Agatus - A Descoberta escrita por Letícia Francesconi


Capítulo 12
Uma Descoberta Imprevisível


Notas iniciais do capítulo

Oi!! Estão gostando da história? Então meus amores, esse capítulo desvenda alguns mistérios rsrsrssrss. Ansiosos para ler?? Aproveitem a história!!! Beijos!!!!



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O quarto era um quadrado gigantesco e equipado. As cortinas eram brancas e delicadas, combinadas perfeitamente com os tapetes. Sobre a cama, lençóis brancos mantinham-se delicadamente dobrados. Era completamente diferente do meu antigo quarto. A parede era branca como a neve. Era totalmente ao contrario do que imaginei.

– Acho que não está a sua altura – disse Raj apontando para a cama.

– Não – falei enquanto sentava-me na poltrona branca ao lado da janela. Era igualmente parecida a minha antiga. – Está perfeito.

Seus lábios se curvaram em um sorriso contente. Percebi naquele momento, quem ele era. Sei que não poderia o comparar com David, pois os dois eram completamente diferentes. David se mantinha em um mundo inteiramente insano, ao contrario de Raj. Sei que era cedo demais para julgá-lo, eu mal o conhecia, mas já podia reconhecer seu gênio. Ele era animado demais, e se alegrava com qualquer coisa que eu dissesse.

– Pensei que – disse ele quase que em um sussurro. – fosse mais exigente.

– Não sou exigente – ele me olhava atentamente, parecendo ter vontade de ouvir o que eu tinha para falar. – Apenas sou... Sim sou exigente. – confirmei em um estado de loucura, não era normal eu concordar com essas coisas. – Mas pode ficar tranquilo, não sou do tipo de negar amizades.

– Mas você disse...

– Eu sei – ele parecia confuso. Até que para um indiano, ele falava bem a minha língua. – Eu fui muito grossa com você, desculpe-me.

Seu sorriso se engrandeceu em seu rosto.

– Enfim – falei desviando os olhos para a grande janela. A vista era impecável, como nos filmes. O jardim era perfeitamente delicado, como uma jóia. – Vou precisar de uma amizade, já que perdi a minha mais antiga.

– Não entendo, Kat – disse ele. Meu nome soava estranho em sua boca. Era um jeito diferente e engraçado de se ouvir. Era como um sotaque, só que muito mais fofo.

– Você fala como David.

– O seu irmão?

Meus olhos voltaram-se rapidamente para ele.

– Não! – gritei sem notar o que estava fazendo. Cobri minha boca com as mãos em um movimento veloz. Raj parecia assustado. Respirei fundo. – Desculpe. David é meu melhor amigo, ou era.

– O que aconteceu? Com David, quero dizer. – suas palavras eram contorcidas, uma mistura de um sotaque engraçado e um inglês mal pronunciado.

– Deixei o país – ele ainda me fitava. Os olhos negros não desviavam da minha boca. Era bom conversar com ele, diferente de Peter, que praticamente não me ouvia. – Mas disso você deve saber.

Ele assentiu.

– Kat, quero te dizer – disse ele observando o chão. – Não quero substitui-lo. Isso seria terrível da minha parte.

Levantei do sofá ajeitando a roupa. Raj me olhava sem entender meus movimentos.

– Não, Raj – ele levantou a cabeça em um movimento enfático. – Não seria terrível – meus lábios ecoaram uma risada boba e breve sem que eu sentisse o meu ato. – Seria legal.

Ele retribui o meu sorriso estúpido.

– Quando podemos começar a estudar? – disse ele de modo frenético. – Sabe, essa língua não é nada fácil, é repleta de símbolos e...

– Que tal amanhã? – respondi sua pergunta, interrompendo suas palavras. – Estou cansada da viajem.

Ele assentiu com os olhos semicerrados.

– Tudo bem – seu sorriso era evidente. – Eu entendo.

...

– Acho que isto está errado – disse Raj virando a folha para si.

– Não – falei com as mãos em volta da cabeça. Não estava suportando aquele tempo cáustico. Era como estar dentro de uma fogueira. – É exatamente como está no livro.

Ele deu uma olhada no livro gigantesco acima da mesa.

– Acho que não – disse ele em meio a uma risada. – Olha.

Ele entregou o livro em minhas mãos. Pude ver os símbolos delineados em tinta grossa na folha amarelada. Ele estava certo, era completamente diferente do que eu teria feito.

– Mas é complexo demais!

– Não será difícil se você se esforçar um pouco – suas palavras me lembravam de David. Ele sempre me dizia isso.

Bati minha cabeça contra o livro, envolvendo minhas mãos nesta, como se ela fosse explodir. Raj me olhava estático.

– Não consigo.

– Desafio a você – disse ele ponderando, enquanto tentava erguer minha cabeça com uma das mãos. – desenhar um. Apenas um.

– Qualquer um? – falei em um tom desafiador, porém não contendo uma risada.

– Qualquer um. – ele cruzou os braços ainda me observando. Seus olhos me observavam sobre os óculos.

Peguei uma folha em branco, embora estivesse rabiscada em alguns pontos. Queria divertir-me com aquilo, que parecia ser tão chato. Lembrei-me do símbolo dos meus pesadelos. O mesmo símbolo do anel. Segurei o lápis com força, que escorregava de meus dedos por causa do suor contido neles. Desenhei suas linhas calmamente, com um contorno em um desenho. Uma lua invertida, com pequenos rais saindo de suas extremidades.

Acabei em um estalo, logo escondendo a folha dos olhos de Raj.

– O que acha? – perguntei. Ele olhava a folha com um enorme espanto no rosto. Arrependia-me de ter feito aquilo. – Não sou uma das melhores, mas...

– Pelos Deuses – disse ele se erguendo da cadeira com um assombroso choque. – Como... Como...

– Eu sei – falei com certo convencimento na voz. – Eu sou incrível.

Agatus – sibilou ele em um sussurro.

Eu estava espanta, assim como ele. Agatus. Era esse o nome. David não estava errado, eu era uma completa louca. Mas agora, quem estava parecendo um louco, era Raj. Ele estava rodeando a mesa de madeira atônito, perplexo com a situação.

– Katharine – disse ele retirando seus óculos com uma calma irresoluta. – Como fez isto?

Ergui o lápis em minha mão. Ele se irritou, para minha surpresa.

– Não – sua voz era calma com uma mistura de revolta. – Como fez o símbolo de Agatus?

Minha mente estava confusa. Agatus era um nome, então o símbolo era...

Magia – disse ele encarando a folha outra vez. – Sabe usar magia?

Olhei para ele indiferente.

– Não faço ideia do que está falando.

– Como fez o símbolo?

– Eu não sei! – minha voz se elevou em tom totalmente diferente, deixando minha voz mais rígida. Suspirei calmamente. – Ele surge em meus... Sonhos.

Não era o que eu queria dizer. Sonhos. Não eram sonhos, e sim, pesadelos.

Sonhos? – sua expressão de espanto se aumentou em um segundo. – Filha de Agatus – sibilou ele. – Não pode ser.

Ele correu a uma enorme estante repleta de livros. Retirou um livro velho e empoeirado. Ele jogou este na mesa. Nuvens de poeira surgiram em sua volta.

– Não creio nisso – disse ele folheando o livro. – Aqui – disse apontando para a página amarelada. Ele parecia feliz por ter achado a página certa. – O nome da sua mãe...

– Amy – falei observando sua expressão estática. – Amy Jones.

Ele releu as páginas que folheava. Parecia não ter êxito.

– Não entendo – disse ele sentando-se de volta na cadeira. – Não está aqui.

– O que não está aí?

Raj virou o livro para mim, quase derrubando os óculos. Pegando este, ele o guardou silenciosamente, como se nada tivesse acontecido.

– O que é isto?

– É a árvore dos feiticeiros maiores – disse ele. – Aqui está Victoria – disse ele apontando para o desenho amarelado do livro. Ele não segurou uma risada rápida.

– E o que têm a ver comigo ou com minha mãe?

Raj respirou fundo.

– Victoria é uma feiticeira maior.

– Então ela é uma bruxa? – perguntei, mas ele pareceu não se irritar.

– Não exatamente – disse ele improvisando movimentos com as mãos grotescamente. – Mas podemos a considerar uma.

Ele soltou uma risada, mas eu não compreendi o que le estava dizendo. Magia? Tinha certeza que ela era uma bruxa, mas não sabia que minha mãe estaria envolvida nisso.

– Então – disse ele se apoiando na mesa. Podia ver o volume dos óculos no bolso de sua camisa. – Como sua mãe era uma grande amiga de Victoria, eu pensei que... Pensei que ela estava envolvida com isso tudo.

– Ela nunca faria isso.

Raj me olhou depois de um longo tempo.

– Mas não entendo como você pode desenhar o símbolo de Agatus.

– Já ouvi esse nome antes – falei enquanto brincava com o lápis. – em meus piores pesadelos.

Ele hesitou ponderando o que deveria dizer.

– Venha comigo, Kat – disse ele calmamente. – Tenho que te mostrar algo.


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Notas finais do capítulo

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