Charlottesville Virgínia 12 de abril de 1994

Katherine se remexia na cama estava tendo outro pesadelo, a pequena garota estava tendo esses pesadelos há mais de uma semana, e ia piorando a cada noite, acordou ofegante sentando na cama, assustada ela se agarrou ao ursinho de pelúcia bege que dormia sempre ao seu lado. Mesmo de noite consegui ver seu quarto pelos pequenos raios de luz que vinha da rua para dentro do quarto, via a pequena cômoda branca na frente da cama, havia quadros de borboletas pendurados na parede rosa bebê, perto da janela seus brinquedos espalhados em um canto perto da caixa rosa que era onde deveriam estar guardados havia casinha de bonecas aberta, mostrando os pequenos móveis de madeira dentro dela. Katherine respirou fundo apertando mais Ted, olhou para sua direita olhando para a porta branca, saindo da cama ela foi até a porta, a abriu entrando no corredor escuro do segundo andar, em passos lentos a garotinha de 10 anos caminhou ate o quarto dos pais ai lado do seu, abrindo a porta ela conseguia ver a enorme cama de casal bagunçada e vazia.

– Mamãe... – Chamou com a voz melosa. – Papai... – Disse entrando no quarto, olhou envolta e não viu nem um dos dois. Com medo do pesadelo Katherine não conseguia sair do quarto, subiu na cama, jogando Ted primeiro e ela, engatinhou até o meio da cama, ela deitou entre dois travesseiros virando o corpo para direita onde o corpo de sua mãe devia estar, puxou a coberta cinza cobrindo até os ombros, Katherine pegou Ted e o abraçou contra o seu corpo, fechou os pequenos olhos castanhos e caiu no sono.

– Kat... Katherine. – Uma voz masculina soou no quarto fazendo Katherine abri os olhinhos lentamente, percebeu que havia alguém ao seu lado. – Acorde Kat. –Ao abris completamente os olhos, ela percebeu que já havia amanhecido e se deparou com um homem de olhos verdes, cabelos castanhos, via que usava uma blusa verde e calça jeans clara.

– Tio John? – Perguntou sonolenta vendo seu “tio” sentado na cama. – Cadê meu pai e minha mãe? – John ficou alguns segundos quietos olhando o rostinho angelical da pequena garotinha.

– Kat... Seus pais... Eles morreram, querida. – John disse logo de cara não aguentaria ficar calado nessa situação. – Sinto muito. – Katherine não entendia as palavras de seu tio de consideração, como assim seus pais morrem? Eram várias coisas a sua cabeça. Logo sentiu uma lagrima deslizando pelo seu rosto, então caiu em lagrimas. – Oh pequena. - John abraçou Katherine. – Não se preocupe, eu vou cuidar de você. – Apertou mais a garota contra si enquanto ela chorava em silencio. – Vou cuidar de você.

(...)

Myrtle BeachCarolina do Sul 1º de junho de 1996

Katherine (imagem) segurava uma arma firmemente, do jeito que segurava podia se dizer que era uma profissional, levantou a arma mirando no patinho de metal que passava de um lado para o outro, segurou firme a respiração, seus olhos estavam atentamente concentrados no pato que ia de um lado para outro com um círculo vermelho pintado no meio, ao soltar a respiração ela disparou a arma acertando o patinho no painel a poucos metros dela, e segui assim acertando em cheio outros sete patos.

– Isso! – Comemorou deixando a arma encima da bancada da barraca.

– Uau. –Disse o garoto de 16 anos parado ao seu lado, ele era um pouco maior que ela, tinha cabelos castanhos curtos e arrepiados, olhos castanhos claros, usava uma blusa xadrez vermelha e branca, calça jeans e tênis. – Você é ótima nisso. – Elogiou a garota.

– Obrigada. – Agradeceu pelo elogio. – Você também foi bem.

– Não tanto quanto você. – Falou. – Você é maravilhosa. – Disse deixando Katherine sentir as bochechas corarem, mesmo não podendo ver seu rosto ela sabia que ele estava vermelho. Tyler Mason foi um garoto que conheceu na escola, em um caso que estava. – Ei quer ir tomar soverte?

– Não sei Tyler. Esta tarde e meus primos devem estar preocupados. – Disse enquanto pegava panda que acabava de ganhar.

– Vamos lá. Um soverte eu prometo. – Falou dando um sorriso galanteador fazendo Katherine concorda coma cabeça, não seria mau era apenas um sorvete não irá acontecer nada. Tyler terminava de pegar seu sorvete de chocolate, Katherine estava sentada na calçada olhava para frente onde podia ver a praia segurando sua casquinha de creme, Tyler sentou ao seu lado olhando para ela e não para a praia, ele não estava nem a fim de saber da praia e sim de outra coisa.

– É lindo. – Katherine disse admirando a praia.

– Não quanto você. – Tyler disse atraindo o olhar da garota, disfarçadamente ela recuo um pouco percebendo que ela estava perto demais, Tyler foi aproximando aos poucos do dela que se mantinha estática sem saber o que devia fazer, quando seus lábios estavam preste a selarem Katherine escutou alguém gritar o seu nome que a fez se separar de Tyler, olhando para onde vinha a voz ela viu um garoto de cerca de 17 anos, cabelos loiros escuros, olhos verdes, usando uma blusa verde, calça jeans e tênis, ao seu lado estava um garoto de 14 anos, olhos verdes, cabelos castanhos com um franja, usava uma blusa cinza por baixo de uma jaqueta jeans, calça jeans escura e tênis.

– Dean?! – Katherine perguntou se levando surpresa ao ver seu “primo” de consideração se aproximando dela e de Tyler. – Como você... Sammy! – Disse brava olhando para o garoto de 14 anos atrás do de 17.

– Desculpa Kat. Ele me obrigou. – Sam disse se defendendo.

– Vem vamos embora. – Dean disse pegando Katherine pelo pulso direito.

– Ei cara! – Tyler argumentou segurando Katherine. – Qual é a sua?!Não precisa disso.

– Não se mete o idiota. – Dean disse encarando Tyler. – Isso é assunto de família.

– Qual é cara nem o pai dela você é. Só estamos curtindo nada mais. – Tyler se defendeu; Dean não respondeu apenas continuou a olhar o Tyler, que logo estava no chão com a mão no rosto.

– Dean! – Katherine vendo que Dean havia dado um soco em Tyler. – Ficou louco?! – Perguntou alterada olhando para ele, depois reparou que várias pessoas olhava a cena. – Ai que vergonha. – Katherine disse baixando a cabeça pela vergonha que sentia.

– O que foi?! – Dean perguntou olhando as pessoas envolta. – O show acabou podem ir.

– Argh! Que droga Winchester! – Reclamou se soltando de Dean andando para longe dele junto com Sam que a seguia. Passando pelo parque eles chegaram ao estacionamento, ainda furiosa Katherine entrou brava no banco de trás do Impala 67, Sam entrou no banco da frente e Dean no do motorista. – Obrigada por estragar tudo Winchester! – Argumentou olhando para Dean.

– Disponha. – Respondeu com um sorriso sínico fazendo a garota de 12 anos bufar brava, Katherine virou para o lado olhando o vidro. Após chegarem ao motel que estava hospedado, Katherine foi direto para o quarto sem falar com ambos os Winchester, tirou o tênis e se jogou na cama de casal sentindo um desconforto pelo colchão duro que nela havia, se cobriu com a coberta cheirando a mofo, cansada da noite que teve fechou os olhos e acabou caindo no sono.

...

– Aaaaa! – Katherine acordou aos gritos, estava sentada na cama percebendo sua respiração estava ofegante, havia tido outro pesadelo.

– Cat! – A porta do quarto se abriu, Dean entrava às pressas no quarto vendo a prima sentada na cama. – Você está bem? – Perguntou sentando ao lado de Katherine.

– Estou... Foi outro pesadelo. – Disse voltando a controlar a respiração, Dean fez menção que ia se levantar. – Dean. – Chamou fazendo para e olha-la. – Dorme comigo? – Pediu manhosa.

– Claro pequena. – Disse com um sorriso no rosto, Katherine foi para outro lado da cama dando espaço para ele deitar, Dean se deitou e se cobriu até a metade do corpo com o cobertor, Katherine puxou a coberta até encima dos seus ombros aproximando do corpo de Dean. – Kat. – Dean chamou enquanto olhava para o teto, Katherine soltou um Hm como murmurou. – Desculpe por hoje. Acho que perdi a cabeça quando te vi com aquele cara.

– Tudo bem... Eu sei que só fez isso para me proteger. – Respondeu. – Você sempre me protege.

– Sempre. – Respondeu olhando para o lado vendo a pequena garotinha deita em seu peito, percebeu que já ela já havia caído no sono. – Sempre vou te proteger. - Pausa. – Cat.

(...)

Vicksburg Mississipi 28 de agosto de 2000.

I said come into the house of

Come into the house of

Come into the house of jazz

Come into the house of

Come into the house of

Come into the house of jazz, yes

–Argh! Winchester a baixa isso! –Katherine pedia levantado do banco de trás, não aguentava mais escutar AC/DC apesar de banda ser ótima, mais estava escutando a viagem inteira, não suportava mais. – Estamos escutando isso desde que saímos de Ohio.

– E? – Dean perguntou tentando entender o motivo da reclamação.

– E que já faz mais de cinco horas que saiamos de lá e estávamos escutando isso! – Reclamou apoiada no banco do motorista.

– Isso o senhorita chatinha é clássico. E você sugere o que? Britney Spears?! – Perguntou irônico.

– Sammy ajuda aqui. – Pediu ao Winchester mais novo que estava no banco do passageiro olhando a pequena discussão dos dois.

– O que posso fazer? Da última vez eu levei um tapa por mudar de estação. – Disse jogando o corpo não queria mais queria mais levar um tapa forte que havia levado algumas horas atrás.

– Eu mudo. – Disse se levantando do banco inclinando o corpo para frente.

– Se você mudar eu juro que bato. – Ameaçou Dean olhando Katherine se aproximar do rádio.

– Você não tem coragem. – Disse convencida, sabia que nem Dean e nem Sam bateriam nela. Após tirar a fita, Katherine colocou em uma estação qualquer, nela tocava Survivor de Destiny's Child. – Isso sim é música.

– De que planeta Cat?! – Perguntou olhando pelo retrovisor.

– Do meu planeta. E para de me chamar desse apelido. – Pediu; desde que se conheceram a anos atrás Dean apelidou com Cat em vez de Kat como todos os outros a chama. - Não tenho mais dez anos.

– A mentalidade ainda é de dez. – Respondeu zombando dela, a mesma nem respondeu apenas mostrou a língua e se encostou novamente no banco traseiro.

(...)

Galveston Texas 28 de agosto de 2002.

Katherine acaba de calçar as botas silenciosamente não queria adorar ninguém, pois seu plano de fugir não daria certo. Sim ela está fugindo, fugindo das pessoas que cuidaram dela, as que se apegou como uma família. Mas era preciso, depois do que descobriu sobre a morte de seus pais. Também tudo estava dando errado, John e Sam brigavam quase o dia todo pelo fato que Sam não querer mais ser caçador, ele queria ir para a faculdade ter um vida normal. Dean por outro lado queria continuar na vida de caçador, mas a ideia de ter o irmão mais novo longe o deixava para baixo. Então o que ela poda fazer, apesar de ter vivido anos com eles, não podia tomar decisões por eles, e agora que ela tinha uma pista do que aconteceu com seus pais, ela tinha que os deixar, para seu bem e para o bem deles. Colocou a mochila preta nas costas, olhou para o lado e viu Sam deitado na cama de solteiro, “Tchau Sammy.” Disse em um pequeno sussurro, caminhou calmamente até a porta, abriu saindo na pequena sala iluminada apenas com a luz de fora, olhou e vi Dean jogado no sofá, deu um riso pelo nariz olhando a cena, ele deitado no sofá com garrafas de cerveja espelhadas, ficou atrás do sofá olhando o loiro dormindo, “Tchau Den... Vou sentir saudades.” Sussurrou acariciando levemente o rosto dele, Katherine sentiu uma lagrima descendo pelo rosto, mais foi apenas aquela lagrima que iria cair, parada perto da porta respirou fundo olhando a pequena sala, abriu a porta esse foi para sua nova vida.