Máscaras — Peeta e Katniss escrita por Tereza Magda


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

E então, chegamos ao fim.
Obrigada a todas as minhas princesas e meus princesos que acompanharam Máscaras e comentaram: eu amo todos vocês.
Fizeram minhas férias mais felizes, de verdade.
Também queria dizer que amei conhecer melhor cada um de vocês que estão no grupo de whatsapp.
Uma delas em especial, eu realmente considero amiga: Catarina, que conversava comigo bem antes do grupo existir e nós já descobrimos muito em comum.
Obrigada aos que comentam e aos fantasminhas, mesmo eu não gostando de vocês.
Queria agradecer à todo mundo que deu asas à minha loucura e me incentivou. Obrigada!
Todos são muito especiais pra mim!
Em resumo, é isso. Foi ótimo conhecer vocês, de verdade.
Avisos MUITO IMPORTANTES lá no final, babes.

Enjoy!



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“Estudo das relações entre jornalismo e história enquanto espaços de aproximação e confronto. Os métodos e escolas do campo da História e suas influências e contribuições para a construção de uma história do jornalismo. As transformações históricas, teóricas e conceituais do jornalismo...”.

Suspirei frustrada. História do Jornalismo. Honestamente, não era isso que eu imaginava para os meus primeiros momentos na universidade.

Mas um ponto bom, aquilo tudo realmente tinha: todo o passado do Jornalismo, ao longo dos anos, me distraía do meu presente.

Não por muito tempo.

Voltei meus olhos à leitura de uma das primeiras disciplinas que eu recebi.

“As transformações históricas, teóricas e conceituais...”. Argh! Chatice.

Sempre me disseram que as primeiras disciplinas são realmente um tédio só.

“As transformações históricas...”. Não.

Coloquei o livro de lado e olhei para o céu. Estava cinzento. Chovera hoje mais cedo. Eu teria que me acostumar hora ou outra. Dos 365 dias do ano, 300 são chuvosos na Inglaterra.

Era absurdo. No meu apartamento havia pelo menos uns doze guarda-chuvas. Coloridos. Estampados. Para todos os gostos e humores. Foram as minhas primeiras aquisições.

Quando o avião pousou em solo britânico, e eu coloquei os pés no aeroporto, estava chovendo. Grande novidade. Comprei meu primeiro guarda-chuva em uma lojinha de aeroporto. Laranja. Com desenhos japoneses.

Eu o achei lindo. O ursinho era branco, e tinha uns desenhos circulares nas bochechas avermelhadas. Mas o que realmente me fez gostar dele, foi o tom alaranjado. Como o pôr-do-sol. Peeta ama o pôr-do-sol.

Lembro que ainda na viagem à Malibu que nós fizemos, ele me chamou pouco antes do entardecer, e me levou para caminhar na praia.

Aonde estamos indo, Peeta? — eu perguntei curiosa, enquanto andávamos de mãos dadas na areia.

À lugar nenhum, apenas quero esperar. Há tão poucas oportunidades em Los Angeles... Quero aproveitar esta. Com você — ele disse e parou sentando com os pés próximos a água. Sentei ao seu lado. — Veja.

E ele virou seus olhos azuis para o céu. O pôr-do-sol estava tão bonito. O céu tingido de um laranja suave e um rosado clarinho.

É a cor mais bonita do mundo. Mas nós nunca temos tempo para apreciá-la — eu vi o céu mudando de cor em vários tons de laranja, rosa e azul. O sol estava se pondo no oceano e era simplesmente a coisa mais linda do mundo. Finalmente o sol foi para seu refúgio, e com a noite, a Lua pode, por fim, ser a protagonista.

Não! Eu não posso ficar pensando nessas coisas! A única coisa que eu tenho que pensar agora é me formar.

Essa parte da minha vida acabou. Uma hora acabaria mesmo, então foi até bom que tenha acabado daquele jeito. Assim não haveria mais nenhuma espera, sofrimento, ou tentativas fracassadas de namoro à distância...

Ah, é mesmo. Não haveria distância. Nós estudaríamos juntos. Que ótimo, agora eu estou querendo enganar a mim mesma.

Mas foi melhor assim. Peeta e eu nunca daríamos certo. Ia acabar em algum momento. Melhor cedo, poupando maiores sofrimentos.

Peguei o livro e levantei do banco. Prendi o cabelo em um rabo-de-cavalo e caminhei em direção à universidade.

Andei um pouco por entre os corredores compridos da faculdade e finalmente encontrei a porta da biblioteca.

— De novo aqui, senhorita Everdeen? — perguntou a bibliotecária simpática. Eu passava tanto tempo neste lugar que ela já me conhecia prontamente.

— Vim devolver o livro de História. Não estou com a cabeça no lugar.

— Leve para casa, querida. Pode estudar quando quiser.

— Não vai lhe trazer problemas? Não tem uma segunda cópia desse livro aqui.

— Só se descobrirem — ela deu uma risadinha. — Você está bem?

— Sim, só um pouco distraída. Não sei onde minha cabeça anda esses dias...

— Você é americana, não é?

— Sim.

— E será que sua cabeça não anda com algum amor deixado em seu país?

Essa eu demorei um pouco a responder: — Onde ela está eu não sei, mas espero que volte logo.

Acenei rapidamente um tchauzinho para ela e saí.

Era assim tão óbvio?

Apertei o livro contra o peito e quando cheguei ao hall percebi que novamente estava chovendo.

Droga!

Sentei no chão e desfiz aquela gravatinha ridícula de laço.

Como eu odeio este uniforme.

Tirei o blazer e abri alguns botões da camisa.

Um pouco melhor. Mas e essa saia?

A ideia que me ocorreu foi tão absurda que eu não hesitei em ir correndo para o primeiro banheiro que vi transformá-la em realidade.

— Certo — falei para mim mesma e subi a saia pouco abaixo da cintura. — Onde eles pensam que estou? — continuei meu monólogo. Peguei um cinto preto fininho de dentro da bolsa e envolvi a cintura. — Hogwarts? Ah, não — e com isso desabotoei os últimos botões e fiz um nó logo acima da saia (será que ingleses sabem o que é top?). — Agora sim — olhei no espelho e por fim encarei meus pés naquele sapato horrível do uniforme. Quando me mudei para a Inglaterra, me tornei prevenida. Sempre trago um segundo par para o caso de chuva não programada no noticiário (o que é bem comum). Peguei meu par de saltos boneca e calcei. — Até que não está nada mal. — ri comigo mesma e pensei como eu sempre estava chocando os alunos.

Dobrei o blazer e guardei junto à sapatilha do uniforme na bolsa — sempre grande, agora que eu precisava trazer tudo em dobro.

Saí do banheiro e fui seguida por vários olhares — masculinos e femininos — pelo corredor. Sempre que uma americana vinha para Oxford, causava bagunça. Pelo menos foi o que eu ouvi da minha colega.

Tanto faz. Eles que olhem.

Ri um pouco quando um garoto cheio de acne que me encarava deixou cair seus livros nós pés com um baque doloroso.

— Cuidado aí — falei pra ele.

— Senhorita Everdeen! — ouvi a voz de Vênia, minha professora chata de História do Jornalismo — matéria chata, professora chata; até que fazia sentido — O que você fez com o seu uniforme?

— Você sabe — falei dando de ombros. — Dei uma repaginada. O antigo não era muito a minha cara, então dei uns toques pessoais.

— Francamente — ela disse olhando para o pedaço de pele à mostra. — Temos uma tradição em Oxford, o uniforme é obrigatório.

— Ainda bem que eu não sou daqui, não é? — repliquei e continuei andando.

Ouvi algumas risadinhas ao fundo e o grito esganiçado de Vênia — Advertência!

Tratei de ir embora antes que sobrasse para a minha pessoa.

Talvez eu aguentasse somente a camisa do uniforme, mas o frio do clima chuvoso quando cheguei à saída rapidamente me fez voltar a vestir o blazer.

A chuva já estava amenizada, então pude sair sem guarda-chuva — nunca mais coloco s pés fora de casa sem um — e entrar no conforto quentinho do meu carro e apenas fiquei apreciando o calor.

Aqui eu era somente Katniss, a estudante. Não a “herdeira rica Everdeen” ou “filha do empresário Everdeen”. Só Katniss. Talvez porque eu não contara a ninguém.

De fato, eu não tinha feito muitos amigos no tempo que passei aqui. Britânicos não entendem as minhas piadas. Fazem caretas para o “meu” sotaque — aqui, eu tenho sotaque, não o contrário. Eles não são os meus amigos.

Bom, talvez eu tenha um título sim. “A Estranha Garota De Outro País/Planeta”. Causava mais admiração do que amizades. E eu sinto falta de uma amiga.

Johanna. Ela tinha ido para a faculdade dela no Texas. Não conversamos muito após aquela noite. Encostei a testa no volante.

Francamente, Katniss, nós conhecemos ele da vida toda! Você o conhece, não é nenhuma flor que se cheire, ok? E além do mais, foi apenas uma brincadeirinha! Se ele não aguenta o primeiro obstáculo da “relação” de vocês...

Você pirou de vez, não é possível! — gritei jogando os braços pra cima exasperada. — Você o humilhou! Na frente de todo mundo!

Nada mais do que ele fazia...

Fingi que ela não tinha me interrompido. — Você não apenas o machucou, Johanna. Você me machucou. Pode ir embora, por favor?

Finalmente tirei a cabeça do volante determinada a esquecer tudo aquilo e olhei através do pára-brisa.

Outra coisa que eu não me acostumava: dirigir do lado direito.

Esse pessoal é todo contrário!

Bufei impaciente e coloquei o pé sobre o acelerador e olhei para a marcha.

Quando pisei, ouvi uma batida no capô do carro.

— Cuidado, aí! — Não eram palavras britânicas.

Olhei para a frente e encarei uma careta bem conhecida.

Arregalei os olhos e saí do carro.

— O que você tá fazendo aqui? — exclamei.

— Eu vim te buscar de volta — Peeta disse.

— Eu vou perguntar com mais clareza: você pegou um avião e veio até a Inglaterra para fazer... O quê?!

— Katniss — ele se aproximou e eu recuei um passo. Aquele era realmente o Peeta? Ele segurou minha mão. —, eu fiquei muito chateado. Muito. E eu estava deprimido, assistindo Nicholas Sparks o tempo inteiro — Era ele. O humor auto-depreciativo de Peeta não poderia ser fruto da minha cabeça. Eu nunca teria talento o suficiente. — E então Johanna me procurou. Na primeira vez eu bati a porta na cara dela, admito. Na segunda também, é verdade. Mas na terceira, eu resolvi escutá-la. Ela disse muitas coisas. E quando ela saiu, eu ainda estava deprimido — ele deu o sorriso torto que eu mais amava no mundo e não consegui deixar de sorrir de volta. — E então fui assistir A Última Música. E, droga, o pai dela morreu e eu chorei muito — não ria. Mas então escutei uma coisa. "Pessoas cometem erros, até aquelas que amamos”. E eu voltei a chorar porque isso me lembrou tanto você. Então eu me perguntei por que eu estava chorando e não tentando fazer alguma coisa. Eu te procurei por todo lugar mas só quando perguntei ao Gale, descobri que você tinha pegado um avião na manhã seguinte ao Baile. Que estava em Oxford, na Inglaterra. Tão longe de mim... Eu quero te levar pra casa, Kat. Olha essa roupa. Isso não é você. Posso ver de longe que tem dedo seu aí e mesmo assim você parece a Hermione Granger. E, caramba, eu sinto tanto, tanto a sua falta que chega a doer. Volte comigo. Por favor. Você ainda pode entrar, se quiser. Eu consegui uma vaga naquela universidade, mas aquele seria o nosso sonho. Sem você, não tem sentido.

— Peeta, eu...

— Só diga que sim. Por favor. Por mim.

— Eu te amo, Peeta Mellark.

E ele sorriu e tirou duas passagens do bolso de trás da calça — Nós voltamos esta noite. Pra casa. Eu te amo.


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Notas finais do capítulo

Todos os agradecimentos foram feitos nas notas iniciais, então eu quero saber: vocês querem uma segunda temporada? Preciso saber, pois eu ainda estou em dúvida, já que alguns pediram mas outros acham que a história tem que acabar. E se sim, querem que seja na faculdade ou eles adultos? Eu preciso de muitas ideias, porque não sei o que fazer em uma segunda temporada. E se você nunca comentou, que tal comentar neste último respondendo a enquete?
E a quem ainda não recomendou, por favor recomende se gostou da fic. Eu ia amar taaaanto! Ia me inspirar a fazer a segunda temporada!
E já que vários leitores disseram que leriam Red, aí está o link com a primeira oneshot já postada http://fanfiction.com.br/historia/457681/Red/
É isso, foi realmente bom conhecer vocês.

xoxo