– Castiel – Ouvi Lysandre falar meio assustado.

– Que é? – Falei estressado para ele.

– Sua mão está sangrando – Ele disse, quando a olhei reparei que quando quebrei o tubo de ensaio um pedaço dele me cortou, e não foi um cortezinho pequeno.

– Droga – Resmunguei. Lysandre levantou a mão para chamar o professor.

– O que foi Lysandre? – Falou o professor.

– Acho melhor você vir ver – Ele falou e apontou para mim, todos os alunos olharam para mim assustados. O professor veio em nossa direção e viu minha mão.

– Vá para a enfermaria – O professor falou com indiferença.

Me levantei, fui para frente da sala na lixeira, abri minha mão soltando os cacos de vidro que tinham dentro dela.

– Castiel – Ouvi a Angie falar baixinho enquanto olhava minha mão sangrando.

Saí da sala e fui para enfermaria.

– Castiel, você por aqui, o que houve? – Perguntou a enfermeira, levantei minha mão e lhe mostrei. Sentei em uma cama que havia ali, enquanto a enfermeira pegava as coisas para enfaixar minha mão – Então querido, me diga, o que você fez para ter cacos de vidros em sua mão. Quebrou uma janela? – A enfermeira, Mônica, é a única pessoa que age como se eu fosse a pessoa mais gentil do mundo, pois me conhece desde que eu tinha uns 4 anos.

– Quase isso – Dei uma risada – Quebrei um daqueles tubos da sala de biologia – Mônica se espantou, mas não achei estranho, pois aqueles tubos são muitos resistentes, sei disso porque já os atirei pela janela uma vez, e eles continuaram intactos.

– E o que fez você quebrar um potinho desses? – Ela perguntou inocentemente, enquanto enfaixado minha mão.

– Apostei com os garotos – Falei e ela apertou a gase que estava enfaixando minha mão de proposito – Ai.

– Não minta para mim querido – Ela falou e afrouxou um pouco a gase – Quem fez você ficar irritado daquele jeito?

“Como ela sabe que foi alguém que fez eu ficar irritado?” – Pensei.

– Eu te conheço desde pequeno sei que não seria por uma aposta idiota que você estouraria aquilo e sim por alguém – Ela falou como se lê-se minha mente.

– Como você faz isso? – Perguntei.

– Isso o que? Saber o que você pensa?

– Exatamente.

– Eu te conheço desde quando você tinha uns quatros anos, você era um doce naquela época, e agora virou essa pessoa rebelde, mas seus pensamentos – Ela colocou a mão no meu peito esquerdo - e o seu coração continuam os mesmo – Ela terminou de enfaixar minha mão e se levantou para guardar as coisas.

– Posso ir?

– Pode, mas antes me diga que cena foi essa que te deixou com ciúmes?

– Ciúmes, ciúmes do que? – Perguntei.

– Ah, então o seu coraçãozinho ainda não avisou o cérebro – Ela falou e deu um sorriso.

– Como assim?

– As pessoas a sua volta já estão notando, acho melhor você descobrir logo – Ela falou e saiu da enfermaria.

Sai da enfermaria, fui para o pátio e sentei embaixo da arvore que vi Angie matando aula uma vez. Não deu nem cinco minutos e o sinal bateu.

“Quanto tempo eu fiquei na enfermaria?” – Perguntei para mim mesmo, fiquei olhando para minha mão, ela estava envolvida duas vezes por gases, quando duas sombras surgiram na minha frente. Vi que era Angie e Lysandre, ela estava apoiada nele. Senti algo dentro de mim, mas não sei dizer o que era.

– Aqui está ele – Ouvi Lysandre dizer.

– Obrigada – Angie disse se soltando e se sentando do meu lado com a ajuda dele.

– Qualquer coisa é só me chamar – Lysandre disse, ela assentiu com a cabeça e ele foi embora.

– Me explica, como você conseguiu quebrar aquele tubo de ensaio com a mão? – Ela perguntou como se ainda não acreditasse.

– Sabe que nem eu sei – Falei e ela sorriu – O que houve com você? – Perguntei apontando para sua perna que estava meio enfaixada.

– Eu estava balançando meu braço e o bati naquela mesinha que tem na estufa, nisso um canivete que estava jogado em cima dela, aperto na tesoura, caiu na minha perna – Ela falou e riu.

– E por que você estava na estufa balançando seus braços? – Perguntei rindo.

–Estava conversando com o Nath – Ela falou e eu parei de rir.

– Por quê?

– Por que o que? – Ela perguntou confusa.

– Por que você estava conversando com aquele babaca? – Perguntei irritado.

– Se você for gritar eu vou embora – Angie falou e foi se levantar.

– Não, fica – Falei segurando o braço dela com minha mão boa.

– Tá bom – Ela falou e se sentou de novo. Ficamos alguns minutos em silêncio e ela riu.

– Que foi? – Perguntei curioso.

– A gente tá combinando, você com a mão enfaixada – Ela apontou para minha mão – e eu com a perna – Ela falou e apontou para a perna.

– Verdade – Falei e ri.

Ficamos conversando e ouvimos o sinal tocar e o povo começar a sair da escola, o que significa que acabamos perdendo a última aula.

– Acho melhor a gente procurar seu irmão – Falei para Angie enquanto me levantava.

– Meu irmão? Por quê? – Ela disse quando estiquei minha mão para ela.

– Você prefere ir para casa andando? – Falei erguendo uma sobrancelha.

– Claro que não – Ela disse e segurou na minha mão. Puxei ela para ela levanta-la, mas a puxei forte demais e ela meio que voou em cima de mim – Ai.

– Foi mal, acho que puxei um pouco forte – Falei passando a mão no meu cabelo.

– Você acha? Eu tenho certeza – Ela falou e riu. A apoiei no meu ombro e coloquei meu braço em torno de sua cintura.

POV’s Angie

– Você acha? Eu tenho certeza – Falei e ri. Ele me apoiou em seu ombro e passou o braço em volta de minha cintura. Não sei por que, mas ali com ele me segurando, me sentia segura, como se ele fosse me proteger de tudo e de todos.

– Alguma ideia de onde ele possa estar? – Ele me perguntou e eu neguei com a cabeça. Na verdade eu sabia, mas não queria ver a cara dele, pois ele iria me encher de perguntas por causa de ontem.

– Vou ligar para minha irmã – Falei pegando meu celular.

– E como ela vai te levar daqui até seu apartamento? – Ele me perguntou sério.

– Verdade, vamos até meu armário guardar minhas coisas e ver se eu penso em com vou para casa – Falei guardando o celular de volta no bolso.

Castiel me ajudou a chegar ao meu armário, ele está com um sorriso no rosto que eu não conseguia saber o por que. Estava guardando as coisas no armário, ainda apoiada no Castiel, pois meu pé ainda doía um pouco e quando fechei a armário a Rosa estava ali parada e eu me assustei.

– Garotinha assustada – Castiel sussurrou no meu ouvido.