Agatus - A Descoberta escrita por Letícia Francesconi


Capítulo 15
O Templo de Lótus


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores!! Espero que gostem desse capítulo!! Ele desvenda alguns mistérios rsrsrsss Beijão!! Boa leitura!!



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– Concentre-se, Katharine.

– Não consigo.

– Esvazie sua mente disse Raj calmamente.

O porão estava cáustico e totalmente empoeirado. Concentrava-me no castiçal dourado acima da mesa de madeira. Raj me fitava atentamente.

– Não posso me concentrar com você me olhando desse jeito.

– Eu a incomodo? perguntou ele franzindo o cenho.

– Bem, eu... hesitei rapidamente. Não poderia dizer que ele não era agradável para mim, pois não tinha motivo. Ele era gentil e paciente comigo. Não poderia decepcioná-lo. Não falei sem o encarar. Não queria ver a sua expressão. Voltei-me novamente ao objeto que permanecia imóvel na mesa. Mova-se, por favor, Por favor, sussurrava para mim mesma, mas Raj me ouviu.

É só dessa vez, não vou te pedir mais... Senti as mãos gélidas de Raj tocarem meu ombro. Continuei com os olhos cerrados.

– Concentre-se sussurrou ele em meu ouvido. Apenas Concentre-se.

Pude ouvir o objeto se mover em um ruído gritante, como garras no metal. Abri os olhos ansiosamente.

– Eu consegui minha voz soava estática.

– Muito bem disse Raj em meio a um sorriso.

– Eu sabia que...

Fui interrompida pelo estalido de chamas, como nas tochas acendidas por Raj. Nossos olhos se voltaram para mesmo objeto. As velas derretidas e empoeiradas, que pendiam no castiçal antigo, agora, estavam acesas em chamas brilhantes.

– Como fez isso? perguntei.

– Não fui eu disse ele pasmo. Foi você.

– Não pode ser falei incrédula. Ele olhava com olhos atentos. Não sei fazer esse tipo de magia, apenas o que você me ensinou.

Raj franziu o cenho.

– Não me lembro te ter lhe ensinado isso - disse ele tocando no castiçal. - Eu disse, Kat. Você é uma feiticeira maior.

Revirei os olhos.

– Não! Eu não sou!

Meus gritos desnecessários, fizeram Raj soltar uma risada. Encarei-o seriamente.

– Desculpe disse ele dissimulando o riso.

– O que eu sou? perguntei tentando mudar de assunto. As velas ainda queimavam em um brilho celestial dourado.

–Como assim? perguntou ele um pouco confuso.

– Você é como um portal tentei gesticular com as mãos, como ele fazia. Eu era péssima nisso. - Victoria é uma manipuladora ele observava os meus gestos confusos, com o cenho franzido. O que eu sou? Algo em especial?

Raj balançou a cabeça.

– Não sei, Kat disse ele calmamente. Desculpe-me.

Abaixei a cabeça com um desânimo radical.

– Talvez eu nunca volte a ver o meu pai ele me encarava confuso. Então nunca irei saber sobre os meus poderes.

Uma luz pareceu acender na mente de Raj.

– Eu tenho uma ideia - disse ele extasiado. Preciso levá-la a um lugar.

...

Pegamos o metrô de Déli. Ele era rápido e acomodável. Passamos pela cidade em um flash resumido de monumentos e vegetação. Raj observava tudo atentamente, como se nunca estivesse saído de casa.

– Você não anda muito por aqui, não é?

– Na verdade disse ele retirando o rosto do vidro. Árvores corriam como sombras verdes. não frequento esses lugares disse ele não desviando os olhos da janela. Normalmente, fico em casa pensando na vida.

Ri distraidamente de suas palavras.

– Pensei que você estudava.

– E eu estudo! disse ele. Bem, estudo em casa. Não posso ficar saindo por aí.

– Você é um feiticeiro foragido?

Ele me encarou de forma irônica.

– Não disse ele junto a uma risada. Victoria não permite que eu saia.

– Mas ela disse que você iria me ajudar com as tarefas da nova escola.

– Ela disse sua expressão era totalmente distraída. Sei disso, mas ela não se arriscaria.

Ele se virou para mim, deixando de lado o vidro brilhante.

– Por quê?

Raj ecoou um ruído parecido com uma risada louca.

– Victoria é louca disse ele. Se ela sair na rua, eles irão a matar, a acusar de bruxaria e de assassinato.

Meu estômago revirou sem algum motivo.

– Ela possui uma ficha bastante pesada.

Raj passeou as mãos em seu rosto.

– Eu sei disse ele em um suspiro. E ela quer que eu viva como ela vive, preso em uma redoma.

– Por que ela te protege? perguntei com medo de não receber uma resposta. Ela não parece gostar de ninguém.

Raj pensou em uma resposta por um longo tempo, que foi seguido por um enorme silêncio, porém logo foi quebrado.

– Não é porque ela goste de mim disse ele fazendo movimentos com as mãos. Eu não... Desculpe, Kat. Não sei o que te dizer.

Suas palavras foram misturadas com o ruído abafado das portas se abrindo, não deixando espaço algum para minha resposta.

– Chegamos disse ele sorrindo.

Raj se levantou rapidamente se dirigindo a gigantesca porta. Pude o observar enquanto andava. Ele olhou para trás.

Não vai vir?

Levantei em um movimento rápido, seguindo o garoto feiticeiro até algum ponto de Déli.

...

Entramos em um monumento gigantesco, como uma flor de pétalas brancas, que brilhavam, refletindo toda a luz dourada do sol. O templo de Lótus. Uma beleza inexplicável tomava o local dourado. O jardim em sua volta era tomado por árvores e plantas perfeitamente cultivadas. Era lindo de se ver, porém não sabia o porquê de estar ali.

O lugar por dentro era fresco, diferente do calor cáustico que o tempo mantinha lá fora. O chão era forrado por mármore polido, as paredes eram moldadas com desenhos ilegíveis.

Raj levou-me para um canto afastado, onde não as pessoas não circulavam.

Tenho que lhe mostrar algo disse ele quase que em um murmúrio, retirando um objeto metálico do bolço. Sua voz refletiam um eco perfeito no local. Afaste-se.

Afastei-me rapidamente enquanto ele abaixava tocando o chão de mármore. Pude claramente o objeto em sua mão. Era como uma lâmina prateada, fina e alongada. Raj a encaixou em um circulo desenhado no chão, como uma flor. Este brilhou como fogo, revelando escadarias repletas de teias de aranha.

Uau! falei em um tom pasmo. Incrível.

Raj sorriu.

Eu vou primeiro declarou ele olhando para os lados.

Dei de ombros, mas o segui.

As ecadas eram velhas e sujas, porém não havia nenhum sinal de roedores. Meus sapatos tropicaram subitamente me fazendo cambalear para frente. Raj me segurou firmemente em seus braços.

Tome mais cuidado disse ele sorrindo. Ele me soltou.

Obrigado falei em meio a uma tosse rouca. Minha roupa estava repleta de poeira. Limpei esta antes que Raj me encarasse outra vez.

As tochas pendidas detrás de mim revelaram chamas douradas, refletindo luz no local escuro. Um susto percorreu por minha espinha.

Você precisa parar com isso.

Desculpe, é indispensável disse ele em uma risada grotesca. Ele parou subitamente percebendo a minha irritação. Desculpe-me, Kat. Não foi a minha intenção te assustar.

Encarei-o. Sua expressão era séria, diferente de segundos atrás. Assenti dissimulando um sorriso.

Por que me trouxe aqui?

Ele se virou para o local repleto de sombras douradas e negras.

Neste lugar disse ele enfatizando as palavras. Era engraçado. existem milhares de livros de magia, mais do que no porão velho de Victoria disse ele em um sorriso bobo.

E por que me trouxe aqui? perguntei novamente.

Raj suspirou profundamente dissimulando um tédio não presente.

Talvez possamos encontrar algo sobre o seu pai disse ele calmamente, deixando o tédio artificial. Já que ele é um feiticeiro maior seu desentendimento mudou para um entusiasmo frenético. Tenho que te dar uma coisa Raj abriu um enorme baú dourado e velho. Dentro deste, havia milhares de livros velhos como o baú. Objetos prateados como o que vi em suas mãos estavam arrumados lado a lado. Tandam! disse ele em um ritmo enfático e grotesco, como uma canção para crianças. Eu ri da situação. O que foi? perguntou ele confuso. Logo, ele deu de ombros. Tome disse ele entregando o objeto prateado em minha mão.

O que é isso? falei enquanto examinava a peça estranha.

É uma varinha disse ele. como nos filmes.

Incrível.

Você precisa nomeá-la disse Raj. Seu sorriso aumentava a cada palavra dita. Pode ser o nome de alguém que ama ele sacou a sua varinha. Um exemplo: a minha se chama Ramech, o nome do meu pai.

Ramech? ele me encarava atentamente. Isso é um nome?

Raj assentiu.

Ponderei um nome. Uma pessoa que eu amo...

Peter? falei ainda analisando cada traço do objeto. Posso chamá-la de Peter?

Claro disse Raj tocando a varinha em minha mão. Esta acendeu em um brilho prateado como a lua. Peter.

Para que ela serve?

Para te proteger disse ele. - Não é bem uma varinha magica, bem, é uma varinha magica, mas... ele parecia se embolar nas próprias palavras. Ela vai protegê-la de todo o mal, mesmo sendo uma feiticeira maior ele sorriu para mim, o que me acalmou bastante. Pegue aquele livro maior e sente-se à mesa. disse ele apontando para o baú. Pondo os óculos, ele pegou um livro e folheou este atentamente.

Mas que mesa...? as palavras foram engolidas em minha garganta em um espanto arrebatador. Uma mesa de madeira, como a do porão de Victoria, se mantinha parada no centro do local. Meu coração disparava sem motivos. Sério falei com a mão no peito. Meu coração era como uma bomba prestes a explodir. Você não precisa fazer isso. É horrível.

Raj franziu o cenho.

Não gosta dela? perguntou ele apontando para a mesa em meio às sombras.

Não, eu gosto, mas... falei em um engasgo. Ah, esqueça.

Ele deu de ombros.

Sentei-me em uma das cadeiras, limpando o acento com a mão livre. Larguei o livro pesado sobre a mesa. Raj me seguiu.

Olha, Kat disse ele com um pouco de hesitação. Não encontro o nome do seu pai.

Uma secura percorreu por minha garganta. Talvez fossem as lágrimas a caminho, mas tratei de segurá-las.

Mas que droga! gritei elevadamente. Raj parecia confuso ao me encarar.

Você disse Jonathan Mayer? perguntou ele.

Assenti ansiando uma resposta.

Acho que achei disse ele ainda duvidoso. Olhe.

Arranquei o livro de sua mão em um movimento apreensivo. Não vi nada além de rabiscos estranhos.

Não vejo nada protestei.

Raj, com a sua paciência ilimitada, mudou de página rapidamente.

Desculpe disse ele distraído.

Dei de ombros.

Jonathan Mayer. As escritas estavam praticamente apagadas no papel amarelo.

Desculpe lhe informar isso, Kat disse ele com um ponto de hesitação. Mas Jonathan Mayer, não é o seu pai.

O que? falei em grito ressoante.

Ele não pode ser seu pai, Katharine disse ele um pouco nervoso. O anel diz "filho de Agatus" e ele não é um feiticeiro maior.

Como assim eu parecia confusa em minhas próprias palavras.

Jonathan Mayer é um feiticeiro disse ele me encarando. E não um filho de Agatus. Essa expressão é usada somente para os feiticeiros maiores, como você.

Lembrei-me do que ele dissera no momento de espanto. Disse a ele que o símbolo aparecia nos meus sonhos, e tudo o que recebi fora filha de Agatus. Talvez ele tivesse descoberto antes de mim mesma.

Raj prosseguiu.

Feiticeiros menores não veem o símbolo em seus sonhos disse ele em uma forma sombria. Pois isso é um aviso. Apenas feiticeiros maiores recebem avisos, Kat.

O que quer dizer com isso? perguntei. Minha garganta estava seca e queimando com o calor do lugar.

Raj suspirou.

Você está sendo avisada, Katharine.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Beijos!!



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