Jardim de Estrelas escrita por Hanna Martins


Capítulo 39
Fim de jogo


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado à:
Amanda Silva
Mary Mellark
Sarah Caroliny
Obrigada, obrigada, obrigada, suas lindas, por darem a fic estas recomendações que me fizeram ficar feliz a semana inteira. Amanhã Jardim de estrelas está fazendo seu primeiro aniversário!!! E já ganhei estes belos presentes. A autora ficou muito feliz aqui!!!



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Meus pés movem-se sem que eu perceba. Estou correndo, subindo os degraus que não acabam nunca. Espero não ter enganado Josh por nada, que isso realmente dê algum resultado. Ainda me lembro de Josh tentando me acalmar.

— Katniss, você não pode fazer isso! — disse Josh, tentado me deter.

— Eu tenho! Peeta está arriscando sua vida por mim! — falei com minha voz alterada. — Eu nunca vou me perdoar, se alguma coisa acontecer com ele.

— Mas se alguma coisa acontecer a você, ele é que nunca vai se perdoar.

Olhei para Josh.

— Primeiro vamos até a polícia! Eles vão fazer algo.

— E se não fizerem? E se a situação só piorar? Você sabe como ela sempre está a um passo a frente de tudo, como ela é esperta!

— Acalma-se, Katniss! — Josh estava nada calmo. — Vamos encontrar uma solução. Não sabemos onde Peeta está... Precisamos avisar a polícia... Você nem sabe onde ele está, como quer ir atrás dele assim?

Naquele momento tudo o que eu desejava era encontrar Peeta. Eu tinha uma vaga ideia de onde ele poderia estar.

— Vamos fazer isso, sim? ― sugeriu Josh, esperançoso de que eu o ouvisse. Mas ele não sabe como eu sou teimosa quando quero algo e não desisto facilmente dos meus objetivos.

Não acredito que fiz aquilo. Assenti e roubei a chave de seu bolso. Uma vez interpretei uma ladra, e isso me ajudou. Sem olhar para trás e, antes que Josh tivesse tempo de reagir, entrei em seu carro. Estávamos no prédio em que mora Marissa.

— Katniss! — ouvi o grito dele atrás de mim.

Era tarde demais, eu já havia dado a partida no veículo.

— Ei, Katniss! — ele corria atrás do carro.

Acelerei ainda mais. Peguei meu celular e encontrei o número que desejava. Ele me atendeu após o quarto toque.

— Gale? — tentei dar a minha voz um tom casual, que não fizesse Gale suspeitar de nada.

— Bom dia, Katniss! Madge está aqui comigo agora, acabou de mandar um abraço.

— Diga ela que estou mandando outro ― tentei parecer calma. ― Preciso que você me dê um endereço... — falei rapidamente.

E agora estou aqui, subindo as escadas. Ela mora no quinto andar. O lugar não é um dos mais bonitos, me lembra de meu antigo prédio. Não tem elevador, as escadas são escuras e estreitas, e quando pisamos nos degraus provocamos um estranho ruído.

Não tenho ideia do que irei fazer. Confesso que agi por puro impulso. Sim, não tenho um plano.

Chego em seu apartamento. Aperto a campainha. Ninguém atende. Insisto, não irei desistir. Aperto novamente a campainha, desta vez ainda mais forte. Não obtenho resultado algum. Sinto como se o mundo estivesse preste a desabar sobre mim. Minha respiração é ofegante, não sei se devido à corrida ou a sensação de algo que sufoca a minha garganta me impedindo de respirar. Estou suando. Sinto uma gota de suor deslizar por minhas costas, isso me provoca um arrepio.

Preciso atuar, pensar nisso como uma cena. Sim, preciso atuar. Aos poucos consigo ficar um pouco mais calma.

Aperto a campainha novamente, produzindo um som estridente e desagradável. Já perdi as contas de quantas vezes fiz a campainha soar.

— Já vai! — uma voz um tanto irrita vem de dentro do apartamento. Sei que é ela.

A porta é aberta aos poucos. Dois pares de olhos azuis me analisam.

— Oh, Katniss! — exclama surpresa. — O que está fazendo aqui? — indaga abrindo a porta totalmente. Ela sabe atuar muito bem. Com certeza, teria tido uma carreira brilhante, se aquele incêndio não tivesse estragado tudo. Neste momento age casualmente, não há nem um sinal no seu rosto de perturbação.

— Peeta...

— O que tem Peeta? — me olha sorrindo.

Lanço um breve olhar para dentro de seu apartamento. Ela é uma verdadeira maníaca por limpeza. Tudo está limpo e organizado, como se tivesse acabado de fazer uma bela de uma faxina.

Volto meus olhos para ela, que mantém em seu rosto um doce sorriso.

— Peeta... — droga, não pensei em uma merda de uma desculpa.

Meus olhos voltam a percorrer o seu apartamento, até me deter no sofá. Lá está o cachecol vermelho que dei a Peeta em seu aniversário. Isso me deixa agoniada. Meus pensamentos se perdem.

— Ele está aqui — minha voz sai firme, surpreendo até a mim mesma.

— Que ideia, Katniss! É claro que ele não está aqui — diz gentilmente, sem mostrar uma sombra de perturbação sequer em seu belo rosto.

— Delly, eu sei que Peeta está aqui e que você é Fantiny! — digo tudo de uma vez.

Por um segundo vejo surpresa em seu rosto. Porém, ela troca rapidamente de expressão e ri.

— Você descobriu, queridinha? Eu queria te deixar em paz e ir embora tranquilamente, você deveria ter feito isso. Mas não! — fala com uma voz totalmente cheia de ódio, embora seja calma. — Você precisava se intrometer!

Delly pega em meu braço e me puxa para dentro de seu apartamento. Tento lutar. Porém, ela é bem mais alta e forte do que eu. Logo descubro que lutar é inútil. Delly rapidamente me imobiliza no chão. Ela amarra meus braços com uma corda, que não sei da onde surgiu. Me sinto um tanto atordoada devido ao chute que recebi em minha têmpora, quando Delly estava me imobilizando. Ela me empurra até um quarto.

— Peeta! — grito ao vê-lo.

Ele está amarrado na cabeceira da cama com uma mordaça na boca. Peeta tenta falar. Sua expressão é de total agonia e medo ao me ver.

— Ei, vou ter que apertar novamente sua mordaça? — diz Delly. — Trouxe um presentinho para você, sua querida Katniss. Sabe que ela não é nada esperta?

Peeta me olha. Luta para se livrar das amarras, mas é inútil. Posso sentir seu desespero. Delly me amarra no pé da cama e tampa minha boca com um pano, que cobre grande parte do meu rosto, tornando minha respiração um pouco difícil. Ela também amarra minhas pernas e pés. Consigo ver Peeta perfeitamente, embora tenha que ficar em uma posição incomoda para fazer isso.

— Eu avisei, Peeta, disse para não me desafiar. O que foi? — diz em um tom zombeteiro, ao perceber que Peeta quer dizer algo. — Não, eu não vou libertar sua querida Katniss. Aliás, as coisas vão ficar até mais divertidas com ela aqui... Como você se sentirá ao ver sua querida Katniss sofrendo, hein? Sofrendo como eu sofri! Você nem faz ideia como aquele incêndio mudou a minha vida! — solta uma risada sarcástica.

Peeta está furioso, tenta outra vez lutar contra as amarras.

— Você sabe como é agonizante perder a coisa que você mais amava neste mundo? Minha vida era atuar. Mas você roubou isto de mim! Você tirou de mim a razão de minha existência. E você ainda me pergunta por que eu quero ver você sofrendo? Eu quero que você passe por tudo o que eu passei. Atuar era tudo para mim! Era o ar que eu respirava, a água que eu bebia.

O olhar de Peeta que antes era de fúria, agora é de pena. Sei que ele está sofrendo. Peeta se culpa muito pelo que aconteceu, e ainda mais por ter abandonado Fantiny quando mais precisava dele. Talvez, ele já tenha consciência de que a culpa pelo incêndio não foi dele, mas abandonar Fantiny isso é algo que ele dificilmente vai conseguir se perdoar. Peeta me confessou que Fantiny o culpava pelo incêndio. Esta foi uma das razões pelas quais Peeta a abandonou. Não podia conviver com os olhos acusadores de Fantiny.

— Você não tem ideia de como foi ficar naquela cama de hospital, ter meu corpo coberto de queimaduras, de como doía? Não era dor física, não, se fosse dor física eu suportaria. Doía porque eu nunca mais poderia fazer aquilo que amava. Estava sozinha e perdida. A única coisa que me manteve viva era a vingança. Eu queria fazer você sofrer pagar por tudo aquilo que me fez! Você sabe como foi aterrorizante para mim, acordar naquela cama do hospital toda a noite aos gritos e sozinha? Sabe como era reviver todas as noites aquela cena, em que eu sentia minha carne queimar e sentir que me era roubado a única coisa que de fato importava para mim? Todos me abandonaram! Você foi o primeiro a fazer isso! Você que era o culpado de tudo. Você que havia me tirado tudo! Depois meus pais me abandonaram, já que eu não poderia mais render dinheiro algum. Eu não servia mais para nada. Era uma inútil! Meus amigos me viraram as costas. ― pelos olhos de Delly passam um brilho de loucura.

Ela está louca, compreendo. Não há nenhuma sombra de Fantiny nela, a garota gentil morreu. A solidão, a perda daquilo que mais amava, o abandono de seus entes queridos perturbaram o psicológico dela, fazendo-a se tornar um ser insano. Tudo que restou nela foi ódio. Delly é uma casca vazia preenchida apenas pelo ódio e pela vingança.

Estou com medo, temo pela vida de Peeta e a minha. Ela está fora de seu juízo pode cometer qualquer loucura.

Delly se aproxima de Peeta.

— Olhe para mim! Você nem ao menos me reconheceu! É, claro que fiz diversas cirurgias plásticas, mudei meu nome. Mas eu tinha a vaga esperança que quando me visse eu lhe pareceria familiar. Porém, nem isso! Nem mesmo quando eu me identifiquei como MMM. — Delly ri sarcasticamente mais uma vez. — MMM? Muchacha muy mala, era assim que você me chamava. Mas você nem ao menos lembrou disso! O que eu estava esperando?

Ela se cala e encara Peeta. Ele já não luta mais contra as amarras apenas lança um olhar triste para ela, um olhar de remorso. Peeta também sabe desta dura verdade, ela está louca.

— É por isso que você deve sofrer, sentir na pele como é perder o que você mais ama! No começo, eu pensei que era seu título de príncipe da nação. Mas eu me dei conta que não era. A coisa que você mais ama é Katniss.

Delly olhou em minha direção, com olhos enigmáticos.

— Me aproximar de você foi muito fácil. Aliás, você não estava ciente de mim, porém, eu sempre soube de você. Seguia seus passos, um a um — ri. — Aguardei o momento de me vingar de você pacientemente. Até que o momento surgiu. Tudo que precisei fazer foi pintar meu cabelo! Você queria tanto uma assistente loura...

Peeta estava atrás de uma assistente loura para encobrir o incidente do elevador no hotel. Nós dois havíamos nos encontrado as escondidas. Marissa Cooper e Enobaria quase nos pegaram em fragrante naquele dia. Ainda bem que eu estava disfarçada, usava uma peruca loura. E Peeta disse que eu era a sua assistente, que estava o ajudando. Para não levantar suspeita, ele encontrou uma assistente loura, Delly.

— Eu queria ver você sofrendo, chorando por perder aquilo que mais amava e da pior forma possível. Você infligiria sofrimento a Katniss. Como eu me deliciei vendo seu sofrimento, vendo você se remoendo de dor, porque estava fazendo sua querida Katniss sofrer. Doeu, não foi?

Delly começa a andar pelo quarto. Um quarto incrivelmente organizado, assim como a sala. Peeta apenas percorre seu olhar entre mim e Delly, sem saber o que fazer.

— Isso não foi nada, a minha dor foi muito maior...

Ela interrompe seu discurso e olha para Peeta.

— Você está tentando escapar de novo? Que feio! — fala com um toque sarcástico. — Você não pode escapar de mim. Você perdeu este jogo, Peeta! Fim de jogo, admita que eu ganhei! Admita que dói menos.

Assim que olho para Peeta entendo o que ele estava fazendo. Estava tentando desfazer as amarras.

Delly pega um abajur, em cima da cômoda, e sem aviso joga-o na cabeça de Peeta. Ele desmaia imediatamente. O abajur se desfaz em pedaços.

— Continuamos nossa conversa, quando você acordar — ela nem ao menos me lança qualquer olhar quando sai do quarto.

Tento avaliar minha situação, estou atada no pé da cama. Meus movimentos são muito limitados. Meus pés e mãos estão atados. Delly realmente sabe como fazer um bom nó. Preciso dar um jeito nisso. Haymitch me obrigou a fazer um curso de como se livrar de amarras para o filme que estrelei o ano passado, em que eu interpretava Mia, uma garota vingativa. Mia era sequestrada no filme e precisava libertar-se de amarras. Haymitch vez questão que eu fizesse a cena sem duble. Obrigada, Haymitch! Nunca pensei que isso salvaria vidas.

Preciso de um objeto cortante. Um pedaço do abajur que está aos meus pés me chama a atenção. Isso é perfeito.

Contorço meu corpo até conseguir alcançar o caco de vidro. Com meus pés consigo trazê-lo até mim. Preciso fazer um esforço supremo para pegá-lo, mas eu consigo.

Necessito ser rápida. Ninguém sabe quando Delly voltará. Também preciso ficar calma. Tento não olhar para a o local em que Peeta jaz desacordado. Se eu fizer isso, a calma irá embora em um instante.

O barulho da corda sendo cortada é muito animador. Só mais um pouco, só mais um pouco, repito mentalmente quando sinto o caco de vidro me cortar. Preciso ignorar a dor e continuar minha tarefa. Respiro fortemente e sigo. Sinto outra vez o caco de vidro rasgando minha pele, porém prossigo, não há tempo para sentir dor. Eu preciso fazer alguma coisa, quem sabe quais são exatamente os planos de Delly. A maneira que ela bateu em Peeta com o abajur foi totalmente horripilante. Ela parecia até ter gostado disso.

Finalmente, consigo me livrar das amarras. Minhas mãos estão cheias de cortes, que doem muito e sangram. Ignoro a dor e o sangue. Desfaço-me das amarras de minhas pernas e do pano em minha boca.

Meu coração quase para ao ouvir um barulho. Respirar tornar-se uma tarefa quase impossível. Se Delly entrar por aquela porta agora, tudo está acabado. Consigo me acalmar ao verificar que o barulho parou e que Delly não entrou no quarto.

Vou até Peeta. Verifico a sua respiração. E tenho que conter um grito de alívio ao averiguar que ele respira normalmente.

— Peeta! — sussurro em seu ouvido.

O sangue vermelho e quente escorre por sua face. Há um machucado em sua testa, provocado pelo abajur. Tento limpar o sangue de seu rosto.

— Peeta! — murmuro novamente em seu ouvido. Como da última vez não obtenho nenhuma resposta.

Ouço novamente aquele barulho. Imediatamente me afasto de Peeta. É tudo ou nada agora. Procuro pelo quarto algo pesado. Meus olhos vão parar em um abajur, igual aquele que Delly utilizou para nocautear Peeta. Agarro o abajur. Me posiciono junto da porta e torço para que isso dê certo. Porque senão der, eu e Peeta estamos muito encrencados.

Delly abre a porta. Com todas minhas forças solto o abajur em sua cabeça. Ela cai no chão sem nenhum grito.

— Meu Deus! Eu... eu... matei Delly!

Estou apavorada e trêmula. Olho para Peeta que continua desacordado. Com medo, com minha respiração suspendida, me aproximo de Delly, pego em seu pulso. Ela ainda está viva. Respiro um pouco mais aliviada e vou até Peeta.

— Peeta! — grito, dando uma grande chocalhada nele. Porém, ele permanece imóvel.

O que eu faço?

Delly confiscou meu celular, quando me amarrou, lembro. Ela havia o deixado em cima da mesinha da sala. Rezando para que ele ainda esteja naquele lugar, vou para lá.

O celular ainda está ali.

Chamo Josh.

— Katniss, onde você está? — ele atende após o primeiro toque.

— Peeta não quer acordar... Delly... eu bati nela e agora ela está desacordada... — minhas palavras saem totalmente incoerentes. Não sei o que estou falando.

— Calma, Katniss! Onde você está?

— No apartamento de Delly ― consigo falar finalmente algo que faça sentido.

— Onde fica isso?

Passo para ele o endereço.

Enquanto eu ia ao encontro de Delly (após roubar o carro de Josh). Josh foi atrás da polícia, é o que ele me conta, tentando manter a calma.

— Estou indo aí. A polícia não vai demorar a chegar!

Volto para o quarto. Delly ainda está deitada no chão desacordada. Peeta também continua desacordado. Tento novamente o acordar. Meu desespero só cresce toda vez que tento acordá-lo, nem gritos, nem empurrões parecem trazê-lo de volta.

Estou quase perdendo as esperanças, quando sinto os músculos de seus ombros se mexerem.

— Peeta!

Ele abre os olhos. Seus incríveis olhos azuis finalmente estão abertos.

— Graças a Deus!

Abraço-o fortemente, como se não quisesse o soltar mais. Peeta faz um barulho. Só então me dou conta que ele ainda está com a mordaça na boca. Tiro-a.

— Katniss! — sua voz é fraca, quase um sopro.

— Está tudo bem. Josh e a polícia já estão vindo para cá! — digo tentando sorrir.

— Você está bem? — pergunta fazendo um extremo esforço para falar.

— Eu estou, não se preocupe.

Ele olha para mim e parece um tanto incrédulo sobre minha afirmação ao ver o estado de minhas mãos.

— Não se preocupe, são apenas arranhões.

— Katniss... — ele acaba de ver Delly no chão e procura por uma explicação olhando de maneira interrogativa para mim.

— Ela está viva... eu verifiquei — tento falar calmamente, o que é um pouco difícil, levando em consideração que estou completamente apavorada.

Ele me olha pedindo por mais explicações.

— Tive que jogar o abajur nela. Não teve outro jeito — falo enquanto corto com um caco de vidro as cordas que o prendem. — Mas ela está bem ― tendo não demonstrar minha consternação.

— Por que fez isso? Você poderia ter morrido! ― afirma com uma clara expressão de pavor em seu rosto.

— E por que você fez isso? Por que procurou Delly sozinho quando descobriu que Fantiny era ela?

— Porque eu nunca me perdoaria se alguma coisa acontecesse a você — fala me olhando.

Termino de cortar as amarras de Peeta.

— Consegue se levantar?

Ele balança a cabeça. O ajudo a levantar-se da cama. Ele passa um dos braços por meu ombro.

— Como ela conseguiu te prender? — indago, enquanto caminhamos até a sala. Ficar no mesmo local em que Delly está, não é uma boa ideia. Antes de nos afastarmos tranco o quarto para o caso de Delly acordar antes da polícia chegar.

— Quando Marissa falou que possivelmente Delly era Fantiny, quis confirmar com meus próprios olhos. Eu tentei te ligar ontem... para te alertar. Estava com medo que Delly fizesse algo contra você, se descobrisse que tínhamos conhecimento de sua identidade. Passei a noite vigiando seu apartamento. Não queria tirar os olhos de Delly nem por um segundo.

Eu e Peeta chegamos até o sofá. Ajudo-o a sentar-se.

— Hoje de manhã, liguei para você. Após ter dado meu recado, eu sabia que estava na hora de confrontar Delly. Vim até aqui. Ela ficou espantada em me ver em seu apartamento. Tentei lhe dar uma desculpa qualquer. Porém, não funcionou. Delly é muito esperta e antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, ela bateu em minha cabeça com algum objeto. Quando acordei estava amarrado naquela cama...

— Não faça mais isso, Peeta! — o repreendo.

— E nem você faça mais isso! Não sabe como eu fiquei quando eu te vi nas mãos de Delly! Pensei que iria morrer se algo te acontecesse.

Sorrio para ele.

— Mas eu te salvei no final.

E pela primeira vez em meses, ouço a risada de Peeta. Não é aquela risada falsa que ele usa quando está atuando, esta é a verdadeira. É uma risada de alívio.

— É, você me salvou — assente com a cabeça.

— Você me deve uma, Peeta Mellark! — digo também rindo.


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Notas finais do capítulo

Odiaram? Gostaram? Muitos de vocês já tinham descoberto a identidade de Fantiny, sim, o tempo todo era ela. Ela tomou uma atitude um tanto radical, não? Fantiny está louca fato. Tudo aquilo por que ela passou acabou a deixando doente. Sua história é bem triste, perdeu aquilo que mais amava, todos que ela gostava lhe deram as costas... O que ela fez não estava de maneira nenhuma correto, mas ela está doente, completamente louca. Deixemos Fantiny de lado e foquemos em nosso casalzinho. O que será que irá acontecer com eles depois disso? Katniss irá perdoar Peeta? (Isso está até parecendo "Amores inquietos" hehehehe). Então, não percam o penúltimo capítulo de "Amores inquietos"... quero dizer, "Jardim de estrelas" rsrsrsrs.