– Oga, só me responda uma coisa – Falou Takayuki Furuichi com uma feição serena – Por que diabos eu tenho que fazer tudo isso junto com você!? – Berrou enquanto era arrastado pela gola da camisa, para fora de casa pelo Ogro carregador de bebês do colégio Ishiyama.

Oga solta o amigo na rua e posiciona sua mão no queixo, enquanto fita o horizonte, antes de começar a explicar academicamente os seus mais que nobres motivos – Veja bem Furuchin, como sou uma pessoa muito boa, estou fazendo isso para te ajudar, se você não fosse usado para me ajudar nessas situações retardadas, tudo que sobraria para você é o seu papel como pervertido nojento, até o seu uniforme seria trocado por uma capa que você usaria nu. Você apareceria na história, apenas no fundo de algum cenário, assediando alguma garota do fundamental aleatória ou sendo preso roubando calcinhas. – Diz, coloca a mão no ombro do Furuichi e acompanhado pelo Beel faz uma expressão refrescante de “vê, você pode contar conosco”.

– Que merda você pensa de mim?! Todos esses mal entendidos são culpa sua porra! – Respondeu exaltado com lágrimas torrenciais escorrendo.

– Um estranho. – Concluiu secamente. – Mais importante, aquela demônio idiota colocou na cabeça que o aniversário do Beel é algo realmente importante, mas o pior de tudo é que minha irmã está ajudando ela nisso. Então se eu não convidar ninguém elas com toda a certeza vão me expulsar de casa, então pare de reclamar e apenas me ajude a chamar uma ou duas pessoas.

– Tá porra! E quem você quer convidar – Se faz um breve silêncio enquanto os dois se encaravam, e em um estalar a feição do Furuichi mudou, um sorriso idiota começou a surgir na sua face – Vamos convidar a Rainha... E as Redtails, digo, o Kouta é amigo do Beel, e todas elas parecem gostar dele e... – Dizia enquanto gesticulava, até ser interrompido.

– Seus desejos são evidentes, Estranhoichi. – Disse uma voz feminina fria por traz do Furuichi.

– Hilda?! – Exclamou Furuichi com os olhos desprendendo-se do rosto enquanto a sua boca abria em uma proporção grande o bastante para engolir uma melancia.

– Não venha cometer os seus crimes sexuais na minha casa Raléichi. – Disse a Hilda com o maior olhar de desprezo possível.

– Espera um pouco porra! A casa é minha! – Replicou Oga rapidamente.

– Fique calado imundo de rua, de toda forma LolicomPedofiloichi...

– Chega porra! Pelo menos respeite a regra de um insulto por apelido! E não use dois insultos se vão significar a mesma coisa! – Furuichi interrompeu aos berros antes de ser calado por um golpe impiedoso de sombrinha na barriga, que lhe retirou todo o ar.

– EstranhoEsquesitoIchi... – Disse Hilda com seu olhar sádico e com um pequeno sorriso nos lábios – Não estou conseguindo entrar em contato com Alaindelon, chame por ele e o avise para entrar em contato comigo – Ela vira-se para Oga – E você, vagabundo, se aparecer com uma lapiseira como presente eu atravessarei ela na sua cabeça! E se aparecerem apenas um ou dois servos te usarei como sacrifício, com uma vela enfiada no coração, no lugar do bolo do mestre. – Disse, pegou o Beel deu um abraço apertado nele e um beijo na sua testa –Tchau Jovem Mestre – Devolveu o Bebê ao Oga antes de subir no seu akubaba e sair voando de volta para a casa.

– Desgraçada, empurrando todo esse trabalho para a gente! – Vociferou Oga com desgosto.

Pra você, não para a gente, Oga! foi o pensamento que passou pela cabeça de Furuichi, mas ele preferiu guardar para si – Não acha que seria melhor ela começar a usar uma bicicleta ou algo assim, eu não consigo me acostumar ao ‘Gugugugu’ dessa coisa.

Uma imagem de uma Hilda sorridente enquanto pedala por campos floridos passou pela cabeça de ambos, causando-lhes um arrepio na espinha – Não porra! Isso seria ainda mais assustador! – responde Oga.

– Eu meio que gosto da Hilda assustadora – Disse Furuichi em meio aos seus devaneios masoquistas.

– É justamente por isso que te chamam de estranho, Furuichi. – O comentário do Oga destrói a conversa – Vamos logo, começamos pela Kunieda.

Furuichi retoma a postura e se põe ao lado do Oga, e eles retomam a caminhada em direção ao templo onde a líder das Redtails morava, após subir as escadas que levam ao templo encontraram a Aoi no quintal varrendo as folhas do chão, e para qualquer um, menos para Oga, era possível notar o espanto e o rubor no rosto dela, quando a mesma percebeu que ele estava ali.

– Dabuh! – Diz o Beel com um grande sorriso quando vê a Rainha.

– Yo! Kunieda – Disse o Oga enquanto ia se aproximando da morena estática.

– Rainha!! – Disse Furuichi com um sorriso de orelha a orelha e descaradamente a olha da cabeça aos pés.

– Bebê Beel, Oga, Furuichi – Respondeu Kunieda retomando a compostura.

– Kunieda eu preciso de você lá em casa amanhã à noite, vai ser o aniversário do Beel e... – Dizia quando foi interrompido por um Furuichi escandaloso.

– Retardado!!!!!! – Berrou o Furuichi com tanta força que até a sua alma apareceu gritando no fundo da sua garganta – Fale direito as coisas! Olhe para a Kunieda ela está quase tendo um ataque do coração!

– Precisa de mim amanhã à noite, na sua casa, no seu quarto? – Murmurava somente para si uma Kunieda tão vermelha quanto possível, seu rosto estava tão quente que era possível ver vapor saindo dele.

– Ei, Kunieda? – Chama Oga tocando no ombro da Aoi, que ao sentir o contato arrepiou-se inteira e deu um salto pra trás como um gato assustado.

– Ah... Digo... Isso foi muito repentino... e ... não é como se eu não quisesse, mas... – Fala baixo em pausas enquanto encara o chão e ocupa um pouco da atenção ajeitando o cabelo nervosamente.

Oga e o Beel olham para Kunieda com um grande interrogação sobre a cabeça – Han? Você vai estar ocupada? Vai ter uma festa de aniversário do Beel, a Hilda está me enchendo pra que tenha bastante gente, precisava que você viesse e levasse algumas das Redtails, pode avisar a sua prima e falar pra ela trazer o Kouta também. – Fala o Oga monotonamente.

Desde que ele começou a falar a Rainha foi se petrificando, como se sua alma estivesse indo fazer uma visita ao outro mundo para tomar um ar enquanto seu corpo secava, era até possível ver algumas rachaduras surgindo pelo seu corpo. Sério, maldito retardado, como ele pode ter tão pouco tato assim, um dia eu mato esse estúpido, era o único pensamento que conseguia passar pela cabeça dela.

– Ei, Kunieda – Chamou Oga novamente.

– Eu irei, as meninas ficariam felizes em ir até a casa da fundadora, levarei o Kouta também. – Disse enquanto lançava um olhar congelante para ele, com uma veia de irritação no rosto e em tom brusco.

– Conto com você então! Se ninguém aparecer vou acabar tendo que me mudar para o rio – Disse o Oga como se narrasse uma grande catástrofe.

– Foi mal Rainha, o Oga é um retardado, mas apareça lá com as garotas, é importante. – Disse Furuichi com uma mão afrente e abaixando levemente a cabeça em um gesto de desculpas.

– Todos já sabem das suas intenções Furuchin. – Replicou Oga.

– Sim eu quero que a as garotas vão, mas também acho que é importante para o Beel! – Berrou um Furuichi triste e indignado.

– Até mais Kunieda, vamos Furuichi, ainda temos que passar na casa do Kanzaki – Disse oga que estava com o rei demônio entre os braços.

– Dah! – Despediu-se o Beel com um aceno com a mão.

– Ah... Sim, Tchau. Tchauzinho, Beel. – Sorriu meio sem jeito para o Bebê e acenou.

Os três rumaram escadas abaixo em direção à casa de Hajime Kanzaki que convenientemente não era muito distante dali, por ‘casa’ entenda-se ‘mansão Yakuza’, caminharam alguns minutos ao som de alguma canção que o Beel cantava animadamente em “buh buh Dabuh dabuh buh”, e chegaram aos muros da mansão, era fácil perceber que era o local certo pelos dois brutamontes de terno que estavam no portão.

– Oga não vá fazer merda lá, são todos Yakuzas e não delinquentes!

– Calma Furuichi, eu sou um cavalheiro, sei como me comportar quando vou fazer uma visita. – Respondeu com um sorriso nada cavalheiresco.

– Hey não queremos pirralhos andando por aqui! – Disse o brutamonte mal-encarado A, que estava parado na porta.

– Hey Kanzaki-kun! Viemos fazer uma visita! – Grita um Oga do portão que ignorou completamente o Yakuza.

– Moleque de merda dissemos pra parar! – Grita o brutamonte B que agarra Oga junto do A.

Ignorando os gritos de “Pirralho de merda!”, “Pivete desgraçado!” “Monstro maldito!” Oga continuou andando calmamente em direção a mansão, arrastando sem esforço os dois homens de quase dois metros de altura que estavam agarrados aos seus pés, enquanto berrava um “Kanzaki-kun” sem respeito algum, até que Kanzaki Hajime aparece na porta da entrada com uma cara entediada de poucos amigos.

– Hey Oga, que merda você quer aqui? – Hajime fala massageando o pescoço com a mão direita – E vocês pessoal, avisei para não se meterem com o pessoal de Ishiyama eles estão em outro nível.

– Sinto muito jovem chefe, não sabíamos que eram seus amigos – Disseram os dois brutamontes em uníssono tirando as mãos da perna do Oga, levantando-se e indo em direção do portão novamente.

– Olá Kanzaki-kun, tudo bem? – Disse com um sorriso fútil enquanto pensava, Esse merdinha, deveria fazer ele se ajoelhar e agradecer por eu não ter enterrado aqueles dois merdas como postes na entrada.

– Merda Oga, só de olhar pra sua cara da pra perceber que está pensando em algo totalmente desagradável, o que você quer? – Diz Hajime com veias de irritação aparecendo pelo rosto.

– Ah! Yasu, Futaba – Interrompe Furuichi.

– Ah Beel! Veio brincar? – Diz Futaba descendo do seu galante Yasu(Cavalo Humano Yakuza) e correndo em direção ao Beel que também descia de cima do Oga.

– Vai ser o aniversário do Beel e a Hilda vai me matar se ninguém aparecer, então vá e leve a pirralha. – Disse Oga apontando de maneira imperativa para o Touhoushinki.

– Yah é seu aniversário Beel – Diz a Futaba com os olhos brilhando.

– Dabuh – Responde o Beel fazendo o sinal de positivo.

– Posso levar o Yasu?

– Não, Futaba você não vai poder levar o Yasu – Responde o Oga de maneira séria.

– Por quê?

– Por que... minha irmã é alérgica a Yasus!

– Diabos que existe uma alergia dessas Oga! – Retruca de imediato Furuichi com sua curiosa técnica de estupefação que fez parecer que outro Furuichi na sua garganta gritava “Diabos que existe!”.

– Não vê que estou te ajudando Furuichi! Se ele fosse você seria forçado a participar de uma corrida de Yasus em volta da quadra. – Disse Oga tranquilamente para o Furuichi.

Oga está certo, é bem capaz de isso acontecer, pensou Furuichi– É uma pena mesmo Futaba, mas o Yasu não vai poder ir.

– Yasu! – Disse Futaba enquanto passava a mão na cabeça do mesmo – Yasu vai ter que ficar preso então.

– Merda Yasu, diga alguma coisa! – Gritou Furuichi indignado.

– Yasu, yasu! Yasu, yasu! – Respondeu o Yakuza de quatro no chão.

– Você é a porra de um Pokémon agora!? – Berrou Furuichi exausto, com o que lhe restava de folego.

– Chega Furuichi, deixa isso pra lá, venha Beel nós estamos indo embora – O bebê sobe pelas pernas do Delinquente e se instala nas costas dele emitindo um “Dabuh!”.

– Tchau Beel, eu com certeza vou ir! Hajime vai me levar! – Dizia Futaba e acenava com as duas mãos.

– Dabuh! – Respondeu o Beel acenando enquanto iam embora.

– Ainda falta convidar mais gente Furuichi, mais que saco. – reclamava Oga enquanto passava pelo portão.

– Pirralho folgado, se não fosse o jovem mestre acabaríamos com você – Disse o Brutamonte A.

– Isso mesmo você e esse moleque remelento! – Berrou babando-se todo o Brutamonte B.

– Como eu disse Furuichi, cavalheiros sabem se comportar quando fazem uma visita, sempre deixam algum presente quando saem, algo como... – Com dois chutes rápidos atravessa um Yakuza de cada lado do muro ao lado do portão – uma decoração de parede.

– Merda Oga eu sabia que iria acabar assim!

– Sabe Furuichi, eu estava aqui pensando, mas porra que diabos! Vai ser um saco ir à casa de todo mundo. – Disse com a cara de desanimo de quem encara uma escadaria de três mil degraus.

– Sabe... por que simplesmente não mandamos e-mails para todo mundo?

– E-mails? Eu só tenho uns cinco números de telefones na agenda do celular. – Disse enquanto ria.

– Mas de que diabos de era você veio!? – Retrucou espantado!

– Vai dizer que você tem a porra do E-mail de todo mundo! – Disse Oga puxando-o pelo colarinho de uma forma intimidadora totalmente desnecessária.

– Tenho o da maioria, e porra não temos o endereço de todo mundo também. – Gritou Furuichi em plenos pulmões como se revelasse uma das verdades incontestáveis da vida.

Oga solta o colarinho do Furuichi e arruma as roupas do mesmo que acabou de amaçar – Você tem razão Furuichi! Conto com você!

– Espera porra! Por que eu tenho que fazer isso?

– Furuichi, você tem que fazer isso por que você é o Padrinho!! – Disse Oga em uma revelação bombástica.

– O que? Eu o padrinho? – Furuichi se comove por um segundo – O caralho que o Rei Demônio vai ser batizado merda!

– Vamos Furuichi – Oga coloca as mãos nos ombros dele – Apenas faça isso, por que se eu tiver que me mudar para o rio, vou obrigar você a vir comigo! – Disse o Ogro enquanto esmagava os ombros do Furuchin entre as mãos.

– Tá bom, tá bom porra, você venceu, vou enviar e-mails para todo mundo avisando! – Respondeu já resignado com a situação.

– Beleza, valeu mesmo Furuichi! Me empresta algum dinheiro? – Disse estendendo a mão com um sorriso.

– De nada... Que diabos? Dinheiro pra que porra!?

– Tenho que comprar alguma coisa pro Beel, vou dar um Orgodemir de pelúcia. – Disse com um sorriso satisfeito.

– Vai dar um lorde demônio de pelúcia para o lorde demônio? Não, espera, mais importante que isso, tenho medo até de imaginar um bicho de pelúcia daquela coisa feia! – Disse fazendo uma cara de repulsa lembrando-se daquele troço rastejante de cérebro exposto.

– Isso, eu tenho certeza que vi a venda no centro comercial, me empreste 5000 mil yen para que eu possa comprar!

– Certo pegue essa droga – Disse enquanto abria a carteira para retirar o dinheiro – Se não me devolver, vou ficar com todas as suas JUMPS que estão lá em casa!

E assim Oga terminou sua difícil tarefa de convidar as pessoas para o aniversário como também conseguiu comprar um presente digno para o Bebe beel, tudo conforme o planejado.