Uma Bella um Tanto mais Heróica escrita por Srta Nutella


Capítulo 16
Temperamento Explosivo


Notas iniciais do capítulo

Oiie! Td bem? Viu, vcs podem ler minha outra fic "Uma Nova Vingadora"?
Please! For my!
—Suze



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Jhon estacionou o carro em frente as portas do palácio, um grupo razoável de guardas as abriu pra mim.

Desnecessário.

Dei um beijo na bochecha de Jhon.

–Até mais, Jhon- eu disse.

–Até depois, principesa- ele respondeu, dando um beijo na minha testa e entrando no carro para levá-lo ao estacionamento e começar a fazer suas funções de chefe da segurança.

Fiquei olhando o pai que nunca tive ir embora até que ele saiu da minha vista.

Entrei no palácio dando um olá a todos os guardas e criadas que eu encontrava.

Cheguei na porta do meu quarto e encontrei Lucy, Anne e Mary (minhas criadas particulares) passando espanador no cômodo.

–Olá senhorita- disseram todas ao mesmo tempo, dei uma pequena risada.

–Olá meninas, tenho tanto a contar!- eu disse, colocando minha mochila no encosto da minha cadeira e sentando nela, começando a narrar como fora minha primeira manhã longe do castelo.

(XXX)

–Incrível- disse Lucy.

–E esse Thomas...- começou Anne timidamente.

–Ele é um gato?- perguntou Mary sem rodeios.

–Ele é como qualquer garoto popular que se vê nos livros, loiro, bronzeado, bombado e de olhos azuis, mas diferente das moças dos livros minhas pernas não ficaram bambas, minhas mãos não começaram a suar e eu não fiquei pálida- eu disse- ontem a noite eu tive um sonho que mexeu mais comigo do que com ele.

–Que sonho?- perguntou Lucy.

–Um moreno super gato?- perguntou Mary.

–Não sei se era moreno, mas sei que sonhei com o par de olhos mais lindo que eu já vi na minha vida, eram de um verde-mar tão intenso que eu pude até sentir o cheiro do oceano- eu disse sonhadora.

Então de repente me deu uma vontade de ver minha mãe, era como se eu nunca tivesse a visto antes.

–Vocês sabem onde minha mãe está?- perguntei a elas.

–Está em seu escritório avaliando a propósta de fidelidade estipulada pelas Ilhas do Sul- disse Mary.

–E ela tem alguma dúvida? Se tudo que ela me contou sobre Hanz ser verdade...- comecei.

–Mas princesa, Hanz não é a única pessoa das Ilhas do Sul, ele também não as governa- rebateu Anne.

–Mas ainda é um príncipe! Um herdeiro ao trono! Sua opinião vale mais do que um outro cidadão!- exclamei me levantando, uma tempestade já começava a se formar lá fora e eu sentia descargas elétricas correndo por meu corpo, o ambiente começava a ficar mais frio, elas não pareciam perceber alguma coisa.

–Mas está em décimo terceiro na linha de sucessão ao trono- disse Lucy.

Foi a gota dágua.

–MAS AINDA É UM PRÍNCIPE!!- gritei, fazendo o quarto inteiro congelar.

Elas se assustaram e começaram a tremer de frio, seu queixo e suas pernas tremiam.

Mas eu não sentia nada, pelo contrário, preferia muito mais o quarto assim, mais não posso pensar só em mim, o mundo não gira em torno do meu umbigo.

–Desculpem- eu disse, tocando uma parte da parede, apartir do meu toque, ela começou a descongelar, eu pensava em tudo que eu amava, minha mãe, minha tia, meu tio, Dev, Jhon. Então aquele par de olhos verdes apareceu na minha mente, e o gelo começou a ir embora mais rápido.

Vou explicar, acho que você já ouviu falar que o amor é uma chama que aquece nosso coração, era mais ou menos assim, o meu amor, descongelava o gelo criado pelo ódio, pela raiva, pelo nervosismo, o amor passava por cima de tudo isso e ainda mais, ou seja, quanto mais amor, mais calor, e o gelo descongela mais rápido com mais calor, por isso eu estava confusa.

Como o amor por aqueles olhos verdes que eu só vi uma vez na vida podiam passar por cima de toda a minha família? Como o amor por aqueles olhos verdes que eu só vi uma vez na vida pode existir?!

Era bonito ver o quarto descongelando a partir do toque da minha mão, deixando o ambiente até mais aconchegante e quente do que estava antes.

–Vocês sabem que eu sou um pouco temperamental- eu disse envergonhada.

–Tudo bem, princesa- disse Lucy, vindo me abraçar, Anne e Mary seguiram seu exemplo e fizeram o mesmo.

–Agora- eu disse, me soltando- por que vocês não me deixam bem bonita para que eu vá falar com a mamãe?- eu disse.

–Não vamos te deixar bonita- disse Anne.

–Isso você já é e muito- seguiu Lucy.

–Só vamos te deixar ainda mais linda- terminou Mary.

(XXX)

Resumidamente, elas me prenderam no quarto por umas duas horas, o tempo todo focadas em três coisas: banho, roupa e cabelo.

Eu não gostava muito de maquiagens, só usava quando era necessário.

Por fim, fiquei com uma calça jeans, blusa regata branca e meus coturnos, talvez eu desse uma passada nos estábulos depois para montar um pouco em meu cavalo cor de chocolate chamado Philip.

Desci a longa escadaria até o primeiro andar.

Minha casa era de três andares, cinco se você contar o porão e o sótão, enfim, no terceiro andar ficam os quartos da família real e também a biblioteca real, no segundo estavam os quartos de visitantes, a sala de jogos, a sala de computação e a sala de construção, onde construímos nossos próprios itens com a abundância de peças que tem lá, eu adorava aquele lugar. No primeiro ficava a sala de TV, o salão de festas/bailes, a sala de jantar, a cozinha, outra biblioteca, o depósito, o escritório do rei (nesse caso da rainha) onde eram realizados as reuniões e as conferências e outras coisas e os quartos dos empregados e das criadas.

E haviam várias passagens secretas que davam para inúmeros abrigos caso o castelo fosse invadido por rebeldes ou outra coisa parecida.

Fui até o escritório e bati três vezes na porta de madeira, ouvi a voz de minha mãe dizendo "entre".

Abri a porta e olhei em seus calmos e firmes olhos azuis e foi como se eu a visse pela primeira vez.

No mesmo momento que ela levantou da cadeira e começou a correr na minha direção eu comecei a correr na dela, quando nos abraçamos foi como se uma parte de mim voltasse pro lugar, uma parte que eu nunca descobri que estava desencaixada.

–Como você está?- perguntou.

–Bem, o que está fazendo?- perguntei a ela, já fora do abraço.

–Decidindo se as Ilhas do Sul merecem nossa fidelidade ou não- ela disse se sentando de novo, me sentei na cadeira ao seu lado.

–Mas é claro que não, mãe!- exclamei- você já se esqueceu de Hanz?

–Filha, o rei não é Hanz, o rei é August- ela disse.

–Não importa! Hanz ainda é um príncipe e sua opinião é muito importante- eu revidei.

–A decisão não é sua- disse ela se levantando, me levantei também, se tem algo que herdei dela é o temperamento, mas o meu era muito mais explosivo.

–Que pena- eu disse- pois eu faria a escolha certa.

Uma nevasca começava a preencher o lugar, o vento balançava o vestido da minha mãe e nossos cabelos, mas não era um incômodo pra mim nem pra ela.

Uma tempestade de raios acontecia do lado de fora, seguida por uma chuva forte.

–Mas eu sou a rainha!- ela retrucou.

–E eu vou ser um dia- rebati.

–Então enquanto espera me deixe fazer o que sei fazer, governar- ela disse, voltando a sentar- e pare com isso, já falei que tem que se controlar, contenha-se, pare a nevasca- ela disse isso calmamente, a calma de algum modo passou pra mim e eu consegui parar a neve e retirar a que tinha ficado aqui, percebi que a tempestade lá fora parou também- bom, muito bom.

–Obrigada- eu disse, sorrindo- bem, eu vou cavalgar, até depois mamãe.

–Tchau filha- ela disse.

Fui até a porta e a abri, olhei nos olhos dela e disse:

–Você deveria perguntar o que a tia Anna acha disso, a opinião dela vale também.

Fechei a porta e saí, resouvi ir até a cozinha beliscar algumas coisas.

Abri a porta e encontrei Geórgia, uma de nossas cozinheiras, de costas pra mim confeitando um bolo.

–Oi- eu disse.

–Olá, criança- disse ela, me olhando e sorrindo pra mim.

Geórgia era uma cozinheira incrível, tinha uns sessenta e poucos anos, entre um metro e sessenta e um metro e cinquenta, e era bastante... digamos... robusta.

–Geórgia, tem pão de queijo?- perguntei a abraçando por trás, ela riu.

–Naquele cesto, criança- ela disse, apontando um cesto coberto por um guardanapo de pano.

Corri até lá e tirei uma pontinha do guardanapo e peguei um, os pães de queijo daquela senhora era a melhor coisa do mundo.

–Posso levar o cesto?- perguntei com a boca cheia.

–Claro que pode- ela respondeu, voltando sua atenção ao bolo- que fome, hein?- ela disse quando me viu colocar cinco maçãs sobre o guardanapo.

Com o meu dedo tirei um pouco da cobertura daquele bolo delicioso e levei a boca.

–Criança!- disse ela, colocando cobertura de novo.

Saí correndo da cozinha com um pão de queijo na mão e fui até os estábulos.

Chegando lá, coloquei a cesta na mão e peguei uma das maçãs, e outro pão de queijo, que já dei uma mordida.

Cheguei até Philip e fiz um carinho em sua crina que me lembrava uma cascata de chocolate, comecei a acariciar seu rosto e disse:

–Pronto pra outra, campeão?

Dei a maçã pra ele que a comeu inteira, coloquei sua cela e prendi a cesta, abri uma bolsinha presa na cela onde eu sempre deixava dinheiro e uns cacarecos e achei um elástico de cabelo, prendi o meu em um rabo de cavalo então tirei Philip da coxia e a fechei logo em seguida, então montei.

Segurei nas rédeas e partimos numa lenta viajem até não sei onde.

Eu adorava montar, a sensação era incrível, e comendo os pães de queijo daquela senhora era ainda melhor.


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Notas finais do capítulo

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—Suze