Jardim de Estrelas escrita por Hanna Martins


Capítulo 3
Garotas em fuga


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, queria pedir mil desculpas pelo atraso, estava viajando e não foi possível postar o capítulo, lo siento. Autora triste. Mas agora estou aqui de volta, alguém feliz? Ok, ninguém feliz fazer o quê?
Ah, como eu amo vocês! Vocês me surpreenderam mais uma vez (vocês sempre me surpreendem!). Não recebi nem uma, nem duas, nem três, mas QUATRO recomendações. Vocês realmente sabem fazer uma autora feliz. Capítulo dedicado a:
Aninha Demigod;
Luah Everdeen di Angelo;
Rebeca Miranda;
Yasmin Janaina Silva.
Suas lindas, vocês são demais! Muito obrigada pelas lindas recomendações.



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Estava sentindo muita falta de acordar sentindo a respiração suave de Peeta em meu pescoço e o calor de seu corpo. Quando ele chegou? Estava tão exausta que peguei no sono e nem vi Peeta chegar, de qualquer forma, deve ter sido altas horas da madrugada.

Ontem, depois de muitas tentativas, consegui falar com Peeta. Ele pediu para que eu fosse a casa dele, já que chegaria tarde e não poderia ira até meu apartamento. Esperei horas por Peeta e acabei adormecendo na sala de TV, enquanto assistia a um filme qualquer, desde que passam na TV quando não tem mais nada para passarem. E agora estou aqui, na cama de Peeta.

Viro-me lentamente, sorrio ao olhar para o rosto adormecido de Peeta. Observo seus longos cílios louros. Sou fascinada pelos cílios de Peeta, sempre me pergunto o porquê deles nunca se enrolarem um no outro quando seus olhos piscam. Contorno com meus dedos seu rosto perfeito, cada linha parece ser desenhada por um artista muito inspirado (eu não estou exagerando).

– Sou tão lindo assim que você precisa tocar para saber se sou real? – fala com os olhos fechados.

– Peeta! – o repreendo. – Você me assustou!

Ele abre seus belíssimos olhos azuis e me encara.

– Te assustei? Dizem que quando alguém leva um susto é porque estava planejando coisas não muito boas – ele sorri de forma sexy. – Você estava pensando em abusar de mim, senhorita Everdeen?

Bufo.

– Até parece!

– Então, era verdade! – me puxa contra seu corpo me aninhando em seu peito.

Tento me soltar dele, mas a única que consigo é que ele me prenda ainda mais contra seu corpo.

– Admita, você estava tendo pensamentos impróprios comigo!

Um sorriso brincalhão surge em meus lábios.

– Ok, eu me rendo, confesso o meu crime, estava tendo pensamentos impróprios com você! Satisfeito?

Peeta ri e me dá um longo beijo. Ele deixa meus lábios e começa a beijar meu pescoço dando pequenas mordidas. Olho para o relógio em cima do criado mudo, 07:03.

– Ah! – grito.

– O que foi? – pergunta Peeta assustado e preocupado.

– As gravações! – digo enquanto saio dos braços de Peeta e me levanto da cama. – Vou chegar atrasada! Tenho que estar lá às sete e meia! Ah, meu Deus, Haymitch vai fazer picadinho de mim!

Em menos de segundo, estou, praticamente, descendo as escadas voando com Peeta atrás de mim.

– Ei, Katniss, fica calma! – tenta me tranquilizar.

– Você sabe como é Haymitch! Ontem, Gloss se atrasou e ele teve uma bela punição por seu atraso!

– Ok – diz resignado. – Mas eu te levo! Tenho gravações só depois das dez.

– Mas eu estou atrasada!

– Sem problemas! Vou pegar minhas chaves e vamos.

Ainda bem que Peeta é um bom motorista e com menos de vinte minutos chegamos ao estúdio de gravações.

– Viu, chegamos no horário! – sorri. – Está livre hoje à tarde? Tenho um horário vago.

– Hoje? Vou gravar até às seis da tarde...

Peeta suspira.

– E eu vou começar a gravar depois das seis – lamenta. – Acho que as gravações vão até madrugada, assim como ontem...

– Peeta, até que horas foram as gravações ontem?

– Quase até às três horas da madrugada – olho para ele espantada.

– E que horas você chegou?

– Eram quase quatro horas da manhã...

– Você deveria estar dormindo! – o reprendo.

– Não se preocupe comigo, estou bem – sorri. – Quero aproveitar todos os segundos possíveis que tenho para ficar com você – diz tirando uma mecha de cabelo de minha testa.

Eu queria ficar mais ao lado dele, aproveitar cada segundo. Só de pensar que depois de amanhã ela não estará mais aqui... Melhor eu nem pensar nisto.

Aproximo-me dos lábios de Peeta e lhe dou um beijo rápido. Se eu prolongar o beijo corro o risco de me esquecer do mundo e que, inclusive, estou quase atrasada e Haymitch já deve estar impaciente me esperando com uma faca e um caixão.

Saio do carro e entro quase correndo no estúdio de gravação. Vou para o camarim.

Gloss já está se preparando (ele deve ter aprendido a lição). Pergunto por Haymitch e para minha sorte ele está ocupado com o cenário, portanto, não vou ganhar uma bronca por meu quase atraso. Sim, Haymitch também dá broncas pelos quase atrasos. Você deve estar se perguntando por que eu ainda trabalho com ele, eu também.

Só fico livre depois das seis da tarde. Como Peeta disse que estaria gravando até tarde da noite, resolvo fazer como na noite passada, ir para meu apartamento e depois para sua casa.

Espero que desta fez a minha nada louca amiga (isso foi ironia) não resolva aparecer como ontem e ficar enchendo minha paciência (e olha que eu tenho muito paciência!). Sério, ontem ela ficou três horas, repetindo, três horas, falando sobre Josh e como ele era perfeito para ela. Não estou exagerando, quando digo que acredito que ela já esteja planejando quando será o casamento e quantos filhos terá com Josh.

E claro, não posso me esquecer de sua brilhante ideia de me fazer de cupido (está sentindo o tom de ironia?). Acho que Annie deve pensar seriamente em parar de beber, a bebida já está afetando seu raciocínio, porque, definitivamente, uma pessoa em sua sã consciência nunca iria desejar ter Katniss Everdeen como cupido, nunquinha.

Estou tão concentrada em maldizer a brilhante ideia de Annie que nem percebo que tenho um companheiro comigo no elevador, Josh.

– Oi, Josh – digo assim que percebo minha falta de educação. – Desculpa, estava distraída.

– Tudo bem – sorri.

– Ah, é verdade, ainda não te devolvi sua camisa! – falo dando um pequeno tapinha na testa.

– Não tem importância.

– Sinto muito mesmo, Josh! – me desculpo. – Você mal se mudou e já teve uma experiência digamos que não muito agradável com seus vizinhos.

Josh solta uma risadinha.

– Eu vou superar isso, não se preocupe – diz brincalhão.

– Espero que sim.

– De qualquer forma, se um dia eu ficar bêbedo e vomitar no elevador, pelo menos tenho a vantagem de minhas vizinhas não poderem me denunciar para o sindico do prédio.

Rimos. O elevador abre as portas.

– Já que você está aqui, vamos até meu apartamento para eu devolver sua camisa, é só um minutinho! – digo.

– Tudo bem – concorda.

Josh fica na sala, enquanto eu vou pegar a camisa dele. Quando volto, ele está concentrado olhando para um cd.

– Mockingjay? – leio a capa do cd. – Eu já os vi tocarem algumas vezes, não sabia que eles tinham um cd.

– É recente, eles são mais uma banda alternativa, não são tão conhecidos assim, por isso não foi feito um grande número de cópias, apenas para alguns fãs.

– Mas eles estão bem populares na internet. Há até um site para investigar quem são os membros da banda!

– Sério? – pergunta Josh surpreendido.

– Sim, Venia, uma colega de trabalho, me mostrou. Ela adora a Mockingjay – rio. – Você também é um fã deles?

– Algo do tipo – sorri. – Mas olha só a hora! – diz olhando para seu relógio de pulso. – Preciso ir.

– Aqui está sua camisa – estendo a camisa para ele.

– Obrigado – agradece.

– Era o mínimo que eu poderia fazer.

– Fique com o cd. Acho que você vai gostar deles...

– Tem certeza?

– Como agradecimento por lavar minha camisa – sorri gentilmente.

Ah, este Josh é realmente um tipo de rapaz que não se encontra por ai! Bonito, educado, inteligente, gentil. Pensando por este lado, até dá para perceber porque Annie se encantou por ele.

Assim que me despeço de Josh, meu celular começa a tocar e advinha quem é? Se você disse Annie, acertou.

– Alô! – atendo me preparando para a enchente de perguntas que virão.

– Então, falou com o Josh, hoje? – dá para sentir daqui a animação de Annie, que parece mais animada que criança na manhã de Natal, louca para abrir os presentes.

– É... falei.

– Falou?! – quase berra no telefone, ainda vou ficar surda.

– Sim.

– E?

– E o quê?

– Você conseguiu descobrir do que ele gosta?

– É...

– O quê? Você não descobriu! – fala entre decepcionada e zangada.

Droga, tinha me esquecido que prometi a Annie, quer dizer, praticamente, fiz um juramento solene, que iria descobrir do que ele gostava (o quê foi? Era a única forma de ela parar de falar dos atributos do Josh!). Espera, na verdade, eu descobri sim.

– Ei, você nem me deixa terminar! Eu ia dizer que descobri que ele gosta daquela banda nova, Mockingjay.

– Mockingjay? Aquela banda que nós vimos no Distrito 13?

– Esta mesma – confirmo.

– Isso é ótimo! – a voz de Annie, indica que ela já não está mais falando comigo e sim com seus pensamentos.

–Você não está...

– Te ligo mais tarde!

– Annie? – ela já não está mais na linha, estou falando sozinha.

No entanto, não demora muito para eu ter notícias de Annie. Em menos de meia hora, ela está literalmente batendo em minha porta (quer dizer apertando a campainha).

– Katniss, se arruma! Vamos sair! – diz assim que abro a porta.

– Mas o quê?

– Anda, logo, Katniss! Temos que nos apressar! – poxa Annie, realmente, adora responder as perguntas das pessoas.

Annie vai para meu quarto e abre meu guarda roupa, retirando uma blusa de moletom com capuz e calças jeans e entregando para eu vestir. Ela também está usando uma calça jeans e moletom com longo capuz. Uma das coisas indispensável no armário de uma celebridade são blusas com capuzes, quanto mais longo melhor. Seu cabelo está preso em um coque no alto da cabeça. Annie faz o mesmo com meu cabelo.

Quando percebo estou dentro do carro de Annie, a caminho de um lugar que eu desconheço. Annie seria uma ótima sequestradora, estou falando sério.

– Annie, a onde estamos indo?

– Você vai ver!

– Annie, você, agora, está levando vida dupla como sequestradora, é isso?

Annie ri e quando percebo estou em frente ao Distrito 13. Como eu não adivinhei isso antes? Era tão óbvio.

– Annie, o que você está pensando em fazer? – pergunto cautelosa com medo da resposta.

– Apenas quero ver a minha banda predileta se apresentando – responde.

– Aham? Mas...

– Vamos logo – diz me puxando para a entrada.

Entramos no Distrito 13, como sempre está tudo escuro, a iluminação é pouca, mal dá para ver as coisas direito. Uma música alta toca. Olho para o palco, um cantor canta acompanhado de um guitarrista.

– Ainda bem, chegamos a tempo! – diz Annie. – Pensei que eles já tinham começado a se apresentar. Vamos ao bar enquanto isso.

– Ah, Annie, você vai beber de novo! Lembra da última vez que você bebeu? Você vomitou no Josh. Tenho certeza que se você fazer uma coisa parecida outra vez, suas chances com o Josh acabaram – apelo. Ser a babá de Annie bêbada não é um dos trabalhos mais divertidos do mundo.

– Não vai acontecer, prometo!

Tento encontrar outro argumento, porém, minha voz é abafada pelos gritos da plateia.

– Mockingjay! Mockingjay! Mockingjay! – grita um público entusiasmado.

Eles aparecem no palco, mascarados, misteriosos, deixando a plateia totalmente louca. Os gritos só aumentam. Eles nada dizem, o vocalista se aproxima de microfone e de sua garganta sai uma bela voz. Cada vez mais que escuto esta banda percebo o quanto ela é boa. Sua música, suas letras, a voz do vocalista, tudo combina perfeitamente bem, formando um todo harmonioso.

Annie volta totalmente sua atenção para banda e esquece, para minha alegria, de ir para o bar.

Entretanto, não só Annie volta toda sua atenção para o palco, eu também faço o mesmo. Estou tão compenetrada em escutar a música que não percebo uma movimentação estranha ao meu redor. Sinto um fash em minha direção, olho para os lados e me deparo com um paparazzo.

– Annie! – quase grito. – Paparazzo!

– O quê? – fala me indicando que não escutou.

– Paparazzo! – indico com minha cabeça.

Annie segue a direção que eu aponto.

– Mas como? Ah, meu Deus, precisamos sair daqui – diz apavorada.

As fofocas podem ser horríveis neste mundo, uma simples saída com os amigos pode se transforma em um grande escândalo, e Annie, a rainha dos escândalos, sabe muito bem disso. Annie tem tentado se manter longe dos escândalos, mas isso é difícil, quando se é Annie Cresta qualquer coisa pode se torna um escândalo (e digo qualquer coisa mesmo, o fato de Annie ter trocado de manicure, por exemplo, gerou um escândalo, acredita?).

No entanto, é tarde demais para nós duas. Não só o paparazzo notou nossa presença, certas pessoas ao nosso redor ao ver o paparazzo perceberam que havia algo errado. Escuto os murmúrios.

– Annie Cresta! Katniss Everdeen!

Tento me tapar com meu capuz.

– Cadê o Peeta? – pergunta uma garota.

Não sei se é devido ao tumulto, mas não escuto mais nenhuma música. As pessoas ao nosso redor começam a falar cada vez mais e se aproximarem. A multidão, que está ao nosso redor, lembra um amontoado de abelhas que se aglomera perto da colmeia e zumbem cada vez mais alto.

A sensação é horrível, tenho a impressão que vou ser tragada a qualquer momento pelas pessoas que estão ao nosso redor.

Uma mão pega a minha mão de maneira forte, sem entender nada me deixo levar. Depois de algum tempo, reconheço o dono da mão, Josh. Em sua outra mão está Annie. Ele nos puxa.

– Venham comigo! – fala quando já estamos um pouco afastados da multidão.

Eu e Annie nos deixamos levar. Josh nos leva até a porta dos fundos do Distrito 13.

– Não podemos ir agora – diz Annie. – Devem ter outros paparazzi lá fora. Não vamos conseguir chegar até meu carro.

– Peguem meu carro – Josh estende a chave para mim. – Ele está estacionado a poucos metros daqui.

– Precisamos de uma distração – fala Annie. – Você pode nos ajudar mais um pouco? – pergunta Annie.

– É claro – responde prontamente. – O que tenho que fazer?

– Você pode pegar o meu carro? Os paparazzi devem estar por toda a parte e quando verem alguém com meu carro pensaram que somos nós, isso nos ajudará um pouco... Sinto muito em te pedir isso, mas...

– Tudo bem, sem problemas.

– Obrigada – agradece Annie.

– Muito obrigada, Josh – falo. – Não sei o que faríamos sem você! E desculpa por te meter nesta confusão.

– Agora, vocês precisam ir – diz.

Eu e Annie vamos até o carro de Josh. Para nossa sorte, ninguém nos vê. Acho que todos ainda estão muito ocupados procurando por nós dentro do Distrito 13. No entanto, sei que esta tranquilidade não irá durar por muito tempo. Foi ótimo Josh ter concordado em ser nossa distração.

Vamos direto para meu apartamento. Estamos tão exausta que praticamente desmaiamos em cima do sofá da sala. Fecho meus olhos e durmo aqui mesmo, na sala. Fugir dos paparazzi é um exercício que consome muitas calorias (quem ama fazer dieta deveria tentar). Não sei como ninguém pensou nisso, ganharia muito dinheiro, sério.

– Katniss! Acorda! – acordo com Madge me chamando.

– O que foi? – digo ainda sonolenta.

– A agência está doida atrás de você. Você não atendeu nenhuma ligação deles.

– Acho que meu celular está sem bateria. Mas por que eles estão atrás de mim?

Annie me olha e suspira. Não gostei deste suspiro. Ela pega seu tablet e me mostra.

– Por causa disso.

Olho para a tela do tablet, há fotos de mim e de Annie. Acordo totalmente neste momento. Leio o título da matéria, “Katniss Everdeen sozinha? Saiba tudo sobre a possível separação entre Katniss Everdeen e Peeta Mellark”.

– Mas o quê?

Só faltava esta!


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Katniss está encrencada, sim ou com certeza? Estão vendo que ser famosa não é nada fácil para Katniss, ela nem pode aproveitar-se de seu namorado em paz e ainda precisa enfrentar as fofocas... Só tenho uma coisa a declarar, Katniss, eu não gostaria de estar na sua pele rsrsrs