Enemies and Lovers escrita por Mayy Chan


Capítulo 26
A Verdade


Notas iniciais do capítulo

Não, isso ainda não é um adeus, mas quase. Já se foram 25 capítulos, 12 recomendações, e muitos favoritamentos e acompanhamentos. Só que, agora, meio sem palavras, eu digo que esse é o nosso último capítulo costumeiro. O anti-penúltimo será o nosso final feliz (ou não MUAHAHAHAHAHAHA) e logo depois virá um Epílogo.
Só que não é um adeus, como eu já disse. Sim, essa fic vai acabar, mas eu tenho muitas outras nesse estilo no meu perfil, que eu criei porque saberia que, acima de tudo, me despedir de vocês seria a coisa mais difícil que eu faria. Escrever é o meu hobbie predileto, e se tronou melhor ainda compartilhado com vocês.
Dia 08 desse vez (Abril) eu fiz um ano de Nyah!, o que foi muito pra mim. Milhares de histórias deletadas e aquelas que eu não consegui me despedir ainda.
Tenho outros projetos que eu sei que irão agradar vocês e tudo mais. E é por isso que aqui eu aviso que, não, isso não virá a ser um adeus. Só um até logo, e obrigada pelos peixes (ou reviews, nesse caso).
Beijocas, espero que gostem, Mayy



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P.O.V Kaitlin

— Okay, ele já foi. Não estou nem aí se ele não pode saber o resto da história, mas eu quero saber direito o que foi com a Abby. Você sabe que meu pai está trabalhando nesse caso há anos, mas eu preciso ao menos de uma resposta mais significativa. — disse Will.

Não queria contar a verdade e ter que fazer com que aqueles pensamentos esquecidos voltassem a me fazer cicatrizes. Elas doíam de mais, então evitei sempre que elas tivessem evidências. Só que agora ele merecia uma resposta e eu tinha que dar.

— Pra isso eu tenho que voltar muitos anos atrás, na época em que meu pai e Atena nasceram. Quer realmente ouvir?

— Claro.

— Cronos era muito inteligente, um militar renomado. Não sabemos como, mas um dia ele conheceu uma mulher que ele conseguiu amar e eles tiveram dois filhos. Primeiro meu pai, e um ano depois Atena. Tudo parecia estar tomando os eixos, até que um dia o que parecia ser a família perfeita se tornou um belo desastre.

— O que aconteceu?

— Ele chegou louco em casa, chorando e falando que tinha perdido tudo. Cronos aprendeu a jogar cartas e acabou apostando muito alto em um desses jogos clandestinos de poker.

— Mas como ele foi parar na sua casa aquele dia.

— Isso foi um desastre do acaso.

— Me conte mais.

— Bem, meu pai tinha se casado com uma mulher que era aparentemente muito dócil. Só que ele a traía muito, o que resultou em Travis e Connor, eu, Chris e Luke, todos, menos os gêmeos, de mães diferentes. Mas ele continuava com May, que sempre o perdoava. Só que um dia Atena teve uma filha, a Abby, com a qual ela não poderia cuidar porque já tinha Annabeth e acabou a deixando com o papai e a Chase com o pai uns anos depois por falta de tempo. Abby se parecia muito com a gente, então May achou que fosse mais uma filha de Hermes que ela teria que suportar e acabou enlouquecendo.

— Mas como Abby morreu?

— Bem, na loucura da mãe de Luke, ela acabou pedindo para Cronos a ajudar. Ele não aceitou, então quis passar uma semana nos protegendo. Só que aí a culpa de ele tê-la matado foi minha, só minha e completamente minha. — comecei a chorar lágrimas grossas.

Senti um beijo na minha testa e os braços de Will ao meu redor. Tudo que eu fiz foi agarrar seu moletom e afundar a cabeça no seu peitoral. O cheiro de Will mudou com o tempo, de talco pra sabonete pra perfume masculino, mas pra mim sempre fora a mesma essência acanelada, agora com um pouquinho de creme de barbear.

— Nada foi culpa sua, você não passa de uma menina que cresceu dentro de um desastre. Conte-me, porque não te julgarei.

— Se eu não tivesse inventado de jogar cartas com ele, nada teria acontecido. Uma coisa que eu sempre fui melhor que o resto da família eram jogos de cartas e seus afins, mas isso pareceu uma ofensa pra ele. Nesse dia ele saiu, e só voltou mais tarde. Me lembro de ouvir May gritar pela casa que queria que Abby morresse, mas meu pai a defendia com todas as suas armas, falando que se a menina morresse ele nunca mais olharia para a cara de sua esposa. Mas ela enlouqueceu. Mais tarde naquela noite, ela veio com Cronos.

— E como ele estava?

— Sujo, com as roupas rasgadas e sujas, barba a fazer, cabelos bagunçados e completamente insano. Não sabia qual era o meu problema até ver não só a minha mãe, como também a de meus irmãos, a mãe de Thalia e a recente madrasta de Annabeth. Todos filhos indesejados com laços de sangue, ou mesmo a senhorita Grace, que era apenas uma assassina contratada. Eu era o alvo, porque Cronos controlava a todos. Ele estava insano e não tinha medo. Só que eles a mataram, para que Luke parasse de olhar pra mim. Então, depois, minha mãe me pegou e me levou embora, pra um lugar escuro, onde fiquei uma semana apenas com a imagem de Abby morta na minha cabeça. — soluçava.

— E como ela era, ou mesmo como ela estava? Com o que tentaram matar ela?

— Ela era loira, com os olhos cinzas e algumas sardas. Ela estava apavorada chorando, no chão. Foi com uma faca.

— Então porque é Luke que tem uma cicatriz na bochecha?

De repente a minha cabeça começou a rodar. Tudo fazia sentido, por mais que eu sentisse a minha loucura rodando no meu estômado como uma praga. Finalmente tinha a minha resposta. A culpa não era minha, não podia ser.

Saí dos braços de Will e fui correndo para perto do lago, o último lugar onde eu vira Luke. Precisava de tirar as respostas com ele antes que me arrependesse de descobrir a resposta.

— Luke! Luke! — gritei quando o vi jogando pedrinhas no lago.

Quando ele se virou para trás colocou um dos seus estúpidos sorrisos falsos no rosto. As lágrimas escorriam no meu rosto, meu cabelo estava sujo e eu tinha leves cortes nas mãos, porque correra pela floresta com a mão na frente do rosto, evitando futuras cicatrizes.

— O que foi, Kayt?

— Onde você arrumou essa cicatriz?

— Hein?...

— Onde você arrumou essa merda de cicatriz?! — gritei com toda a força de meus pulmões.

— Me desculpe, mas eu nunca quis que você se sentisse mal. Se eu contasse a verdade...

— Eu não teria passado a vida inteira me culpando! Não teria passado todo esse tempo tentando achar respostas para o que aconteceu com a Abby! Não teria achado que ela estava morta! Mas, acima de tudo, eu ainda teria esperança! — gritei sentindo o gosto salgado das lágrimas, de forma em que eu conseguia me afogar nelas.

— Só que você se perguntaria onde ela está e como. Você ficou dois anos em cativeiro com a piranha da sua mãe e você ainda quer saber onde foi parar ela?! Você não pode salvar o mundo, porque você simplesmente não é uma super-heroína!

— Vai se ferrar, Castellan! Eu posso não salvar o mundo, mas quero salvar a mim mesma dele! Eu não suporto mais esse peso nas minhas costas!

— Eu fiz de tudo pra te proteger, sua estúpida! Eu dei a minha vida, persegui tudo o que te fazia mal, e ainda por cima me machuquei por você! — agora ele chorava tanto como eu.

— Mentira. Tudo o que você fez foi porque a amava. Você nunca deixou de amá-la e tentou encontrar ela na Annie. Quando viu que ela não ia voltar, acabou aceitando a dor e se refugiando. — as lágrimas cessaram. Já não tinham mais função, então eu apenas o abracei.

— Você não ama Will, não é?

— Você precisou crescer antes do que o imaginado pra me proteger. Você sempre foi maduro e responsável, como um pai pra mim. Na primeira que você saiu na linha, todos te julgaram. Você precisava de atenção e ganhava quando estava com Drew. Ela te amava, mas você só queria carinho, coisa que eu nunca pude te dar. Por isso eu queria tirar um peso das suas costas. Não podia ser um fardo.

— Eu te amo, sua porca. Você nunca vai ser um fardo pra mim, Kayt. E, cara, ele te ama muito. E eu sei que você o ama, mas é sufocante sentir algo por outra pessoa que não seja da sua família. Por isso agora eu me comprometo a te contar tudo.

— Por que a cicatriz?

— Tentei a proteger. Quando ele a apontou a faca, entrei na frente. Não poderia suportar o que eles iam fazer, porque, cara, eu a amava mais do que eu mesmo. Então, enquanto minha mãe estava tentando me socorrer, ela fugiu e me prometeu voltar no meu aniversário de dezoito anos.

— Falta apenas dois meses. Será que ela virá?

— É o que eu mais desejo.

Sabe, eu estava imensamente feliz por ele finalmente achar alguém que o amasse de verdade. Ele a amava, e ela sentia o mesmo. Ela ia voltar. Ele ia ficar. Apenas dois meses pro insano, e o que ninguém imaginava, se tornar a nossa realidade.

— Mas pra quando ela chegar você precisa estar bombadão, né? Aposto que nem consegue me pegar mais, seu gordo.

— Ah, é? Aposta quanto?

— Cinquenta pratas, cara.

— Feito.

— Feito.

E, bem, nada estava bem. Meu coração e o dele estavam despedaçados, como nada iria mudar. Só que agora tudo precisava estar bem. A paz reinava, sem segredos. E por isso nós íamos correr. Talvez, por apenas um minuto, poderíamos sentir-nos livres.


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Notas finais do capítulo

Gente, eu estou bem triste em saber que estamos na reta final, então não esqueçam os meus reviews *u*
Prometo, assim como no primeiro capítulo, responder a todos, okay?
Beijocas, Mayy