Eu observava Peeta e Cato lançando a bola de futebol americano de um para o outro incansavelmente no campus verde da escola. O sol batia nos fios loiros de ambos, e os músculos das costas e braços se retesavam ao receber e lançar a bola ininterruptamente. Enquanto desci o olhar pelo corpo dos garotos, percebi que estava roendo o esmalte.

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— Kat, querida, nós duas sabemos que o Mellark é um puto gostoso, mas se você continuar encarando assim, ele vai reparar — cantarolou alguém.

Desviei os olhos do corpo de Peeta para a direção que tinha vindo a voz.

— Ah, é você — murmurei, desinteressada.

— Oi pra você também — Johanna replicou, fingindo mágoa.

— Não é o Mellark, se quer saber.

— Então é o McMillan?

— Ah, minha querida Johanna, são ambos.

Ela riu levemente.

— Ok, então dois putos gostosos.

— Vamos apenas olhar. Eu o quero bem longe de mim — comentei.

— Poucas garotas que o querem perto de si, acabam bem. E Cato...

— O que tem o Cato? — Clove intrometeu-se, sentando do nosso lado.

— Cato tem a ela — Johanna apontou com o dedo para Clove.

— Estavam admirando a masculinidade do meu Cato?

— Kat diz que sim, mas acho que é apenas pra disfarçar os olhares furtivos que eu a vi lançando na direção do bumbum do Sr. Mellark.

Como poucas vezes na vida, Johanna me fez corar.

— Droga, Mason, qual é — reclamei, enquanto ela e Clove trocavam risinhos.

— Somos suas amigas, Katniss, se não confidenciar a nós esse tipo de detalhe, a quem fará?

Dei de ombros, e ignorei a pergunta. Voltei a olhar para onde os garotos estavam mas logo que vi Cato vindo em nossa direção desviei rapidamente o olhar.

— E aí, meninas? — ele falou, e beijou Clove demoradamente. Eu e Johanna fizemos sons de vômito. Esses dois demoraram a se acertar, mas agora são um grude.

— Então, vocês irão para o baile de máscaras em homenagem a nossa formatura na casa de férias do Peeta? — Cato perguntou.

— Não sei, fomos convidadas? — questionei, desafiadoramente.

— Mas como não? — Cato debochou. — Como poderíamos deixar de convidar a poderosa herdeira da rede imobiliária Everdeen?

— Muito engraçado — fiz careta. — Rá.

Cato riu e logo foi acompanhado por Clove e Johanna.

— Então, irão?

— Claro. Por que não?

— Ótimo, apareçam na casa por volta de dez da noite. Fica a uns vinte minutos da cidade, mas eu mandarei uma mensagem explicando melhor as coordenadas. Não queremos que a princesinha se perca, certo?

— Cuidado, Cato — recomendei. — Não estou em meus melhores dias.

Peguei minha bolsa, e de dentro tirei meus ray-ban estilo aviador. Já estava me levantando, quando ouvi a voz de Johanna — Ande vai, garota?

— Procurar o que vestir. Uma princesa não vai a bailes, vestida como a plebe — olhei para Cato, e lhe dirigi uma piscadela. — Já estou de saco cheio da escola mesmo. Tchau — acenei para todos e caminhei pacientemente até meu carro.

No caminho, por estar desatenciosa enquanto procurava pelas chaves idiotas dentro da bolsa gigante, acabei esbarrando em alguém.

— Me desculpe — já fui dizendo. — Não estava olhando para frente e...

— Ora, ora, ora. Veja se não é a gostosinha Everdeen pedindo desculpas — zombou uma voz que eu reconheceria em qualquer lugar. Levantei os olhos.

— Olá, Mellark. Adeus, Mellark.

— Não tão rápido Kat — ele me segurou pela cintura, quando eu tentei passar.

— Algum problema, Catnip? — Gale, meu melhor amigo, perguntou aparecendo por trás de mim.

— Não, Gale, eu já estava saindo. Certo, Peeta?

Mellark riu forçadamente.

— Apenas porque você pediu docinho — ele me deu passagem, e enquanto entrava no carro, vi Peeta e Gale se encarando como se pudessem se matar.

É, talvez essa festa fosse ser mais animada do que o previsto.