Agatus - A Descoberta escrita por Letícia Francesconi


Capítulo 20
O Desespero Fatal


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores. Valeu por estarem lendo!!
Esse capítulo... É por ele que as coisas vão começar!! Isso quer dizer que já estamos na metade!! Uheheusheheessseheuhss *__*
Muito obrigado pelos comentários da Oboro e da Amarelina rsrsrsrsss.
Beijos s2s2s2s2



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Os dias seguintes não foram nada fáceis. Raj não cruzava o mesmo caminho que eu. Não o via há dias. Eu sentia uma enorme raiva dentro de mim, não era certo o que fiz. Sempre que perguntava para Alisha, ela me dizia que ele estava em seu quarto, e que não queria ver ninguém.

Não lamentava a sua “perda”, apenas não achava justo ter dito tudo aquilo, logo para ele, que me ajudou tanto. A angústia rodeava minha cabeça. Precisava saber quem era realmente meu pai, a cena de David com Ashley, minha mãe sendo controlada por Victoria, um tentando invadir minha mente, os avisos... Tudo não saia da minha consciência, e agora, Raj era um outro problema de insônia.

Estava andando pelo longo corredor, as tapetarias coloridas exalavam no chão. As lâmpadas acesas refletiam toda a luz branca nas paredes do local. Victoria não tinha quadros com fotos dela ou da família, apenas pinturas mortas e sombrias.

– Katharine? – uma voz ecoou atrás de mim, uma voz doce e familiar.

– Alisha? – virei-me rapidamente.

– O que está fazendo aqui? – perguntou ela. Seu sorriso era delicado, como o da minha mãe.

– Bem, eu... – as palavras pareciam secar em minha garganta. – Estou esfriando a cabeça.

Alisha riu.

– Você tem que sair um pouco, meu amor – disse ela.

– Mas Victoria não permite.

Ela tocou seus dedos finos em meu rosto.

– Querida, ela não vai saber.

– Mas e se...

– Chame Raj – disse Alisha. Meu sangue gelou. Raj não queria falar comigo, nem se eu tentasse. – Ele vai gostar de sair.

– Eu não sei, Alisha.

– Apenas faça o que digo – disse ela com um sorriso.

Alisha se retirou com um balançar de seu vestido colorido.

Pensei firme. Raj não aceitaria um convite. Ele estava com raiva de mim, talvez aceitasse as minhas desculpas, mas não era do meu tipo fazer isso.

A porta de Raj era branca com desenhos dourados. Não havia enfeites ou sininhos pendurados nesta, como na minha antiga casa.

Meu punho estava cerrado, pronto para bater em sua porta, porém uma hesitação percorreu meu corpo. Eu não posso, falava para mim mesma.

Fiz um movimento giratório em direção a saída. Pude ver a porta de Raj sumir ao longo do corredor. Eu posso ir sozinha, eu sei ir sozinha e eu vou ir sozinha.

...

Peguei o metro de Déli como da outra vez, só que, agora, eu estava completamente sozinha. No entanto, nem tão sozinha... Peter estava comigo, a varinha, quero dizer. Antes de sair de casa a guardei no bolso da calça. Podia sentir sua ponta imprensando em minha barriga, mas era uma sensação boa, a sensação de que eu estava sendo protegida.

O templo de Lótus estava lá, uma imensa construção, um edifício majestoso, um monumento que pertencia à Índia.

Aproximei-me do lugar com uma imensa curiosidade. Da última vez, não tive muito tempo para prestar muita atenção. O sol brilhava no céu como um pingente dourado, as nuvens estavam agrupadas em formas diferentes. Uma pequenina placa cercava a entrada do lugar.

– Fechado? – falei em um espanto.

– Volte amanhã – disse um senhor ao meu lado.

– Mas isso é um templo sagrado – falei como se soubesse tudo sobre o assunto. – Não deveria fechar.

– Você não parece ser daqui – disse o senhor. – Uma americana como você não viria até a Índia para visitar o templo de Lótus.

Encarei-o seriamente.

– O que quer dizer com isso? – perguntei. A expressão do homem era distraída. – Você por acaso trabalha aqui?

Ele assentiu.

– Trabalho nesse lugar desde que nasci, feiticeira – disse ele, como se a palavra feiticeira fosse normal para os seus lábios.

– Como sabe que...

Sua varinha – disse o homem apontando para o objeto metálico a mostra. Olhei para este espantada. Peter, por um descuido, quase caiu no chão. Rapidamente, guardei a varinha de volta no bolso.

– Você não vai me matar, não é? - perguntei lembrando-me do que Raj dissera, mas logo tratei de esquecer ele.

– Por que faria isso? Sou um feiticeiro também – disse ele sacando a varinha.

– Então todos que trabalham no templo são também?

– Claro – disse ele como se minha pergunta fosse inútil. – Existem segredos aqui que apenas feiticeiros podem saber.

Mordi o lábio inferior.

– Então por que está fechado?

O homem saiu rapidamente de sua distração.

– Houve uma invasão – disse ele em um murmúrio.

Invasão? – tentei manter o seu tom.

– Sim, disseram que um homem, um feiticeiro maior, invadiu o templo em busca das profecias.

Lembrei-me do livro que minha mãe entregou para Victoria.

– Por que alguém iria querer o livro de Agatus?

Ele revirou os olhos.

– É o livro mais poderoso do mundo, ele pode estar tramando algo.

– Não tem ideia de quem possa ter feito isso?

Ele balançou a cabeça.

– Não. Apenas sei que está tudo revirado e quebrado – disse ele. – A pessoa que queria o livro, queria muito, e não iria desistir tão fácil.

Lembrei-me dos inúmeros livros que Raj me mostrou no templo.

– Existem vários livros lá – tentei gesticular com as mãos como Raj fazia, mas o homem pareceu não entender. – Nenhum deles é o de Agatus?

– Não – negou ele rapidamente. – Existem apenas duas cópias do original, uma com Alaris, a outra está perdida no tempo e a original ninguém sabe com quem está.

Mas eu vi uma, queria dizer.

– Bem – suspirei. – Foi uma viaje perdida. Tenho que ir.

O homem me reverenciou como se fosse um louco. Eles costumavam a fazer isso lá.

O templo fora invadido. Por que e por quem? Não fazia a menor ideia.

...

Peguei o metro de volta para a casa de Victoria. As janelas refletiam toda a luz do sol, deixando o lugar mais iluminado.

Meu celular tocou, para minha surpresa. Mas aqui não tem sinal aqui.

– Alô?

Um chiado se misturou com a minha voz.

Katharine...

Raj? – minha surpresa foi imensa. – O que aconteceu?

Venha para casa – disse ele, a voz completamente rouca. – Estou te esperando.

– Raj, o que...

Minha voz foi interrompida por um grito angustiado. Um som metálico e estridente cortou meus ouvidos.

– Raj? – pulei do banco com um desespero fatal. – O que está acontecendo?

Socorro...

Sua voz sumiu, porém a ligação não. A chamada ainda era efetuada na tela do telefone. O desespero pulava da minha garganta.

– Venha para casa – uma voz sombria surgiu em meio ao chiado. Podia ouvir risos juntos aos gritos de Raj. – E salve seu amiguinho.

– Não! Espere! – a ligação caiu, fazendo o chiado misterioso desaparecer.

As lágrimas desciam dos meus olhos, minha garganta seca com o calor. Desci do metro rapidamente, correndo sem rumo nas ruas de Déli, até achar a casa que eu queria.

Ele estava em perigo, precisava o salvar.


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Notas finais do capítulo

Uhehsehhesueses o que acharam???
Beijão seus lindos!!



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