Agatus - A Descoberta escrita por Letícia Francesconi


Capítulo 19
Uma Briga Sem Pretextos


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores!! Tudo bom?
Então, esse capítulo me deixa com raiva *-* kkkk. O.k, eu não pretendia postar ele - foi uma iniciativa de imediato, mas para dar uma esquentada - gente não me julguem, não é esse tipo de "esquentar" que vocês imaginaram rsrss, não pensem besteira. VICTORIA você está louca??? PARE DE PROVOCAR A KAT!! Rrsrssrs sim, ela está louca, e ela não vai parar tão cedo de aporrinhar a vida da pobre garota. Eheheheee *-* tenham paciência comigo, eu estou sem word, às vezes falta uma letrinha aqui, uma palavra ali... MAISSS em fim, muitoo obrigado pelos comentários, beijão!!!!!!! Espero que gostem desse capítulo.



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Raj se sentou em um dos degraus da escada. Eu estava soluçando, lágrimas jorravam dos meus olhos. A brisa leve passeava por meus cabelos, porém não o bastante para sentir frio.

– Não chore, Kat – disse ele. Sua voz era branda e calma, como um doce. Nesses momentos com Raj, lembrava-me de David. Ele era calmo e paciente comigo. – Já disse que estou com você.

– Eu nunca mais vou ver ele – lamentei em meio aos soluços intermináveis. – David era como um irmão para mim. Depois que Peter se foi, ele me deu todo o carinho preciso.

– Um dia você vai voltar...

Uma luz acendeu em minha mente, não ouvindo as palavras de Raj.

– Você pode fazer aquilo outra vez?

Raj franziu o cenho.

– Fazer o que? – perguntou ele. O vento mantinha uma calmaria momentânea desconhecida. As árvores verdes do jardim de Victoria pararam sem pressa.

– Você pode me levar até David? – perguntei limpando as lágrimas.

Ele mordeu o lábio.

– Katharine, eu não...

Por favor.

Raj parecia congelado, ponderando se deveria me levar ou não, imaginando quais seriam as consequências disso. Talvez se Victoria descobrisse, o mataria, sem pena ou hesitação. Não queria colocar sua vida em risco, apenas queria visitar um velho amigo.

– Tudo bem – ele suspirou se levantando, seus olhos fixos no horizonte claro.

Minha felicidade aumentou como um termômetro nas chamas. Não resisti em dar um abraço no garoto. Ele pareceu confuso com o ato, ficando tenso imediatamente, mas logo, cedeu ao meu abraço carinhoso.

Obrigado – podia sentir seu cheiro perfeito. Os cabelos negros mantinham uma fragrância magnífica, como os de Alisha. Era completamente diferente de David. Ele usava um perfume forte, me incomodava, é claro, mas não me importava em certas horas.Eu poderia ficar o dia inteiro abraçando-o, mas não podia. – Você é um grande amigo.

Raj se separou de mim com um sorriso.

– Devo lhe dizer o mesmo.

Dessa vez, segurei o impulso de correr para outro abraço. Raj segurou minha mão esquerda, seus dedos gélidos me causaram um arrepio.

– Aconteça o que acontecer – disse ele em meus olhos, o negro vivo se intensificava a cada segundo. – não me solte por nada.

Um flash prateado surgiu em minha mente, como uma fumaça cinza. Uma tontura percorreu meu corpo, mas Raj me segurou como fez no templo de Lótus. A imagem contorcida se transformou em uma casa com um jardim florido. A casa de David. Era exatamente como antes, as janelas entreabertas, as árvores se recompondo do inverno álgido, os carros estacionados e as escadarias da casa, onde eu e David sempre passávamos o tempo livre juntos.

– É aqui? – perguntou Raj. Seus olhos curiosos passeavam pelo local.

Assenti.

– Sim. É a casa de David – podia ouvir a ansiedade em minha própria voz.

– É tudo tão...

Diferente?

– Não sei ao certo se é diferente – disse ele. – É que eu não costumo sair da Índia.

– Entendo – ele sorriu. Correspondi o ato. – Onde está ele?

– Eu não sei – seus olhos ainda vasculhavam a rua.

Um homem de cabelos brancos e finos varria as folhas espalhadas no chão, que despencaram das árvores. Os braços cansados lutavam para manter a vassoura em mãos. O avô de David. Um sorriso de empolgação alarmou meu rosto. Corri loucamente até o homem de olhos cansados, Raj segurou em meu pulso.

– Eu disse para não me soltar.

Ignorei o mesmo. Ele continuou a prender meu pulso.

– Espere, Katharine – disse ele quase que em um sibilo. – Você não pode ir.

– Raj! – gritei para minha surpresa. O homem não deu um passo à frente com sua vassoura. Ele não podia nos ver. – Eu preciso...

– Não, você não precisa – ele apertava o pulso fortemente. Suas palavras eram amargas, diferente do Raj que eu conhecia. Lembrei-me do sonho escuro que tive. Não eram nada além de formas contorcidas e a escuridão.

– Sim, eu preciso, e vou – cuspi as palavras amargas em um sibilo arrepiante, parecendo Victoria. Puxei o meu pulso com uma força brutal que eu não conhecia em mim. Ele dissera para não o soltar, mas nada em especial aconteceu. Raj me observava irritado.

– Espere! – disse ele me agarrando pela cintura. Seu ato me gelou. Lutei com todas as forças para me soltar, o que só piorou a situação. – Não pode prosseguir nisso. Ele não pode te ver.

– Eu sei – falei ainda tentando me soltar de seus braços. Não parecia, mas ele era bastante forte. – Apenas quero achar David.

Raj apertou minha cintura com mais força.

– Não quero que veja isso – disse ele em um sussurro. Seus olhos permaneciam fixos nos meus. Pensei que ele iria me beijar, mas descartei essa possibilidade. – Por favor.

– Me solte – ele me largou, agora apontando para o final da rua iluminada. – O que você...

As palavras secaram em minha garganta, com um rio na estiagem. Uma cena que não notei antes. Um garoto alto de cabelos negros, beijava uma garota loira, um pouco mais baixa que ele. Eles pareciam não estar nesse mundo. Era como se nada existisse além deles mesmos.

David? – uma secura amarga se misturou com o choro prestes a vir. – Não...

– Quem é ela? – perguntou Raj. Ele tinha razão, eu não devia ver aquilo.

Ashley – o nome saiu em um sussurro doloroso. – Ela é uma... Amiga.

As lágrimas desciam em meu rosto rapidamente. Estava tudo tão... Confuso.

– Você não se importa com isso?

Encarei-o, as lágrimas escorrendo.

– Não! – gritei. – Eu não me importo! Eu nunca me importei.

O choro se misturava com as palavras que eu pronunciava. Eu não me importava, eu não queria me importar. Sei que a lamentação que tive mais cedo, fora por causa dele, mas agora, nada importava para mim, eram apenas cinzas impressas em um papel branco.

Raj me abraçou tampando os meus olhos da visão que eu temia. Eu estava ensopando sua camisa, mas ele parecia não se importar.

– Vamos.

Um frio percorreu minha espinha. Abri os olhos encharcados de lágrimas. Minha visão estava turva. A paisagem estava como antes.

– Desculpe.

– Não, tudo bem – falei enquanto tentava me recuperar. – Era eu quem estava errada.

– Não devia ter te levado, Katha... – Raj engoliu as palavras. – Kat.

– Posso te pedir algo?

Raj me encarou. Eu detestava chorar na frente de garotos.

– Claro – disse ele sorrindo.

Mordi o lábio inferior. Sabia o que iria perguntar seria desafiador, talvez Raj não aceitasse, com medo de Victoria, mas prendi a hesitação falando sem demandas.

– Quero que você me ensine magia, o que me diz?

Ele hesitou. Seus olhos negros fixaram em meu rosto em uma expressão de espanto. Alisha dissera que Victoria já sabia que eu era uma feiticeira, e Raj dissera que Richard estava tentando invadir minha mente. Eu precisava saber mais sobre esse assunto de "magia".

Ele suspirou.

– Por que quer isso? – perguntou ele. – Pensei que você estivesse confusa com isso tudo, pensei que odiasse a magia...

– Eu não odeio a magia, Raj – retruquei, mas ele não se irritou. – Eu apenas...

– Diga, Katharine – começou ele. Seu tom era calmo. – Você odeia isso tudo, você odeia a Índia, você me odeia, e nada pode mudar isso.

Suas palavras me revoltaram.

– O que? – eu estava incrédula. Não esperava isso dele. – O que você quer, Raj? Uma prova concreta de amor?

Seus olhos negros se transformaram em uma chama de irritação.

– Não preciso de uma prova de “amor”, Katharine – disse ele. – Não posso lhe ensinar magia, você não entende...

– O que eu não entendo? – minha expressão triste se alterou para uma ira incontrolável. – Eu perdi meu pai, meu irmão, meu melhor amigo e agora, minha mãe, para uma bruxa que eu nem conheço direito. O que mais eu não entendo, Raj?

Ele hesitou um pouco nervoso. Talvez eu teria exagerado.

– Não vou lhe ensinar magia – disse ele, a voz ainda calma. – É para o seu bem.

– Sabe o que mais vai ser para o meu bem? – meu tom era amargo, eu não queria isto, mas aconteceu. – Ficar longe de você – minhas palavras o gelaram. Ele não se movia, apenas me fitava com um olhar triste. – Talvez Victoria tivesse razão, não devo andar com um louco.

Entrei na casa fechando as imensas portas atrás de mim. Apenas pude ver o olhar deprimido de Raj me fitando. Eu não devia ter dito aquelas palavras a ele, isso o magoou, e ele era a única pessoa com quem eu poderia contar. Eu me arrependo friamente de ter feito o que fiz.


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Notas finais do capítulo

Ehehehehee gostaram???? Deixem reviews!! Beijão seus lindos :)



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