Depois de falar para a diretora qual grupo ajudaria voltei para o corredor que estava antes, mas a Sky, o Lys e o Castiel já não estavam mais lá. Fui para o meu armário e o abri pegando minha mochila, a joguei em cima do meu ombro direito, fechei o armário e caminhei até o pátio.

Ao chegar lá, os avistei conversando, mas antes de chegar até eles fui parada pela April.

– Oi Angie – Ela falou animada, não parecia triste por meu irmão ter que ir viajar por um tempo indeterminado, mas eu sabia o porquê, eles estão conversando por pelo menos 3 horas diretas pelo telefone, além de se verem de noite pela webcam.

– April – Suspirei, eu já sabia o que ela queria, e é exatamente o que eu não quero.

– Tudo bem? – Ela questionou sorrindo, aquele sorriso que encantou meu irmão.

– Vamos direto ao ponto – Disse dando pequenos passos e ela me seguiu – Eu sei o que você quer, do mesmo jeito que você sabe que eu não quero. Então por que não esquecemos isso?

– Angie, você sabe que eu amo muito de você – Ela disse e eu parei – Mas foi um pedido do seu irmão, e eu amo mais ele, então não vou esquecer – Suspirei derrotada, ela não vai desistir.

– O amor de vocês é lindo, e eu aprecio muito isso – Falei voltando a andar – Você sabe disso, o Sebastian sabe disso, a Sky sabe disso, simplificando todo mundo sabe que eu aprecio o amor de vocês.

– Eu sei, eu agradeço por isso – Ela disse sorrindo ainda mais.

– Vocês ficam tão legais juntos, mas tem momentos que eu tenho vontade de dar uns tapas em vocês dois – No que eu falei ela parou de andar do nada, mas depois voltou ao meu lado.

– Eh, tá né... – Ela falou meio desconfortável.

– Não precisa ficar assim, você sabe que eu nunca faria isso – Falei e ela relaxou – Com você – Falei depois de pensar bem. Ela me olhou e depois balançou a cabeça em reprovação.

– Bom do mesmo jeito aqui está – Ela disse me entregando o envelope dado pelo meu irmão.

Eu estava levando a minha mão para pega-lo, mas a puxei de volta.

– Você sabe que eu não preciso certo? – Ela assentiu – E que ele é um idiota por me dar?

– Sim, ele é um idiota – Ela disse e eu ri pegando o envelope – Mas se ele perguntar eu negarei que o chamei assim.

– Tenho certeza, você já ligou para ele hoje?

– Ainda não, ligarei quando chegar em casa.

– Ótimo, então quando você ligar diga que eu o chamei de idiota, e que eu tentei negar de pegar o envelope, mas ele tem uma namorada muito insistente, e também diga que ele não deveria ter de maneira nenhuma me dado ele – Disse, ela simplesmente assentiu e foi embora.

Guardei o envelope dentro da minha mochila e quando ergui o olhar notei que a Sky, o Lys e o Castiel me encarravam.

– Vocês vão ficar me encarrando ou a gente pode ir para o meu apartamento? – Perguntei e comecei a andar em direção ao apartamento.

Quando cheguei em casa, deixei meu celular em cima da mesinha de centro da sala e fui direto para meu quarto sendo seguida pelos três. Joguei minha mochila perto da cama e me sentei na ponta da mesma.

– Por que você foi na diretoria aquela hora? – Castiel perguntou se sentando do meu lado.

– Precisava falar com a diretora sobre os clubes – Disse. Sky se sentou no chão encostando-se à parede e o Lys se sentou ao lado dela.

– E em qual você entrou? – Lys perguntou.

– Em um aí – Falei e esperei alguém mudar de assunto.

Joguei meu tênis para um canto do quarto e deitei colocando minha cabeça sobre as pernas do Castiel.

– Sobre o que você e a April estavam discutindo? – Sky perguntou.

– Nós não estávamos discutindo – Disse.

– O que era aquele envelope que ela te entregou? – Lys perguntou e eu me virei para encara-lo.

– Meu deus, vocês só sabem fazer perguntas? – Questionei voltando a encarar o teto.

– O que tinha no envelope, Angie? – Castiel perguntou acariciando meu cabelo.

– Nada de mais – Respondi.

– Responda Angélica – Sky disse.

– Como vocês são chatos – Disse jogando meu braço para fora da cama alcançando a mochila, abri um zíper e tirei dele o envelope dado pela April. O trouxe para o alto para conseguir vê-lo, o abri tirando um pedaço de folha de caderno dobrado que amacei em minha mão e arremessei o envelope para o Lys e a Sky.

Enquanto os dois abriam o envelope e viam o seu interior, eu amacei mais ainda a bolinha e a arremessei na minha escrivaninha.

– ...treze, quatorze, quinze, dezesseis – Lys contou.

– Angie por que a April te deu... – Sky fez a conta – 700 reais?

– 800, Sky – Lys corrigiu.

– Que seja, por que ela te deu? – Sky perguntou.

– Não foi ela – Disse de olhos fechados.

– Claro que foi, nós vimos – Castiel argumentou.

– Sim, vocês viram ela me entregar, mas não foi ela que me deu – Falei e o quarto ficou em silêncio, eles estavam confusos.

– Explique melhor – Pediu o Lys.

Abri os olhos e me sentei na cama de um modo que dava para ver os três claramente.

– É simples, isso – Disse apontando para o envelope no colo da Sky – foi um presente obrigatório...

– Presente obrigatório? – Sky perguntou.

– E quando alguém te dá uma coisa que você não pode recusar – Expliquei e ela acenou com a cabeça que entendeu – Voltando, foi um presente obrigatório, mas não foi a April que me deu ela só foi um meio de entrega, ela só tinha que me entregar, entenderam?

– Se não foi ela que te deu, então quem foi? – Castiel perguntou.

– Uma pessoa secreta – Falei, me levantei e saí do quarto indo para a cozinha e eles me seguiram.

– E por que essa pessoa te daria dinheiro? – Sky perguntou.

– Não tenho a menos ideia – Disse pegando quatro copos e os enchendo de suco.

– E você não acha isso estranho? – Lys perguntou.

– Não – Respondi simplesmente.

– Então uma pessoa secreta te dá dinheiro por uma razão que desconhecida e você não estranha? – Castiel questionou depois de beber um pouco do suco e eu neguei com a cabeça.

– Você sabe que esse dinheiro pode ser roubado né? – Sky falou.

– Chega, vocês já fizeram muitas perguntas para um dia – Disse e bebi o resto do suco em meu copo – E não, o dinheiro não é roubado.

– Como você sabe? – Castiel perguntou levantando uma sobrancelha.

– Nada de perguntas – Briguei e meu celular começou a tocar. Segui até a sala, deixando eles na cozinha e o peguei.

Número desconhecido aparecia na tela enquanto ele tocava. Atendi.

Ligação On

– Alô – Disse e ninguém disse nada – Alô? – Tentei novamente.

– Por favor Angélica, não desliga – Uma voz muito conhecida disse.