Jardim de Estrelas escrita por Hanna Martins


Capítulo 41
Meu jardim


Notas iniciais do capítulo

Depois de um tenebroso calor, em que fui invadida por algo chamado bloqueio criativo, eis me aqui! Mas sei que vocês não querem minhas desculpas, e sim o capítulo!
Capítulo dedicado a Nian is Forever. Muito, muito, muito obrigada por sua recomendação, saiba que amei cada palavra!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/445412/chapter/41

O vento gelado atravessa pelo meu casaco e chega até os ossos. No entanto, eu não me importo com o frio. Quem se importaria com o frio, quando se está percorrendo as magnificas ruas de Paris?

Gil de “Meia Noite em Paris” também era apaixonado por esta cidade. Na verdade, ele amava os anos vinte. No filme, algo inusitado acontece em uma das ruas de Paris, certa noite, ele é transportado para a época que tanto ama. Lá se encanta pela bela Adriana. Ela acredita que a melhor época é a Belle Époque. Os dois vão visitar este período, e tem uma interessante conversa. Aqueles que viviam naquela época não acreditavam que ela era a melhor, se pudessem escolher em qual tempo teriam nascido optariam pelo Renascimento. Nenhum dos personagens está satisfeito com seu lugar, sempre acreditando que a época anterior era melhor a sua. É aquele velho ditado, “a grama do vizinho é sempre melhor”. Isso me leva a pensar sobre qual é o melhor lugar para mim. Este é um daqueles pensamentos que surgem repentinamente e desaparecem da mesma maneira.

Caminho por um bom tempo pensando nisso, mas assim que avisto três rostos conhecidos, os pensamentos vão voar para outro lugar. Sorrio para Madge, Annie e Jenny que acenam freneticamente para mim em frente a uma cafeteria.

— Até que enfim você chegou, Katniss! — fala, ou melhor, grita Jenny. — Pensamos que havia se perdido por Paris!

— Até que me perder por Paris não seria uma má ideia... — digo rindo.

— Vamos entrar! — diz Madge. — Estou congelando! E lá dentro parece tão quentinho! — ela olha para a cafeteria com olhos suplicantes. É, eu realmente perdi a noção do tempo percorrendo as ruas de Paris. Não tenho culpa se esta cidade tem um incrível magnetismo sobre mim.

Entramos na cafeteria. Pedimos chocolate quente e mais alguns petiscos para acompanhar.

— Como foi sua última gravação para o comercial da Sinsajo? — pergunta Annie, saboreando seu chocolate quente.

— Foi um tanto cansativo. Effie estava me deixando maluca! Mas no final deu certo.

Estou em Paris para filmar um novo comercial da Sinsajo. Dá para acreditar que já se passou quase um ano desde que estive em Paris? Pois é, o tempo não correr, ele voa em um avião X-43A. Madge e Annie resolveram me acompanhar até aqui. Na verdade, Annie obrigou Madge a acompanhar, já que como eu estaria ocupada com as filmagens e tudo mais, não poderia sair por aí a hora que quisesse, e Annie acredita que não é nada divertido visitar Paris sozinha. Sam está muito ocupado com a turnê. Finalmente, conseguiram convencer os rapazes a realizar a primeira turnê da Mockingjay. Aliás, a banda está cada vez mais popular. Tanto que Josh precisou reduzir seu trabalho como médico. Agora, em vez de atender todos os dias, Josh trabalha uma vez ou outra como voluntário em um hospital. Não se pode ter tudo.

Eu gosto de saber que posso cuidar de uma pessoa, que meu trabalho é necessário para salvar vidas. Mas também sei que enquanto médicos, advogados, engenheiros, professores são necessários, a arte, a música, a poesia são essenciais. Elas fazem a vida valer a pena”, me disse Josh certa vez e depois ele acrescentou com um sorriso: “Jenny me fez ver isso”.

Jenny e Josh, os dois finalmente se acertaram. Era bastante óbvio que eles ainda se amavam. Levou meses, mas eles ficaram juntos. Faz três meses que os dois resolveram começar a namorar. Como consequência, Mockingjay ficou ainda mais famosa. Afinal, o vocalista (mais hot do momento segundo as revistas) estava saindo com a queridinha do mundo das celebridades. “Um namoro escrito no céu” é assim como a imprensa se refere ao relacionamento deles. Josh está lidando melhor com este negócio de ser famoso. Ele ainda não gosta — acredito que nunca vá gostar — mas está se saindo bastante bem.

Jenny está gravando um filme em Roma, ela tinha alguns dias de folga, por isso resolveu se juntar a nós em Paris. Jenny estava realmente precisando de umas férias. A popularidade de Jenny sobe cada vez mais, principalmente agora que ela ganhou uma tonelada de prêmios por “Winter sleep”, o filme que estrelou com Peeta, incluindo um Oscar como melhor atriz. Jenny está sendo chamada de gênio da atuação, ganhar um Oscar tão jovem assim realmente não é para qualquer um. Tenho que concordar com os jornalistas desta vez, Jenny é, com certeza, um gênio da atuação.

— Madge, quando poderei conhecer meus sobrinhos? — indaga Jenny em um tom divertido.

As duas se tornaram grandes amigas, após Madge contracenar com Jenny em um filme. Madge também está se saindo muito bem em sua carreira. A série que ela protagoniza ganhou mais duas temporadas. Além disso, também atuou em alguns filmes. Não muitos, já que prefere se dedicar ao mundo da televisão.

— Logo... O processo de adoção logo estará terminado — fala sorrindo.

Madge e Gale resolveram adotar dois gêmeos. Os dois se encatarram pelas crianças enquanto faziam trabalho voluntário em uma instituição de caridade. Eles são conhecidos como os novos Brad Pitt e Angelina Jolie, já que constantemente se envolvem em causas beneficentes.

Gale e Peeta tem uma relação bem melhor agora. Sei que Madge foi a grande responsável por ajudar Gale a se reaproximar do irmão. Depois de tudo o que aconteceu, Peeta precisava de alguém ao seu lado. E Gale se mostrou um ótimo amigo.

Uma música começa a tocar ao fundo na cafeteria:

Com você tudo parece tão fácil.
Com você meu coração encontrou o seu ritmo.
Com você eu estou tão perto de encontrar meu lar.

É a música de Finnick, “Run to you”. A música se tornou um grande sucesso, inclusive internacional, expandido significativamente a carreira de Finnick. Aliás, ele fez uma turnê internacional devido ao sucesso adquirido. Finnick tem trabalhado noite e dia sem parar. Suas músicas estão recebendo muito reconhecimento, ele até recebeu propostas de trabalhar com grandes músicos. Finnick tem se entregado completamente ao trabalho. Dizem que a desilusão amorosa produz grandes obras, creio que este pensamento está certíssimo. Finnick já não aparece mais em meu apartamento para se lamentar. Acredito que ele decidiu seguir em frente com Annie ou sem Annie. Lembro-me de uma conversa que tive com Annie há algum tempo:

Eu e Finnick nos ferimos muito” disse Annie com um sorriso amargurado. “Por mais que meus sentimentos por Finnick sejam fortes, eu não posso estar ao lado dele. Sei que toda vez que eu olhasse para ele, iria me lembrar de meu passado, de meus pais... Eu também sei que Finnick não é igual ao meu pai... mas...”, uma lágrima escorreu pela bela face de Annie, “há coisas que não tem como explicar. Meu amor por Finnick é estranho... Simplesmente, sei que agora não daria certo. Só geraríamos sofrimento um ao outro se ficássemos juntos.”

Pelo menos, Annie está feliz ao lado de Sam. É isso que importa. Finnick também está feliz com sua música. Afinal, ser músico foi o que ele mais almejou em toda sua vida.

Mas ninguém sabe o que pode acontecer no futuro. Este danadinho é uma bela caixinha de surpresas, que adora se divertir. Será que algum dia Annie conseguirá superar o passado? Quem sabe, a vida é muito misteriosa.

— Katniss! — chama Jenny. — Espero que descanse bastante! No próximo mês suas férias definitivamente acabarão. Se você acha que trabalha com Haymitch é difícil, você vai ver o que é trabalho duro com Chaff!

— Jenny, você está querendo que eu comece a chorar!

Ela ri.

— Não se preocupe, eu estarei lá para te defender! — fala Jenny em um tom dramático.

Eu e Jenny vamos estrelar um filme juntas. Vou começar minha carreira internacional. Foi Jenny que me convenceu a fazer o teste para este filme. Eu não estava muito crente que se deveria fazê-lo. Seria mais um teste, quais eram as possibilidades de eu conseguir o papel? Digamos que abaixo de zero. Porém, lá estava Jenny dizendo que eu deveria fazer o teste, que eu havia nascido para este papel. Tanto ela falou e falou que acabou me convencendo (Jenny é realmente alguém muito persuasivo, me ligar às três da manhã falando sobre o filme é apenas uma pequena amostra de como ela pode ser mais persistente que Haymitch). E agora vou estrelar um filme com Jenny. Um filme que promete ser a sensação do ano. Só de pensar nisso, meu estômago dói.

— Katniss... — Madge me olha. — Gale me contou que hoje Peeta está filmando em Paris...

Sei que Peeta está gravando um filme nos arredores de Paris. Há muito que não veja Peeta, embora eu tenha notícias constantemente dele (ele é uma celebridade, não? É um tanto difícil não esbarrar com alguma notícia sobre ele). Depois que terminamos de gravar o filme, Peeta voltou para Los Angeles. Em breve iremos começar a divulgação. Ainda não pensei muito sobre este encontro inevitável. Os rumores de namoro ainda estão circulando por aí, apesar de serem menos numerosos (e dizem por aí que a autora de “Amores inquietos” está planejando transformar a fanfiction em livro. Pelo menos alguém se deu bem nesta história toda). Nem quero pensar no que Haymitch está planejando para promover o filme.

Solto um longo suspiro.

— Você vai vê-lo? — indaga Annie.

— Eu não sei...

As três me olham.

— Peeta estará filmando até as cinco da tarde em I’llé de la Cité... — informa Madge. — Depois, ele vai viajar para Loir-et-Cher.

Olho para meu relógio, são quatro horas da tarde.

— Katniss, é melhor você se apressar — fala Jenny. — Peeta não sabe que você está em Paris... ele não vai te esperar.

Respiro fundo. Isso é uma loucura.

— Não me esperem para o jantar! — digo me levantando da mesa.

— Não te esperaremos! — dizem as três em uníssono.

Pego um táxi e vou para a I’llé de la Cité. A ilha não é muito grande. Porém, nesse momento ela me parece imensa. Percorro quase correndo cada centímetro da ilha. Pensei que não seria difícil encontrar uma equipe de gravação aqui. No entanto, eu estava enganada e como estava.

Não há nenhum sinal de uma equipe de gravação, muito menos de Peeta. Será que eles já foram? Os segundos, os minutos passam. Até que me dou por vencida. Olho para meu relógio, já são quase seis da tarde. Peeta deve estar bem longe daqui.

Olho para o rio Sena, estou em sua margem. Que loucura foi está? Devo estar assistindo muito filme para acreditar que encontraria Peeta... Malditos filmes fajutos!

— Katniss.

Me volto imediatamente, sem acreditar no som que meus ouvidos acabaram de captar.

E aqui está ele, com seus incríveis olhos azuis me observando. Seus cabelos louros caem com certa desordem sobre sua testa, porém ele não se importa. Ele usa o mesmo cachecol vermelho que lhe dei de presente de aniversário. Este cachecol tem muita história, até renderia uma saga chamada “O cachecol”. Um sorriso surge em seus lábios.

— Como você...

— Jenny, Annie e Madge me ligaram, falando para eu descer da onde eu estivesse, pois você estava procurando por mim — diz sorrindo. — Na verdade, as gravações mudaram de lugar, eu estava filmando na Ile de Saint Louis.

Olho para a ilha que fica próxima. Não posso evitar uma gargalhada.

Peeta ri e se aproxima de mim.

— Há quanto tempo...

— É, faz bastante tempo que não nos vemos — digo o olhando.

— Sentiu minha falta? — fala maliciosamente.

Este é o velho Peeta que conheço.

— Quem sabe...

― Sabe que fui eleito o homem que toda a mulher sente falta e também o mais hot da estação — diz deslizando a mão por seus cabelos dourados de uma forma muito, muito sexy que deixaria Chris Hemsworth com muita inveja.

Não posso evitar rir. Peeta Mellark, o senhor humildade está de volta. Alguém avisa a humildade que ela precisa fazer uma visita a certa pessoa.

— Eu senti a sua! — confessa com um belo sorriso no rosto.

Ficamos em silêncio por um longo minuto nos encarando. Começamos a andar lentamente, um ao lado do outro. Peeta às vezes me lança alguns olhares furtivos e eu retribuo os seus olhares com alguns sorrisos. Ficamos assim por um longo tempo.

— Katniss, sobre o que conversarmos... — fala um pouco sem jeito. — Eu sei que prometi que não iria te pressionar a tomar uma decisão... Eu só quero saber se seus sentimentos são os mesmo. Basta uma palavra e eu me calarei... eu...

Antes que Peeta possa prosseguir com sua frase agarro seu cachecol e o faço se inclinar, deposito em seus lábios um beijo. Um profundo beijo. No início ele fica tenso, parece não acreditar que eu estou o beijando. Mas isso dura um breve segundo, logo seus lábios retêm os meus com necessidade. Nossos lábios se acariciam lentamente, sem pressa. Mordisco seu lábio inferior, provocando um gemido nele. Minha língua procura a sua e quando finalmente a encontra, ah, estou no paraíso, definitivamente no paraíso.

Após minutos vivendo no paraíso, volto a realidade, quando os lábios de Peeta se afastam dos meus.

— Isso foi um... — fala com a respiração ofegante, ainda não acreditando no que acabou de acontecer.

— Cala boca, Peeta! — digo, querendo voltar rapidamente ao meu paraíso, por isso envolvo os lábios dele novamente com os meus.

— Vou interpretar como um sim... — diz com meus lábios nos seus. Estreito ainda mais meus lábios nos seus, o que torna um pouco difícil ele falar.

Novamente me esqueço do mundo ao meu redor. Sinto as mãos de Peeta me trazendo ainda mais para seu corpo.

— Katniss... — ele aproveita, enquanto eu tento tomar um pouco de ar, para falar. — Você me fez o homem mais feliz da face da terra hoje.

Sorrio para ele. Então, me lembro de sua viagem a Loir-et-Cher. Peeta começa a se aproximar de mim para tomar meus lábios.

— Ei, espera! — o detenho.

— O que foi? Não me diga que resolveu voltar atrás! Eu não aceito devoluções!

— Não, seu bobo! — rio, diante da expressão desafiadora e um tanto cômica de Peeta. — Você não tem que ir para Loir-et-Cher hoje?

— Ah, isso! Loir-et-Cher pode me esperar! Mas isso não pode — diz me beijando novamente.

Algumas pessoas passam ao nosso redor e nos olham curiosas. Eu não quero ser presa e deportada por atentado ao pudor em Paris.

— Peeta... meu hotel fica aqui perto...

Ele entende o recado. Logo estamos dentro de um táxi indo para o hotel. Tenho que me controlar para não me atirar sobre ele enquanto estamos no táxi. Me contento em apenas colocar minha cabeça em seu peito e o abraçar. Ele sorri o tempo todo. Não trocamos nenhuma palavra. Há muitas coisas para serem faladas, mas agora não. Agora, tudo o que necessitamos não são palavras. Tudo o que necessitamos é de um ao outro.

Chegamos ao hotel. No elevador há algumas crianças. Nos contentamos em ficar de mãos dadas. Mas isso é bom também. Sentir a mão dele que aquece a minha, que a aperta com doçura e determinação, com a promessa de que nunca mais irá a soltar.

Saio quase correndo do elevador, levando Peeta atrás de mim, quando chegamos ao andar em que estou hospedada. Abro a porta. Ele entra atrás de mim e a fecha.

Antes que eu me vire, seus braços me envolvem. Recebo beijos lentos em meu pescoço. Beijos que me aquecem e me fazem esquecer do frio que acabei de enfrentar lá fora. Me viro para ele. Retiro meu casaco e o jogo em algum lugar. Ele também atira seu casaco em algum lugar. Depois nos preocuparemos com casacos.

Ele me puxa para si. Recebo um longo beijo de Peeta. Um beijo que me faz esquecer até meu próprio nome. Sinto as mãos dele passeando por meu corpo, por cada centímetro.

Nossas roupas vão aos poucos saindo de nossos corpos e se espalhando pela habitação, se misturando, se perdendo no caminho. Chegamos à cama sem qualquer vestimenta. Ele cai na cama comigo em seus braços, me lançando um profundo olhar. Sinto que definitivamente estou perdida, estou perdida em seus olhos azuis. Definitivamente, não almejo encontrar o caminho de voltar. Quero apenas mergulhar em seus olhos azuis e não vir mais a tona. Como se lesse meus pensamentos, ele me beija novamente, fazendo todo meu corpo queimar.

Então, nos braços de Peeta tenho a resposta para aquela pergunta que me atormentou mais cedo, qual é o melhor lugar para mim? O melhor lugar não depende do lugar, depende de com quem você está. O melhor lugar para mim é ao lado de Peeta.

Ele é minha Paris particular, meu porto seguro. Ele é o meu lugar.

Sou acordada pelas leves caricias que Peeta faz em meu cabelo. Sorrio para ele. Estou deitada sobre seu peito. Ele corresponde ao meu sorriso e deposita um delicado beijo em minha bochecha.

— Peeta.

— Hum... — diz brincando com uma mecha do meu cabelo.

— Nós somos muito complicados, não?

— Sim, nós somos — responde. — Mas eu gosto de coisas complicadas...

— Sobre aquilo que aconteceu. Eu pensei muito a respeito. Eu não quero que aquilo aconteça novamente. Aqueles meses foram terríveis.

— Para mim também não foram meses nada bonitos.

Ele para de brincar com a mecha de meu cabelo e desvia o olhar de mim. Noto a tristeza em seus olhos.

— Eu sei que não foi sua culpa. Embora eu não concorde com seus... métodos.

— Desculpa, Katniss. Eu fui um idiota. Eu só queria te manter viva. Mas também sei que errei. Naquele momento, fui um covarde, fraco...

Interrompo-o com um beijo.

— Não se recrimine mais pelo que aconteceu, não podemos voltar no tempo, nem nada... Sabe, há uma coisa maravilhosa na vida, o poder de recomeçar novamente. Eu quero recomeçar com você.

Um sorriso que ilumina o mundo surge em sua face. Ele me beija por um longo tempo.

— Obrigado, Katniss, por me dar esta nova chance. Eu prometo que você não vai se arrepender.

— Acho bom mesmo, Peeta Mellark!

— Se eu estragar tudo é porque sou um grande tolo e...

Novamente o interrompo com meus lábios.

— Katniss Everdeen, você tirou o dia para me provocar!

— É, tirei sim — digo o beijando novamente e me perdendo completamente em meio a suas carícias. Acho que ele também tirou o dia para me provocar, ou melhor, a noite, já que há muito anoiteceu.

A noite passa rapidamente. Acordo com a claridade invadindo lentamente o quarto. Peeta dorme ao meu lado tranquilamente. Dou um suave beijo em seus lábios e me levanto. Coloco a primeira peça de roupa que encontro, o casaco de Peeta, e vou até a sacada.

Meus pés estão descalços e o vento gélido me faz tremer (só estou usando o casaco de Peeta e mais nada). No entanto, eu não me importo.

Tenho uma bela visão da sacada de meu quarto de Paris. Uma das coisas que mais amei fazer nestes dias aqui foi acordar de manhã e apreciar o nascimento do sol. Em um momento tudo está em silêncio e após o nascer do sol tudo vai adquirindo vida, como mágica.

— Vai pegar uma gripe desta maneira — diz Peeta me abraçando.

— É lindo, não? — falo olhando o sol nascer.

Ficamos os dois embasbacados pelo nascer do sol. Aos poucos o mundo volta a viver. Assim como eu volto a viver, quando estou em seus braços. Peeta é a brisa da primavera, que traz vida ao meu mundo, que faz florescer o meu jardim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram? Não se esqueçam que ainda tem o epílogo. Ele já prontinho, esperando para ser postado... Ele é um tantinho diferente...