Agatus - A Descoberta escrita por Letícia Francesconi


Capítulo 1
Ilusão Congelada


Notas iniciais do capítulo

Oi gentee!! Espero que gostem da primeira parte, que conta um sonho que a Kat teve. No segundo capítulo ela conta um pouco de sua vida, mais logo logo as coisas vão piorar para ela. Prometo, se eu puder postar todo dia eu postarei. Agora, chega de conversa. Aproveitem a história.



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Folhas, que restaram ao longo do inverno álgido, passeavam suavemente, pelo solo completamente congelado. Nuvens se confundiam com o céu, acinzentado. Eu dançava. Dançava sobre um lago congelado. Meus sapados prateados como a lua da escuridão, temiam a fragmentar o solo fino. Usava um vestido, azul claro, como o céu. Eles faziam com que meus ombros ficassem desprotegidos, expostos. Babados do vestido submergiam levemente sobre o lago. Meus cabelos estavam presos com um delicado coque, deixando alguns cachos escaparem.

Nas extremidades do lago, havia uma vasta grandeza de neve, branca como as estrelas. Uma árvore negra, sem apenas uma folha, pendia na extremidade oposta do lago congelado. Um ar nebuloso se prolongava. Era como um baile formal, só que sem convidados. Eu sentia que poderia voar, sem asas, como um anjo sem alma.

Uma leve nevasca caía por ali, deixando meus cabelos ruivos com vestígios de neve. Eu podia ver o céu, denso e acinzentado. Eu conseguia ouvir o canto sofrido de alguns pássaros. Quanto mais girava, mais tonta ficava. Era tudo tão perfeito, a neve, os pássaros. Não enxergava o tempo passar. Como se uma eterna alucinação cobrisse meus olhos. Era apenas eu e o mundo frio.

Uma brisa leve, embora fria como o lago, passou sobre minha pele desprotegida. Um sopro suave, como mel, passou por meus ouvidos.

– Parece estar com frio.

Era um homem alto, pálido como a neve, que ali caía. Seus cabelos eram negros e não passavam de seus ombros. Seus olhos eram claros, como a superfície do lago. Ele tinha um sorriso perfeito, ainda assim assustador.

Ele segurou uma de minhas mãos, tirando-me para uma dança. Curvou-se a minha frente formalmente. A dança era breve, com um toque de presteza. Suas mãos eram gélidas e pálidas. Ele era delicado, como um anjo sem áurea.

Em meio à dança, pude notar algo que não vi antes de tudo começar. Um menino moreno de cabelos bagunçados, negros como o crepúsculo da noite, sentava-se na neve que cobria as raízes da árvore sombria. Ele tinha um olhar triste. Sua cabeça estava baixa, olhando para os pés. Pude ouvir uma voz angustiada, em meio aos soluços.

Você vai se arrepender de tudo que fez Katharine.

Virei-me ligeiramente. Uma garota, não muito alta, cabelos lisos e loiros, que caíam nos seus ombros lívidos, segurava uma pistola, detalhada com ouro. Ela apontava a arma para mim em um aspecto ameaçador. Suas mãos tremiam. Havia lágrimas em seus olhos, não desviados de mim. Pude notar uma espantosa cicatriz em sua garganta pálida.

Quando menos eu esperava, o chão começou a estremecer debaixo dos meus pés. O lago se estilhaçou, formando uma cratera fria. O homem com quem eu dançava se foi, com um grito alarmante. Era como se o mundo estivesse desabando abaixo de meus pés. Olhei para ela, ainda com a arma nas mãos. Eu estava confusa e perdida, queria poder voar como imaginei antes.

O gelo que me pendia em pé estava prestes a rachar, e desmoronaria num buraco obscuro e gelado. O que ouvi foi um ruído alarmante, e não vinha do gelo partido. Fora um disparo oco, ainda sim apavorante. Sangue rubro escorria pelo meu tórax pálido, encharcando o vestido brilhante. Levei uma das mãos ao local ferido. Minhas mãos agora, estavam sujas do meu próprio sangue. Podia sentir uma dor angustiante, inibindo minha respiração.

O garoto ali sentado, ainda me encarava. Agora, a raiva era expressa em seu olhar. A garota lhe encarou, deixando a arma cair no solo coberto pela neve. Ela parecia assustada assim como eu. Lágrimas escorriam pelo seu rosto, que estava levemente enrubescido.

– O que você fez sua tonta? – Agora era o garoto que falava. Ele parecia irritado. – Já estamos mortos! Não irá adiantar de nada! – Ele gritava com a garota, que estava segurando-se para não desmaiar.

Não pude ver mais nada.

Sucumbi a uma assombrosa escuridão.


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Notas finais do capítulo

E aí?? Gostaram?? querem mais?? Rsrsrs.