POV’s Castiel

Depois de assistirmos o filme de terror, escolhi um dos filmes que ela tinha, para colocar para ela ver e conseguir dormir sem medo.

Escolhi A Fera, pois era o único que parecia ter uma história não-clichê, e eu acertei em cheio ao escolher esse, pois ela disse que é o seu favorito. Começamos a assistir, ela estava adorando, diferente de mim que estava achando chato.

“Querida Lindy. Estive pensando em cartas recentemente. As de verdade, escritas a mão. E como é terrível que ninguém mais as escreva. Então decide começar uma para você hoje. E escreverei para você todos os dias por muito, muito tempo, porque acho que corro o risco de me apaixonar por você.”

– Essa não é coisa mais fofa que você já viu? – Angie perguntou apoiando a cabeça em meu ombro enquanto me olhava.

– Tanto faz – Falei sentando um pouco mais próximo dela e colocando meu braço envolta de seu pescoço.

Durante várias cenas Angie ficava suspirando docemente. Depois de vários longos minutos o filme acabou com aquela cena clichê de todo filme romântico: o beijo do casal.

Depois que o filme acabou ficamos conversando, e eu ria do jeito melosa que Angie estava.

POV’s Angie

Eu acordei feliz, não tinha certeza do por quê, mas estava feliz. Senti um perfume, era um pouco estranho, mas era gostoso, eu reconhecia aquele perfume, mas não queria acreditar que poderia ser dele. Abri os olhos e o vi, ele estava deitado do meu lado me abraçando, enquanto eu estava deitada em seu braço, usando-o como travesseiro.

– Castiel – Chamei em um tom doce passando a mão em seu rosto – Castiel? – Repeti em um tom normal, retirando minha mão de seu rosto, me lembrando de que ele estava na minha cama e ele abriu os olhos e sorriu para mim – Castiel – gritei assustada dessa vez, fazendo-o me soltar e indo para trás caindo de bunda no chão.

– Ei, ei calma – Ele falou se levantando.

– Você quer que fique calma? – Falei ficando em pé – O que raios você está fazendo aqui? – Perguntei brava.

– Calma ai – Ele falou rindo bagunçando ainda mais o seu cabelo com a mão.

– Por que você está aqui? Ou melhor, por que você estava dormindo abraçado comigo? – Perguntei mais calma

– Não é minha culpa , você que estava toda melosa ontem e dormiu em meus braços – Ele falou sorrindo e eu me lembrei da noite anterior.

– E por que você não foi embora depois que eu dormi?

– Porque você estava agarrada em mim – Ele falou e eu senti meu rosto queimar.

– Agora eu não estou mais, então vai embora – Falei tampando meu rosto com as mãos para ele não ver meu rosto corado, o que foi em vão.

– Não vai nem me levar até a porta? – Ele falou fingindo um tom de decepção.

– Como você é chato – Disse saindo do quarto o puxando pela mão e indo até a porta.

– Por que você está assim? – Ele perguntou quando abri a porta.

– Assim como? – Falei um pouco estressada.

– Desse jeito – Ele falou e apontou para mim – Estranha.

– Eu sempre fui assim – Falei estressada e abaixei a cabeça.

“Por que de todas as pessoas no mundo, tinha que ser bem você a reparar” – Pensei comigo mesma.

– Não, você não é assim – Castiel afirmou – Até ontem você estava normal – Ele disse colocando uma mão em meu ombro e outra em meu queixo, erguendo meu rosto – O que aconteceu?

– Nada – Falei me afastando dele – Vai embora – Balancei minha mão em direção à porta, sinalizando-a.

– Angie, eu não vou embora até você me falar o que aconteceu com você – Ele falou segurando a minha mão que sinalizava a porta.

– Castiel não – Tentei soltar a minha mão dele, mas ele não deixava.

– Angie – Ele falou erguendo meu rosto, me fazendo olhar em seus olhos – O que houve?

– Castiel... – Tentei falar, mas eu estava perdida nos seus olhos. Eu nunca tinha visto a cor preta tão perfeita, quanto a que estava em seus olhos.

– Me conta – Ele falou se aproximando nossos corpos, eu queria me afastar, não eu não queria, eu precisava, mas eu não conseguia.

– Eu não pos... – Mas antes que eu pudesse terminar de falar ele juntou seus lábios nos meus. Passaram segundos, mas eu podia jurar que passaram-se horas. Ele distanciou nos rosto e eu vi que ele me olhava com ternura - O que foi isso?

– Um beijo – Ele disse sorrindo.

– Por que você fez isso? – Perguntei um pouco brava, o empurrando.

– Porque parecia ser a coisa certa a fazer – Ele disse e eu me afastei mais virando de costas – Foi tão ruim assim me beijar?

– Só vai embora – Falei com a voz tremula.

– Você está chorando? – Ele colocou a mão no meu ombro.

– Não, não estou – Falei consertando minha voz – Vai embora – A minha fala seria verdade se eu não deixasse escorrer uma lágrima assim que ele fechasse a porta.

“Que droga, por que isso tem que acontecer comigo” – Pensei passando a mão no rosto para enxugar as lágrimas que haviam escapado – “Mas tanto faz agora, eu tenho que me arrumar”.

Entrei no quarto e fui em direção ao armário, e separei uma roupa, camiseta preta agarrada, jeans, e uma jaqueta moletom. Fui para o banheiro, liguei o chuveiro e entrei embaixo dele, fiquei lá um bom tempo até voltar para realidade. Quando saí do banheiro, me vesti, arrumei meu cabelo em um rabo de cavalo, calcei meu all-star da sorte azul-marinho, e passei um pouco de maquiagem para disfarçar que eu havia chorado.

“Ótimo estou atrasada de novo” – Pensei ao ver as horas, saí do apartamento e decidi ir andando ao invés de pegar um ônibus – “Já estou atrasada mesmo, qual a diferença de se atrasar um pouco mais” – Pensei andando em direção à escola.

Chegando na escola, o portão estava aberto até a metade e a Stela, a coordenadora, está parada do lado dele, com um caderno em suas mãos, o que ele escrevia os nomes de todos os atrasados.

– Você está atrasada de novo mocinha – Ela disse anotando meu nome em seu caderno.

– Diretoria? – Perguntei mesmo já sabendo a resposta.

– Diretoria – Ela repetiu o que eu disse afirmando.

– Ok, foi bom te ver – Falei, não estava brincando, de todas as coordenadoras ela é a com quem eu me dou melhor.

– Foi bom te ver também – Ela disse sorrindo, retribui e entrei na escola. Coloquei a toca da jaqueta, pois não queria ser encarrada pelas pessoas. E fui em andando em direção à diretoria, quando estava passando em frente à sala que eu deveria estar tendo aula parei de andar, senti o olhar dos alunos, mas o único que me incomodava era o de Castiel, continuei o meu caminho. Chegando a diretoria, bati na porta e ouvi a diretora me mandar entrar.

– Oi – Falei meio sem graça.

– O que trás você aqui Angie? – Ele perguntou sorrindo.

– Entrei atrasada denovo.

– Você anda tendo problemas? Você tem chegado atrasada muitas vezes – Ela perguntou preocupada.

– Não, eu só me distrai e perdi a hora, não vai acontecer denovo – Prometi.

– Está bem, vá falar com o Nathaniel para pegar a autorização para você entra na sala.

– Ok – Falei e saí da sala, estava caminhando para o grémio de cabeça baixa quando trombei em alguém e caí – Ai.

– Desculpe – Ouvi Nathaniel falar enquanto esticava a mão para me ajudar a levantar.

– Não foi nada – Falei pegando na mão dele e me levantando – Parece que a gente só se encontra assim – Ri e ele me acompanhou rindo junto.

– E sua perna? Está melhor?

– Sim – Disse, nem me lembrava mais que eu tinha machucado ela – E alias eu estava te procurando.

– Eu? Por quê?

– Cheguei atrasada denovo.

– Bom, eu não tenho mais autorizações, mas eu posso falar com o seu professor – Ele disse e eu assenti. Fomos andando para minha sala, assim que chegamos ele bateu na porta, o professor abriu e o Nath explicou que eu cheguei atrasada e que ele não tem mais autorizações.

– Bom não faz mal – O professor disse e sinalizou para mim entrar – Sente-se – Olhei a sala, minha carteira estava vazia, mas não queria me sentar perto do Castiel então me sentei em uma carteira na frente.