Agatus - A Descoberta escrita por Letícia Francesconi


Capítulo 21
Sombras Rubras e Assombros Negros


Notas iniciais do capítulo

Oi seus lindos :)))
Amo vocês e muito obrigado por estarem acompanhando!!
Esse capítulo é *____*
Eu adorooo rsrsrss... Enfim...
Eu estou muitooo animada hoje u.u
Besjinhos no coração de vocês!! Espero que gostem!!



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A casa parecia natural. As luzes estavam aplacadas, como se estivessem queimadas, deixando a casa levemente obscura. As cortinas claras, pregadas na janela, se balançavam brandamente com o passar da brisa gelada. Envolvi meus braços em meu próprio corpo, que estava arrepiado pelo frio que o leve vento provocara.

Minha cabeça girava atordoada. Raj estaria mesmo em perigo? Quem seria aquela voz sombria no telefone? Perguntas, mais perguntas...

Passei para o outro comodo da casa, cuja porta, que levava ao quarto, estava entreaberta, as janelas estavam cerradas. Uma cômoda, que ficava localizada ao lado da porta do meu quarto, estava levemente fora do lugar, com as gavetas abertas e remexidas. Logo à frente, notei um jarro estilhaçado no piso polido. Remexi os cacos de porcelana, que emitiram um ruído estridente.

Abri, por completo, a porta do meu quarto silenciosamente, com medo do que poderia encontrar após dela. Ele estava como sempre, roupas jogadas no chão, portas do guarda-roupa entreabertas com roupas transbordando por elas, embora não tivesse muito tempo de usado.

Abri o guarda-roupa e peguei o anel com o símbolo de Agatus. Coloquei este em um dos dedos finos da minha mão. Uma energia intensa percorreu por minhas veias. Fechei os meus olhos. Logo veio a imagem Raj. As mãos posicionadas no lugar certo, prontas para lançar um feitiço. Seus cabelos de um negro intenso, brilhavam mesmo com a pouca luz, e o sorriso estampado em seu rosto moreno. Fiquei imaginando coisas por um longo tempo. Pensamentos desvaiam da minha mente, não sabendo se eram realmente reais. Não deveria pensar em mil coisas naquela hora, pois Raj estava em perigo, precisava achá-lo.

Logo, algo me despertou de meus pensamentos irreais. Um ruído alarmante se uniu com o silêncio pesado. Abri os olhos instintivamente para observar a porta entreaberta, que emitia um único fecho de luz, que certamente vinha da janela do corredor. Em seguida ouvi outro ruído, dessa vez estridente, como de garras arranhando um papel de parede velho.

Sondas estranhamente metálicas, surgiram na porta, abrindo-na lentamente fazendo esta ranger. Meu sangue gelou em minhas veias, como água em um lago congelado. Pisquei como se ainda estivesse em meu sono de pensamentos. Meu coração disparava como uma bomba relógio, que a qualquer momento iria explodir. Ainda me deparava com aquela cena estranhamente assustadora. Não sabia o que eram aquelas coisas. Deslizavam no chão como serpentes venenosas, só que de metal. Eram três e ambas tinham as mesmas medidas: eram longas e esguias.

Observei uma, que estava se rastejando lentamente em minha direção. O corpo era escamado com pequenas divisórias, emitindo uma luz azul que certamente vinha do interior da criatura. Uma delas se aproximou mais. Emitia uma luz cegante em sua extremidade, pelo que me parecia os olhos.

Continuei imóvel, os meus dedos estavam gélidos. Elas pareciam não ter me visto, mas uma delas, mexia vagamente a procura de um ser vivo. Para minha surpresa, uma delas emitiu uma luz, pelo que defini uma espécie de laser, um escaneamento, de cor azulada, que, ao serem lançadas de seus corpos, conforme não encontrassem nenhuma vida ou qualquer coisa que se mexesse, esta ficava vermelha, em sinal de falha, uma busca sem êxito. Por isso, por um bom tempo, fiquei parada, meus ossos congelados de medo, como se fossem de gelo.

A luz passou vagarosamente por mim. Fechei os olhos, enquanto uma onda de frio passou por minha espinha, me deixando arrepiada, da cabeça aos pés. Para o meu espanto, a luz ficou vermelha, elas se entreolharam, emitindo um ruído estranho e foram embora.

Respirei fundo, ainda de pé. Podia ouvir minha respiração ofegante, o abdômen subia e descia rapidamente, conseguia sentir a ponta de Peter perfurar minha barriga. Olhei de relance pela porta, elas foram embora, pensei, mas na verdade ainda podia ver as luzes vermelhas ao longo do corredor. Recuei, logo pondo-me atrás da porta. Olhei outra vez, o corredor estava vazio, com as lâmpadas apagadas e um silêncio pesado pairava ali. Tomei coragem e segui pelo corredor estreito.

Fui à direção da cozinha, abri a porta pausadamente e entrei. Nada. O que foi um alívio. Peguei um copo de água, minha respiração precisava se acalmar, quando ouvi algo quebrando. O som estava se aproximando cada vez mais.

Mais uma vez, ouvi o barulho de garras arranhando um papel de parede velho, dessa vez parecia aço. Uma onda gélida passou pela minha espinha. Temi deixar que o copo caísse no chão. Aquelas coisas estranhas, metálicas como uma lâmina de uma faca, surgiram me observando, com a mesma luz azul, forte como um farol azulado, que fazia meus olhos queimarem.

A luz mudou de azul para verde e as criaturas se entreolharam, faziam um barulho de uma sonoridade alta e irritante, fazendo meus ouvidos zumbir. Levei as mãos até a cabeça, a dor aumentava a cada segundo passado. O anel queimava em meu dedo. Saquei a varinha rapidamente. Peter se iluminava em um prata cegante.

Elas não paravam, se olhavam, zumbiam. Já não estava suportando o nível do som produzido, elas se aproximaram rapidamente, deslizando fantasmagoricamente.

Uma fumaça, rubra como sangue, se ergueu em meio às criaturas. Uma sombra negra e destorcida se formava.

As criaturas recuaram, logo virando um pó negro em meio à névoa rubra. Os cabelos negros balançavam em uma dança avulsa, apesar de não haver vento algum. Os olhos azuis e brilhantes surgiam em minha frente, o vestido escarlate exalava.

– Tombou na emboscada – disse Victoria em seu tom sombrio. – induzida por seus próprios pés.

Raj... – tentava dizer, mas a dor era mais forte.

– Seu amiguinho estava bem – disse ela mordazmente. – Até agora.

A figura de Raj surgiu em meio a fumaça vermelha. Seu corpo estava jogado ao chão, os olhos estavam abertos em uma expressão de horror. Sangue esvaia de sua garganta cortada, os pulsos estavam rasgados e seu rosto era completamente arranhado. Victoria ria da minha reação de aversão e assombro.

O que fez com ele? – minha voz era um pigmento rouco e doloroso. Sentia as lágrimas quentes escorrerem dos olhos.

Caí de joelhos, Peter na mão esquerda, o barulho irritante aumentando... A última coisa que vi, foi uma enorme escuridão, com sombras distorcidas, sem sentido algum.


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Notas finais do capítulo

O.o ????
Gostaram???? Ehehehe beijossss!!!



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