afinando a voz. – O seu amiguinho lhe machucou? Acho melhor procurar a assistência da corte de...

– Não é isso que vim tratar.

– Ande logo, ratinha – disse Victoria azedamente. – Não temos o dia todo.

– Você não é o meu pai – falei nos olhos claros de Richard. Eles eram com os de Peter, frios, claros e sombrios. Ele pareceu se assustar. – E eu posso provar isso.

– Não sou seu... – ele hesitou. Os olhos espreitados me fitavam indiferentes. – Kat?

Meu apelido soou de uma forma tão doce em seus lábios... Não era amargamente como antes. Ele nunca pronunciara meu apelido, apenas meu nome.

– Como me chamou?

– Onde está Peter? – perguntou ele ignorando minha pergunta. Os olhos sombrios pareciam brilhar diante de mim. – Onde está?

Ele está morto! – gritei vorazmente, como se pronunciar isso, fosse como uma flechada no peito.

O que? – Richard abriu os olhos por completo. Nunca tinha visto aquela expressão em seu olhar. Victoria olhava a cena se esquivando cada vez mais.

– Por que não... Victoria! – gritou ele. – Por que não me contou sobre isso?

– Eu iria lhe contar...

– Quando? Ela está aqui em minha frente – disse Richard um pouco exaltado. Raj permanecia ao meu lado, como se fosse invisível. – Levamos Lucinda, em busca de respostas, e... Por que não disse nada?

– O que fizeram com a minha mãe?

– Isso não é da sua conta, ratinha – praguejou Victoria.

– Não chame ela assim – disse Raj, mas logo se arrependeu por fazê-lo.

– Você não deveria estar aqui... – Victoria suspirou parecendo lembrar de algum fato. – Apenas não diga nada.

Raj deu de ombros.

– Por que sua mãe fugiu com o meu irmão?

– Eu não sei. Ela nunca falou sobre meu pai...

– Eu sou o seu pai!

– Então como não sabia que eu era a sua filha? Você sequestrou minha mãe e...

– Pensei que fosse a filha de Jonathan! – exclamou ele. – Eu não... Eu não sabia que era a Kat... A minha doce Kat.

– Não sou nada sua – declarei. – Meu pai não teve nenhuma outra filha ou filho, ao não ser eu e Peter.

– Já disse que ele... Ele me enganou – as palavras pareciam o machucar, porém não acreditei. – Ele disse que tinha uma filha chamada Katharine, com a sua mãe.

– E por que não me reconheceu? Ao menos pelo nome? – minhas perguntas pareciam fazer a cabeça de Richard tontear.

– Seu nome era Kat... Somente Kat. Sua mãe e Jonathan me enganaram.

Sempre odiei que me chamassem de Katharine, apenas gostava de Kat, mas agora, prefiro o meu nome e não meu apelido.

– Eu...

Richard se curvou para perto de mim. Pude ver. Ver o colar. O símbolo. Os meus colapsos. Agatus. A neve. A dança...

– Por que estava tentando invadir minha mente? – disparei.

Richard voltou a sua posição inicial, ereto.

– O que?

– Os meus sonhos... Do que estava tentando me avisar?

Richard suspirou dissimulando não entender.

– Victoria.

– Sim.

– Levem esses dois – ordenou ele. – E não os tragam mais aqui.


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Notas finais do capítulo

O.o ai que gostinho de revelações *---* Gostaram? Comentem!!!



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