Assim que sai do consultório do Dr. Apolo passei na recepção para ligar pra minha mãe, avisar que está tudo bem (na medida do possível), que pode me visitar amanha e era para trazer a Thalia e algumas coisas minhas. Ela disse que ia trazer outra pessoa, mas não quis me contar quem era. Por falar em contar, tinha que contar tudo ao Percy, querendo ou não ele virou meu melhor amigo aqui.

Segui minha rotina, e a noite o Percy veio me ver, como sempre.

–Olá, como foi seu dia? – perguntei.

–Oi, ah, você sabe, normal – ele disse – e o seu?

–Ah, normal também – disse parecendo desanimada – e minha mãe e Thalia vão vir me ver amanha! – agora sim, eu disse super animada.

–Fico tão feliz por você! – ele disse me abraçando – você disse Thalia?

–Sim, por quê?

–Porque eu tenho uma prima chamada Thalia Grace.

–Eu acho que é ela – eu disse surpresa – ela é meio roqueira né? Gosta de Green Day?

–Sim! Não acredito que sua melhor amiga é minha prima – ele disse rindo.

–Eu também não acredito. Se quiser vir junto para falar com ela, tudo bem.

–Ah, não sei, é para você matar a saudade delas. – ele disse em duvida.

–Não tem problema.

–Eu dou uma passada depois, pode ser?

–Ok, tudo bem – eu disse. – Ei, você nunca me conta coisas suas! Me conta alguma coisa. – disse curiosa para saber alguma coisa dele.

–O que você quer saber?

–Qualquer coisa, alguma situação vergonhosa. – eu disse com uma cara de maligna.

–Ok, deixe-me ver - ele disse pensativo, e eu ri – Ah, eu estava na praia com uns amigos, e estava muito chato, então eu peguei uma amiga no colo e a joguei no mar, foi questão de segundos antes que todos estivessem lá se divertindo na agua, e eu fui derrubado muitas vezes. Quando voltamos para a areia todos estavam rindo de mim, tinha um monte de algas na minha cabeça.

No final da história nos dois estávamos rindo.

–Boa cabeça de alga.

–Ei! – ele disse indignado – não começa.

–Você que contou, agora aguenta – eu disse ainda rindo.

–Ok, ok – disse ele vencido – agora sua vez, me conte alguma coisa sobre você.

–Não tenho muita coisa interessante para dizer. Sempre fui a sabe-tudo da sala, nunca tive muitos amigos e nem vivi altas aventuras.

–Precisamos mudar isso! – disse ele de repente – assim que você puder sair nos vamos viver altas aventuras.

–Esperarei ansiosa por isso, cabeça de alga.

–Eu também, sabidinha.

Conversamos mais um pouco, principalmente sobre musica, ele ama rock assim como eu, e adora Panic! At the disco, minha banda favorita, a dele é AC/DC que eu também amo. Depois me deu boa noite e eu fui dormir.

De manha, tudo ocorreu normalmente. A tarde lá pelas quatro horas foi que minha mãe chegou; Chamaram-me e eu fui recebê-la na sala de espera do hospital. Ela estava acompanhada de Thalia e Luke! Ele é meu primo favorito, é um pouco mais velho que eu, mas isso nunca o impediu de brincar comigo quando eu era mais nova. Ele é alto, tem cabelos louros cor de areia, e uma cicatriz embaixo do olho causada por um gato raivoso. Assim que o vi fui correndo e o abracei, não me lembrava de quanto sentia sua falta ate vê-lo, fazia 2 anos que não nos víamos.

Conversamos muito e ninguém tocou no assunto de eu estar internada em um hospital psiquiátrico, achei até bom. Minha mãe trouxe mais roupas, livros, e meu notebook (aleluia Senhor).

–Thalia, você tem um primo chamado Percy Jackson? – perguntei.

–Sim, por quê? – ela respondeu confusa.

–Ele está trabalhando aqui, não é?

–Eh verdade, agora que eu lembrei. Meu tio Poseidon o colocou em um trabalho comunitário depois de ser expulso de mais uma escola – ela disse como se fosse uma coisa insignificante, mas eu a encarei assustada.

–O que ele fez?

–Se envolveu em brigas, muitas brigas. Ele sempre foi assim meio revoltado.

–Ah, entendi – eu disse. Depois ia conversar com o Percy sobre esse comportamento.

–Você o conhece? – Thalia perguntou curiosa.

–Sim, ele me ajudou muito aqui.

–Aham, sei – ela disse com uma voz e cara maliciosa.

–Cala a boca – eu disse.

–Eu quero conhecer esse rapaz Annabeth – minha mãe disse seria.

–Calma mãe. Vou pedir para chama-lo.

Andei ate a recepção e pedi a Meg, a recepcionista, para chama-lo. Eu só não usei meu walkie talkie para evitar perguntas constrangedoras. Ela o chamou e depois de uns três minutos ele chegou, me deu um abraço e eu fui apresenta-lo a minha mãe e Luke.

–Mãe, Luke este é o Percy, ele ajuda aqui no hospital e essas coisas. Percy está é minha mãe, Atena, e meu esse é meu primo, Luke.

Eles se cumprimentaram, Percy deu um abraço na prima, e minha mãe começou o questionário.

–Quantos anos você tem?

– Dezesseis.

–Onde estuda?

–Ainda estou procurando uma escola.

–Por que se envolveu em brigas? –minha mãe perguntou e o Percy fuzilou a Thalia com os olhos.

–Para proteger meus amigos.

–Mãe! Acho que já está bom, não é – eu disse indignada.

–Só estávamos conversando, não é Percy querido?

–Ah, claro Sra. Chase.

–Agora vou ver se a Annie pode sair para tomar um sorvete, já volto crianças. – minha mãe disse, e saiu em direção a recepção (é o lugar para tudo).

Pov. Percy

Assim que a mãe de Annie voltou, com as mangas da camisa levantadas (vai saber), fomos a uma sorveteria. Ao longo do caminho conversei mais com Thalia, minha prima que eu não falava há uns três anos. Costumávamos a contar tudo um ao outro, então tínhamos muito que falar. A Annie grudou no Luke, eles estavam fazendo piadinhas internas e brincadeirinhas, como cócegas e cavalinho, aquilo estava me deixando louco, eu é que devia brincar com ela assim.

Quando já estávamos tomando sorvete Thalia me puxou num canto para conversarmos.

–Ei, o que você tem? Fica encarando a Annie e o Luke toda hora.

–Nada a ver – eu disse revirando os olhos.

–Você esta com ciúmes? – ela perguntou com um sorriso de orelha a orelha.

–O que?! Claro que não! – eu disse um pouco rápido demais.

–Ai meus deuses! Não acredito que meu priminho revoltadinho está apaixonado. – disse ela toda alegre.

–Ei! Eu não sou revoltado, e não estou apaixonada. – eu disse indignado.

–Ah, cala a boca! Está na cara, estampado na testa “quero ser o Sr. Chase”.

–Vou te dar um soco se não calar a boca. –disse começando a ficar nervoso.

–Eu não tenho medo de você! Sempre ganhava nossas brigas quando éramos menores.

–A gente cresceu, e eu ganhei músculos – disse mostrando meu braço, e a Thalia começou a rir que nem doida.

–Coitado, não tem noção nem do corpo que tem – ela disse ainda rindo da minha cara. – Enfim, quando você vai se declarar para ela?

–Que? Não – eu disse depressa – a gente mal se conhece!

–Então trate de se conhecerem, marca um encontro com ela.

–Ela não pode ficar saindo do hospital.

–Você vai dar um jeito, está trabalhando lá, consegue dar uma escapada com ela, sei que pode - ela me disse dando uma piscada.

–Ta bom, eu vou tentar. – eu disse convencido de que era isso o que iria fazer.

–Esse é meu garoto, agora um aviso – ela disse com uma cara muito sombria – se você magoar minha melhor amiga a batata vai assar para o seu lado. – Eu não sabia se ria ou se ficava com medo – entendeu?

–Sim. – eu disse me encolhendo.

–Muito bem – ela disse voltando ao normal – vamos voltar para a mesa.