Jardim de Estrelas escrita por Hanna Martins


Capítulo 7
A prima


Notas iniciais do capítulo

Dando saltinhos aqui de felicidade! Capítulo dedicado a Little Directioner, que me deixou mega feliz com sua recomendação. Muito, muito, muito... obrigada, sua linda!!!!



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Josh se aproxima do microfone e começa a cantar baixinho, quase um sussurro, sem qualquer acompanhamento musical. Porém, logo o som da bateria se impõem. Olho para Alex que sorridente começa a bater cada vez mais forte na bateria. Alto, musculoso com cara de menino mau. Ele seria um perfeito bad boy, do tipo que deixa as mulheres loucas ao ver seus belos músculos. Entretanto, ele é o um dos membros mais dóceis e gentis da banda. Não há absolutamente nada de bad boy em Alex.

Neste instante, Liam começa a tocar. Liam, o baixista da banda. Alto, moreno, olhos azuis, faz mais o estilo caladão e misterioso, do tipo que faz qualquer mulher querer desvendar seus segredos.

Sam, não se deixa atrás e logo começa a tocar sua guitarra. Sam, qualquer mulher se renderia ao seu charme. Belos cabelos castanhos, olhos verdes irresistíveis. Dizem que seus pais são ingleses. Acho que ele deve ter herdado este charme inglês de que tanto se fala. Sam sorri provocando em sua bochecha lindas covinhas.

Estes são os intrigantes da Mockingjay. Se eles já causam todo aquele tumulto com as máscaras... imagine sem as máscaras. Precisariam contratar um bombeiro para apagar o incêndio que provocariam na plateia feminina (aliás, o quartel inteiro seria necessário).

– O que achou, Katniss? – pergunta Sam.

– Por que vocês ainda perguntam? Vocês sabem muito bem a resposta – falo de uma maneira divertida.

A banda cai na gargalhada.

– Vocês não vão comer? – pergunto apontando para as caixas de pizzas que acabaram de chegar. – Vocês sabem muito bem que sou capaz de comer tudo isso sozinha!

– Nós não duvidamos de você – diz Alex, sentando no chão e pegando um pedaço de pizza.

Sam, Josh e Liam também se sentam no chão e pegam um pedaço de pizza.

Basta olhar em volta para saber que este é um apartamento de um músico, inúmeros pôsteres de bandas e cantores de estilos e épocas diferentes decoram o pequeno quarto. Aqui o pôster dos Beatles, no momento em que eles atravessam a Abbey Road, em Londres. Lá, um pôster do AC/DC, e ao lado um pôster do Queen. Estou no apartamento de Sam, local de ensaio da banda.

Tenho vindo muito aqui, ultimamente. Principalmente, nas tardes de domingo, sempre que eu as tenho livre passo para ver a banda ensaiar. Depois que eu os salvei de Marissa, os garotos queriam me conhecer e retribuir o favor. Eles insistiram tanto em retribuir o favor, que eu propus que me deixassem ver os ensaios e comprassem pizza para mim.

Realmente, eu sai ganhando nesta troca. Posso escutar boa música, comer. Pelo menos sai ganhando alguma coisa com Marissa. Já não posso dizer o mesmo de Annie. As coisas ficaram feias para o lado dela, depois da publicação daquela foto. Boatos e mais boatos se espalharam. Até que Annie e Finnick estavam brigando por direitos autorais da nova música que estão compondo. Detalhe, os dois não estavam compondo música nenhuma.

A agência de Annie e de Finnick desmentiu tudo. No entanto, isso não serviu de muita coisa e os dois continuam a ser alvo de rumores, mesmo com mais de um mês depois do acontecimento.

Annie, agora, está em turnê pela Europa e torcendo para que os rumores tenham diminuído quando ela voltar, já que não lhe agrada em nada, a ideia de fingir que está tudo bem com Finnick. Sem mencionar o fato que com estes boatos, Annie não poderá recusar trabalhar com Finnick sob nenhum pretexto.

Quanto a Finnick, ele tem se mantido longe dos holofotes com o pretexto de que está trabalhando em seu novo álbum. E não tem me atormentado muito com a história de reatar com a Annie. Será que ele desistiu?... Conhecendo Finnick Odair como eu conheço, a resposta é um grande não. Ele deve apenas estar dando um tempo.

– Tenho que ir – digo.

– Mas já? – lamenta Alex.

– Já, sim. Preciso estudar uma cena, que tenho que gravar amanhã de manhã, tipo umas seis horas da manhã.

– Seu diretor é maluco! – diz Sam.

– E eu não sei? Haymitch está pegando pesado! Mas quando ele não está? Ele quer gravar com a luz natural uma determinada cena, por isso o horário. Haymitch pode ser um gênio, mas... ele ainda é Haymitch! – lamento.

Me despeço dos garotos e vou para meu apartamento.

Vou passar outro solitário domingo. Madge está viajando há semanas, está gravando em outro país. Meu namorado? Está ocupado demais com o encerramento das filmagens. Já faz duas semanas que não nos falamos pelo telefone. Para não dizem que a culpa é só dele, também estou extremamente ocupada com o trabalho. Haymitch não me dá folga! Praticamente, só tenho algum descanso aos domingos. E olha que não são todos os domingos que Haymitch está de bom humor e resolve me dar folga.

Minha rotina é: do apartamento para os estúdios de gravação, de lá para meu apartamento. Até lembra os velhos tempos em que eu trabalhava noite e dia para pagar as dividas, que meus tios haviam me deixado, quando fugiram para outro país, e realizar meu sonho (e minha vingança) de ser atriz.

Eu e Peeta somos duas pessoas extremamente ocupadas. Sem tempo para nada.

Pego uma xícara de café – e uma garrafa de café – meu roteiro e me sento no chão da sala.

Vou tomando uma xícara de café atrás da outra. Quando percebo já é tarde da noite.

Ótimo, tomei tanto café que estou com insônia. Resolvo continuar a estudar o roteiro para ver se o sono vem. No entanto, ele não vem. Apenas quando já passa das três da manhã pego no sono. Só há um pequeno probleminha, como as gravações são as seis, tenho que estar no local de gravação às cinco e meia da manhã. Isso significa que preciso me levantar às cinco da manhã.

Com muito sacrifício, abro minhas pálpebras. Olho para o relógio em cima do criado mudo, 5:15. Minha nossa! Se eu não correr vou chegar atrasada. Mais rápida do que o vento – ele também seria rápido se tivesse um Haymitch no pé – vou até meu carro. Piso no acelerador, espero que isso não me dê alguma multa.

Consigo chegar a tempo, mas não saio ilesa de uma bronca de Haymitch.

– O que são estas olheiras, Katniss? Vai levar uma meia hora para cobrir tudo isso! O quê eu disse? – mas ele mesmo responde. – Disse que todos deveriam estar prontos para filmar às seis da manhã e agora você me chega com estas olheiras!

Haymitch se comporta como se minhas olheiras fossem o motivo da terceira guerra mundial.

– Não se preocupe, Haymich! – intervém Octavia, minha salvadora, porque meu humor está péssimo hoje, e estou com vontade de bater em alguém. E seu eu fizer isso serei demitida. – Nós damos um jeito nela rapidinho.

Octavia, Venia e Flavius começam a me maquiar. Eles também estão péssimos, cheio de olheiras. Por isso, eles fazem seu trabalho silenciosamente sem o tagarelar costumeiro.

Definitivamente, ninguém gostou do plano de Haymitch.

A gravação é intensa. Quando acaba, já são quase dez horas da manhã. E eu estou com fome, com sono, ansiando por minha cama quentinha. Além disso, meu humor não está nada agradável.

Resolvo pegar um café, já que tenho que gravar outra cena daqui a meia hora. Só mesmo este líquido pode me manter acordada.

Vou até a maquina de café. Pego meu saboroso líquido, que sai quentinho e com um aroma delicioso da maquina. Estou até sentindo minha energia vital voltar. Levo até a boca e... droga, alguém bateu em mim.

– Mas o quê?...

Olho para o louro sorridente em minha frente. Lindo, como sempre, ou melhor, ainda mais lindo. Não sei como ele consegue, mas ele consegue ficar a cada dia mais lindo.

– Não olha para onde anda não, moça? Olha só esta mancha! Como eu vou ficar com esta roupa toda encharcada de café? – diz apontando para a mancha de café em sua camiseta.

– Até parece que joguei em você uma piscina de café! – digo recriando o nosso primeiro diálogo.

– Você está vendo o meu estado? Você acha que eu posso ficar assim?! – a frase é a mesma do nosso primeiro encontro, porém o tom e sua expressão são completamente diferentes. Na primeira vez seu tom era de indignação. Agora ele usa um tom sexy e malicioso.

– E o que você quer eu faça? – questiono.

– Que tal um beijo? Dizem que os beijos tem um grande poder de limpeza... Comprovado por testes da NASA...

– Beijo? Não estou vendo como isso pode ser a solução. Mas já que os cientistas da NASA estão de acordo...

Em um instante, me atiro sobre seus lábios. Não há nada mais saboroso que um beijo após meses. Peeta me ergue em seus braços. Enrosco minhas pernas em seu quadril. Ainda bem que estamos em local isolado em que não passa muitas pessoas.

Nosso beijo é voraz, não existe nada além de nossos corpos que se enroscam um no outro. Sabe aquela expressão, a metade da laranja? Acho que uma laranja se sentiria assim depois de encontrar sua outra metade.

– Ahamm – um pigarro forte interrompe nosso beijo.

Me desgrudo dos lábios de Peeta. Porém, ainda continuo com minhas pernas enroscadas em seu quadril.

– Katniss, Haymitch quer falar com você sobre a próxima cena – diz Darius, o assistente de Haymitch.

Pobre Darius, ele já sofreu conosco no filme em estrelamos. E como sofreu! Deve estar se perguntando o que fez para merecer isso.

– Ok – digo retirando minhas pernas do quadril de Peeta. – Diga que já estou indo.

Darius sai apressadamente e nos deixa a sós.

– Você não me disse que iria voltar! – o repreendo.

– As gravações terminaram um pouco antes do previsto. E assim que elas terminaram eu voltei. Cheguei hoje de manhã. Quis fazer uma surpresa.

– Mas agora sou eu que tenho que trabalhar – digo saindo de seus braços.

– E quando as gravações terminam?

– Se Haymitch estiver de bom humor, até o meio-dia...

Começo a me afastar de Peeta. No entanto, ele me retém e me traz para perto dele, me dando um longo beijo.

– Peeta, você quer ver sua namorada morta? – digo após, finalmente, conseguir me desgrudar de seus lábios. – É isso que ela vai ser, se eu me atrasar!

Ele sorri e me solta.

– Tudo bem, eu espero no camarim – diz resignado.

Haymitch resolve colaborar e fica de bom humor – quer dizer, dentro de suas possiblidades de ficar de bom humor.

– E então? – diz Peeta, quando surjo na porta do camarim.

– Acabou – afirmo. – Agora eu tenho o resto do dia livre.

– Perfeito – fala com um sorriso sacana no rosto, pegando em minha mão.

– Espera um pouco, ainda tenho que tirar meu figurino.

– Posso fazer este serviço em um segundo... – provoca.

– Eu sei que pode, mas... você não vai querer ser assassinado por um bando de figurinistas irados e um diretor raivoso.

– Ok – suspira. – Eu me rendo. Vou falar com Haymitch enquanto você tira isso sozinha...

Ele sai do camarim e volta quando eu já estou terminando de retirar minha maquiagem.

– Você está com olheiras, o que aconteceu? – diz entrando no camarim e observando meu rosto.

– Fiquei estudando o roteiro até tarde da noite e tive insônia... – explico.

– Você está bem? – indaga preocupado.

– São só olheiras, Peeta! – rio.

– Certeza?

– Certeza – confirmo.

– Neste caso...

Peeta pega em minha mão e me arrasta até seu carro.

– Ei, e o meu carro? – protesto.

– Amanhã, você pega ele – diz.

– Você está me sequestrando, Mellark?

– Estou sim... – sorri. – E tenho muitos planos em mente.

– E eu não tenho direto a resgate?

Ele olha para mim e faz uma expressão pensativa.

– Não. Agora, você é minha prisioneira... – diz com um sorriso nos lábios, sei bem o que este sorriso quer dizer.

– Não, você é que é meu prisioneiro! – contesto.

– Ok, ok, você é a sequestradora aqui – diz rendido. – O quê minha sequestradora deseja?

– Neste momento... – dou um sorrisinho malicioso.

Ele me olha de uma maneira ilegal.

– Um ensopado de carneiro.

Peeta começa a rir.

– Por que eu ainda caio nesta? Ok, senhorita Katniss, vamos comer um ensopado de carneiro – diz abrindo a porta do carro para mim.

– É assim que eu gosto de meu prisioneiro – digo entrando no carro. – Quem sabe ele não ganhe uma recompensa...

– Juro que este ensopado de carneiro vai ser o melhor que você já provou, minha sequestradora!

– Quero ver só!

Logo chegamos à casa de Peeta. Ele vai preparar o ensopado, enquanto eu o observo.

– Então, eu não sou mesmo o homem perfeito, lindo e ainda cozinha bem! – diz após eu terminar com meu prato de ensopado.

– Já começou! – digo. – Ser ator de Hollywood, só está aumentando ainda mais o seu ego!

– O quê que posso fazer, se eles apenas estão constatando a verdade...

Não deixo Peeta terminar a frase, me jogo sobre seus lábios. O louro pode ser narcisista e tudo mais, mas a verdade é que o amo.

Cruzo minhas pernas sobre seu quadril, minha mão direita vai parar em seu cabelo e a esquerda começa a subir sua camiseta.

Ele chupa meu lábio inferior, me provocando um arrepio. Seus lábios saem dos meus e vão até o meu pescoço. Peeta começa a subir a escada sem tirar seus lábios de mim. No meio do caminho até seu quarto, me livro de sua camiseta.

Peeta senta na cama comigo em seu colo. Deslizo minha mão por seu abdômen definido. Alguém andou malhando muito...

Me aperto mais contra seu corpo, enquanto ele beija com intensidade meus ombros. Suas habilidosas mãos se livram de minha blusa. Seus lábios saem dos meus ombros e começam lentamente a ir em direção aos meus seios. Solto um pequeno gemido e cravo minhas unhas em suas costas.

O calor começa a crescer cada vez mais dentro de mim, espalhando-se todo por meu corpo. Quando Peeta me toca, é como se ele estivesse provocando um incêndio.

Sua mão não demora a chegar no fecho de meu sutiã e... o celular de Peeta começa a tocar. Ele tenta ignorar seu celular e continuar com que estava fazendo. No entanto, seu celular continua a tocar.

– Não vai atender seu celular?

Ele retira seus lábios de mim.

– Ok – diz levemente irritado.

Saio de cima do colo de Peeta. E ele apanha seu celular.

– Alô – atende a contragosto. – Prim! – sua voz já não é mais mal-humorada.

Eu já tinha ouvido falar sobre Prim antes. Ela é a prima de Peeta, que considera ela como uma irmãzinha. Peeta gosta muito dela. Prim estuda na Bélgica, em um colégio interno.

– O quê? Você é maluca?... Tá, eu vou te buscar, Prim – desliga o celular.

Peeta olha para mim.

– Prim fugiu do colégio... Brigou com a mãe... – suspira. – Agora está aqui, no aeroporto... – diz indo pegar uma camiseta. – Tenho que ir buscá-la.

– Tudo bem – digo.

– Vem comigo – pede.

Visto minha blusa e concordo em ir com Peeta até o aeroporto.

Ele liga para sua tia, no caminho até o aeroporto, para informar sobre o paradeiro da filha.

– Prim é uma garotinha maluca! – ri. – Fugir do colégio? Não sei como ela fez isso!

Peeta, realmente, adora Prim. Embora esteja aborrecido com a travessura de Prim, ele está todo animado em rever a prima, já que faz mais de um ano que não a vê.

Chegamos ao aeroporto.

Meus olhos procuram por uma garotinha. Entretanto, não é uma garotinha que aparece diante de nós.

Surge em nossa frente, uma mulher, extremamente bonita de intensos olhos azuis, cabelos louros que vão até a cintura, alta, com um corpo escultural, cheio de curvas, que causariam pensamentos pecaminosos em qualquer homem que a visse, seios enormes. Ela usa um decote que praticamente vai até o umbigo, um shortinho que mais mostra do que cobre qualquer coisa.

A garota sorri e se atira sobre Peeta. Ela lhe dá um abraço intenso e apertado, e depois um beijo perto do canto dos lábios de Peeta.

Está é Prim?! Perto dela, todos diriam que a aluna do colegial sou eu e não ela. E eu que esperava encontrar uma garotinha!


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Notas finais do capítulo

Odiaram? Gostaram? Peeta voltou! rsrsrs, quem está feliz? O que acharam dos membros da banda? E da prima do Peeta? O que será que a Prim irá aprontar? Kat já está suspeitando dela...