Two Wrongs, No Rights escrita por Remmie


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Essa fanfic foi uma homenagem à uma amiga muito querida minha, que adora poker e marotos. Eu faria uma continuação com o sonho de James, mas acabei decidindo deixar assim e fazer uma outra short-fic. Espero que gostem, essa é minha primeira vez mostrando minha escrita para alguém. E caso não saibam muito sobre Poker, tudo bem, vai conseguir acompanhar a fic sem problemas.Você pode ver um resumo sobre os personagens desta fic (mais o meu dreamcast) aqui: http://bubbleffect.tumblr.com/twnr



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– Não acredito que topei participar dessa coisa ridícula! - exclamou Lily Evans enquanto vestia o casaco, já no quarto, um pouco antes do horário marcado para o jogo. Sua indignação era totalmente direcionada à Marlene McKinnon e Emmeline Vance, suas companheiras de quarto, pois as duas haviam combinado um jogo de Strip Poker com os marotos. Mas, como o numero de garotos era maior do que o de garotas, elas pediram (ou melhor, ordenaram) que Lily participasse.

– Nós ganharemos deles, não se preocupe. É só mantê-los distraídos que eles perdem o foco do jogo e nós ganhamos de lavada - respondeu Marlene calçando as pantufas, como se fizesse esse tipo de coisa o tempo inteiro. O que era bem a cara de Marlene, para falar a verdade. - Nosso único problema é o Remus, porque ele é muito bom nos jogos... Ainda bem que temos Emme no nosso time.

– Eu me recuso a tirar a roupa na frente deles, Lene, então é bom que isso funcione! - brandou a ruiva ignorando a maior parte do que a morena dizia, totalmente tomada pelo pânico.

– Relaxe. Já ficou de biquíni na frente de algum garoto? - perguntou Marlene penteando de leve os cabelos cumpridos e lisos com mais cuidado do que necessário. Marls e sua vaidade.

– Claro - respondeu Lily revirando os olhos, com lembranças passando por sua cabeça. Não havia sido tão constrangedor, mas há uma diferença. Garotos não haviam ficado olhando para ela de modo que olhariam quando estivesse com roupa de baixo.

– É a mesma coisa. E tem mais, se os homens podem ficar de roupa íntima em frente às mulheres, porque nós não podemos fazer o mesmo? - questionou olhando brava para a amiga e apontando a escova de modo acusatório para a mesma, apenas de brincadeira.

– E quem disse que podem? - perguntou Lily assustada.

– Oras! Vai dizer que nunca viu algum amigo só de cueca na sua frente? Aliás, na casa do James tenho essas experiências o tempo inteiro - respondeu Marlene com indiferença. A morena era melhor amiga dos marotos, então passava parte das férias na casa de James. - E tem mais, estamos entre amigos... No máximo iremos dar umas boas risadas.

– Espero que você esteja certa... E espero também que eles sejam muito ruins no Poker!

As duas terminaram de se vestir e esperaram soar as doze badaladas no relógio do Salão Principal. Saíram do quarto e atravessaram o corredor para irem ao dormitório masculino. As duas conseguiam ouvir os garotos conversando dentro do quarto e Marlene tentou abrir a porta, mas estava trancada. Imediatamente, se fez silêncio dentro do quarto, e elas puderam ouvir passos que vinham até a porta.

– Senha? - perguntou alguém. Elas identificaram imediatamente a voz de James do outro lado da porta.

– Cão pulguento! - exclamou Marlene revirando os olhos. Não era como se milhares de garotas fossem toda noite lá. Parando para pensar melhor, era sim. Afinal, são os marotos, os garotos mais disputados de Hogwarts.

– Correto.

Ouviu-se o barulho da trinca na porta e as duas entraram, olhando em voltaapreensivas.O quarto estava bem aquecido pela lareira, e elas podiam ver Sirius e Remus sentados no tapete em frente à lareira conversando.

– Bem pontuais, hein, garotas? - exclamou Sirius olhando o relógio. - Devo supor que querem tirar logo a roupa ou que querem ver um de nós três sem roupa o quanto antes?

– Me recuso a responder, Black - respondeu Marlene revirando os olhos. Sirius e suas cantadas.

– Desde quando vocês têm uma lareira? E esse quarto era menor! - exclamou Lily vendo o recinto visivelmente aumentado, comparando o quarto quesaíramà esse.

– Não podíamos deixar as visitas desconfortáveis com um quarto pequeno, então fizemos umas melhorias com um pequeno feitiço - respondeu James embaralhando as cartas e se sentando junto a Remus e Sirius no tapete. - Mas se gosta de calor humano, podemos voltar ao que era antes...

– Está ótimo assim, obrigada - respondeu Lily desgostosa só de imaginar ter que sentar colada em Potter. Teria tremido levemente se não fossem os olhares sobre sobre ela.

– Onde está Emme? - perguntou James após uma contagem mental. - Não quero que vocês venham com "só perdemos porque vocês estão com"... - mal teve tempo de terminar e ouviram-se seguidas batidas na porta. James, após de resmungar um pouco por ter que levantar mais uma vez, foi atender a porta. Ouviram a senha do outro lado da madeira e uma loira sorridente entrou pela passagem.

– Prontos para perder, garotos? - perguntou mantando a expressão fofa, bem diferente das palavras. Os marotos olharam com as sobrancelhas erguidas para Emmeline, menos Remus, que apenas riu de leve.

– Não vão se sentar? - perguntou Sirius indicando o tapete e tentando voltar à antiga expressão. Desafio dado à um Black era um desafio aceito.

– Claro. Mas antes temos algumas exigências - disse Marlene levantando uma sobrancelha.

– E quais são? - perguntou James depositando as cartas no centro do tapete vermelho felpudo.

– Nada de fazer complôs - disse Marlene apontando o dedo para Sirius e James com os olhos apertados. - Conheço vocês dois, sei do que são capazes.

– Nós nunca roubamos nas cartas, Lene querida - respondeu James com a maior cara de pau do mundo.

– Claro que não. E o Remus é um pervertido que pega as menininhas do primeiro ano - respondeu Marlene sarcasticamente, cruzando os braços e encarando os amigos.

– Ué, você não sabia?! - respondeu James fingindo-se surpreso, e depois rindo da cara vermelha de Remus.

– Eu acho que eles deviam usar as blusas de mangas arregaçadas, pra termos certeza de que não vão esconder cartas ali - disse Lily apontando para as blusas dos meninos.

– Boa ideia - concordou Marlene. - Vocês dois, por favor, arregacem as mangas.

– Mas isso é preconceito! Estão partindo da suposição que nós roubamos no Poker, o que é mentira! - respondeu Sirius em tom ofendido.

– Querem que joguemos ou não? - perguntou Emmeline cruzando os braços.

Os garotos fecharam a cara e arregaçaram as mangas até o cotovelo.

– Mas vocês deviam fazer isso também, quem garante que não vão roubar? - perguntou Sirius encarando as magas de todas, principalmente a de Marlene.

– Não temos nada a esconder, mas já que se sentirão menos injustiçados, nós lhe faremos esse favor - disse Lily dobrando a manga da blusa até o antebraço, e depois Marlene e Emmeline fizeram o mesmo.

– Mais alguma exigência? - perguntou James.

– Sim - respondeu Marlene passando os olhos por Lils, que obrigou as amigas a tornarem umaexigência. - O limite é a lingerie.

– Claro - respondeu Remus tampando a boca de Sirius e James antes que pudessem discordar.

– Ótimo. Agora podemos começar. Sem sapatos, somente meias! - exclamou Emme já tirando os tênis.

Lily e Marlene descalçaram as pantufas e sentaram-se no tapete, trocando olhares uma com a outra. James pegou as cartas novamente e começou a embaralhar. Sirius foi até perto da cama e puxou um engradado de cervejas amanteigadas e firewhiky.

– Cerveja amanteigada? Firewhisky? - exclamou Lily completamente indignada.

– Lógico! Que graça tem Poker sem bebida? - respondeu Sirius enquanto gelava as cervejas com um feitiço.

– Potter, nós somos monitores, não podemos deixar uma coisa como essa acontecer! - a ruiva disse em um tom mais alto. A ultima coisa que queria era levar uma bronca de Minerva.

– É bom, ruivinha. Vai te dar coragem na hora que ter que tirar a roupa toda na nossa frente... - disse James com um sorriso maroto distribuindo as duas cartas da mão para cada jogador.

– O que não vai acontecer, eu lhe garanto - respondeu Lily puxando suas duas cartas para mais perto. - Aliás, Remus, não sabia que você aceitava esse tipo de jogo.

– Vim mais porque não teria escolha - respondeu Remus com um sorriso amarelo. - Eles me infernizariam até minha quinta geração se eu não participasse do jogo.

James colocou as cinco cartas viradas no centro no tapete e deu uma leve gargalhada com relação ao que o amigo disse.

– Vou explicar como o Strip Poker funciona - disse James. - A aposta inicial sempre será a roupa que menos descobre o corpo, no nosso caso na primeira rodada serão as meias, depois é de acordo com a situação de cada jogador. Só se trocam as cartas na primeira jogada, eu sendo o carteador sempre vou perguntar. Só tira alguma peça de roupa os que perderem por último, os que fugirem não tiram nada, mas não vale fugir toda hora! As apostas serão algumas prendas, tivemos algumas idéias e colocamos nos papeizinhos aqui nesse pote - James indicou um potinho de vidro cheio de papéis dobrados. - Se vocês duas tiverem alguma idéia de prenda, podem escrever e colocar também... mas coloquem a prenda e uma prenda pior caso a pessoa aumente a aposta, ok?

Todos concordaram e olharam suas cartas, sempre evitando demonstrar emoções.

– Todos dentro? Alguém quer trocar as cartas?

– Eu continuo - exclamou Sirius abrindo um largo sorriso e bebendo um gole do seu copo de firewhisky.

– Eu também - disse Marlene se servindo de uma garrafinha inteira de firewhisky.

– Alguém foge? - perguntou James.

Lily, Remus e Emmeline balançaram a cabeça negativamente.

– Ótimo. Vou virar a primeira.

James virou a primeira carta rapidamente, uma dama de ouros.

– Adeus - disse Remus devolvendo suas cartas ao monte.

– Mas já na primeira jogada? - exclamou James rindo. - Alguém deu uma risada, mas tenho certeza que vai fugir.

– Errado, querido Pontas - riu Emme.

– Eu aposto a prenda - disse Sirius bebendo mais um gole da bebida escura, com um sorriso malicioso.

– Tem tanta confiança que vai ganhar né, cão sarnento? Se é assim, eu continuo mesmo com a aposta elevada - disse Marlene com um sorriso confiante.

– Estou dentro também - disse Lily.

– Oh Merlim, ainda bem que fugi - exclamou Remus rindo quando tirou um papelzinho pra ser usado na prenda.

– Vamos, mostre ele, quero ver se valeu a pena! - pegou o papeu da mão de Remus, lendo rapidamente o que estava escrito e gargalhando logo em seguida.

– Continuo também - disse James com uma cara malandra. - Vou virar mais duas...

James virou a mais duas cartas. Saiu um sete de copas e um cinco de copas.

– Subo a aposta! - disse Marlene entusiasmada.

– Pelo jeito as coisas estão boas aí, Lene... Tenho que elevar minha aposta se eu quiser continuar, é? - perguntou Lily.

– Sim, ruivinha - respondeu Sirius.

– Então vamos em frente - disse Lily rindo.

– Vou virar as últimas...

James virou mais um sete de ouros e um reis de paus.

– Alguém foge? - perguntou Emmeline, passando o olhar pelos jogadores que ainda estavam na rodada.

Ninguém respondeu. Todos olhavam atentamente as cartas da mesa e das suas mãos.

– Ótimo. Vamos ver o que cada um tem - disse James. - Comece, Lene.

– Eu tenho um par de dez e o par de setes da mesa - a morena respondeu com um largo sorriso. - Alguém mais forte aí?

– Eu tenho um trio de setes - respondeu Lily.

– Tenho um par de cincos e o par de setes da mesa - respondeu James com um sorriso.

– E eu... - começou Sirius com um pouco de suspense. - Tenho... - disse ele com ainda mais lentidão ainda. Pegousuas cartas e revelou: duas damas.

– E é isso: um trio de damas e um par de setes, ou como preferirem, um perfeito Full House! Lily, você é nossa patinha. Aliás, minha patinha!

– Ei, faltou eu! Mas tudo bem, Lily está pior do que eu - riu Emme.

– Como que alguém sai com duas damas? - exclamou Lily com voz chorosa. -Você roubou, só pode!

– Sem reclamar, pata! Sorte é sorte - disse Sirius dando risada. - Os três podem descalçar as meias e Lily querida, quero meu prêmio.

Sirius pegou o papelzinho da mão de Emmie e leu em voz alta:

“O pato terá que beijar o queixo do vencedor da rodada (caso o mesmo aceite, lógico, porque convenhamos, o Remus nem a Lily iriam aceitar...). Caso a aposta aumentar, adicione um beijo na barriga.”

– Não vou fazer isso, eu me recuso! - disse Lily corando de raiva e cruzando os braços.

– Mas eu quero! E o bilhete diz que se eu quiser, você tem que fazer! - disse Sirius soltando uma gargalhada.

– Aposto que foi você quem escreveu essa prenda sem escrúpulos, seu canalha! - gritou Lily corando ainda mais.

– Lily, você foi em frente - comentou Marlene segurando o riso. - Tem que pagar agora, sinto muito...

– Depois você dá o troco, Lily - disse Emmeline rindo.

– Pontas... Sem ressentimentos, ok? - disse Sirius para James, enquanto Lily se levantava para ir até onde Sirius estava.

– Tá tudo bem, Almofadinhas. Nada que eu não possa me vingar depois - respondeu James com um sorriso, seguindo a ruiva com o olhar.

– Boa menina - disse Sirius para Lily quando ela parou à sua frente, muito corada de vergonha - Tem que ser dois beijos bem dados, quero ouvir o estalo, sim? Senão tem que fazer de novo.

– McKinnon e Vance, eu juro que vocês vão me pagar por ter aceitado jogar esse jogo - exclamou Lily paras amigas, que riam da situação da ruiva.

– Vamos lá, ruivinha. Não temos a noite toda! - disse Sirius rindo.

– Dá pra calar a boca? - reclamou Lily irritada e muito envergonhada. - Não consigo com todo mundo olhando assim!

– Consegue sim, vamos lá! - disse Marlene rindo também.

Lily ajoelhou em frente a Sirius e sentou sobre as pernas dobradas. Sirius deu seu melhor sorriso galanteador, fazendo-a fechar a cara em desespero e vergonha. Ela colocou a mão na nuca do garoto e o puxou para perto (e ele foi sem resistência alguma). Ela deslizou a mão pro queixo de Sirius e o levantou, depois se aproximou e beijou o queixo dele.

– Ta vendo, não foi tão difícil! - exclamou Sirius depois que ela se afastou. - Agora no tanquinho, sim?

Lily fez cara de quem tinha comido rúcula com jiló.

– Vamos lá Lily, você consegue - disse Remus sentindo pena da situação da amiga, embora risse muito com a situação.

– Parem de me pressionar! - disse Lily irritada e muito corada. - Duvido vocês fazerem o mesmo!

Ela levantou a blusa de Sirius como se tivesse levantando a camisa de um trasgo. Embora a barriga de Sirius fosse muito diferente de um trasgo montanhês, Lily parecia ver semelhança devido ao repúdio ao ato que teria que cometer. A barriga de Sirius era tão definida quanto a de James, embora Sirius tivesse as costas mais largas devido à posição de batedor no time de Quadribol da Grifinória. Lily fechou os olhos e rapidamente deu um beijo entre as dobras do tanque muito bem definido de Black.

– Ugh! - exclamou Lily limpando os lábios depois, e se levantando para se sentar no seu lugar novamente.

– "Ugh"? Você beija o corpo de um deus grego e diz "ugh"? - disse Sirius ofendido, enquanto os amigos riam da cara da ruiva. - Sabe quantas meninas, garotas e mulheres dariam a vida por fazer o que você fez?

– Não quero saber! - exclamou Lily ainda muito corada. - Que ódio de mim por ter feito isso... me dá uma cerveja pra ver se eu esqueço essa doidera que fiz...

– Próxima rodada... - James passou uma cerveja pra ela e começou a embaralhar as cartas novamente.

– Enfeitice isso pra irmos mais rápido! - disse Sirius puxando a varinha e enfeitiçando as cartas. Imediatamente elas começaram a se embaralhar e serem distribuídas sozinhas.

– Alguém foge ou troca as cartas da mão?

Todos olharam suas cartas e balançaram a cabeça negativamente.

– A aposta pra quem já tá sem meia é a blusa de frio. Para o Sirius, o Remus e a Emmie que não tiraram nada continua sendo as meias. Todos dentro?

– Vamos logo! Quero ver quando começar a ficar interessante... - disse Sirius dando uma piscadela para as meninas.

– Vou virar a primeira... - James virou a primeira carta, apareceu um nove de ouros. - Alguém foge? Alguém sobe?

– Não... Próximas! - disse Emmeline impaciente.

James sorriu e virou mais duas cartas: um seis de ouros e um valete de espadas.

– Eu corro dessa - disse Lily entregando suas cartas.

– Eu também - disse James.

– E eu também - exclamou Marlene.

– Thauzinho - concordou Remus.

– Só estão o Almofadinhas e Emmizinha - disse James. - Quer apostar a prenda?

– Ainda não - disse Emmeline levantando uma sobrancelha. - Vire as últimas.

James virou um dois de copas e outro valete de ouros.

– Aposto a prenda! - exclamou Emme.

– Quero só ver, pata! O que você tem aí? - disse Sirius.

Emmeline fez dois pares: um par de valetes e um par de noves.Sirius fez um par de valetes e um par de seis.

– Quem é o pato agora? - debochou a loira esfregando sua dupla de valetes na cara de Sirius.

– Mas que droga! - disse Sirius tirando as meias. - E eu pensando que ia ganhar dessa vez... Vance, isso não vale! Roubar é feio!

– Eu jogo honestamente, Almofadinhas. Não venha com essa. Vamos ver sua prenda. Alguém pode tirar?

Remus disfarçou a risada e tirou um papelzinho do pote, lendo em voz alta:

“O patinho da vez terá que interpretar Julieta quando um Romeu aparecer. Se a aposta tiver sido aumentada, o pato terá que se declarar para o Snape amanhã no café da manhã.”

– GRAÇAS AO MERLIM QUE A EMMEZINHA NÃO AUMENTOU A APOSTA! - berrou Sirius ajoelhando-se e elevando as mãos ao céu.

– Nossa, quem escreveu essa prenda? Que pessoa mais malvada! - exclamou Lupin rindo do bilhete.

– Claro que foi minha ruivinha, quem mais chamaria o Ranhoso de Snape? - disse James rindo. - E como assim quando aparecer um Romeu?

– Tem um outro bilhete de prenda que alguém interpretará o Romeu, ai os dois patos farão a cena conjunta entendeu? - explicou Lily segurando o riso.

– Brilhante! Vamos continuar! - disse Marlene se empolgando.

As cartas embaralharam-se sozinhas e foram entregues aos jogadores.

– Vamos lá... Todos dentro? - perguntou James enquanto olhava as próprias cartas. - Espere! Eu vou trocar essa mão horrível...

James descartou suas cartas, os outros fizeram o mesmo pelo mesmo motivo.

– Nossa, minha mão está péssima... Sinto muito, amores, mas eu já fujo nessa rodada - exclamou Marlene.

– Eu também... - disse Lily fazendo uma careta para suas cartas.

– Acho que foi a pior mão que eu já tirei... Estou saindo - gemeu Emme colocando as cartas no monte.

– Também - deu de ombros Sirius.

– Alguém vai nessa? - disse James olhando a expressão desacreditada dos amigos ao verem o quanto ruim estava a mão deles.

– Eu não fujo! - disse Lupin com um sorriso.

– Então você ganhou sozinho, porque o resto fugiu. Todo mundo tirando a blusa!

Sirius abriu um sorriso gigante ao ver a expressão das meninas.

– Lene, não podemos mais perder nada ou teremos que nos expor, entendeu?

– Percebi, Lily... E acho que isso é planinho deles, porque sou só eu ou você notou que eles estão muito calmos? - cochichou Marlene para Lily e Emmeline.

Então Lily olhou para James, Sirius e Remus. Remus mantinha a expressão habitual e sincera, mas James e Sirius estavam com cara de adolescente que foi pego em uma situação constrangedora.

– Lene, nós somos muito burras! É ÓBVIO que esse truque de embaralhar as cartas magicamente e do James ser o carteador deve ter alguma coisa por trás. Mas o que vamos fazer? - preocupou-se Emmeline.

– Lily... Lembra que eu lhe disse que se provocá-los, nós ganhamos deles? No mínimo enganamos? Pois então, é o que vamos fazer. Nem que nós percamos toda a roupa, nós os faremos perder as roupas junto.

– Bem, eu não sabia disso, mas acho que...

– HEY! A primeira exigência era nada de complôs! O que vocês três estão cochichando? - cortou James do outro lado do tapete.

– Não estamos fazendo complô, estamos debatendo o jogo - respondeu Marlene para James e depois virou-se para cochichar novamente. - E então, preparadas?

– Acho que vou precisar de outra cerveja... - disse Lily fazendo cara de desespero.

Marlene riu e pegou três cervejas amanteigadas, uma para cada amiga e outra para si mesma.

– Vocês três tem que tirar a blusa de frio - lembrou Sirius segurando um sorriso malicioso.

– Ah! É claro, como sou lenta... - respondeu Marlene com um sorrisinho bobo. Ela segurou o moletom e puxou devagarzinho para tirá-lo por cima da cabeça. Como elevou o corpo, um pouco da blusa que ela usava por baixo subiu e os meninos quase puderam ver a barriga dela, se ela não fosse mais rápida e abaixasse a blusa logo.- Opa... Quase que tiro mais do que deveria... - exclamou Marlene inocentemente, com um sorrisinho infantil.

– Bem, agora acho que sou eu... - disse Emmeline lentamente. Seu casaco era de ziper, mas isso não a abalou. Abaixou ele lentamente, deixando o decote (que parecia não acabar) aparente. Não que fosse uma blusa indecente, mas sua lentidão e talvez até o ar que a sala estava deram esse efeito.

Lily depois de assistir essas cenas teatrais ficou boquiaberta por dois motivos. Primeiro: Não sabia que as amigas poderiam mudar tanto só pra jogar sujo no poker e a atenção dos garotos (até mesmo Remus, mas depois corou um pouco e riu baixinho percebendo a armação) se voltar para elas, fazendo-os esquecer de jogar direito. Segundo: O plano tinha dado muito certo. James e Sirius pareciam estar em outro mundo.

Lily corou ao perceber que ela teria que se esforçar tanto quanto as outras para poderem ganhar no poker. A ruiva abaixou o zíper da blusa depressa e meio sem jeito, fazendo os garotos acordarem do transe e voltarem a prestar atenção no jogo.

– Mas-o-que-foi-isso? - sussurrou Marlene pausadamente no ouvido de Lily, fazendo-a sobressaltar.

– Desculpa! Não consegui... - disse a ruiva corando mais ainda.

– Eles estavam no papo! Vamos ter que nos esforçar de novo pra recuperar a atenção deles! E como assim não conseguiu?

– Eu fiquei nervosa na hora, não consegui...

– Lene, deixa ela em paz. Lily-certinha-evans não conseguiria algo tão difícil de primeira - sussurrou Emmeline rindo de leve da irritação da outra.

– Como ficou nervosa? Há algumas semanas você rebolou na frente do James na festa do quinto ano, sóbria! E agora depois de beber duas cervejas está acanhada? - perguntou Marlene sem entender, sussurrando ainda e ignorando Emmeline, enquanto os garotos iam buscar mais cerveja no armário.

– A situação é diferente agora... Antes eu não me importava se o James se impressionasse comigo, agora...

Marlene não continuou a conversa. Somente ficou em silêncio olhando a ruiva ficar cada vez mais vermelha, e depois abriu um enorme sorriso e a abraçou.

– Fico muito feliz em saber que admite estar apaixonada pelo James! - disse Marlene no ouvido da amiga, fazendo-a corar mais ainda. Depois a soltou e voltou a ficar séria e a olhar para Lily com reprovação. - Mas a gente depende no nosso charme pra manter nossa integridade física e nossa honra de boas jogadoras aqui! Então se eu disser “beije o Sirius”, você vai fazer isso. Entendeu?

Lily corou mais ainda e assentiu com a cabeça.

– Ótimo! - disse Marlene sorrindo. - Prefiro ficar só de calcinha e sutiã junto com o James e o Sirius de cueca do que ficar de calcinha e sutiã vendo um deles ganhar!

Lily e Emmeline começaram a rir muito, fazendo Marlene corar.

– Isso não soou politicamente correto, Srt.ª McKinnon! - disse Vance rindo da cara da amiga.

– Tudo bem que minha preferência não é das melhores, mas vocês me entenderam - respondeu Marlene encabulada. - Se eu for pro fundo do poço, carrego aqueles três junto!

– Eu entendi... - disse Lily parando de rir. - Mas Marlene, acho que você não me compreendeu bem... Quando eu disse que não quero mais impressionar o James é que eu...

– Complô! - berrou Sirius em cima das duas, fazendo as três sobressaltarem de susto.

– Seu... - começou Marlene, mas Lily segurou-a antes que pudesse estragar o plano das duas. O que não a teria parado, se não fosse por Emmeline estar lá também.

– Não estamos fazendo complô, Black - respondeu Lily com um sorrisinho de canto da boca. - Estamos conversando. Vamos continuar ou não?

– Claro que vamos, aqui tem mais cerveja agora - disse James apontando para o segundo engradado.- Não temos mais firewhisky, lamento.

– Vocês dois não tiraram a blusa - reclamou Marlene apontando para o colete de James e o moletom de Sirius.

– Como quiser, minha moreninha... - sorriu Sirius, enquanto tirava a blusa, fazendo questão de fazer a blusa do pijama de baixo subir um pouco pra exibir o belo peito escultural do garoto.

– Ninguém merece... - disse James ao ver a cena do amigo, enquanto ele próprio tirava seu colete.

Sirius estava com um pijama de calça e regata todo cinza. Remus vestia um pijama marrom de mangas compridas de botão na frente e calça. Lily estava com um pijama cor de rosa, usando uma blusinha de alça e calça. Marlene usava um baby doll azul de shorts e uma camiseta. James usava um pijama com camiseta azul e calça branca, que Lily riu ao ver.

– Vejam só, os Smurfs existem! - disse ela rindo, fazendo o garoto sorrir amarelo.

– O pontas é nosso novo Smurf! - gargalhou Sirius, enquanto fugia de um soco do amigo.

– Não me ousem chamar assim, e fique sabendo ruivinha que eu e o Sirius nem pijama usamos para dormir.

– É verdade, se o Remus não tivesse insistido tanto pra que usássemos algo mais adequado, não estaríamos usando isso aqui - respondeu Sirius mostrando seu pijama (meio surrado de tanto ficar guardado).

– Obrigada, Remus - agradeceram Emmeline e Lily ao mesmo tempo com um sorriso.

– Obrigada mesmo, Aluado... Nos livrou de uma visão que poderia me atormentar por muitas noites... - disse Marlene parecendo profundamente aliviada.

– Disponham - respondeu Remus, rindo da expressão dos amigos.

– Não veriam nada mais do que gostariam de ver, meninas! - disse Sirius sentindo-se ofendido.

– Vejam suas cartas, alguém já foge? Alguém troca as cartas? - disse Remus, assumindo o trabalho de carteador pra evitar mais uma discussão.

– Eu vou... Trocar... - disse Lily pausadamente com uma voz mais calma. - Mas pode deixar James, eu mesma pego as cartas...

Lily ajoelhou no tapete e se esgueirou como uma gata lasciva para pegar as cartas. A blusinha que vestia tinha um pequeno decote, que se tornou grande quando ela se flexionou para comprar as duas cartas.

James e Sirius mais uma vez pararam no tempo. Quando Lily voltou para seu lugar para poder olhar suas cartas, Sirius virou-se depressa e cochichou para James:

– Eu disse, é preto.

– Claro que não Almofadinhas, deu pra ver, é vermelho! - disse James. - É que o quarto tá escuro, e a sombra parece deixar a cor vermelha do sutiã dela mais escuro!

– É preto, estou dizendo... Vai perder seus 10 galeões, amigo - disse Sirius conversando como se estivessem falando da cor das cortinas da sala.

– Vou nada, você já me deve 10 por falar que o da Emmeline é azul, quando certeza que é branco - respondeu James com a maior naturalidade. - Além da Marls, que tenho certeza que está sem.

– O da Emme ainda não dá pra ver, mas certeza que é azul... James além de míope você deve ser daltônico, também - respondeu Sirius com implicância. - E eu ainda acho que Lene está com um branco, por isso não dá para ver com a blusa escura.

– Vocês dois estão discutindo o quê? - disse Remus entrando na discussão de sussurros dos dois marotos.

– A cor do sutiã das três. Nós apostamos.

– Vocês não têm nada melhor pra falar não? - perguntou Remus colocando um fim na discussão e voltando para o seu lugar. - Alias, o da Lily é rosa, o da Marlene é lilás e o da Emmeline é verde.

James e Sirius deixaram suas cartas caírem com o comentário do amigo.

– Vamos jogar ou não? - reclamou Marlene.

– C-claro... - respondeu James meio confuso e atrapalhado, recolhendo suas cartas. - É que... UAU, Aluado! - exclamou ele totalmente surpreso.

– Como? - perguntou Sirius muito interessado.

– É só prestar atenção - respondeu Remus com muita naturalidade. - Vamos lá, eu já vou apostar a prenda.

– Todos dentro... OK. Vou virar a primeira carta.

Um dez de copas.

– Todos dentro? - perguntou James. - Vou virar mais duas...

Todos assentiram com a cabeça.

James virou um rei de copas e uma dama de copas.

– Eu subo a aposta - exclamou James com um sorriso de orelha a orelha.

– Eu continuo com a aposta alta - respondeu Lily com indiferença.

– Eu corro - respondeu Marlene entregando suas cartas.

– Estou dentro, também - disse Remus.

– Eu também - respondeu Sirius.

– Já que todos estão... - comentou Emmeline, totalmente concentrada nas cartas.

– Muito bem... As duas últimas...

Oito de ouros e sete de espadas.

– As apostas já estão altas, alguém foge?

– Eu! - respondeu Sirius devolvendo suas cartas.

– Também - suspirou Emmeline.

– Pronta pra maior derrota da sua vida, ruivinha? - perguntou Potter com um sorriso largo.

– Não blasfeme antes da hora, Potter - respondeu Lily com um sorriso sarcástico.

– Eu tenho um belo Straight de dez, nove, oito, sete e seis de nipes diferentes - respondeu James muito convencido, colocando sua bela seqüência na mesa.

– Caracas! - disse Sirius espantado. - Jay-jay não é mole não.

– Então veja essa...

Remus depositou na mesa um belo Straight Flush, as cinco caras enfileiradas de mesmo nipe.

– Vocês estão roubando... Só pode... Olha a mão desses meninos! - exclamou Marlene.

– Ah, seus sem graça, tenho vergonha de mostrar minha mão agora - disse Lily fazendo beiço olhando para as belas sequências dos dois amigos.

– Tem que mostrar ruivinha, você veio até o final - disse James. - Eu já vou tirar sua prenda aqui do pote, ok? Enquanto isso mostra pra gente suas cartas.

– Se você insiste... - respondeu Lily com um suspiro pegando seu Ás de copas e seu valete de copas e depositando na mesa, revelando um perfeito Royal Flush.

– O QUE? Só pode estar de brincadeira! - exclamou Sirius abobado. - Um ROYAL FLUSH! A Lily fez a maior seqüência do Poker!

– Como é? - perguntou James abismado. - Não pode ser!

– Pois é marreco, deixe-me que eu pego sua prenda. - disse Lily tirando o pote das mãos de James e puxando um papel. - Vejamos...

“O marreco que der a sorte de pegar essa prenda deverá usar um sutiã até o final do jogo. Se a aposta aumentar, ele deve se sujeitar a uma depilação com cera quente.”

– Como é? - perguntou James desacreditado. - Mas nem fud...

– Você é o pato, você se ferrou. Eu disse pra não cantar vitória antes da hora, queridinho. - disse Lily enquanto conjurava seu pote de cera quente e o sutiã que James deveria usar.

– 'To tão feliz! Queria muito que alguém tirasse minha prenda! - exclamou Emmeline.

– Cera quente não! Isso é desumano! - disse Sirius aflito.

– Vou aquecer um pouquinho... - disse Lily enquanto com um movimento com a varinha, fez com que o pote de cera esquentasse. Ela pegou uma folha descartável, e com outro aceno, a folha ficou coberta com uma fina camada de cera. - Muito bem, Potter, aproxime-se.

– Vocês são doentes... - dizia James que não se moveu de onde estava, pelo contrário, foi se afastando sorrateiramente.

– Onde vai ser a depilação? - perguntou Remus observando a ruiva com a folha de cera.

– Acho que na coxa. Dói menos que na virilha e mais que na perna - respondeu Lily com um sorriso, ainda fitando James.

Lily caminhou até James que se encostou à parede o máximo que pode para fugir do castigo. Ela se sentou na frente dele e disse com uma voz suave:

– Calma... Vai ser tão rápido que não vai sentir nada...

– Ruivinha, tenha piedade...

Sirius pensou em ir ajudar James a fugir do castigo, mas Marlene foi mais rápida e o segurou pela cintura antes que ele se levantasse.

– Tsc, tsc, tsc... Fique aqui comigo, Chiwawa, vamos assistir juntinhos, sim? - disse Marlene o puxando de volta para o chão.

– Sirius, me ajuda! - gritou James ao ver um brilho maléfico no olhar da ruiva.

– Desculpa, cara... A situação pra você tá ruim ai, mas a minha tá bem pior - respondeu Sirius enquanto voltava pro chão, sentando-se na frente de Marlene que o segurava firmemente.

– Lily, não faça isso comigo... - suplicava James suando ela se aproximou mais perto. - Prometo não te atazanar mais, não tem importunar...

– Shhh...

Lily estava muito próxima de James, quase deitando sobre ele. Ele esqueceu-se do castigo e começou a tentar entender aquele momento: Lily estava sobre ele olhando-o nos olhos, ele estava sem escapatória, ela estava incrivelmente sexy, ele estava começando a ficar bem... Alegre. Ele sentia a ruiva deslizar a mão por alguma parte do seu corpo, mas a sensibilidade estava sendo perdida aos poucos. Ele colocou as mãos na cintura dela, e ela deu um sorriso. Será que finalmente ela ia cobrar aquele beijo que ele quase lhe deu na carruagem mais cedo naquele mesmo dia? Parecia que sim. Ela estava muito próxima, ele podia sentir o hálito quente dela (com sabor de cerveja amanteigada), podia ver cada detalhe daqueles olhos incrivelmente verdes, as mechas ruivas caindo por cima daquele olhar instigante, podia ver aqueles lábios rubros sedutores, curvados em um sorriso perfeito...

SLASH.

O grito que se seguiu foi terrível, pode-se dizer que insuportável. James caiu de lado e imediatamente cobriu com a mão um vergão retangular vermelho na perna direita, a fim de estancar a dor.

– Falei? Foi rápido e quase indolor - disse a ruiva num largo sorriso, se levantando e jogando o plástico com a cera usada no lixo do banheiro.

– Vocês meninos reclamam muito... Fracos - disse Marlene ao ver o drama de James, e soltando Sirius.

– Fracos?

Sirius ao se ver liberto, jogou-se por cima de Marlene, fazendo-a deitar no tapete. Ele segurou as duas mãos dela por cima da cabeça dela, deixando-a imobilizada.

– Saia já de cima de mim, seu cachorro sarnento! - ela berrou furiosa quando o viu por cima dela, com o rosto muito próximo, lançando um sorrisinho.

– Pareço fraco agora, morena? - respondeu Sirius com a voz mais amável do mundo, e um sorriso muito malicioso.

– Se não sair agora de cima de mim, não responderei pelos meus atos, Sirius Black! - gritou ainda mais alto dando enfase em cada palavra.

– Se ficar se debatendo, eu não é que não responderei pelos meus - respondeu ele com um sorriso de orelha a orelha. - Só saio daqui quando conseguir o que eu quero.

Sirius se inclinou para frente e roçou seus lábios nos dela, fazendo-a arrepiar. Ele com um largo sorriso percebeu que era hora de atacar de verdade. Ela o olhava como se desejasse aquele beijo mais do que tudo, e Sirius nada inocente estava prestes a realizar esse desejo. Ele sentiu a mão dela deslizar suavemente, se soltando das mãos dele, e seguindo pela nuca dele suavemente. Ela deu um meio sorriso, o que o deixou mais louco ainda. Ele fechou os olhos e encostou seus lábios nos dela, e ela... Sirius caiu de lado num estrondo, e Marlene se levantou ofegante.

– Nunca... Me prenda dessa maneira novamente, Black - disse ela enquanto arrumava a blusa e ajeitava o cabelo, tirando as mechas do rosto. - Ou te darei uma joelhada mais forte na próxima vez.

– Lá se vão as chances do Almofadinhas me dar sobrinhos... - disse James ainda com cara de dor por causa da depilação de Lily, mas com profundo pesar ao ver a expressão dolorosa do amigo.

– Por que...? - suplicava Sirius para si mesmo, com uma expressão chorosa, pressionando o... Hum... Vocês sabem, que latejava muito com uma dor insuportável. - Você matou o Alexandre...

– Alexandre? - perguntou Emme com expressão confusa.

– Sim... Meu Alexandre, o Grande - respondeu Sirius com a voz fraca e esganiçada por causa da dor.

– Até parece - disse James revirando os olhos.

– Agora não vai mexer comigo tão cedo novamente - resmungou Marlene. - E se tentar, saiba que na próxima, eu arranco fora.

– Ai... - disse Remus fazendo uma expressão aflita.

– O Potter ainda precisa vestir o sutiã, Lene - lembrou Lily.

– Acha mesmo que eu ia esquecer? - respondeu Marlene com um brilho no olhar e o sutiã em uma das mãos. - Pontas, tire a camisa.

– Ah não, lá se vai nosso Smurf... - lamentou Remus, enquanto tirava as próprias meias.

James fechou a cara e puxou a camisa lentamente. Enquanto tirava, fez questão de passar as mãos pela barriga bem definida e pelo peito largo incrivelmente musculoso. Contraiu uma ou duas vezes as costas, estralando o pescoço, e depois que removeu a camisa por completo, deslizou a mão pela nuca, como se tivesse aquele movimento tivesse curado algum desconforto no pescoço. Espreguiçou-se lentamente, deixando à mostra as divisões daquele corpo gostoso de deus grego. Logo depois, ele jogou os ombros para trás e deu um sorrisinho.

– Se divertindo, Evans?

Ao mesmo tempo em que todas as atenções se voltaram para a ruiva, o rosto dela ficou camuflado com o cabelo, já que ambos ficaram na mesma tonalidade.

– Não sei do que está falando, Potter - ela respondeu com a voz um pouco fraca.

– Oras, então precisarei lembrá-la? - perguntou ele com um sorrisinho maroto, jogando a camisa para ela segurar.

– Acontece, Potter, que sua opinião nunca é bem vinda para mim. Eu não sei do que está falando, e não me importa o que esse seu cérebro de gnomo tenha imaginado, pra mim não faz diferença alguma - ela respondeu secamente, devolvendo a camisa com profundo ódio.

– Não comecem a brigar de novo, por favor! - interrompeu Remus, ao ver que James ia provocar Lily mais uma vez. - Pontas, distribua as cartas.

O que James viu (e que ninguém mais viu) é que quando ele começou a tirar a camisa, percebeu que a ruiva redobrara a atenção imediatamente. Lógico, provocar a ruiva era um de seus passatempos favoritos, ele jamais perderia essa chance. Enquanto ele se aproveitava da situação, Lily caia que nem uma pata gorda nas armações do garoto. Ela prendera a respiração a cada toque que ele fazia em si mesmo, suspirava a cada contração muscular, e mordia o lábio inferior a cada centímetro daquele corpo incrivelmente delicioso escultural que ela observava. Ele a pegou no flagra.

– Quer saber? Esse jogo está um tanto chato - disse Marlene - E estou com sono.

– Então vocês desistem? - concluiu Sirius com um sorriso. - Mas agora ia ficar bom...

– Sim, eu desisto também - disse Lily sem pensar. - Não quero mais jogar esse jogo idiota.

– Eu quero jogar! - brandou Emmie com uma carinha de cachorrinho que caiu da mudança.

– Assim não vale! Vocês toparam ficar até o final, terão que pagar uma prenda.

– Isso mesmo - disse Sirius, concordando com James.- Cada uma de vocês, já que as três desistiram.

– Ande lá, James. Eu não desisti, então não preciso pagar nada - disse Emmeline com uma cara séria e com os braços levantados, como quem se rende.

– Emmeline Vance, você é uma jogadora melhor do que eu pensava - Lily suspirou conformada.

– Tudo bem, mas uma só prenda - disse, enquanto tirava um papel. - Lene, você também.

Marlene fez um bico e tirou um papel.

– Ah, não! - exclamou Lily ao ler o seu papel.

– O que? Deixe eu ler! - disse James segurando o riso, puxando o papel da mão da ruiva.

"O pato da vez terá que dormir no quarto do sexo oposto, ou seja, se for uma das meninas, terá que dormir no quarto dos garotos. Se for um dos garotos, dormirá no quarto das meninas. Se a aposta subir, será obrigado a dormir com o quem venceu a rodada, se ele quiser.”

– Eu não durmo aqui nem morta! - disse Lily se exaltando e entrando em desespero. - Desculpa, prefiro voltar a jogar a ter que fazer isso.

– Agora já foi, Lily querida. Aliás, terá que dormir comigo, com o Remus e com o Pontas, já que como vocês duas desistiram, nós três nos tornamos os vencedores.

– Como é? - disse James desta vez, enciumando-se.

– Calma, Pontas, eu deixo ela dormir entre nós dois... - respondeu Sirius com um sorriso.

– Eu não vou dormir aqui! - gritou Lily corada e aflita.

– Eu dispenso participar disso - exclamou Remus revirando os olhos. - E por Merlim, não façam isso com a Evans, sabem que vai ser desconfortável pra ela.

– Um ménage à trois... - disse Sirius com brilho nos olhos.

– O que é um ménage? - perguntou Marlene.

– Não é preciso saber, só reflita no final “à trois”... - respondeu Sirius com um sorriso malicioso.

– Ah.

– E no seu, Lene? O que diz? - perguntou Remus.

Marlene apenas revirou os olhos e entregou o papel à Remus.

“O patinho da vez terá que interpretar Romeu quando uma Julieta aparecer. Se a aposta tiver sido aumentada, o pato terá que se declarar para o Snape amanhã no café da manhã.”

– Ta vendo Lily? A situação da Lene é muito pior que a sua. Ela vai ter que se declarar para o Ranhoso amanhã - disse James segurando o riso tentando consolar Lily, enquanto Sirius virava do avesso de tanto rir.

– Por favor, preferimos voltar a jogar a fazer essas maluquices - disse Marlene aflita também.

– Sem essa. Vocês pularam fora, agora aguentam - respondeu Sirius quando parou de rir.

– Tem outra opção... - começou James, abrindo um sorriso malicioso.

– E qual seria? - perguntou Lily.

James abriu um sorriso pra Sirius. Como por telepatia, Sirius parecia ter entendido o que James queria, e abriu um sorriso maior ainda.

– Ah, isso é tão vocês... - disse Emme, já sabendo o que estaria por vir. Jogos de poker, garotas e marotos sempre acabava assim.

– Vocês podem tirar a roupa toda de uma vez - disse James de uma vez.

– Ai estará comprovado que perderam - completou Sirius.

– E vocês vão apanhar a qualquer instante... - murmurou Remus, colocando a mão na testa, como quem dizia “que otários...”

– Vamos dormir, meninos? Boa noite - disse Lily se jogando na cama de Remus, fechando a cara.

– E eu vou procurar o Ranhoso agora mesmo - exclamou Marlene seguindo para a porta.

– Não, esperem! Tem que fazer a coisa toda direito - disse Sirius. - Primeiro Lily: aí é a cama do Remus, e você vai dormir comigo e com o Pontas, então aguarde pacientemente enquanto o Pontas (que é muito bom em Transfiguração) faz uma cama que caiba nós três, sim? E Lene, minha flor, você tem que fazer isso na frente da escola toda, então espere o café de amanhã, ok?

– Lene... Por favor, fique comigo... Não me deixe no meio desses dois... - disse Lily abraçando a amiga, enquanto suplicava.

– E por acaso amanhã você vai se declarar pro Ranhoso comigo? Não não, cada uma que carregue sua cruz. Sinto muito pelo seu destino, mas infelizmente não posso te ajudar nessa.

– Pois é, Lils... Pense positivo: Você poderia estar dormindo do lado de dois Slytherins mal encarados! - disse Emmeline tentando (sem sucesso) ficar séria.

– Não se preocupe, meu lírio do campo, estou aqui com você... - disse James abraçando a ruiva.

– ME SOLTA, POTTER!

James saiu rindo e foi arrumar a cama.

– A Lene e o Sirius precisam fazer a cena do Romeu e Julieta - disse Remus.

– Bem lembrado, Aluado! - disse James quando Marlene e Sirius fuzilavam o lobisomem com o olhar. - Mas vocês têm que estar devidamente caracterizados, é claro - completou James pegando duas roupas suas no armário e as transfigurando em duas fantasias: uma de Romeu, a outra de Julieta.

– E que cena precisamos fazer, Lily querida? - disse Marlene sarcasticamente.

– Eu gosto da cena em que Romeu vai visitar Julieta no jardim, e eles ficam conversando na sacada do quarto dela - respondeu Lily segurando o riso.

– Ótimo... Pontas, esse vestido NUNCA irá caber em mim, fora que vai apagar a imagem de deus grego, gostoso, maravilhoso e...

– Modesto - completou Lupin.

– E perfeito - retomou Sirius. - Eu sou perfeito, a imagem que terão de mim agora vai degradar essa realidade, então, por favor, não se choquem...

– Vou tentar - respondeu Lily ironicamente.

Sirius magicamente aumentou o vestido, mas mesmo assim, ainda parecia que colocaram um gorila dentro de um tutu de balé. Todo aquele corpo enorme e gostoso musculoso de Sirius dentro do vestido que James transfigurara ficou extremamente esquisito. Marlene simplesmente vestiu seu traje de príncipe, colocou aquela boina com a peninha e virou-se para Sirius.

– Pronto?

– Sempre.

Marlene se ajoelhou perante Sirius e começou, fingindo uma voz mais grossa que o normal:

– Que luz é essa, que brilha através daquela janela? Vem do leste, é Julieta, é o Sol! É minha dama, meu amor! Oh se ela soubesse que é minha amada! No céu, o olhar de minha amada flutuaria pelo éter, tão brilhante que os pássaros começariam a cantar, pensando que era dia! - Neste momento, Sirius fingiu-se uma mulher desdenhosa e inocente, e encostou a mão no queixo fingindo olhar o céu. - Como ela apóia o queixo na mão! Ah se eu fosse uma luva, para vestir aquela mão, para tocar aquela face!

– Ai de mim... - murmurou Sirius, com uma voz extremamente desafinada, fingindo ser feminina.

James rolava de rir, enquanto Lily chorava de rir, tapando o rosto com as mãos. Remus não estava muito diferente de James.

– Ela disse alguma coisa! - disse Marlene tentando segurar o riso, voltando ao seu papel de Romeu. - Ah fale outra vez, anjo da luz!

– Ah Romeu! - exclamou Sirius, com a vozinha, fechando os olhos e colocando as costas da mão na testa, fingindo sofrer. - Porque tu nasceste Montéquio? Renega teu pai, teu nome, mas se não quiseres, jura-me amor eterno e renegarei para sempre ser uma Capuleto! Romeu livra-te de teu nome, e eu me darei inteira para ti!

– Ah bela Julieta! Vem em mim e agora te farei minha para sempre! - disse Marlene, “aparecendo” para Julieta.

– AHH! Um homem envolto nas sombras! Mas espere! É meu amado Romeu, pronto para levar-me a um motel para consumar este nosso amor... - disse Sirius abrindo um largo sorriso, e piscando languidamente como uma mulher apaixonada.

– Eu sabia que eles iam fugir do roteiro... - murmurou Lily quando conseguiu, por um breve momento, parar de rir.

– Hoje não, minha santa! Papai não me deu as chaves do carro... - exclamou um Romeu chateado.

– Não me importo, meu querido Romeu! Pode ser naquele arbusto ali! - disse Sirius apontando para algum lugar atrás de Marlene - Mas como entraste aqui Romeu?

– É incrível o que nós homens somos capazes quando estamos embriagados e excitados, minha linda Julieta.

– Ah Romeu! - gritou Sirius com a voz esganiçada. - Se tu quiseres casar comigo, apareça amanhã à Igreja, eu estarei lá à sua espera!

– Na verdade eu só queria molhar o biscoito e ir embora, amada Julieta - disse um Romeu decepcionado. - Mas se é este o teu desejo, rouba as jóias de teu pai e amanhã encontro você na Igreja.

– Oh Romeu! - berrou Sirius mais uma vez com aquela voz esganiçada. - Tu és tão romântico! Sonharei esta noite com o amanhã, e amanhã a noite estarei nos teus braços, à tua disposição. Adeus meu amado Romeu!

– Adeus minha amada Julieta!

Não houveram aplausos. A platéia estava ocupada demais tentando respirar depois das gargalhadas.

– Então? Fui uma boa Julieta? - perguntou Sirius enquanto ria também.

– Não melhor que eu de Romeu, claro - disse Marlene.

– Vocês dois foram ótimos! - disse Lily, finalmente irrompendo aplausos.

– Sério, Sirius, devia seguir a carreira de ator... - disse James enquanto parava para respirar.

– Ah claro... - respondeu Sirius, revirando os olhos e tirando a fantasia.

– Bom, vou dormir. Até amanhã - disse Marlene depois de tirar a roupa de Romeu, seguindo para a porta.

– E Lene, nada de sumir amanhã de manhã! Ou terá que fazer isso no almoço, que tem BEM mais gente. E nos aguarde, não vá fazer isso sozinha, porque senão terá que fazer de novo pra que eu, o Aluado e o Pontas assistamos.

– Sim senhor - respondeu Marlene fechando a cara, parecendo desapontada, seus planos haviam acabado de ir por água abaixo. - Bom, boa noite pra vocês.

Mandou um beijinho para Lily que estava quase chorando de desespero, e saiu do quarto.

– Issonãoestáacontecendo... Issonãoestáacontecendoissonao... - murmurava Lily enquanto ia de um lado para o outro do quarto.

– Lily...

– O QUE FOI? - berrou ela nervosa, mas depois se arrependeu ao ver gritara com Remus. - Ah Merlim! Mil perdões Remus!

– Ta tudo bem. - disse ele com um sorriso, depois lhe entregou um travesseiro para ela. - Achei que ia precisar.

– Oh Remus! - disse ela abraçando-o, fazendo-o corar quando sentiu o doce perfume dela. - Obrigada por ser um amigo tão legal! Tão diferente desses dois demônios... - disse ela largando-o, e fuzilando Sirius e James com o olhar.

– Não judie do Remus assim, ruivinha. Olhe só, ele fica todo corado... - disse Sirius enquanto tirava mais cobertas do armário.

– Pronto! - exclamou James com um sorriso gigante no rosto. - Já terminei de arrumar a cama... Pode se deitar, Lily...

A cama de James e de Sirius eram uma do lado da outra, separadas por seus respectivos criados mudos e um pequeno corredor.James, com alguns feitiços, fez os criados mudos ficarem em um espaço vazio do quarto (cada cama tinha um criado mudo de cada lado) e ambas as camas alargarem, e depois se fundirem. A cama ficou gigante, sem cortinado, porém cabia umas cindo pessoas tranquilamente.

– Eu NUNCA vou dormir no meio dos dois, podem tirar o hipogrifo da chuva.

– Ruivinha Evans Potter! - bradou James fingindo estar irritado. - Você perdeu, nós ganhamos. Você obedece, nós ditamos as regras.

– Isso mesmo. Já para a cama, mocinha! - disse Sirius, imitando uma mãe impaciente.

– Mas isso é um absurdo! Vocês vão abusar de mim! - gritou Lily batendo o pé.

– Se você demorar mais um pouco, vamos sim! - disse Sirius com uma expressão maldosa. - Agora, cama mocinha!

James fez a mesma expressão, e ambos apontaram o dedo para a cama tripla. Lily, muito enrubescida, engatinhou até o centro da cama e se sentou, abraçando os joelhos e escondendo o rosto envergonhado.

– Issonãoestáacontecendo... - ela começou a murmurar novamente.

– Lily, não seja tão dramática... - disse James enquanto se sentava na beira da cama e afastava as cobertas. - Olhe só, podia ser pior... nós vamos usar cobertas separadas.

– Isso mesmo, ruiva. Imagine-se dividindo a mesma coberta com Sirius Black e James Potter - disse Sirius, abrindo um sorriso malicioso. - Qualquer outra garota daria a alma para estar nessa situação...

– E eu daria a minha para estar fora dela! - disse Lily muito corada.

– Boa noite... - disse Remus revirando os olhos, e deitando rapidamente (claramente escondendo-se de Lily para que ela não o visse de pijama).

– Boa noite Aluado - responderam Sirius e James.

– Bons sonhos. - disse Lily num suspiro. - E uma noite melhor que a minha, para você, Remus.

Lupin apenas sorriu e depois fechou o cortinado da cama.

– Agora é a nossa vez.

Sirius deitou-se na outra extremidade da cama e se cobriu. James fez o mesmo, deixando somente Lily sentada no meio deles.

– Isso é ridículo... - ela murmurou olhando sua situação.

– Sim, está se tornando ridícula toda essa sua desconfiança - disse Sirius revirando os olhos. - Até estamos dormindo de pijama por sua causa.

– A não ser que nos prefira de cueca, é claro... - completou James sorrindo maliciosamente. - Podemos tirar o pijama se quiser.

– Vocês estão bem como estão - eles ouviram Remus falar por trás das cortinas. - Não amolem mais a Evans do que já está tendo que agüentar.

– Lily, nós não vamos te agarrar - resmungou Sirius com os olhos fechados (apesar do quarto já estar escuro, Lily podia ver isso).

– Não é isso que me preocupa...

– E o que é então? - indagou James tirando os óculos e colocando-os no criado mudo.

– Nada. Só não encostem em mim! Vão mais pro canto.

– Ok... se isso te deixa menos receosa...

James e Sirius foram mais pra extremidade da cama, e deixaram uma boa parte da cama para a ruiva se deitar no meio.

Lily começou a trançar o cabelo para dormir. Depois de terminar e amarrar o cabelo, ela suspirou e lentamente foi para baixo das cobertas com muito medo de encostar em qualquer um dos meninos, como se eles fossem cercas elétricas ambulantes.

– Lily nós não mordemos... - exclamou James impaciente com a enrolação dela em se deitar.

– Eu sei, eu sei! Não me pressione!

Depois de muito sufoco, finalmente ela ficou em uma posição confortável para dormir. Ficou olhando o teto por um tempo, tentando fazer a inquietação passar e o sono vir. Percebeu pelo barulho ressonante que Remus já havia dormido. Será que Sirius e James também?

Ela virou um pouco a cabeça para o lado de Sirius. Ela não viu nada além de uma cabeleira negra (ele estava virado com a cabeça para o lado oposto), mas pela respiração lenta, ela presumiu que ele já estivesse dormindo também.

– Mas que droga! Porque eu tenho que ficar nessa insônia justo hoje? - ela resmungou sussurrando para si mesma.

– Conte unicórnios... - disse James com a voz meio abafada por estar de bruços e sua boca estar pressionada contra o travesseiro.

– Você ainda está acordado? - ela disse assustada, ainda num sussurro, se virando para ele.

– Não estava, mas senti que você estava meio inquieta e acordei. Está tudo bem?

– Não estou conseguindo dormir - ela respondeu. - Não estou acostumada a dormir acompanhada.

James riu.

– É só por hoje... vá se acostumando, porque quando nos casarmos, isso será mais freqüente...

Ele riu novamente, fazendo-a rir também.

– Você sonha muito alto, Potter.

– Sonho agora na certeza que um dia isso se tornará realidade.

O sorriso de Lily diminuiu por um instante. A visão dela foi se acostumando com a escuridão do quarto, e agora ela podia ver James com um sorriso fino nos lábios, com os olhos fechados e a mão próxima a seu rosto. Ela tinha que confessar, ele ficava extremamente galante sem os óculos, embora ele o preferisse com eles. Mas vê-lo de olhos fechados, quase dormindo, a fez notar uma simplicidade que ela nunca havia notado no rapaz. Ela estava acostumada a vê-lo falar e agir sem refletir em seus atos, e pela primeira vez ficou curiosa para saber com o que James Potter sonhava, sobre o que ele divagava nas horas de insônia...

– Eu também fico envergonhado quando as pessoas ficam me olhando, Evans.

Lily assustou com o comentário dele e riu.

– Essa é nova pra mim. James Potter, envergonhado?

– Depende. Sobre o que pensava enquanto me olhava, ruivinha?

– Se eu contasse, teria que te matar, Potter, o que confesso não ser muito má idéia... Quer mesmo saber?

– Dispenso.

Ela riu novamente.

Lily se virou para o teto novamente, totalmente sem sono. Sirius começara a roncar.

“Ótimo!" ela pensou. “Agora sim eu passo a noite em branco...”

– Evans?

– Hum? - ela respondeu, voltando-se para James novamente. - O que foi, Potter?

– Cutuque o Sirius na costela dele, que ele para.

– Ah... ok.

Lily levantou o tronco um pouco e cutucou Sirius. O mesmo resmungou algo ininteligível, mudou a posição e voltou a dormir em pleno silêncio. Lily riu com a reação.

– Bem melhor... - murmurou James com uma voz sonolenta.

Lily continuou olhando para o teto. Não arriscava mais olhar para James, já que ele percebia o olhar da ruiva. Mas a vontade de ficar observando-o dormir era muito tentadora. Ela se ajeitava na cama tentando fazer com que a curiosidade fosse embora, mas com o maroto tão próximo, estava difícil suportar. Ela queria ficar observando e sentindo a respiração quente e lenta dele durante seu sono, os olhos cerrados e taciturnos, seus lábios fechados chamando-a para um beijo doce...

“O que está pensando, Lily Evans!” ela pensou irritada e corada.

– Evans?

Ela assustou ao perceber que James ainda estava acordado.

– Sim, Potter?

– Boa noite.

– Ah...

Ela sorriu no canto dos lábios, e fechando os olhos (agora pesados por causa do sono que veio lentamente enquanto ela tinha seus devaneios), suspirou e se ajeitou na cama, debaixo do cobertor.

– Boa noite, Potter.

James fingiu dormir até perceber que Lily havia pegado no sono. Ela sem perceber se virou de frente pra ele durante o sono, e ele pode contemplar por alguns minutos aquela bela moça que tanto gostava. Ele tirou uma mecha do cabelo ruivo do rosto dela e colocou atrás da orelha dela, para podê-la contemplar melhor.

James não soube quanto tempo ele ficou admirando Lily dormir profundamente, estava quase em transe. Aquele havia sido um bom jogo para ele. Não aconteceu nada entre ele e sua ruiva, mas era um começo. Isso seria o suficiente por enquanto. Por enquanto, porque James Potter não desistiria de sua Lily.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Caso queiram deixar algumas sugestões para melhorar a escrita, interpretação, fazer outra fic com algum tema que queira ou algo assim, será bem vindo! Lembrem-se: Autor com review é autor inspirado!



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